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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tenente ligado ao caso Isabella se mata após ser acusado de integrar rede de pedofilia

Ele foi descoberto como um dos 600 clientes de agenciador de crianças.
O policial atendeu a chamado para socorrer a menina Isabella Nardoni.
Do G1, com informaçoes do SPTV e do Jornal Nacional

Uma operação policial teve desfecho trágico nesta sexta-feira (30), em São Paulo. A investigação da Polícia Civil era sobre uma rede de pedofilia.

Veja o site do Jornal Nacional

Veja o site no SPTV

Um dos integrantes da quadrilha foi preso na semana passada. O outro, um oficial da Polícia Militar, se matou em casa, no momento em que um mandado de busca e apreensão era cumprido em seu apartamento.

No computador do chefe da rede de pedofilia, a polícia encontrou uma lista com 600 nomes que agora serão investigados. Segundo as investigações, o tenente Fernando Neves era cliente da quadrilha que agenciava encontros de pedófilos com menores de idade.

Foto: Reprodução/TV Globo
Reprodução/TV Globo
Alexandre Nardoni e Braz no dia da morte de Isabella (Foto: Reprodução/TV Globo)

O rosto de Fernando Neves foi visto várias vezes nos últimos dois meses. Ele foi um dos policiais militares que atenderam à ocorrência do crime que chocou o país, o da menina Isabella. É ele quem aparece ao lado de Alexandre Nardoni, pai de Isabella, em frente ao edifício London, logo depois que a menina foi jogada do sexto andar.

O tenente era comandante da Força Tática da área. E chefiou a busca de um suposto ladrão no prédio. Dias depois, o próprio tenente detalhou a operação. "Foi feita uma varredura minuciosa nos mínimos detalhes, foi feito cerco no quarteirão, nos travamos elevadores, ninguém entrou, ninguém saiu e varremos todo prédio", disse ele, à época.
Apesar de ser acusado de pedofilia, todos os dados oficiais do processo do caso Isabella mostram que o tenente Neves não teve nada a ver com a autoria do crime. Ele estava a serviço, em outro lugar, com três policiais, quando recebeu o chamado pelo rádio do carro avisando que a menina tinha sido atirada pela janela.

E, quando chegou ao edifício London, vários colegas já se encontravam no local. Em um relatório reservado feito a pedido da delegada que comandou as investigações, o coronel comandante da Polícia Militar João dos Santos de Souza, informa que os soldados Jonaldo Ramos de Almeida e Josenilson Pereira do Nascimento foram a pé ao edifício porque estavam na corregedoria da PM, que fica ao lado do prédio.

Pouco mais de um minuto depois as viaturas da área chegaram ao local.

No depoimento que prestou, o PM Josenilson confirmou que no dia do crime, ele e Jonaldo correram até o edifício, e ele pôde perceber que não havia policiais ainda por ali. O corregedor da polícia descarta qualquer possibilidade de envolvimento do policial com a morte da menina.

Rede de pedofilia

A prisão do operador de telemarketing Márcio Aurélio Toledo, de 36 anos, foi feita depois que uma testemunha procurou a polícia assustada com os diálogos que presenciou em salas de bate-papo sobre sexo na internet. As investigações, que começaram há três meses, levaram a uma casa em Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo, onde mora Toledo.


A polícia encontrou no computador e no aparelho celular dele fotos que mostram sexo explícito envolvendo crianças. Também foram encontrados bichos de pelúcia e outros brinquedos, como bonecos de super-heróis, além de roupas infantis e preservativos.

Com base em escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, a polícia diz que o operador de telemarketing aliciava crianças e marcava encontros entre elas e os pedófilos na casa dele. Ele foi preso no último fim de semana.

A polícia pretendia prolongar o tempo de investigação sobre o caso, mas ficou apreensiva ao perceber que outras crianças corriam risco de cair na rede de pedofilia. Alguns clientes já foram identificados.





Leonardo Guandeline e Wagner Gomes, O Globo Online

O tenente Neves, ao lado de Alexandre Nardoni, era um dos acusados de pedofilia - Reprodução TV Globo

SÃO PAULO - O tenente da Polícia Militar Fernando Neves Brás, que atendeu o caso da menina Isabella Nardoni , de 5 anos, arremessada de um edifício na zona norte da cidade, se matou com um tiro após ser acusado de integrar uma rede de pedofilia. O tenente foi um dos primeiros a chegar ao edifício London e comandou as buscas a um possível ladrão que teria entrado no apartamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá e assassinado Isabella. A Corregedoria da PM informou que não existe ligação entre a morte de Isabella e o fato de o tenente estar envolvido com pedofilia.

Segundo a Corregedoria, há registro que o tenente chegou ao local do crime 15 minutos após a menina ter sido jogada. Os dois primeiros PMs a chegarem ao local foram Jonaldo Santos de Almeida e Josenilson Nascimento. Eles seguiram a pé de uma base da PM montada na Rua Santa Leocádia, mesmo endereço do Edifício London, até o local do crime. Ambos negaram que havia no local policiais militares, que só chegaram alguns minutos depois.

A Polícia Civil descobriu a rede de pedofilia após ter pedido autorização judicial para realizar escutas telefônicas. A investigação mostrou que o operador de telemarketing Marcio Aurélio Toledo, de 36 anos, usava sua casa em Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, para intermediar encontros entre pessoas que ele conhecia em chats de bate-papo da internet com crianças de 7 a 12 anos. Márcio foi preso na última sexta-feira após três meses de investigações do setor de inteligência da 5ª Seccional da Polícia Civil (Leste).

De acordo com o delegado André Pimentel, o operador de telemarketing primeiro ganhava a confiança dos interessados pela internet e só depois telefonava marcando os encontros em sua residência. Márcio montou uma espécie de 'brinquedoteca' para atrair as crianças. Foram apreendidos na casa dele diversos ursinhos de pelúcia, carrinhos e bonecas, além de um DVD contendo imagens de crianças nuas, uma espécie de 'book' que ele apresentava aos clientes. Não se sabe se Márcio cobrava pelo serviço. A polícia ainda está investigando como ele aliciava as crianças. Existe, segundo a polícia, a suspeita de que até sobrinhos e amigos deles tenham sido cooptados pelo operador de telemarketing.

" A Corregedoria da Polícia Militar informou que não existe envolvimento do policial militar com a morte de Isabella Nardoni "

- Recebemos uma denúncia do esquema e pedimos à Justiça quebra do sigilo telefônico. Através de interceptações telefônicas chegamos ao operador de telemarketing, que intermediava os encontros - disse o delegado André Pimentel.

As escutas telefônicas, segundo Pimentel, apontaram que uma das pessoas interessadas em manter relações sexuais com menores de idade era o tenente Fernando Neves Brás, do 5º Batalhão da Polícia Militar.

A polícia cumpriu nesta sexta-feira três mandados de busca e apreensão em residências visando apreender material que comprove a ligação dessas pessoas com a rede de pedofilia. Um dos mandados era para que os policiais entrassem no apartamento do tenente, localizado na Avenida Nova Cantareira, 599, zona norte de São Paulo.

Por volta de 9h, após conversarem com o policial no quartel onde ele trabalhava, policiais civis juntamente com o oficial superior de Brás, foram até a residência dele para apreender o computador. Antes de chegarem ao apartamento, o tenente foi desarmado. Mas, chegando à casa, os policiais foram surpreendidos quando o militar pegou um revólver que estava escondido na casa e deu um tiro na cabeça. Segundo a polícia, estava na residência também a esposa do tenente.

- Foi uma surpresa para a polícia, já que o tenente tinha sido desarmado - disse o delegado Pimentel. A morte aconteceu por volta de 9h30.

Uma vez confirmado o crime de pedofilia, o tenente seria expulso da corporação. Além disso, ele seria responsabilizado pelo crime de pedofilia, cuja pena vai de 2 a 6 anos de prisão, segundo o delegado André Pimentel, da Seccional Leste.

O capitão Marcelino Fernandes, porta-voz da Corregedoria da Polícia Militar, descartou envolvimento do tenente com a morte de Isabella. Ele disse que há registro de que o tenente estava de serviço desde o início da tarde de 29 de março (quando Isabella morreu) acompanhado de outros três policiais. O tenente foi um dos primeiros a chegar ao prédio.

- O tenente estava em uma viatura na Avenida Júlio Buono com outros três policiais quando recebeu, às 23h55m, o chamado para atender o incidente no Edifício London. O carro dele foi o terceiro a chegar ao local, às 0h05m. O policial Fernando Neves estava trabalhando desde às 17h30m naquele dia - disse o capitão Marcelino.

O operador de telemarketing Márcio Toledo aliciava as crianças - Foto de Segio Barzaghi/DISP

De acordo com o capitão, um grupo de policiais da Corregedoria, que fica bem ao lado do prédio, foi o primeiro a chegar ao local, logo após Isabella ter sido arremessada pela janela. Em seguida, chegou uma viatura com um sargento e um auxiliar e depois o tenente Fernando Neves. Os avós paternos da menina já estavam no prédio.

- Ele não tem qualquer envolvimento com o caso, a não ser que a defesa da família Nardoni queira colocá-lo como suspeito. O tentente, de 34 anos, estava na polícia há 11 anos e nunca se envolveu em problemas, tanto que era o comandante da Força Tática Noturna do 5º Batalhão - disse.

Um outro mandado foi cumprido no interior do estado de São Paulo, na residência de parentes do policial militar. Um terceiro mandado foi cumprido na capital paulista.

O setor de inteligência da Polícia Civil ainda não sabe precisar quantas pessoas estariam envolvidas no esquema. As investigações continuam e a prisão preventiva do operador de telemarketing, que está detido no 77º Distrito Policial (Santa Cecília), já foi solicitada.

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