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sábado, 7 de novembro de 2009

Celso Daniel foi mesmo torturado?


qua, 21/01/09
por Paulo Moreira Leite |

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Eca:
você mandou uma ótima contribuição para a discussão do caso de Celso Daniel, que iniciei numa nota anterior, e que todos podem ler logo abaixo.
Questionando a hipótese de crime comum, sustentada em dois inquéritos policiais, você diz: “Para (ter sido) crime comum, fica-se devendo uma questão: por que Celso Daniel foi torturado?”
Você levanta uma possibilidade: a de que Celso Daniel tivesse contas secretas no exterior e que tivesse sido torturado no cativeiro para revelar a senha desses depósitos.
Você ainda diz:
“A sociedade que exigiu a verdade no caso Vladimir Herzog, se calou no caso Celso Daniel. Isso me incomoda muito.”
O blogue só tem a ganhar com leitores e leitoras que tem informação sobre o assunto, que defendem seu ponto de vista com clareza e convicção.
A hipótese de tortura não foi sequer cogitada no momento da autópsia, como atestam médicos presentes ao IML quando chegou o corpo de Celso Daniel. Naquele momento, como todos se lembram, os petistas levantavam a hipótese de que o prefeito fora alvo de um crime político — até porque não era o primeiro prefeito do PT que era assassinado em circunstâncias misteriosas, não é? O partido ligava a morte de Celso Daniel a outro assassinato, do prefeito Toninho, de Campinas, e dizia que estava sendo alvo de alguma forma de intimidação.
A discussão sobre tortura apareceu bem mais tarde, a partir de outra linha de investigação. Com o tempo, a noção de crime “político” mudou para crime “encomendado.” Mas aí, já não era o PT que falava em crime encomendado. Era o Ministério Público.
Foi nesse momento em que algumas marcas no corpo de Celso Daniel, que não haviam chamado a atenção de ninguém, como mostram os primeiros laudos, adquiriram outra conotação. Seriam os sinais de tortura. Seriam?
Essa é a hipótese. Não são ferimentos convencionais, mas arranhões muito fortes, que deixaram marcas no corpo que, conforme a versão de quem sustenta que houve tortura, teriam sido feitos por tiros de revólver. A descrição da tortura que teria ocorrido durante o sequestro envolve muitas circunstâncias complexas. Para se produzir o tipo de ferimento descrito seria preciso que: a) o prefeito estivesse deitado no chão e que alguém tivesse lhe dado tiros próximos ao corpo, mas sem acertá-lo; b) as balas, então, teriam ido de encontro a uma superfície rígida e ricocheteado; c) ao fazer o caminho de volta, as balas teriam arranhado as costas do prefeito.
Vamos admitir que foi assim. É preciso aceitar que havia um atirador premiado entre os bandidos que sequestraram o prefeito. Um sujeito tão bom que acertava ricocheteio, várias vezes — usava o revólver com a perícia de quem maneja um taco de sinuca. Ocorre que o chão do cativeiro aonde Celso Daniel ficou preso era de areia. A bala não poderia richotear. A explicação de quem acredita na tortura é que nessa hora ele já não estava no único cativeiro que a polícia identificou. Num sequestro que começo na noite do dia 18 e se encerrou no dia 20, quando o corpo foi encontrado, a versão da tortura só se sustenta quando se aceita a idéia de que, num prazo tão curto, Celso Daniel ainda teria sido levado para um segundo cativeiro, com chão sólido o suficiente para permitir que as balas ricocheteassem. Ninguém ouviu falar sobre este cativeiro nem sabe aonde fica. Sem ele, não pode ter havido a tortura.
O que você acha?









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