Por Marisa Moretti em 27/5/2008 | |
Muito já foi dito a respeito do sensacionalismo e do oportunismo demonstrado pela imprensa ao tratar o caso de assassinato da menina Isabella Nardoni. A tragédia foi transformada em folhetim, com direito a capítulos diários e com a vantagem de não ser exclusividade de uma emissora de TV, mas de todo e qualquer veículo de comunicação interessado em uns pontinhos a mais na audiência. Após a prisão preventiva do pai e da madrasta da criança, acusados pelo crime, a mídia parecia ter conseguido seu final feliz e parou de explorar o caso com tanta avidez. Mas sempre há aqueles que têm prazer em cutucar feridas não cicatrizadas e mais uma vez a história veio à tona. A Rede Record de Televisão aproveitou o programa jornalístico Domingo Espetacular (domingo, 25/5) para tocar neste assunto novamente e de forma totalmente predatória. Falta de respeito A principal reportagem do programa era uma entrevista com o legista George Sanguinetti, que atuou no caso da morte de Paulo César Farias e foi contratado pela defesa do casal Nardoni. A equipe de reportagem da Record conduziu a reportagem de forma inescrupulosa, mostrando, sem nenhum disfarce, cópias das imagens de Isabella Nardoni morta. Apesar de os documentos estarem nas mãos dos legistas, o operador de câmera e o editor da matéria fizeram questão de apresentá-los ao público. Esta é uma demonstração da falta de respeito do jornalismo brasileiro ao conduzir este caso. Foi uma falta de respeito com o público, com a criança e com sua família. A exposição das imagens da menina era o que faltava para que a ética fosse abandonada completamente em nome da audiência. |
quarta-feira, 28 de maio de 2008
A falta de escrúpulos do jornalismo brasileiro
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