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sábado, 7 de novembro de 2009

Para defesa dos Nardoni, coleta de sangue é dispensável


PRISCILA TRINDADE - Agencia Estado


SÃO PAULO - O advogado de defesa de Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, Roberto Podval, afirmou que o fato de o casal se negar a fazer a coleta de sangue para um exame de DNA não atrapalha as investigações. Para Podval "o resultado é absolutamente o mesmo com um ou outro material", disse.



O exame é para confrontar com as amostras do sangue colhidas no apartamento no dia em que Isabella Nardoni foi morta, em março de 2008.



Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) coletaram nesta manhã as amostras de mucosa bucal e fios de cabelo do casal. A coleta foi feita nos presídios de Tremembé, a 140 km da capital paulista.



Ao determinar a realização de um novo exame no sangue encontrado no apartamento do casal, o juiz Maurício Fossen, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana, afirmou que "fica evidente que a comparação de ''sangue'' com ''sangue'' permite uma maior precisão no resultado a ser obtido. A utilização de material diverso do sangue somente teria sentido caso o sangue dos réus não pudesse ser obtido para análise, o que, a toda evidência, não é o caso dos autos".



Isabella, de 5 anos, morreu ao ser atirada do 6º andar do prédio em que seu pai e a madrasta moravam. Os dois estão presos.


Como funcionam as evidências de DNA



Nos últimos anos, a evidência de DNA passou a desempenhar um papel importante nos sistemas de justiça criminal de muitas nações. É utilizada para provar que os suspeitos estiveram envolvidos em crimes e para libertar pessoas condenadas erroneamente. Nos Estados Unidos, foi integrada a vários casos criminais notórios, incluindo o julgamento de Orenthal James (O. J.) Simpson e a investigação do assassinato de JonBenet Ramsey, em 1996.
DNA abuso sexual
Cortesia Genelex
A maioria das pessoas tem uma idéia do que seja o DNA. É essencialmente um manual de instruções para tudo que existe em seu corpo (ver Como funcionam as células para maiores detalhes). Uma molécula de DNA é uma cadeia longa e contorcida conhecida como dupla hélice. O DNA parece bastante complexo, mas na realidade é formado por apenas quatro nucleotídeos:
  • adenina
  • citosina
  • guanina
  • timina
Esses nucleotídeos existem como pares de base que se ligam como os degraus de uma escada. A adenina e a timina sempre formam pares, assim como a citosina com a guanina. Embora a maior parte da cadeia de DNA não difira de uma pessoa para outra, há alguns 3 milhões de pares de bases de DNA (aproximadamente 0,10% de todo o genoma) que são diferentes.

Em células humanas, o DNA está agrupado em 23 pares de cromossomos. Um membro de cada par de cromossomos vem de sua mãe e outro de seu pai. Em outras palavras, seu DNA é uma combinação dos DNAs de sua mãe e de seu pai. A menos que você possua um irmão gêmeo, seu DNA é único. É isso que torna a evidência de DNA tão valiosa nas investigações - é quase impossível alguém ter o DNA idêntico ao seu.


Imagem cortesia U.S. Department of Energy Human Genome Program
Uma hélice dupla de DNA

A chave para a evidência de DNA está na comparação do DNA encontrado na cena do crime com o DNA do suspeito. Para isso, os investigadores devem fazer três coisas:

  • coletar o DNA na cena do crime e também do suspeito (ver Como funcionam as investigações da cena do crime para maiores informações);
  • analisar o DNA para criar um perfil de DNA;
  • comparar os perfis entre si.
As autoridades podem extrair o DNA de quase todos os tecidos, incluindo cabelos, unhas, ossos, dentes e fluidos sangüíneos. Às vezes os investigadores possuem a evidência de DNA, mas não têm suspeitos. Nesse caso, os oficiais da lei podem comparar DNAs da cena do crime com perfis armazenados em um banco de dados. O banco de dados mais utilizado nos Estados Unidos chama-se CODIS, que significa Sistema de DNA Índice Combinado e é mantido pelo FBI. Pela lei, autoridades de todos os 50 Estados devem coletar amostras de DNA de estupradores para inclusão no CODIS. Alguns Estados americanos também obriga



DNAs correspondentes

Os oficiais da lei têm utilizado vários métodos para examinar o DNA. As etapas para preparação e análise do DNA podem variar com base no método utilizado pelos investigadores. Porém, de modo geral, os testes examinam as partes codificáveis das cadeias de DNA. Os genes, que servem de molde para a produção de proteínas nas células, constituem somente 5% de uma cadeia de DNA. O restante é não-codificável e inclui muitos pares de base repetidos. Tipos diferentes de testes procuram e analisam padrões de repetição de pares diferentes.

Análise mitocondrial do DNA
A maior parte dos testes de DNA forenses utiliza materiais do núcleo da célula. Às vezes, especialmente nas amostras mais antigas de tecido, como cabelos e dentes, não há mais restos do núcleo nelas. Nesses casos, os investigadores freqüentemente utilizam a análise mitocondrial do DNA, que utiliza DNA de uma mitocôndria da célula.
A análise do Polimorfismo de Comprimento do Fragmento de Restrição (RFLP) foi um dos primeiros métodos forenses utilizados para analisar o DNA. Ela analisa o comprimento das cadeias de DNA que incluem pares de base repetidos. Essas repetições são conhecidas como variable number tandem repeats (VNTRs) - grosseiramente traduzidas como repetições de arranjos de números variados - que podem se repetir em qualquer lugar, de uma a trinta vezes.

A análise RFLP requer que os investigadores dissolvam o DNA em uma enzima que quebra a cadeia em pontos específicos. O número de repetições afeta o comprimento de cada cadeia de DNA resultante. Os investigadores comparam amostras por meio da comparação dos comprimentos das cadeias. A análise RFLP requer uma amostra de DNA bastante grande e que não tenha sido contaminada por sujeira.

A análise via Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) é uma técnica mais recente que pode transformar o DNA em uma amostra bem menor. Para isso, é preciso fazer muitas cópias idênticas de uma quantidade pequena de DNA. É freqüentemente utilizada como etapa preliminar na análise Repetição de Arranjos Curtos (STR), que é o tipo mais utilizado de análise forense atualmente.

A análise STR examina a freqüência com que os pares de base se repetem em loci ou locais específicos em uma cadeia de DNA. Essas repetições podem ser de dinucleotídeos, trinucleotídeos, tetranucleotídeos ou pentanucleotídeos - isto é, repetições de dois, três, quatro ou cinco pares de base. Os investigadores freqüentemente procuram repetições de quatro ou cinco pares de bases em amostras que tenham passado pela amplificação via PCR, já que elas são provavelmente as mais precisas.

Na análise STR, os examinadores devem:

  • extrair o DNA das células da amostra
  • quantificar o DNA
  • transformar o DNA utilizando a ténica de PCR
  • utilizar eletroforese capilar para extrair o DNA transformado
Várias dessas etapas são bastante trabalhosas, mas muitas delas podem, agora, ser desempenhadas por robôs e máquinas. O banco de dados CODIS do FBI utiliza amostras que passaram pela análise STR examinando 13 locais. A probabilidade de duas pessoas possuírem perfis STR de 13-loci idênticos é de cerca de uma em um bilhão.


Os avanços na evidência de DNA

Em 1985, o DNA entrou em um tribunal pela primeira vez como evidência em um julgamento, mas foi somente em 1988 que a evidência de DNA mandou alguém de fato para a cadeia. Trata-se de uma área complexa da ciência forense que se baseia em grande parte em antecipações estatísticas; nos primeiros casos, em que os jurados depararam com muitas evidências fortemente carregadas de fórmulas matemáticas, era fácil para os advogados de defesa criarem dúvidas na mente dos jurados. Desde então, alguns avanços permitiram que os investigadores criminais aperfeiçoassem técnicas envolvidas e enfrentassem desafios legais para as impressões digitais do DNA. Eis alguns desses aprimoramentos:

  • novos procedimentos de testes - a análise RFLP necessitava de grandes quantidades de DNA de qualidade relativamente alta. Os procedimentos mais recentes necessitam de bem menos DNA e podem ser concluídos mais rapidamente;

  • fonte de DNA - a ciência tem maneiras de extrair DNA de fontes que costumavam ser difíceis ou muito contaminadas para serem utilizadas;

  • bancos de dados de DNA expandidos - vários países, incluindo os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, construíram bancos de dados elaborados com centenas de milhares de perfis individuais de DNA. No entanto, esses bancos de dados também levantam questões sobre privacidade. O DNA armazena muito mais informações sobre uma pessoa do que as impressões digitais. Por exemplo, o DNA de uma pessoa inclui informações sobre tudo, desde a cor dos olhos até defeitos genéticos. Algumas pessoas temem que a utilização difundida dos bancos de dados de DNA possa encorajar os governos a discriminar pessoas em razão de informações contidas em seu DNA. No entanto, acredita-se que o DNA utilizado para o banco de dados CODIS do FBI não corresponda aos traços reais de uma pessoa;

  • treinamento - os laboratórios criminais desenvolveram protocolos formais para manipular e processar a evidência, reduzindo a probabilidade de contaminação das amostras. Na sala de julgamento, os promotores têm sido mais cautelosos ao apresentar evidências genéticas, e muitos Estados estabelecem regras específicas a respeito de sua admissibilidade nos casos criminais. Veja Como funcionam as investigações da cena do crime para maiores detalhes;

  • educação científica - nos últimos anos, muitos debates surgiram em todo o mundo a respeito de questões como a utilização da evidência de DNA, clonagem de animais ou venda de alimentos geneticamente modificados. Desde essa época, os estudos sobre o DNA e suas propriedades têm se tornado mais profundos e divulgados.

Utilizando a evidência de DNA

Em razão do importante papel que a evidência de DNA teve no caso O. J. Simpson, a maioria das pessoas sabe que os perfis de DNA são utilizados por investigadores criminais para:

  • provar a culpa - perfis de DNA correspondentes podem ligar um suspeito a um crime ou à cena do crime;

  • livrar um inocente - inocentes foram libertados do corredor da morte nos Estados Unidos com base na evidência de DNA. Até aqui, a evidência de DNA tem sido quase tão útil ao excluir suspeitos quanto ao apontá-los e condená-los; aproximadamente 30% das comparações do perfil de DNA feitas pelo FBI resultam na exclusão de um suspeito;
A evidência de DNA é útil também para outras finalidades.
  • Teste de paternidade e outros casos em que as autoridades precisam provar se indivíduos são parentes ou não - um dos testes de paternidade mais infames dos últimos tempos ocorreu em 1998, quando a revista "Nature" questionou se Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, teve filhos com alguma de suas escravas.


    Foto cortesia Genelex, Inc.
    A evidência de DNA pode apontar se as pessoas têm relações de parentesco

  • Identificação de cadáveres - os investigadores da Polícia freqüentemente enfrentam a tarefa desagradável de tentar identificar um corpo ou restos mortais. O DNA é uma molécula bastante recuperável e as amostras podem ser facilmente extraídas de cabelos ou ossos; uma vez criado o perfil, ele pode ser comparado a amostras de familiares de pessoas desaparecidas para verificar se existe correspondência. Os militares utilizam o perfil de DNA até mesmo no lugar do velho cão farejador. Cada novo recruta deve fornecer amostras de sangue e de saliva e essas amostras podem ser utilizadas posteriormente como um identificador positivo para soldados mortos na linha de fogo. Mesmo sem uma correspondência de DNA para identificar conclusivamente o corpo, o perfil é utilizado, pois pode fornecer pistas importantes sobre a vítima, como sexo e etnia.

  • Estudar a evolução das populações humanas - os cientistas estão tentando utilizar amostras extraídas de esqueletos e de pessoas vivas ao redor do mundo para mostrar como no passado as populações migraram por todo o globo e se diversificaram em tantas etnias diferentes.

  • Estudar doenças hereditárias - os cientistas também estudam as impressões digitais de DNA de famílias com membros que herdaram doenças como o mal de Alzheimer para tentar pesquisar diferenças cromossômicas entre aqueles que não têm a doença e aqueles que a têm, na esperança de que essas diferenças







Lula acumula: -Aposentadoria por invalidez,aposentadoria de Aposentadoria por invalidez,Pensão Vitalícia de "perseguido político" isenta de IR,salário de presidente de honra do PT,salário de Presidente da República.Você sabia???

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