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quarta-feira, 4 de junho de 2008

Israelense suspeito de agredir crianças é preso; PF diz que CIP alertou judeus

O israelense Elior Noam Hen foi preso na noite de ontem (3) em uma ação conjunta da PF (Polícia Federal) e da Interpol (polícia internacional), no bairro do Bom Retiro, no centro de São Paulo. Ele é acusado, em Israel, de ter sistematicamente agredido e orientado pais a agredir crianças em nome da disciplina. A presença dele no Brasil foi noticiada pelo programa "Domingo Espetacular", da TV Record.

Não há detalhes sobre as circunstâncias da prisão de Hen.

Embora a PF trate a ação como prisão, um homem que se identificou como advogado de Hen, Ariel Atari, afirmou ao jornal israelense "Haaretz" que foi o suspeito quem se entregou às autoridades brasileiras devido à pressão feita pela comunidade israelense e pela imprensa.

De acordo com a PF, a CIP (Congregação Israelita Paulista) alertou representantes religiosos e cidadãos da comunidade judaica das suspeitas e do fato de que Hen estaria indo a uma sinagoga localizada no Bom Retiro. Em seu alerta, ainda segundo a PF, a CIP proibia os cidadãos de dar abrigo ou acobertar o suspeito.

A reportagem entrou em contato com a CIP. A assessoria de imprensa da entidade informou desconhecer o caso.

Suspeitas

Conforme a PF, o homem, que se autodenomina rabino, é conhecido como Elior Noam Hen e também como Eliyahu Abuhazira. Ele é suspeito, em Israel, de torturar crianças com a finalidade de "expulsar o demônio de seus corpos". Um porta-voz da polícia israelense disse à Folha Online que a suspeita é a de que Hen, a mulher e os quatro filhos tenham deixado Israel com destino ao Canadá e, posteriormente, vindo ao Brasil.

No último dia 5 de abril, o STF (Supremo Tribunal Federal) expediu uma ordem de prisão preventiva para extradição de Hen pelos crimes de tortura contra crianças.

No dia 26 de maio, a mulher e os filhos do suposto rabino foram encontrados pela Interpol e levados à Vara da Infância e Juventude da Capital. Diante das acusações, o juiz apreendeu as crianças sob o argumento de "resguardar as integridades físicas e psicológicas" delas. O "Haaretz" informa que as crianças foram devolvidas à mãe dois dias depois e que, com isso, os cinco viajaram para a Bélgica.

Segundo o jornal israelense, o autodenominado rabino orientava os seus seguidores a "bater, queimar, empurrar e sacudir" as crianças. Pelo menos uma das mães que teria dado ouvidos a Hen está presa. O "Haaretz" diz que ela é suspeita de obrigar os filhos a comer fezes e a permanecer trancados em uma mala por alguns dias. Um dos filhos dela está em coma.

Preso, Hen foi encaminhado à carceragem da PF, onde aguardará o julgamento do pedido de extradição feito pelo governo de Israel.

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