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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Brasil tem 34,5 milhões de pessoas sem esgoto em áreas urbanas

Percentual de negros sem acesso a saneamento é quase o dobro do de brancos.
Outras 13,2 milhões de pessoas vivem em cortiços nas cidades, mostra Ipea.
Fausto Carneiro Do G1, em Brasília

Cruzamento de dados feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com informações do IBGE revela que 34,5 milhões de brasileiros moradores de áreas urbanas não têm acesso a coleta de esgoto e que 8,5% da população das cidades vivem em cortiços, com mais de três habitantes por cômodo.

Os negros e pardos são as maiores vítimas da falta de saneamento. O percentual de negros e pardos que moram em cidades e que não contam com rede de saneamento básico é quase o dobro do de brancos na mesma situação (35,9% contra 18,7%.).

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Foto: Editoria de Arte/G1
Editoria de Arte/G1

O levantamento mostra, entretanto, uma melhora geral em relação às pessoas que têm acesso aos serviços simultâneos de saneamento (água, esgoto e coleta de resíduos). Em 2001, 70% dos moradores de áreas urbanas tinham serviços de saneamento; em 2006, esse número subiu para 73,2%.

Apesar da redução superior a 5 pontos percentuais de domicílios sem saneamento básico na região Norte e de mais de 2 pontos na Centro-Oeste em relação a 2001, mais da metade da população urbana dessas duas regiões não tem acesso ao serviço (59,5% na Norte e 53,1% na Centro-Oeste).

A região Sudeste é a de melhor desempenho nos dados, com 10,7% da população sem acesso a saneamento básico. Na média geral do Brasil, um em cada quatro moradores de cidades (26,8%) não tem rede de saneamento domiciliar.

Segundo a pesquisadora do Ipea Maria da Piedade, o Brasil deve atingir em breve a meta estabelecida pela ONU nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio sobre a cobertura de acesso à água potável. Atualmente, 91% da população urbana têm acesso a água canalizada. A meta estabelecida é de 91,2% até 2015.

O acesso à rede de esgoto por rede geral ou fossa séptica nas áreas urbanas pode levar ainda seis anos para atingir a meta de reduzir à metade o acesso permanente ao serviço, se for mantido o ritmo de crescimento verificado entre 2001 e 2006 foi de 0,85 ponto percentual ao ano. Considerado apenas o atendimento por rede geral de esgoto, entretanto, o país levaria até três décadas para atingir o objetivo.


Foto: Editoria de Arte/G1
Editoria de Arte/G1
Aluguel e cortiços
Os dados cruzados do Ipea mostram que ainda há 13,2 milhões de pessoas que vivem em cortiços em áreas urbanas. O levantamento considera as residências com mais de três pessoas por cômodo.

A região Norte novamente é a que conta com os piores indicadores –do total de habitantes urbanos, 15,1% vivem em cortiços. A região Sul é a que menos tem pessoas em residências superlotadas: apenas 4,5% da população urbana.

Os dados também mostram que 5,1 milhões de residentes urbanos gastam mais de 30% da renda mensal com aluguel. A maior concentração está nas metrópoles das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

O Ipea apresenta a análise dos microdados da Pnad 2006 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE nesta sexta-feira (30) no seminário "Políticas Sociais e Saneamento Básico: as experiências brasileira e indiana", em Brasília, a partir das 9h.

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