O Globo OnlineEFE
BOGOTÁ - A última mensagem escrita por Manuel Marulanda Vélez, o "Tirofijo", líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) cuja morte foi anunciada no fim da semana passada, fala de uma suposta oferta de dinheiro à guerrilha esquerdista feita pelo governo da Venezuela. A mensagem eletrônica foi escrita para os outros seis membros da cúpula das Farc. Na terça-feira, o Exército da Colômbia ofereceu uma recompensa por informações que permitam localizar o cadáver do fundador da guerrilha.
Fotogaleria: por dentro das FarcO documento, uma das descobertas no computador de "Raúl Reyes", apelido de Luis Edgar Devia, considerado o segundo das Farc até sua morte em 1º de março em uma operação do Exército da Colômbia em território equatoriano. O e-mail é datado de 20 de novembro de 2007, segundo informou nesta terça-feira o jornal "El Tiempo".
Na mensagem, Pedro Antonio Marín (nome verdadeiro de Marulanda), fez alusão a uma reunião que Luciano Marín Arango, o "Iván Márquez", teria mantido em 8 de novembro com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a senadora opositora colombiana Piedad Córdoba. "Iván Márquez" é membro da cúpula da guerrilha.
Ao mencionar a suposta oferta de dinheiro para as Farc por parte da Venezuela, Marulanda comenta que o "objetivo consiste em melhorar e consolidar relações de boa vizinhança".
O objetivo, acrescenta o líder guerrilheiro no e-mail, é "um complemento do plano estratégico com o aporte" dos supostos US$ 300 milhões que a Venezuela teria oferecido à organização esquerdista.
Marulanda ressalta a necessidade de esclarecer se a quantia é oferecida na qualidade de "empréstimo" ou "solidariedade", e diz ter a impressão de que Chávez, a quem se refere como "o homem", "está interessado em financiar a causa bolivariana das Farc para fortalecer seu projeto geopolítico em vários países", segundo "El Tiempo".
Colômbia oferece recompensa por cadáver
Na terça-feira, o Exército ofereceu uma recompensa por informações que permitam localizar o cadáver, já que as Forças Armadas não descartam a possibilidade de que Marulanda tenha morrido nos intensos bombardeios realizados desde o fim de fevereiro até o começo de abril em uma extensa área de selva e montanhas no sul do país.
- Indiscutivelmente que se converte em um objetivo para nós (o cadáver), em uma tarefa - disse o comandante do Exército, general Mario Montoya.
- Estamos precisamente com as tropas na área, já receberam instrução do Comando Geral para oferecer uma recompensa, um pagamento de uma informação à pessoa que nos leve e nos indique onde foi enterrado, seria importantíssimo para nós podermos fazer o reconhecimento desse cadáver - afirmou.
A mãe e a irmã da ex-parlamentar Ingrid Betancourt, seqüestrada pelas Farc, pediram na segunda-feira que o novo líder da guerrilha, Alfonso Cano, mude a política do grupo e liberte a refém . Porém, nesta terça-feira, o marido de Ingrid, Juan Carlos Lecompte, disse que a morte de Marulanda não vai abrandar as Farc e que não representa mais esperança para os reféns e os seus familiares. ( Leia um perfil de Cano )
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