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quarta-feira, 28 de maio de 2008

A luta contra o crime, numa visão brasileira

Fox estréia dia 10 a série policial ‘9mm: São Paulo’

Ana Paula Verly

São Paulo

No embalo da enxurrada de produções policiais estrangeiras de sucesso, como Nova York contra o crime, CSI, The Shield e Lei & ordem, a Fox leva ao ar, dia 10, seu equivalente em minissérie, 9mm: São Paulo. Primeiro seriado produzido pelo canal americano integralmente no Brasil, o programa é baseado no best-seller do jornalista Carlos Amorim, Comando Vermelho, de quem partiu a idéia. Inspirados em histórias reais, os quatro episódios mostram o cotidiano de cinco policiais da Divisão de Homicídios de São Paulo, às voltas com investigações, tiros, palavrões, corpos, dilemas morais e demais circunstâncias do universo do crime.

– Foi um projeto de dois anos para levar à TV a realidade da polícia brasileira e, mais do que isso, da DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) – explica o produtor Roberto D’Ávilla, fã de seriados americanos, como todos os envolvidos na produção. – São personagens impotentes, que não conseguem ser os heróis que gostariam, por causa da escassez de recursos.

Nove meses de pesquisa

A partir do primeiro roteiro, foram mais nove meses de pesquisa com policiais reais para criar os episódios. Gravadas em alta definição, com a câmera na mão, as imagens têm ritmo rápido, para "colocar o público na cena".

– O espectador é quase um voyer, um avatar – diz o diretor Michael Ruman, admitindo semelhanças com as produções americanas.

As comparações param por aí. Que ninguém espere máquinas mirabolantes para desvendar crimes. Para o roteirista Newton Cannito, seria falso copiar CSI, por exemplo, devido ao grau de aprimoramento científico da polícia americana:

– A tecnologia é o cérebro dos investigadores, o que os faz bater na impossibilidade de desvendar e, muitas vezes, até de prender quando o caso já foi desvendado – teoriza.

A equipe presente ontem à entrevista nega referências ao conteúdo de produtos recentes envolvendo violência urbana, como o longa Tropa de elite, uma vez que este aborda a elite da Polícia Militar do Rio, e não uma unidade da Polícia Civil de São Paulo.

– Nosso trabalho começou um ano e dois meses antes de Tropa – ressalta D’Ávilla.

Cem atores estão no elenco. Norival Rizzo, premiado com o Shell de Melhor Ator em 2007, é Horácio, investigador veterano, de hábitos autoritários e violentos, que entrará em conflito com 3P (Nicolas Trevjano), lutador de jiu-jitsu, 30 anos, bom caráter e que está na polícia atraído pela adrenalina da profissão. Na equipe há ainda Tavares (Marcos Cesana), novato de condutas duvidosas; e Luisa (Clarissa Kiste), moralista, dedicada e mãe solteira. Todos se reportam ao delegado Eduardo (Luciano Quirino), com mestrado em direitos humanos e grande prestígio, cujo "trabalho é dar assunto para as páginas policiais do jornais".

A série será exibida às terças, às 22h. A Fox já produz, para a primeira temporada, mais nove capítulos, que irão ao ar em março ou abril de 2009 no Brasil e, depois, em outros países da América Latina. Diretora de programação e produção da Fox, Kátia Murgel garante que a iniciativa de produzir a série no Brasil segue uma tendência de produção local na América Latina, devido ao aumento do número de canais a cabo.

– É uma conseqüência natural do amadurecimento da TV fechada. A gente se deu conta de que o conteúdo poderia ficar escasso e que seria capaz de produzir para suprir essa carência – explica.

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