[Valid Atom 1.0]

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Em discursos alinhados, Obama e Hillary defendem relações com Israel

da Folha Online

Em discursos feitos no Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense (Aipac, na sigla em inglês), em Washington, os senadores Barack Obama e Hillary Clinton defenderam as relações dos EUA com Israel. Obama disse que, se eleito, fará "todo o possível" para "garantir a segurança de Israel" e "dará fim à ameaça" do Irã. Já Hillary disse que a posição dos EUA não é negociável. "E os EUA ficarão com Israel agora e sempre", afirmou.

Os discursos foram feitos um dia após Obama ter se declarado o candidato democrata para disputar a Presidência dos Estados Unidos nas eleições gerais de novembro, em que deve enfrentar o republicano John McCain. Apesar de Obama ter conseguido, segundo projeções, os 2.118 delegados necessários para obter a nomeação, Hillary não desistiu.

Charles Dharapak/AP
O provável candidato democrata Barack Obama durante discurso a judeus em Washington
O provável candidato democrata Barack Obama durante discurso a judeus em Washington

"Não há ameaça maior para Israel ou para a paz e a estabilidade da região [do Oriente Médio] que o Irã. A ameaça iraniana é grave, e meu objetivo como presidente será eliminá-la", disse Obama.

Nas declarações, Obama falou ainda sobre as negociações de paz no Oriente Médio. Segundo ele, os israelenses entendem que a segurança verdadeira só pode existir se houver paz.

"Por isso, faremos todos o possível para que Israel e os países da região a alcancem. A paz é do interesse nacional dos EUA, de Israel e da ANP (Autoridade Nacional Palestina). Como presidente, ajudarei na manutenção de dois Estados --um israelense e um palestino, vivendo lado a lado. Me comprometo, desde o início de minha administração, a trabalhar para isso".

"Os palestinos precisam de um Estado independente, mas é preciso também preservar o Estado de Israel. Jerusalém deve continuar sem divisões, e a ser a capital de Israel", disse Obama.

Ele disse também que é preciso isolar o grupo radical islâmico Hamas, que administra a faixa de Gaza desde junho de 2007. "Não há espaço para negociações com terroristas. Não aceitaremos [o Hamas] antes que eles reconheçam Israel e renunciem à violência", afirmou.

"Não tenho ilusões de que a paz será fácil, ela precisará de decisões fortes de ambos os lados. Mas palestinos e israelenses querem a paz, e os EUA devem ajudar neste processo, para deter o vácuo causado pela violência na região", disse ainda Obama.

Nas declarações, Obama criticou o provável candidato republicano, John McCain, pela política que defende para a Guerra do Iraque. "Precisamos mudar a nossa política para a região. Em 2002, já sabíamos que o Irã era uma ameaça para Israel, que tinha armas nucleares, mas ignoramos essa ameaça. Esse foi o principal motivo pelo qual fui contra a invasão do Iraque, porque acreditava que isso daria força para o extremismo na região", afirmou o democrata.

Hillary

Já Hillary, ao discursar, afirmou que a relação entre os EUA e Israel será mantida caso o próximo presidente seja democrata. "E sei que [Barack] Obama sabe o que é isso, sei que ele será um bom amigo para Israel", afirmou.

Charles Dharapak/AP
Hillary discursa no Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense
Hillary discursa no Comitê de Assuntos Públicos Americano-Israelense

Hillary também elogiou Obama, e afirmou possuir os mesmas visões que o senador. "Eu sei que Obama compartilha meus pontos de vista e o próximo presidente precisa dizer ao mundo que sua posição não é negociável. E os EUA ficarão com Israel agora e sempre".

A senadora criticou o governo do presidente George W. Bush e afirmou que o provável candidato republicano à Casa Branca, John McCain, continuaria com as mesmas "políticas erradas" da atual administração, que "fazem do Oriente Médio um lugar mais perigoso".

"Deixem-me ressaltar que nós precisamos de um democrata na Casa Branca no próximo ano porque os desafios do século 21 não são somente de Israel, mas da América também. (...) O presidente Bush nos moveu na direção errada e McCain continuará a fazer do Oriente Médio um local mais perigoso com as mesmas políticas erradas para o Iraque".

"A campanha de terrorismo do Hamas tem tirado a vida de milhares de inocentes, sem nenhuma indicação de paz. Até que o Hamas renuncie às armas e reconheça Israel, negociar com eles é inaceitável para os EUA", afirmou ela.

Mantendo a mesma linha de discurso de Obama, Hillary também condenou o Irã. Segundo a senadora, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad "arma o Hamas e o terrorismo do Hizbollah [grupo extremista islâmico libanês] para destruir Israel". Ela ameaçou o país dizendo que "se o Irã utilizar armas nucleares contra Israel, deve saber quais serão as conseqüências".

Cenário

Nesta quarta-feira, Obama se volta para a tarefa de tentar unificar o partido para uma disputa de cinco meses com McCain. Ontem à noite, durante o discurso, Obama fez vários elogios a Hillary e disse que ela será "central" na vitória democrata. "Nosso partido e nosso país estão muito melhor por causa dela, e eu sou um candidato melhor por ter tido a honra de competir com Hillary Rodham Clinton."

03.jun.2008/Efe/AP
Montagem mostra os democratas Hillary Clinton e Barack Obama após as votações nos Estados de Montana e Dakota do Sul
Montagem mostra os democratas Hillary Clinton e Barack Obama após as votações nos Estados de Montana e Dakota do Sul

De acordo com projeção da rede de TV CNN, Obama ultrapassou a marca mínima necessária de 2.118 delegados que precisava para garantir a nomeação do Partido Democrata na convenção que será realizada em agosto.

A emissora chegou ao número somando os delegados eleitos comprometidos com o senador e os superdelegados que anunciaram o endosso. No entanto, o apoio dos superdelegados somente será oficializado durante a Convenção Nacional Democrata, em agosto.

Até o momento, segundo a CNN, Obama possui o apoio oficial de 1.763 delegados eleitos, contra 1.640 da rival Hillary Clinton. Na soma de delegados e superdelegados, Obama tem 2.158 e Hillary, 1.926.

Os cinco meses de prévias democratas terminaram ontem com votações nos Estados de Montana e Dakota do Sul, os últimos a realizarem as primárias e que colocavam em jogo 31 delegados. Obama venceu em Montana, e Hillary ganhou em Dakota do Sul.

Apesar de Obama se declarar o candidato democrata, Hillary não concedeu a derrota e disse que consultaria os líderes do partido e apoiadores para determinar qual seria seu próximo passo. No discurso desta quarta-feira, Hillary não deu nenhum sinal de que decisão poderia tomar.

"Eu estou comprometida com a união do nosso partido para que possamos nos mover adiante mais fortes e mais prontos que nunca para tomar de volta a Casa Branca em novembro", disse Hillary. Apesar das afirmações, ela não fez nenhuma proposta a Obama.

Com agências de notícias

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: