[Valid Atom 1.0]

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Norte e Nordeste sinalizam acordo sobre ICMS, diz Mantega


Em reunião com a presidente Dilma, governadores dos estados de ambas as regiões mostraram-se dispostos a apoiar reforma

ministro da Fazenda, Guido Mantega

Mantega tentou reforçar compromisso do governo com meta de superávit (Renato Araújo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, revelou nesta quarta-feira que os governadores do Norte e do Nordeste sinalizaram, em café da manhã com a presidente Dilma Rousseff, que estão de acordo com a proposta de reforma tributária no que compete ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Acredito que, em pouco tempo, poderemos ter um acordo para a reforma do ICMS no Brasil", disse. "O objetivo é modernizar a tributação do ICMS e garantir que os Estados tenham mais capacidade de investimentos, principalmente os menos desenvolvidos".

Mantega afirmou que o governo está "focado" no ICMS. A intenção é, agora, reduzir as alíquotas do tributo nas operações interestaduais, para acabar com a guerra fiscal. "Essa reunião mostrou que há um acordo para fazer as mudanças e implementá-las num futuro próximo."

O ministro disse que, no café da manhã, os governadores apresentaram uma série de pedidos, entre eles uma linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos. Eles também pediram que o governo se empenhasse junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para rever uma decisão que reduziu os estímulos a empresas instaladas na Zona Franca de Manaus.

Execução orçamentária – Mantega afirmou ainda que a execução orçamentária está ocorrendo de acordo com o planejamento feito pelo governo. Ele lembrou que o governo conseguiu superar a meta de superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida pública) estabelecida para o primeiro quadrimestre e que as despesas estão crescendo menos que a expansão nominal do Produto Interno Bruto (PIB). "Estamos cumprindo a meta de contenção de despesa e vamos, até o final do ano, solidificando as contas públicas brasileiras. Vamos cumprir todos os parâmetros e compromissos que assumimos neste sentido", disse.

FMI – O ministro afirmou ainda que o governo brasileiro vai esperar a sabatina nas próximas semanas dos dois candidatos à direção do Fundo Monetário Internacional (FMI) antes de anunciar apoio a uma das candidaturas. Em entrevista no Planalto, Mantega disse que o voto vai levar em conta o compromisso do candidato em manter o processo de mudanças estruturais da instituição. "Vamos nos basear no compromisso que eles tiverem com as reformas. Os países emergentes ainda têm menos votos que os avançados. A mudança acionária tende a acompanhar o crescimento do PIB dos países", disse.

Segundo ele, a sabatina dos candidatos contará com a participação de 24 diretores do FMI e ocorrerá na próxima semana. Os candidatos ao cargo de diretor-gerente do FMI são a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Central do México, Agustín Carstens.

(com Agência Estado)

Região Norte do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
NoFonti.svg
Este artigo ou secção cita fontes fiáveis e independentes, mas elas não cobrem todo o texto.
Por favor, melhore este artigo providenciando mais fontes fiáveis e independentes, inserindo-as em notas de rodapé ou no corpo do texto, nos locais indicados.
Encontre fontes: Googlenotícias, livros, acadêmicoScirus

Região Norte do Brasil
Localização
Região Geoeconômica Amazônica
Estados Acre
Amapá
Amazonas
Pará
Rondônia
Roraima
Tocantins
Características geográficas
Área 3 869 637,9 km²
População 15.865.678 hab. IBGE/2010
Densidade 3,77 hab./km²
Indicadores
IDH médio 0,764 médio PNUD/2005[1]
PIB R$ 133 578 391 000 IBGE/2007 [2]
PIB per capita R$ 9 135 IBGE/2007 [2]

A Região Norte é uma das cinco regiões brasileiras, sendo a mais extensa delas, com uma área de 3.869.637. Formada por sete estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. A Região Norte está localizada na região geoeconômica da Amazônia entre o Maciço das Guianas (ao norte), o planalto Central (ao sul), a Cordilheira dos Andes (a oeste) e o oceano Atlântico (a nordeste). Na região predomina o clima equatorial com exceção do norte do Pará, do sul do Amazonas e de Rondônia onde o clima é tropical.

Na Região Norte está localizado um importante ecossistema para o planeta: a Amazônia. Além da Amazônia, a região apresenta uma pequena faixa de mangue (no litoral) e alguns pontos de cerrado, e também alguns pontos de matas galerias.

Aprender as características físicas de uma região depende, em grande parte, da capacidade de dedução e observação: na Região Norte, a latitude e o relevo explicam a temperatura; a temperatura e os ventos explicam a umidade e o volume dos rios; e o clima e a umidade, somados, são responsáveis pela existência da mais extensa, variada e densa floresta do planeta, ou seja, a Floresta Amazônica ou Hileia.

Possui uma área de 3.659.637,9 km², que corresponde a 42,27% do território brasileiro, sendo a maior região brasileira em superfície. Nesta região estão localizados o maior e o segundo maior estado do Brasil, respectivamente Amazonas e Pará, e também os três maiores municípios do Brasil em área territorial, Altamira, Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, possuem cada um mais 100.000km², tal extensão tem a área superior a aproximadamente 105 países do mundo, um a um, e ainda maior que os estados de Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.

Índice

[esconder]

[editar] História

Casa de caboclo na beira do rio.

Os primeiros habitantes da Região Norte, como no resto do Brasil, foram os indígenas, que compartilhavam uma diversificada quantidade de tribos e aldeias, do período pré-colombiano até a chegada dos europeus.

Os espanhóis, entre eles, Francisco de Orellana, organizaram expedições exploradoras pelo rio Amazonas para conhecer a região. Após longas viagens ao lado de Francisco Orellana, Gonzalo Hernández de Oviedo y Valdés, escreveu em Veneza, uma carta ao cardeal Pedro Bembo, exaltando a fauna e a flora existentes na região até certa época.

Em 1616 chegaram os portugueses. Eles construíram fortes militares para defender a região contra a invasão de outros povos. Os portugueses também se interessaram pelas riquezas da Floresta Amazônica.

A região também foi parte de caminhos do Movimento das Bandeiras.

Os missionários vieram para a região à procura de índios para catequizar. Eles reuniam os índios em aldeias chamadas missões. As missões deram origem a várias cidades.

Os brasileiros de outros estados, principalmente nordestinos, vieram para a Região Norte a fim de trabalhar na extração da borracha.

Muitas famílias japonesas vieram trabalhar nas colônias agrícolas. Os japoneses iniciaram a plantação da pimenta-do-reino e da juta.

Durante as décadas de 60, 70 e 80, os governos militares implantaram um grande plano de integração dessa região com as demais regiões do Brasil, incluindo a construção de várias rodovias (como a rodovia Transamazônica), instalação de indústrias e a criação da zona franca de Manaus.

[editar] Povoamento

Nestas terras colonizadas por portugueses, onde viria a se tornar um país chamado Brasil, já havia populações humanas. Não sabemos exatamente de onde vieram, apenas que são povos nativos por estarem aqui antes da ocupação europeia. Certos grupos de brasileiros que atualmente vivem no território estão vinculados historicamente a esses primeiros povos. Os remanescentes dos primeiros habitantes do que é hoje o Brasil tem uma longa história que começou a se diferenciar daquela da civilização ocidental ainda na chamada pré-história (Com fluxos migratórios do Velho Mundo para as Américas, ocorridos há dezenas de milhares de anos) a história deles voltou a se aproximar da nossa há cerca apenas de 500 anos (com a chegada dos portugueses). Como todo grupo humano, os povos indígenas tem cultura que resultam da história de relações que se dão entre os próprios homens e entre estes e o meio ambiente; uma história que no caso dos índios foi drasticamente alterada pela realidade da colonização.

A divisão territorial em países não coincide, necessariamente, com a ocupação indígena do espaço geográfico; em muitos casos, há povos que vivem dos dois lados de fronteiras internacionais, criadas muito depois de eles já estarem na região. Os habitantes da Amazônia, desde o início da colonização do século XVII até os presentes dias, dedicaram-se a atividades extrativistas e mercantilistas, inserindo entre 1840 e 1910, o monopólio da borracha, principalmente no Amazonas e Acre. Todo esse processo de colonização gerou mudanças como a redução da população indígena, aumento da identidade cabocla, mestiçagem entre brancos, negros e indígenas, redução de espécies de plantas e animais e outras consequências.

Vários personagens surgiram da miscigenação de povos que trabalharam nas terras amazônicas como os caboclos, os ribeirinhos, os seringueiros e o balateiros, que até hoje residem no local e constituem a maior parte da população.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Amazônia passou a integrar o processo de desenvolvimento nacional. A criação do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) em 1952, a implantação das agências de desenvolvimento regional como a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) em 1966 e a Zona Franca de Manaus, em 1967, passaram a contribuir no povoamento da região e na execução de projetos voltados para a região.

[editar] Geografia

Possui uma área de 3.659.637,9 km², que corresponde a 42,27% do território brasileiro, sendo a maior região brasileira em superfície. Nesta região estão localizados o maior e o segundo maior estado do Brasil, respectivamente Amazonas e Pará, e também os três maiores município do brasil em área territorial, Altamira,Barcelos e São Gabriel da Cachoeira ,possuem cada um mais 100.000km², tal extensão tem área superior a aproximadamente 105 países do mundo, um a um, e ainda maior que os estados de Alagoas, Sergipe, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos.

Limita-se ao sul com os estados de Mato Grosso e Goiás, além da Bolívia, a leste com o Maranhão, Piauí e a Bahia, a oeste com o Peru e com a Colômbia e a norte com Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.

A região norte é a mais extensa das regiões brasileiras. É também a região menos povoadas (com menos habitantes por quilômetro quadrado).

O relevo da Região Norte é constituído por três grandes unidades:

ou

[editar] Planícies e Terras Baixas Amazônicas

Foto de satélite de uma parte da Planície amazônica.

São genericamente conhecidas como Planície Amazônica, embora a verdadeira planície apareça apenas margeando o rio Amazonas ou em pequenos trechos, em meio a áreas mais altas. Esse compartimento do Brasil relevo divide-se em: igapós, tesos ou terraços fluviais e terra firme.

  • Igapós : Correspondem às áreas mais baixas, constantemente inundadas pelas cheias do rio Amazonas.
  • Tesos ou terraços fluviais (Várzeas): Suas altitudes são sempre inferiores a 30 metros, sendo inundados pelas cheias mais fortes.
  • Terra firme: Atinge altitudes de até 350 metros, estando livre das inundações. Ao contrário das várzeas e dos terraços fluviais, formados predominantemente pelos sedimentos que os rios depositam, a terra firme é constituída basicamente por arenitos.

[editar] Planalto das Guianas

O planalto das Guianas localiza-se ao norte da Planície Amazônica, sendo constituído por terrenos cristalinos. Prolonga-se até a Venezuela e as Guianas, e na área de fronteira entre esses países e o Brasil aparece a região serrana, constituída — de oeste para leste — pelas serras do Imeri ou Tapirapecó, Parima, Pacaraíma, Acaraí e Tumucumaque. É na região serrana que se encontram os pontos mais altos do país, como o pico da Neblina e o pico 31 de Março, na serra do Imeri, estado do Amazonas, inicialmente aferidos com instrumentos rudimentares de medição em 3.014 e 2.992 metros de altitude, respectivamente. Porém após o advento de instrumentos mais precisos para tal medição, como o GPS geodésico, esses valores foram corrigidos para 2.993m (Pico da Neblina) e 2.972m (Pico 31 de Março).[3] As medidas oficiais foram obtidas pelo Projeto Pontos Culminantes do Brasil.

[editar] Planalto Central

O planalto Central localiza-se ao sul da região abrangendo o sul do Amazonas e do Pará e a maior parte dos estados de Rondônia e do Tocantins. É constituído por terrenos cristalinos e sedimentares antigos, sendo mais elevado ao sul e no Tocantins.

[editar] Clima

Mapa climático da Região Norte do Brasil.

Algumas latitudes podem criar uma região com climas quentes e úmidos. A existência de calor e da enorme massa líquida favorecem a evaporação e fazem da Região Norte uma área bastante úmida. Dominada assim por um clima do tipo equatorial, a região apresenta temperaturas elevadas o ano todo (médias de 24°C a 26°C), uma baixa amplitude térmica, com exceção de algumas áreas de Rondônia e do Acre, onde ocorre o fenômeno da friagem, em virtude da atuação do La Niña, permitindo que massas de ar frio vindas do oceano Atlântico sul penetrem nos estados da região Sul, entrem por Mato Grosso e atinjam os estados amazônicos, diminuindo a temperatura. Isto ocorre porque o calor da Amazônia propicia uma área de baixa latitude que atrai massas de ar polar. Ocorrendo no inverno, o efeito da friagem dura uma semana ou pouco mais, quando a temperatura chega a descer a 6°C em Vilhena (RO), 12°C em Porto Velho (RO), 13°C Eirunepé (AM) e até 9°C em Rio Branco (AC).

O regime de chuvas na região é bem marcado, havendo um período seco, de junho a novembro, e outro com grande volume de precipitação, Dezembro a Maio. As chuvas provocam mais de 2.000 mm de precipitação anuais, havendo trechos com mais de 3.000 mm, como o litoral do Amapá, a foz do rio Amazonas e porções da Amazônia Ocidental.

A Região Norte apresenta o clima mais úmido do Brasil, sendo comum a ocorrência de fortes chuvas. São características da região.As chuvas de convecção ou de "hora certa", que em geral ocorrem no final da tarde e se formam da seguinte maneira: com o nascer do Sol, a temperatura começa a subir, ou seja, aumentar em toda a região, aquecimento que provoca a evaporação; o vapor de água no ar se eleva, formando grandes nuvens; com a diminuição da temperatura, causada pelo passar das horas do dia, esse vapor de água se precipita, caracterizando as chuvas de "hora certa".

[editar] Vegetação

Na Região Norte está localizado um importante ecossistema para o planeta: a Amazônia. Além da Amazônia, a região apresenta uma pequena faixa de mangue (no litoral) e alguns pontos de cerrado, e também alguns pontos de matas galerias.

Aprender as características físicas de uma região depende, em grande parte, da capacidade de dedução e observação: na Região Norte, a latitude e o relevo explicam a temperatura; a temperatura e os ventos explicam a umidade e o volume dos rios; e o clima e a umidade, somados, são responsáveis pela existência da mais extensa, variada e densa floresta do planeta, ou seja, a Floresta Amazônica ou Hileia.

Equivalendo a mais de um terço das reservas florestais do mundo, é uma formação tipicamente higrófila, com o predomínio de árvores grandes e largas (espécies latifoliadas), muito próximas umas das outras e entrelaçadas por grande variedade de lianas (cipós lenhosos) e epífitas (vegetais que se apoiam em outros). O clima da região, quente e chuvoso, permite o crescimento das espécies vegetais e a reprodução das espécies animais durante o ano todo. Isso faz com que a Amazônia tenha a flora mais variada do planeta, além de uma fauna muito rica em pássaros, peixes e insetos.

Mapa de vegetação da Região Norte do Brasil.

A Floresta Amazônica apresenta algumas variações de aspecto, conforme o local, junto aos rios, nas áreas permanentemente alagadas, surge a mata de igapó, com árvores mais baixas. Mais para o interior surgem associações de árvores mais altas, conhecidas como mata de várzea, inundadas apenas durante as cheias. As áreas mais distantes do leito dos rios, inundadas somente por ocasião das grandes enchentes, são chamadas de mata de terra firme ou caaetê, que significa mata (caa) de proporções grandiosas.

Se não considerarmos a devastação, mais de 90% da área da Região Norte é ocupada pela Floresta Amazônica ou equatorial, embora ela não seja a única formação vegetal da Amazônia. Surgem ainda: Campos da Hileia, em manchas esparsas pela região, como na ilha de Marajó e no vale do rio Amazonas; o cerrado, que ocupa grande extensão do estado do Tocantins e vastos trechos de Rondônia e Roraima, além da vegetação litorânea.

[editar] Hidrografia

A região apresenta a maior bacia hidrográfica do mundo, a bacia amazônica, formada pelo rio Amazonas e seus milhares de afluentes (alguns inclusive não catalogados). Em um de seus afluentes (rio Uamutã) está instalada a Usina Hidrelétrica de Balbina e em outro de seu afluente (rio Jamari) está localizada a usina Hidrelétrica de Samuel, construída na cachoeira de Samuel. Devido ao tamanho do rio Amazonas, foram construídos três portos durante o curso do rio. Um deles fica no Brasil, localizando-se em Manaus, estado do Amazonas.

A foz do rio Amazonas apresenta um dos fenômenos naturais mais impressionantes que existe, a pororoca, uma perigosa onda contínua com até 5m de altura, formada na subida da maré e que costumeiramente é explorada por surfistas.

Na foz do rio Amazonas encontra-se a ilha de Marajó, a maior ilha de água fluviomarinha do mundo, com aproximadamente 50.000 km², que também abriga o maior rebanho de búfalos do país. Está no guiness book/2005.

Além da presença da bacia amazônica, na região está localizada boa parte da bacia do Tocantins. Num de seus rios integrantes (rio Tocantins), está instalada a Tucuruí, uma das maiores usinas hidroelétricas do mundo.

Um fato interessante a respeito dessa bacia é a presença da ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo, localizada no estado do Tocantins. A ilha é formada pelo rio Araguaia e por um de seus afluentes, o rio Javaés.

[editar] Demografia

Mulheres indígenas do Pará.

Apesar de ser a maior região em termos superficiais, é a segunda menos populosa do Brasil, com 15 milhões de habitantes, a frente apenas da região Centro-Oeste. Isso faz com que sua densidade demográfica, 4,77 hab./km², seja a menor entre as regiões do país. Essa pequena densidade populacional na Região Norte e no Centro-Oeste faz com que elas sejam consideradas "vazios demográficos". Uma das principais razões para o "vazio" na Região Norte é a extensa área coberta pela Amazônia, que por ser um ecossistema de floresta densa, dificulta a ocupação humana.

A população da região está concentrada, sobretudo, nas capitais dos estados. As cidades mais populosas são Manaus, com 1,7 milhões de habitantes e Belém, com 1,4.

Manaus representa sozinha 10,89% da população de toda a Região norte do Brasil e 49,9% da população do Amazonas.[4]

[editar] Características da população

No período de 1970/2000, a população amazônica quase triplicou, evoluindo de aproximadamente 5,3 milhões de habitantes para 15,1 milhões de habitantes, em decorrência das elevadas taxas anuais de crescimento experimentadas, sempre superiores à média brasileira, mas que se mostram declinantes ao longo das três últimas décadas (4.38% a.a em 1980, 3,30% a.a em 1990 e 2,26% a.a em 2000) Essa tendência manifesta-se em quase todas as unidades federadas, à exceção do Amapá, que registrou taxas crescentes e elevadas de incremento populacional, que atingiu 5,71% a.a no interstício 1991/2000, e do Amazonas, que possui caso semelhante ao Amapá e registrou um crescimento populacional de 3,03% a.a no mesmo período, como resultado de fluxos migratórios em direção à esses estados.

A distribuição da população entre os estados mantém o seu perfil concentrador, embora mais atenuado, localizando-se cerca de 70% do total de habitantes em apenas dois estados: Pará e Amazonas. O Pará, sozinho, corresponde a 32,41% do total da população da região, seguido pelo Amazonas que representa 19,46%.

[editar] Grupos étnicos

Cor/Raça (2006)[6]
Parda 69,2%
Branca 23,9%
Preta 6,2%
Indígena e amarela 0,7%

A população do Norte brasileiro é largamente formada por mestiços, descendentes de indígenas e portugueses. O Norte do Brasil recebeu e continua recebendo grande migração de pessoas vindas da região Sul e Sudeste do país. No século XX, o Norte também recebeu grande migração dos nordestinos, que foram trabalhar nos seringais do Amazonas e do Acre.

[editar] Regiões metropolitanas

O Norte possui três regiões metropolitanas:

[editar] Economia

A economia da região baseia-se nas atividades industriais, de extrativismo vegetal e mineral, inclusive de petróleo e gás natural, agricultura e pecuária, além das atividades turísticas.

Em 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) da Região Norte representava 5,05% do nacional. A participação percentual de cada estado no PIB nacional está apresentada na tabela a seguir:

Participação dos estados no PIB nacional (IBGE/2007)
Estados PIB (em R$ 1 000) % do PIB nacional
Pará 49.507.000 1,86
Amazonas 42.023.000 1,60
Rondônia 15.003.000 0,56
Tocantins 11.094.000 0,42
Amapá 6.022.000 0,23
Acre 5.761.000 0,22
Roraima 4.169.000 0,16

[editar] Setor primário

[editar] Agricultura

Em relação à agricultura, têm crescido muito as plantações de soja. Além da soja, outras culturas muito comuns na região são o arroz, o guaraná, a mandioca, cacau, cupuaçu, coco e o maracujá.

A agricultura comercial concentra-se nos seguintes pólos:

  • a área de várzeas no médio e baixo Amazonas, onde o cultivo da juta possui grande destaque;
  • a Região Bragantina, próxima a Belém, onde se pratica a policultura, que abastece a grande capital nortista, e a fruticultura. A pimenta-do-reino, cujo cultivo se iniciou com a chegada dos imigrantes japoneses, é outro importante produto da região.
    Especiaria apreciada desde tempos remotos, a pimenta-do-reino foi introduzida com sucesso pelos imigrantes japoneses na Região Norte.

Uma das características dessa área são os solos lateríticos, presentes nas zonas intertropicais em geral, onde a intensa umidade provoca a concentração de minério de ferro na superfície. O resultado é uma camada de coloração avermelhada, endurecida e ácida, imprópria para a agricultura. Por esse motivo, os imigrantes japoneses implantaram um sistema de cultivo, denominado cultura de vaso, que consiste em abrir covas, de onde retiram o solo laterítico, substituindo-o por solos de melhor qualidade, aplicando-lhes corretivos agrícolas até obterem o aproveitamento desejado;

  • Rondônia, que a partir da década de 1970 atraiu agricultores do centro-sul do país, estimulados pelos projetos de colonização e reforma agrária do governo federal e da disponibilidade de terras férteis e baratas. O desenvolvimento das atividades agrícolas trouxe uma série de problemas ambientais e conflitos fundiários. Por outro lado, transformou a área em uma das principais fronteiras agrícolas do país e uma das regiões mais prósperas e produtivas do Norte brasileiro. Atualmente o estado destaca-se na produção de café (maior produtor da Região Norte e 6º maior do Brasil), cacau (2º maior produtor da Região Norte e 3º maior do Brasil), feijão (2º maior produtor da Região Norte), milho (2º maior produtor da região Norte), soja (2º maior produtor da região Norte), arroz (3º maior produtor da região Norte) e mandioca (4º maior produtor da região Norte). Até mesmo a uva, fruta pouco comum em regiões com temperaturas elevadas, é produzida em Rondônia, mais precisamente no sul do estado (produção de 224 toneladas em 2007). Apesar do grande volume de produção e do território pequeno para os padrões da região (7 vezes menor que o Amazonas e 6 vezes menor que o Pará), Rondônia ainda possui mais de 60% de seu território totalmente preservado, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, tendo alcançado uma redução de 72% nos índices de desmatamento entre 2004 e 2008;
  • Cerrado, em Tocantins, onde a correção do solo ácido com calcário e fertilizantes garante uma expressiva monocultura de soja.

Acredita-se que o estado do Acre, onde há vastas áreas de solos férteis, se torne a próxima fronteira agrícola da região. Cientistas e ecologistas temem que tal fato se concretize, pois a devastação da floresta, como já ocorreu em outros estados da Amazônia Legal, como Mato Grosso, Pará, Tocantins, Maranhão e Rondônia, seria inevitável. Uma medida apontada como eficaz para evitar a reincidência de tais problemas seria a aplicação rigorosa da legislação ambiental na região.

[editar] Pecuária

A paisagem predominante na região Norte — a grande Floresta Amazônica — não é propícia à criação de gado. Apesar disso, a implantação de projetos agropecuários vem estimulando essa atividade ao longo das rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre, principalmente devido à facilidade de contato com os mercados do Sudeste e Centro-Oeste. A pecuária praticada é do tipo extensivo e voltada quase que exclusivamente para a criação de bovinos. Grandes transnacionais aplicam vultosos capitais em imensas propriedades ocupadas por essa atividade.

Há um dado negativo, entretanto, pois, de todas as atividades econômicas, a mais prejudicial à floresta é a pecuária, porque requer a devastação de grandes trechos da mata. A substituição da floresta por pastagens aumenta a temperatura local e diminui a pluviosidade, levando, em última instância, à desertificação das áreas de criação. Além disso, o gado introduzido — da raça nelore — apresenta baixa produção de carne, fator que torna uma criação onerosa.

Assim, a pecuária é desenvolvida com sucesso apenas nos Campos da Hileia, principalmente em Roraima e na ilha de Marajó, onde se encontra o maior rebanho de búfalos do país.

Atualmente, a Região Norte possui um rebanho bovino de aproximadamente 38 milhões de cabeças de gado, sendo que 89% desse total encontra-se em apenas três estados, Pará (15 milhões de cabeças), Rondônia (11 milhões de cabeças) e Tocantins (7 milhões de cabeças). Em 2008, o estado de Rondônia foi o 5º maior exportador de carne bovina do país, de acordo com dados da Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), superando estados tradicionais, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Além da pecuária de corte, a pecuária leiteira também se destaca na região, com uma produção total em 2007 de cerca de 1,7 bilhão de litros de leite, sendo que 93% desse total foi produzido em apenas três estados, Rondônia (708 milhões de litros), Pará (643 milhões de litros) e Tocantins (213 milhões de litros).

[editar] Extrativismo

Extrativismo vegetal

Essa atividade, que já foi a mais expressiva da Região Norte, perdeu importância econômica nos últimos anos. Atualmente a madeira é o principal produto extrativo da região, a produção se concentra nos estados do Pará, Amazonas e Rondônia. A borracha já não representa a base econômica da região, como foi no século XX, apesar de ainda estar sendo produzida no estados: Amazonas, Acre e Rondônia. Como consequência do avanço das áreas destinadas a agropecuária, tem ocorrido uma grande redução das áreas dos seringais.

Extrativismo animal

O extrativismo animal, representado pela caça e pesca, também é praticado na região. Possuindo uma fauna extremamente rica, a Amazônia oferece grande variedade de peixes — destacando-se o tucunaré, o tambaqui e o pirarucu —, bem como tartarugas e um sem-número de outras espécies. O produto dessa atividade, geralmente, vem completar a alimentação do habitante do Norte, juntando-se em sua mesa ao arroz, à abóbora, ao feijão, ao milho, à banana etc.

Extrativismo mineral

O extrativismo mineral baseia-se na prospecção e extração de minerais metálicos, como ouro, na serra pelada, diamantes, alumínio, estanho, ferro em grande escala na serra dos Carajás, estado do Pará e manganês e níquel, noroeste do Pará, encontra-se a mineração Rio do Norte (bauxita), na serra do Navio, estado do Amapá; e extração de minerais fósseis, como o petróleo e o gás natural do campo de Urucu, no estado do Amazonas, no município de Coari, o que o tornam o terceiro maior produtor de petróleo do Brasil. No distrito de Bom Futuro, em Ariquemes - RO encontra-se a maior mina de cassiterita a céu aberto do mundo; em Espigão D'Oeste - RO, encontra-se uma mina de diamantes propriedade dos índios Cinta Larga.

[editar] Setor secundário

[editar] Indústria

Não há uma verdadeira economia industrial na Amazônia. Existem, isto sim, algumas poucas indústrias isoladas, geralmente de beneficiamento de produtos agrícolas ou do extrativismo. As únicas exceções a esse quadro ocorrem em Manaus, onde a isenção de impostos, administrada pela Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), mantém cerca de 500 indústrias. Entretanto, apesar de empregar expressiva parcela da mão-de-obra local,somente agora foi implantado o Polo de Biotecnologia, através do qual será possível explorar as matérias-primas regionais. Na maioria são filiais de grandes indústrias eletrônicas, quase sempre de capitais transnacionais, que produzem aparelhos eletrônicos, motocicletas, relógios, aparelhos de ar-condicionado, CDs e DVDs, suprimentos de informática e outros, com componentes trazidos de fora da região. E também polos Indústriais na região metropolitana de Belém, em Marabá e Barcarena(polos metal-mecânicos) em Porto Velho e em Santana (Amapá).

[editar] Zona Franca de Manaus

O Teatro Amazonas no centro de Manaus.

Quando a Zona Franca foi ampliada, em 1967, por um decreto do então presidente Castelo Branco, o objetivo era atrair para a Amazônia indústrias que baixassem o custo de vida e trouxessem o progresso para a região. Pensava-se em implantar uma espécie de "porto livre", em que as importações fossem permitidas. Nas vitrines da Zona Franca de Manaus, os numerosos turistas do Sul do país encontravam o que havia de mais moderno nas nações industrializadas em matéria de televisores, aparelhos de som, óculos, calculadoras, filmadoras, enfim, todos os objetos de consumo ambicionados pela classe média. Manaus parecia ter encontrado um substituto para a borracha que, no século XIX, a tornara uma das cinco cidades mais ricas do mundo. Entretanto, durante a década de 1980, a livre importação foi restringida pelo governo, mais interessado em proteger a indústria nacional. Assim, grande parte dos atrativos da Zona Franca desapareceram, fato que se somava à grande distância de Manaus dos grandes centros consumidores do centro-sul do país.

Porém o saldo é positivo. Se, por um lado, houve um decréscimo na atividade comercial e a infra-estrutura turística montada na época da opulência (hotéis e transportes) teve que procurar alternativas de utilização, por outro, a Zona Franca cumpriu o seu papel — existe hoje o Polo Industrial de Manaus (PIM), o Polo Agropecuário e o Polo de Biotecnologia, que se revelam promissores para a economia local.

[editar] Energia

A maior parte dos rios da Região Norte são de planície, embora haja muitos outros que oferecem grande possibilidade de aproveitamento hidrelétrico. Atualmente, além da gigantesca Tucuruí, das usinas do rio Araguari (Amapá), de Santarém (Pará) e de Balbina, construída para suprir Manaus, o Norte conta com hidrelétricas em operação nos rios Xingu (São Félix), Curuá-Una, Jatapu e Araguari (Coaracy Nunes), existindo ainda várias usinas hidrelétricas e térmicas em projeto e construção.

Contudo, a construção dessas usinas é alvo de severas críticas por parte de ecologistas do mundo inteiro. Sua implantação requer a devastação de enorme quantidade de árvores, provocando a extinção de grande variedade de mamíferos, aves, peixes e insetos, muitos dos quais desconhecidos pelos cientistas, além de interferir na vida de grupos indígenas, com a usina de Kararaó, por exemplo.

A Usina Hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, em particular, recebeu muitas críticas. Apesar de haver inundado uma área enorme para funcionamento, produz pouca energia, pois os rios que formam o seu lago têm fraca vazão e correm em terreno de pequena declividade. Além disso, a produção de gás natural de Urucu (Município de Coari) poderia substituir Balbina no suprimento de energia para a região de Manaus, após a conclusão do gasoduto que será construído até aí.

De qualquer modo, a energia abundante constitui o primeiro passo para a industrialização e oferece boas perspectivas à região.

Em 1978, começaram a ser construídas usinas hidrelétricas na região. Atualmente várias estão concluídas, e muitas outras projetadas. Entre as que estão em funcionamento estão Tucuruí e Curuá-Una, no Pará; Balbina, no Amazonas; Samuel, em Rondônia; Coaraci Nunes, no Amapá, Estreito, Cana Brava, Serra da Mesa, Peixe Angical em Tocantins.

A UHE – Lajeado é a primeira hidrelétrica brasileira privada, construída com auxílio financeiro público, erguida com total desrespeito à população atingida: índios xerete, ribeirinhos e camadas pobres de Palmas, Porto Nacional e região em Tocantins.

Atualmente, estão em construção no Rio Madeira, em Rondônia, as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que juntas terão uma capacidade instalada de 6.450 MW, cerca de metade da energia gerada pela UHE de Itaipu. As usinas são apontadas pelos especialistas da área como uma solução para os problemas de racionamento de energia do país. Apesar da polêmica criada em torno das obras por parte de ambientalistas e organizações não-governamentais, as usinas serão as primeiras da Amazônia a utilizar o sistema de turbinas tipo "bulbo", o que não requer grandes volumes de água, uma vez que as turbinas serão acionadas pela correnteza do rio e não pela queda d'água. Com isso, o coeficiente de eficiência energética das usinas será superior, por exemplo, ao da UHE de Itaipu, considerada um modelo para o setor.

[editar] Setor terciário

[editar] Transportes

BR-174 atravessando floresta amazônica no Amazonas e Roraima.
Trecho duplicado da BR-364 próximo a Porto Velho.

A malha rodoviária na região não é muito extensa. Boa parte das rodovias existentes na região foram construídas nos anos 60 e 70, com o intuito de integrar essa região às outras regiões do país. Como exemplo, tem-se a rodovia Transamazônica, a rodovia Belém-Brasília e a BR-364 (Cuiabá-Porto Velho-Rio Branco).

Em relação à malha ferroviária, duas ferrovias possuem destaque: A estrada de ferro Carajás, que vai de Marabá, estado do Pará, a São Luís, capital do estado do Maranhão (Região Nordeste), que escoa os minerais extraídos na serra dos Carajás até os portos de Itaqui e Ponta da Madeira; e a Estrada de Ferro do Amapá, que transporta o manganês e o níquel, extraídos na serra do Navio até o porto de Santana, em Macapá, capital do estado do Amapá. Uma outra estrada de ferro importante para a região foi a ferrovia madeira-Mamoré, localizada no estado de Rondônia e que foi construída no início do século XX, com o intuito de escoar a borracha produzida nessa região e na Bolívia para o oceano Atlântico, através dos rios Madeira e Amazonas, até os portos de Manaus e Belém. Atualmente essa ferrovia encontra-se desativada.

Na Amazônia Central os meios de transporte mais utilizados são barcos e aviões, e existem aeroportos em quase todos os municípios da região. O transporte por estradas só existe de verdade no sul e leste do Pará, no sul do Amazonas, entre os municípios mais próximos de Manaus e nos estados do Acre e Rondônia. Manaus é um dos maiores centros de movimentação de cargas no país e é servida pelo transporte rodoviário interestadual com carretas embarcadas em balsas e transportadas até os portos de Belém do Pará e Porto Velho/RO. Existe a BR-174 que liga Manaus a Boa Vista/RR e a partir daí liga a região ao Caribe, através da Venezuela. O rio Amazonas permite a navegação de navios de grande porte, de qualquer calado, e Manaus também é servida por esse modal.

[editar] Turismo

Por ser uma região pouco habitada e de ocupação mais tardia, o ecossistema regional encontra-se preservado, o que propicia as atividades de ecoturismo.

As cidades que recebem o maior número de turistas são:

Manaus foi uma das primeiras cidades brasileiras a possuir o AmazonBus, veículo oferecido aos turistas que visitam à cidade aos moldes de veículos turísticos que já operam em cerca de setenta cidades turísticas do exterior. O AmazonBus percorre 40 pontos turísticos manauenses. Dentre os incluídos no roteiro, estão o Teatro Amazonas e a Praia da Ponta Negra..[8][9]

[editar] Cultura

O ciclo da borracha converteu as cidades amazônicas em prósperos centros econômicos e culturais. Teatro Amazonas na cidade de Manaus.

Com folclore próprio, as grandes atrações são o Festival Folclórico de Parintins, o Círio de Nazaré, em Belém/PA, o Çairé, em Santarém/PA e as danças típicas, Marujada, Carimbó e Cirandas, como Samba lelê e outros.

Na região estão alguns dos teatros mais belos do Brasil, que são: Teatro Amazonas, localizado em Manaus e o Theatro da Paz, localizado em Belém. Uma mistura da arte barroca, rococó e outras artes além de ser o principal símbolo do áureo da borracha, na época em que Manaus e Belém eram as localidades mais ricas do Brasil.

[editar] Literatura

Referências

  1. Emprego, Desenvolvimento Humano e Trabalho Decente – A experiência brasileira recente. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) (18 de setembro de 2008). Página visitada em 17 de setembro de 2008.
  2. a b Produto Interno Bruto dos Municípios 2003-2007. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (19 de dezembro de 2009). Página visitada em 1 de Julho de 2010.
  3. Quatro picos brasileiros têm sua altitude alterada. IBGE (13 de setembro de 2004). Página visitada em 2 de setembro de 2008.
  4. " Manaus diferente em tudo mas com a cara do Brasil. Prefeitura de Manaus (30 de outubro de 2008).
  5. Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (02 de maio de 2010). Página visitada em 05 de maio de 2011.
  6. PNAD (em Portuguese) (2006). Página visitada em 18 de maio de 2008.
  7. a b c G1 (2010). Confira o ranking das maiores regiões metropolitanas. Globo.com. Página visitada em 4 de dezembro de 2010.
  8. " AmazonBus mostrará capital amazonense. O Estado do Paraná (20 de Dezembro de 2008).
  9. " Manaus na onda do Citytour. Railbuss (20 de Dezembro de 2008).

[editar] Ver também


Região Nordeste do Brasil

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Região Nordeste do Brasil
Localização
Região Geoeconômica Nordeste
Estados Alagoas
Bahia
Ceará
Maranhão
Paraíba
Pernambuco
Piauí
Rio Grande do Norte
Sergipe
Características geográficas
Área 1 558 196 km²
População 53 591 197 hab. IBGE/2009
Densidade 32 hab./km²
Indicadores
IDH médio 0,720 médio PNUD/2005[1]
PIB R$ 397.503.000.000,00 IBGE/2008[2]
PIB per capita R$ 7.487,55 IBGE/2008

A região Nordeste é uma das cinco regiões do Brasil definidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1969. Ela possui uma área semelhante à da Mongólia, uma população, relativamente, pouco menor que a da Itália e um IDH médio-alto, próximo ao de El Salvador. Em comparação com as outras regiões brasileiras, tem o terceiro maior território, o segundo maior colégio eleitoral (com 34.377.377 eleitores nas eleições de 2008), o menor IDH e o terceiro maior PIB.

Em função das diferentes características físicas que apresenta, a região encontra-se dividida em quatro sub-regiões: meio-norte, sertão, agreste e zona da mata, tendo níveis muito variados de desenvolvimento humano ao longo de suas zonas geográficas.

É a região brasileira que possui o maior número de estados (nove no total): Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha e o Arquipélago de São Pedro e São Paulo), Rio Grande do Norte (incluindo a Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas) e Sergipe.

Na época do Brasil Colônia, a região Nordeste foi o berço da colonização portuguesa no país, de 1500 até 1532, devido ao descobrimento por Pedro Álvares Cabral com o objetivo de colonização exploratória, que neste caso consistia em extrair pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza europeia. Com a criação das capitanias hereditárias, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, em 1549. Desde o início, foi criado o governo-geral no país com a posse de Tomé de Sousa.

Em relação aos aspectos naturais, há as presenças dos climas equatorial úmido, litorâneo úmido, tropical e tropical semiárido, sendo que o último é predominante. A cobertura vegetal predominante é a Caatinga, mas também há faixas importantes de Mata dos Cocais, Mata Atlântica e Cerrado. Existem diversos tipos de plantas na caatinga, sendo uma delas o mandacaru, um tipo de cacto, que pode ser considerado como um reservatório natural de água, mas em dimensões irrisórias para o consumo do contingente da região.

Na região do sertão podem ser encontrados vários poços subterrâneos, porém sua água é salobra e a dessalinização ainda é um processo caro; no entanto está em curso desde 2007 o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional (Transposição do rio São Francisco)[3], um empreendimento do Governo Federal, sob a responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, destinado a assegurar oferta de água, em 2025, a cerca de 12 milhões de habitantes de 390 municípios do Agreste e do Sertão dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A integração do rio São Francisco às bacias dos rios temporários do Semi-árido será possível com a retirada contínua de 26,4 m³/s de água, o equivalente a apenas 1,42% da vazão garantida pela barragem de Sobradinho (1850 m³/s), sendo que 16,4 m³/s (0,88%) seguirão para o Eixo Norte e 10 m³/s (0,54%) para o Eixo Leste. Existem grandes açudes em algumas cidades. Uma solução para grandes períodos de estiagem é a criação de cisternas. Esse fato constitui-se um dos principais problemas da gestão integrada de recursos hídricos no Brasil.

Em áreas que estão afastadas do oceano e isoladas por regiões montanhosas como o Planalto da Borborema ocorre a escassez de água causada pela estiagem, principalmente em períodos em que o fenômeno El Niño se manifesta. Em períodos de longas secas, como nas décadas de 1950 a 1980,[4] vários nordestinos morreram de sede, inanição ou de doenças e problemas de saúde causados pela seca, fazendo com que muitos dos sobreviventes se mudassem para outras regiões. Entretanto, parte do Maranhão não sofre com problemas de seca, por estar situado às margens do complexo regional da Amazônia.

Índice

[esconder]

[editar] História

Desembarque de Pedro Álvares Cabral em Porto Seguro no estado da Bahia em 1500. A Região Nordeste foi palco do Descobrimento do Brasil.

O Nordeste é habitado desde a pré-história pelos povos indígenas do Brasil, que no início da colonização realizavam trocas comerciais com europeus, na forma de extração do pau-brasil em troca de outros itens. Mas ao longo do período de colonização eles foram incorporados ao domínio europeu ou eliminados, devido às constantes disputas contra os senhores de engenhos.

A região foi o palco do descobrimento durante o século XVI. Portugueses chegaram em uma expedição no dia 22 de abril de 1500, liderados por Pedro Álvares Cabral, na atual cidade de Porto Seguro, no estado da Bahia.

Foi no litoral nordestino que se deu início a primeira atividade econômica do país, a extração do pau-brasil. Países como a França, que não concordavam com o Tratado de Tordesilhas, realizavam constantes ataques ao litoral com o objetivo de contrabandear madeira para a Europa.

Brasil, em 1789. A Capitania do Maranhão abrangia os atuais estados do Maranhão e Piauí; a Capitania de Pernambuco abrangia os atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e a porção ocidental da Bahia; e a Capitania da Bahia abrangia as porções central e oriental do atual estado da Bahia e o atual estado de Sergipe.

Entre 1630 e 1654, a região foi dominada por neerlandeses e foi uma colônia da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos (hoje Países Baixos), sendo chamada de Nova Holanda, além de ter sido conquistada em parte pela França na chamada França Equinocial.

Durante o período colonial, no século XVI, a resistência quilombola se iniciou no Brasil, com a fuga de escravos para o Quilombo dos Palmares, na região da serra da Barriga, atual território de Alagoas. Nos vários mocambos palmarinos chegaram a reunir-se mais de vinte mil pessoas. Em 1694 o Macaco, "capital" de Palmares, foi tomado e destruído, e Zumbi dos Palmares foi capturado e teve sua cabeça degolada e exposta em praça pública no Recife.

A cidade de Salvador foi a primeira sede do governo-geral no Brasil, pois estava estrategicamente localizada em um ponto médio do litoral. O governo-geral foi uma tentativa de centralização do poder para auxiliar as capitanias, que estavam passando por um momento de crise. A atividade açucareira é até hoje a principal atividade agrícola da região.



As datas de fundação das capitais nordestinas são:

Capital Data de fundação
Recife 12 de março de 1537 (474 anos)
Salvador 29 de março de 1549 (462 anos)
João Pessoa 5 de agosto de 1585 (425 anos)
Natal 25 de dezembro de 1599 (411 anos)
São Luís 8 de setembro de 1612 (398 anos)
Fortaleza 13 de abril de 1726 (285 anos)
Maceió 5 de dezembro de 1815 (195 anos)
Teresina 16 de agosto de 1852 (158 anos)
Aracaju 17 de março de 1855 (156 anos)

[editar] Geografia

Estados do Nordeste (em sentido horário): 1 Maranhão, 2 Piauí, 3 Ceará, 4 Rio Grande do Norte, 5 Paraíba, 6 Pernambuco, 7 Alagoas, 8 Sergipe e 9 Bahia.

A área do Nordeste brasileiro é de aproximadamente 1 558 196 km², equivalente a 18% do território nacional e é a região que possui a maior costa litorânea. A região possui os estados com a maior e a menor costa litorânea, respectivamente Bahia, com 932 km de litoral e Piauí, com 60 km de litoral. A região toda possui 3338 km de praias.

Está situado entre os paralelos de 01° 02' 30" de latitude norte e 18° 20' 07" de latitude sul e entre os meridianos de 34° 47' 30" e 48° 45' 24" a oeste do meridiano de Greenwich. Limita-se a norte e a leste com o oceano Atlântico, ao sul com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo e a oeste com os estados do Pará, Tocantins e Goiás.

[editar] Relevo

Vista do morro Pai Inácio, na Chapada Diamantina, estado da Bahia.

Uma das características do relevo nordestino é a existência de dois antigos e extensos planaltos, o Borborema e a bacia do rio Parnaíba e de algumas áreas altas e planas que formam as chamadas chapadas, como a Diamantina, onde se localiza o ponto mais elevado da região, o Pico do Barbado com 2.033 metros de altitude, na Bahia, e a do Araripe, nas divisas entre os Estados do Ceará, Piauí, Pernambuco e a Paraíba. Entre essas regiões ficam algumas depressões, nas quais está localizado o sertão, região de clima semi-árido.

Segundo o professor Jurandyr Ross, que com sua equipe compilou informações do Projeto Radam (Radar da Amazônia) e mostrou uma divisão do relevo brasileiro mais rica e subdivida em 28 unidades, no Nordeste ficam localizados os já citados planalto da Borborema e planaltos e chapadas da bacia do rio Parnaíba, a depressão Sertaneja-São Francisco e parte dos planaltos e serras do leste-sudeste, além das planícies e tabuleiros litorâneos.[5]

[editar] Clima

Triunfo, no estado de Pernambuco, tem temperatura amena apesar de estar localizada no Semiárido. Isso é possível graças à sua altitude (1.004m), uma das mais elevadas do sertão nordestino[6]. No inverno, a temperatura pode chegar a 8ºC durante a madrugada na cidade[7].

A região Nordeste do Brasil apresenta média de anual de temperatura entre 20° e 28° C. Nas áreas situadas acima de 200 metros e no litoral oriental as temperaturas variam de 24° a 26°C. As médias anuais inferiores a 20°C encontram-se nas áreas mais elevadas da chapada Diamantina e do planalto da Borborema. O índice de precipitação anual varia de 300 a 2000 mm. Quatro tipos de climas estão presentes no Nordeste:

Com precipitação média de chuvas de menos de 300mm por ano, às quais ocorrem durante no máximo três meses, dando vazão a estiagens que duram às vezes mais de dez meses, Cabaceiras na Paraíba tem o título de município mais seco do país.[8]

[editar] Vegetação

A vegetação nordestina vai desde a Mata Atlântica no litoral à Mata dos Cocais no Meio-Norte, ecossistemas como os manguezais, a caatinga, o cerrado, as restingas, dentre outros, possuem fauna e flora exuberantes, diversas espécies endêmicas e animais ameaçados de extinção.

A caatinga, vegetação típica do Sertão nordestino.
  • Caatinga: vegetação típica do sertão, suas principais espécies são o pereiro, a aroeira, as leguminosas e as cactáceas. É uma formação de vegetais xerófitos (vegetais de regiões secas), mas é muito rica ecologicamente.
  • Vegetações Litorâneas e Matas Ciliares: na categoria de vegetação litorânea podemos incluir os mangues, um riquíssimo ecossistema, local de moradia e reprodução dos caranguejos e importante para a preservação de rios e lagoas; também podemos incluir as restingas e as dunas; já as matas ciliares ou matas-galerias são comuns em regiões de cerrados, mas também podem ser vistas na Zona da Mata, são pequenas florestas que acompanham as margens dos rios, onde existe maior concentração de materiais orgânicos no solo, funcionam como uma proteção para os rios e mares.

[editar] Hidrografia

Trecho do rio São Francisco na divisa dos estados de Alagoas e Sergipe, muito apreciado por banhistas.

A Região Nordeste encontra-se com 72,24% de seu território dentro do polígono das secas, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).[9].

Suas bacias hidrográficas são:

Cachoeira São Romão, na Chapada das Mesas, estado do Maranhão.

[editar] Zonas geográficas

Sub-regiões do Nordeste: 1 Meio norte, 2 Sertão, 3 Agreste e 4 Zona da Mata.

Para que se pudesse analisar de forma mais fácil as características da região Nordeste, o IBGE dividiu a região em quatro zonas (sub-regiões):

  • Meio-Norte: É uma faixa de transição entre a Amazônia e o Sertão nordestino. Engloba o estado do Maranhão e o oeste do estado do Piauí. Esta zona geográfica também é conhecida como Mata dos Cocais, devido às palmeiras de babaçu e carnaúba encontradas na região. No litoral chove cerca de 2.000 mm anuais, indo mais para o leste e/ou para o interior esse número cai para 1.500 mm anuais, e no sul do Piauí, uma região mais parecida com o Sertão, chove 700 mm por ano em média.
  • Sertão: Está localizado, em quase sua totalidade, no interior da Região Nordeste, sendo sua maior zona geográfica. Possui clima semi-árido. Em estados como Ceará e Rio Grande do Norte chega a alcançar o litoral, e descendo mais ao sul alcança a divisa entre Bahia e Minas Gerais. As chuvas nesta sub-região são irregulares e escassas, ocorrendo constantes períodos de estiagem. A vegetação típica é a caatinga.
  • Agreste Nordestino: É uma faixa de transição entre o Sertão e a Zona da Mata. É a menor zona geográfica da Região Nordeste. Está localizada no alto do Planalto da Borborema, um obstáculo natural para a chegada das chuvas ao sertão. Se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Do lado leste do planalto estão as terras mais úmidas (Zona da Mata); do outro lado, para o interior, o clima vai ficando cada vez mais seco (Sertão).
  • Zona da Mata: Localizada no leste, entre o planalto da Borborema e a costa, se estende do Rio Grande do Norte ao sul da Bahia. As chuvas são abundantes nesta região. Recebeu este nome por ter sido coberta pela Mata Atlântica. Os cultivos de cana-de-açúcar e cacau substituíram as áreas de florestas. É a zona mais urbanizada, industrializada e economicamente desenvolvida da Região Nordeste.[10] O povoamento desta região é muito antigo.

[editar] Demografia

Segundo dados do IBGE, a região possui mais de 49 milhões de habitantes, quase 30% da população brasileira, sendo a segunda região mais populosa do país, atrás apenas da região Sudeste. As maiores cidades são Salvador, Recife e Fortaleza. É também a terceira região quanto à densidade demográfica, contando com 32 habitantes por quilômetro quadrado.

As maiores cidades nordestinas, em termos populacionais, são: Salvador, Fortaleza, Recife, São Luís, Natal, Teresina, Maceió, João Pessoa, Jaboatão dos Guararapes, Feira de Santana, Aracaju, Olinda, Campina Grande, Caucaia, Paulista, Vitória da Conquista, Caruaru, Petrolina, Mossoró e Juazeiro do Norte. Todos esses municípios possuem mais de 250 mil habitantes, segundo as listas de municípios de estados do Nordeste por população.

[editar] Áreas metropolitanas

A Região Metropolitana do Recife, no estado de Pernambuco, é o maior aglomerado urbano do Nordeste.

Todas as capitais da região Nordeste possuem região metropolitana (RM), com exceção de Teresina, que possui região integrada de desenvolvimento econômico (RIDE), por abrigar municípios de diferentes unidades federativas. Além das capitais, outras quatro áreas metropolitanas figuram no interior. As RM mais antigas são as de Salvador, Recife e Fortaleza, as quais foram criadas pela Lei Complementar Federal do Brasil 14 de 1973 e são também as mais populosas. As outras foram criadas por meio de leis complementares estaduais, como a Região Metropolitana do Agreste, a mais nova, criada no fim de 2009.

Natal, no Rio Grande do Norte, é a capital brasileira mais próxima da Europa e da África[11] e considerada um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo.[12]
João Pessoa, na Paraíba, é a cidade mais oriental das Américas.[13]
Teresina, no Piauí, foi a primeira capital planejada do Brasil.[14]

Todos os nove estados nordestinos possuem, ao menos, uma área metropolitana em seu território, seja na sua totalidade (como Rio Grande do Norte e Sergipe) ou parcialmente (Piauí). Nesse sentido, Maranhão é o que possui mais: três no total. São duas (São Luís e Sudoeste Maranhense) localizadas integralmente dentro do território maranhense e outra (Grande Teresina) expande-se pelo Piauí.

Dados do censo de 2010 do IBGE confirmam a Região Metropolitana do Recife como a mais populosa do Nordeste Brasileiro, a quinta do Brasil e a 107ª do mundo. A Região Metropolitana de Salvador caiu uma colocação na classificação regional e nacional, sendo ultrapassada pela Região Metropolitana de Fortaleza; esta passa a ocupar a segunda posição no Nordeste, a sexta do Brasil e a 108ª do mundo. Na tabela abaixo, as áreas metropolitanas nordestinas estão listadas segundo as suas populações.[15]

Nome Estado População
Recife Pernambuco 3 688 428
Fortaleza Ceará 3 610 379
Salvador Bahia 3 574 804
Natal Rio Grande do Norte 1 340 115
São Luís Maranhão 1 327 881
João Pessoa Paraíba 1 198 675
Maceió Alagoas 1 156 278
Grande Teresina Maranhão/ Piauí 1 151 088
Aracaju Sergipe 835 654
Polo Petrolina e Juazeiro Bahia/ Pernambuco 717 413
Campina Grande Paraíba 687 135
Agreste Alagoas 601 251
Cariri Ceará 564 557
Sudoeste Maranhense Maranhão 345 878

[editar] Grupos étnicos

Cor/Raça (2006)[16]
Parda 62,5%
Branca 29,2%
Negra 7,8%
Indígena e amarela 0,5%


Para a formação do povo nordestino participaram três etnias: o índio, o português e o africano.

A miscigenação étnica e cultural desses três elementos foi o pilar para a composição da população do Nordeste, porém essa mistura de raças não aconteceu de forma uniforme. Em algumas regiões, como no Ceará, no Piauí, na Paraíba, no Rio Grande do Norte e no oeste e região central de Pernambuco, predominam os caboclos. Já em outras, como a Bahia, o Maranhão e o leste de Pernambuco, os mulatos predominam. Os cafuzos também são muito comuns no Maranhão.[carece de fontes]

Os estados com maior população branca são Pernambuco (36,6%), Paraíba (36,4%) e Rio Grande do Norte (36,3%); os com maior população negra, Bahia (16,8%), Maranhão (6,6%) e Piauí (5,9%); os com maior população indígena, Maranhão (0,9%), Bahia (0,3%) e Paraíba (0,3%); e os com maior população parda, Piauí (69,9%), Maranhão (68,6%) e Alagoas (67,7%).[17]

Em torno de um quarto dos nordestinos tem ancestralidade predominantemente européia, sobretudo portuguesa.[18] Pesquisas genéticas recentes feitas por um laboratório genético brasileiro descobriu que 19% desses nordestinos brancos têm alguma ancestralidade holandesa.[19] Entre nordestinos de outras etnias, a influência genética holandesa não foi avaliada, mas é presente.

[editar] Estudos genéticos

Salvador é a cidade com o maior número de afro-descendentes do Brasil.

De acordo com um estudo autossômico de 2011, o componente Europeu é o predominante na população do Nordeste, com contribuições Africanas e Indígenas. De acordo com o estudo realizado a composição do Nordeste pode assim ser descrita: 60,10% de herança Européia, 29,30% de herança africana e 8,90% indígena. [20]

Segundo um estudo genético autossômico de 2009, a herança européia é a dominante no Nordeste, respondendo por 66,70% da população, o restante sendo africano (23,30%) e ameríndio (10%).[21] Já de acordo com um estudo genético autossômico feito em 2010 pela Universidade Católica de Brasília, publicado no American Journal of Human Biology, a herança genética europeia é a predominante no Brasil, respondendo por volta de 80% do total, sendo que no Sul esse percentual sobe para 90%.[22] Os resultados também mostravam que, no Brasil, indicadores de aparência física, como cor da pele, dos olhos e dos cabelos, têm relativamente pouca relação com a ascendência de cada pessoa (ou seja, o fenótipo de uma pessoa não indica claramente o seu genótipo).[23]

Já de acordo com um estudo de DNA autossômico mais antigo (de 2003), frequentemente citado, a herança no Nordeste pode assim ser caracterizada: 75% de ancestralidade Européia, 15% Africana e 10% indígena. Os pesquisadores foram cautelosos quanto à conclusão do estudo já que ele foi feito com base em amostras de pessoas que fizeram o teste de paternidade, o que poder ter contribuído, em parte, para alterar os resultados de certa maneira.[24][25]

Estudos genéticos realizados em habitantes de capitais nordestinas têm confirmado a origem mestiça dessa população, formada pela miscigenação de europeus, africanos e índios. A contribuição de cada etnia varia de capital para capital, sendo que a européia é a mais preponderante. Por exemplo, para a população de Natal, a ancestralidade encontrada foi 58% europeia, 25% africana e 8% indígena.[26] Para a população de Aracaju, 62% europeia, 34% africana e 4% indígena.[27] No caso de São Luís, a ancestralidade encontrada foi 42% Européia, 39% Ameríndia e 19% Africana.[28]. Em Salvador a ancestralidade predominante é africana (49,2%), seguida pela europeia (36,3%) e indígena (14,5%). O estudo também concluiu que soteropolitanos que possuem sobrenome com conotação religiosa tendem a ter maior grau de ancestralidade africana (54,9%) e a pertencer a classes sociais menos favorecidas.[29] Já a ancestralidade de migrantes nordestinos que moram em São Paulo seria de 59% europeia, 30% africana e 11% indígena, de acordo com um estudo muito antigo de 1965, baseado em polimorfismos sanguíneos.[27] De acordo com um outro estudo, de 1997, para toda a população nordestina, a ancestralidade estimada seria de 51% europeia, 36% africana e 13% indígena.[30] De acordo com um estudo autossômico de 2011, o componente Europeu é o predominante na população de Fortaleza, no Ceará, com contribuições Africanas e Indígenas minoritárias, porém significativas. [31]

Na época da invasão holandesa no Nordeste (1624 - 1654), embora a miscigenação não tenha sido oficialmente estimulada, há relatos de muitas uniões interraciais. A ausência de mulheres holandesas estimulou a união e mesmo o casamento de oficiais e colonos holandeses com filhas de abastados senhores de engenho luso-brasileiros[32] e, mais informalmente, destes com índias, negras, caboclas e mulatas locais. Esses colonizadores eram divididos em dois grupos: os Dienaaren ("servidores", sobretudo soldados à serviço da Coroa Holandesa) e os Vrijburghers ("homens livres", os colonos que vieram exercer a função de comerciantes).

A herança genética dessas uniões, comprovada em recente levantamento genômico, pode ser vista mesmo hoje em dia nos traços de parte da população nordestina, principalmente no litoral. Segundo a pesquisa, em torno de 1/4 dos nordestinos (19%) tem genes holandeses vindos de um antepassado masculino, o que põe o Nordeste do Brasil na segunda posição como região de maior população com influência genética de europeus não latinos (sobretudo saxões) do Brasil (após a Região Sul, com 28% de descendentes de europeus saxões e eslavos).[33]

[editar] Distribuição populacional e urbanização

Assim como acontece em todo o território brasileiro, a população nordestina é mal distribuída: cerca de 60,6% dela fica concentrada na faixa litorânea (zona da mata) e nas principais capitais.

Martins, cidade serrana do estado do Rio Grande do Norte. Com um pouco mais de oito mil habitantes, a cidade é um exemplo de como a densidade populacional do interior da Região Nordeste é baixa.
Maceió, quinta maior cidade da região.

Já no sertão nordestino e interior, os níveis de densidade populacional são mais baixos, por causa do clima semiárido e da vegetação de caatinga. Ainda assim, a densidade demográfica no semiárido nordestino é uma das mais altas do mundo para esse tipo de área climática.[35] Em parte, entretanto, pode-se atribuir à relativa superpopulação da região à má infraestrutura e pouco desenvolvimento econômico e tecnológico, uma vez que se verificam áreas semiáridas de grande desenvolvimento que suportam densidades ainda maiores, como Israel e certos estados estadunidenses como o Texas e parte da Califórnia.

De acordo com os dados do IBGE (2004), 71,5% da dos nordestinos estão em áreas urbanas.[36] No período 1991-1996, a população rural no total da população teve queda de 45,8%.[37]

A urbanização do Nordeste foi mais lenta em relação ao resto do país, mas se acelerou nas últimas décadas.[38] A tabela abaixo mostra a evolução da quantidade percentual da população urbana na região e nos estados em 1991 e no período 1997 a 2004.

Região/Estado 1991
(%)
1997
(%)
1998
(%)
1999
(%)
2000
(%)
2001
(%)
2002
(%)
2003
(%)
2004
(%)
Alagoas 58,95 65,40 64,87 65,30 68,01 67,68 67,76 66,94 66,24
Bahia 59,12 62,10 61,53 61,61 67,12 67,08 66,30 66,41 67,62
Ceará 65,37 66,50 67,55 67,02 71,53 74,51 75,08 75,67 76,52
Maranhão 40,01 43,40 42,29 43,56 59,53 65,30 66,34 67,69 68,10
Paraíba 64,10 66,20 65,99 66,09 71,06 74,92 73,32 76,35 75,80
Pernambuco 70,87 76,20 76,09 76,27 76,51 74,70 75,55 75,02 75,48
Piauí 52,95 58,60 58,81 57,48 62,91 62,80 60,93 61,96 62,41
Rio Grande do Norte 69,10 66,00 64,89 65,52 73,35 73,19 74,69 72,41 73,96
Sergipe 67,22 71,40 70,46 70,14 71,35 79,94 81,37 81,33 82,14
Região Nordeste 60,65 63,70 63,47 63,57 69,07 70,48 70,54 70,84 71,50

[editar] Migração nordestina

Mapa da migração no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980.

Devido à enorme desigualdade de renda, à grande concentração fundiária e ao problema da seca no Sertão Nordestino, o Nordeste é desde a época império de D. Pedro II[39] e especialmente na segunda metade do século XX uma região de forte repulsão populacional. Devido à oferta de empregos em outras regiões do Brasil, principalmente nas décadas de 60, 70 e 80, a migração nordestina tem sido destaque na dinâmica populacional brasileira, em especial nas regiões Norte e Sudeste do Brasil.

Na década de 1990, entretanto, devido às crises econômicas e à saturação dos mercados de várias grandes cidades, a oferta de empregos diminuiu, a qualidade da educação piorou e a renda continuou mal distribuída, fazendo com que a maioria dos nordestinos que haviam migrado, fugindo da miséria, e seus descendentes continuassem com estrutura de vida precária. Por causa da visão espelhada nas décadas anteriores, o falso ideal imaginário que se formou em relação à região Sudeste é da promessa de uma qualidade de vida melhor, de fácil oportunidade de emprego, salários mais altos, entre outros; iludido por esse sonho, quando um nordestino migra para o Sudeste em busca de uma melhoria na qualidade de vida, normalmente acaba encontrando o contrário, além de sofrer, não raro, preconceito social no dia-a-dia.

Cena do interior do Nordeste do Brasil. Aqui, moradores do município de Caraúbas do Piauí são transportados uma camionete ao estilo "pau-de-arara".

Nos últimos anos, o movimento tradicional de emigração tem reduzido ou até se invertido na região Nordeste. Segundo o estudo "Nova geoeconomia do emprego no Brasil", da Universidade de Campinas (Unicamp),[40] os estados do Ceará, Paraíba, Sergipe e Rio Grande do Norte receberam mais migrantes entre 1999 e 2004 do que enviaram para outras regiões. O estado da Paraíba, segundo a mesma pesquisa, foi o exemplo mais radical da transformação por que tem passado os padrões migratórios na região: inverteu o padrão migratório do saldo negativo de 61 mil pessoas para o saldo positivo de 45 mil. Em todos os outros estados que continuam a contar com um saldo migratório negativo, o número de migrantes diminuiu no mesmo período analisado: no Maranhão, diminuiu de 173 mil para 77 mil; em Pernambuco, de 115 mil para 24 mil; e na Bahia, de 267 mil para 84 mil. Os estudiosos, em geral, concordam que os movimentos migratórios continuam intensos, sendo que não mais se dirigem quase que exclusivamente à região Sudeste, mas sim se concentram em direção às metrópoles nacionais nordestinas, como Fortaleza, Salvador e Recife.

O fluxo migratório teve substancial redução com os investimentos do governo federal na região, que de fornecedora de mão-de-obra passou a empregá-la.[41]

[editar] Economia

O PIB de Pernambuco cresceu 15,78% em 2010, mais que o dobro da média nacional do mesmo ano, que ficou em 7,5%.[42] O Complexo Industrial de Suape, responsável por esse crescimento, abriga empreendimentos como o Estaleiro Atlântico Sul, maior estaleiro do Hemisfério Sul.[43]

A Região Nordeste é a terceira maior economia do país entre as grandes regiões. Sua participação no Produto Interno Bruto brasileiro foi de 13,1% em 2008, após a Região Sul (16,6% de participação no PIB) e à frente da Região Centro-Oeste (9,2% de participação no PIB).[44] Ainda assim, é a região com o mais baixo PIB per capita e maior nível de pobreza. A distribuição de renda nessa região melhorou significativamente na década de 2000: segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2009, a renda média no Nordeste sofreu um aumento real (já descontada a inflação) de 28,8% entre 2004 e 2009, passando de R$ 570 para R$ 734. Entre 2008 e 2009, o incremento foi de 2,7%. Foi a região que apresentou o maior incremento no salário médio do trabalhador nesse período[45].

Em 2008 seu PIB nominal era de R$ 397,5 bilhões[46], superando o de países como Chile, Singapura e Portugal; e seu PIB nominal per capita, de R$ 7.487,55, superando o de países como Ucrânia, Tailândia e China. As maiores economias da Região Nordeste são, respectivamente, Bahia, Pernambuco e Ceará, estados que concentram, juntos, 8,3% do PIB nacional. Já os estados nordestinos com maior PIB per capita são Sergipe, Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco, seguidos por Ceará, Paraíba, Alagoas, Maranhão e Piauí. São Francisco do Conde-BA é o município com maior PIB per capita do Brasil: R$ 288.370,81[47]; porém há outras cidades nordestinas com PIB per capita entre os 50 maiores do país: Guamaré-RN (R$ 105.286,64), Ipojuca-PE (R$ 84.405,26), Rosário do Catete-SE (R$ 75.111,91) e Cairu-BA (R$ 55.508,92)[48].

O Polo Petroquímico de Camaçari, no estado da Bahia, é o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul.[49]

A capacidade energética instalada é de 10.761 MW[50].

A Região Nordeste goza desde o final da década de 2000 de um forte crescimento econômico. Mesmo durante a Crise econômica mundial de 2008-2009 a Região apresentou aumento no PIB: enquanto o PIB do Brasil recuou 0,2% em 2009[51], o PIB de Pernambuco cresceu 3,8%; o PIB do Ceará, 3,1%; e o PIB da Bahia, 1,7%[52]. Esse crescimento amenizou o impacto da maior crise do capitalismo dos últimos 80 anos na economia brasileira.

O Banco do Nordeste aumentou para 8,3% a projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste em 2010. A previsão é de que o acréscimo seja superior ao do Brasil, cuja evolução deve ser de 7,5% em 2010.[53]

A região é vista por muitos economistas como uma das mais promissoras do mundo ocidental, pois tem cerca de 30% da população brasileira e grande parte de seus habitantes ainda fora do mercado consumidor.

[editar] Setor primário

[editar] Agricultura

Petrolina, no Sertão de Pernambuco, é a maior cidade da Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro, maior exportador de frutas[54] e segundo maior pólo vitivinicultor do Brasil[55].

A cana-de-açúcar é o principal produto da região, produzido principalmente por Alagoas, seguido por Pernambuco e Paraíba. Também é importante destacar os plantios de soja (Bahia, Maranhão e Piauí), algodão (Bahia, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte), tabaco (Alagoas e Bahia) e caju (Piauí, Paraíba e Ceará), uvas finas, manga, melão, acerola e outros frutos para consumo interno e exportação. Destacam-se ainda os plantios de Cacau em Ilhéus e Itabuna e de feijão em Irecê, no estado da Bahia. Nos vales do rio São Francisco (Bahia e Pernambuco) e do Rio Açu (Rio Grande do Norte) existe o cultivo irrigado de frutas para exportação. No Sertão Nordestino, os projetos de irrigação viabilizaram o avanço de uma moderna agricultura. A fruticultura para exportação e produção de vinho, presente principalmente na área em torno de Petrolina em Pernambuco e Juazeiro na Bahia, é beneficiada pela grande insolação, pela mão-de-obra barata e pela existência de solos com alta fertilidade mineral. No entanto, ainda predomina no Semi-árido a agricultura de subsistência, prejudicada, às vezes, pelas constantes estiagens.

Arapiraca, no estado de Alagoas, maior produtor de fumo do país.[56]

No oeste da Bahia, no sudoeste do Piauí e no sul do Maranhão, o avanço da fronteira agrícola ocorre sobretudo com a soja, mas também com arroz, milho e algodão. Na Bahia, destacam-se as cidades de Barreiras, São Desidério e Luís Eduardo Magalhães, tendo as duas últimas PIB per capita entre os maiores do Brasil. No Piauí, destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves. No Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação. Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto de Ponta da Madeira, em São Luís, por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Companhia Vale do Rio Doce. O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare no Brasil. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.

Feira de Santana, na Bahia, é a cidade mais populosa do interior nordestino. Foi originada a partir de uma feira de gado.

[editar] Pecuária

Na região se cria principalmente gado. Os maiores rebanhos bovinos estão na Bahia (10.229.459 cabeças), seguido por Maranhão (5.592.007), Ceará (2.105.441), Pernambuco (1.861.570) e Piauí (1.560.552). No sertão os produtores têm muitas vezes prejuízos devido às constantes secas. Também existem criações de caprinos, que são mais resistentes, suínos, ovinos e aves.

As feiras de gado são comuns nas cidades do agreste nordestino. Foram estas feiras que deram origem a cidades como Campina Grande, Feira de Santana e Caruaru.

[editar] Setor secundário

[editar] Indústria

Campina Grande, no estado da Paraíba, é um dos principais pólos industriais e tecnológicos do interior da região Nordeste.

É mais forte e diversificada em regiões metropolitanas como a do Recife, a de Salvador e a de Fortaleza. Excetuando as capitais, tem-se a região de Campina Grande no estado da Paraíba, e a a região de Feira de Santana no estado da Bahia.

Destaca-se a produção de aços especiais, produtos eletrônicos, equipamentos para irrigação, barcos, navios, cascos para plataformas de petróleo, automóveis, baterias, chips, softwares e produtos petroquímicos, além de produtos de marca com valor agregado, calçados de couro e de lona e tecidos de todos os tipos. O pólo gesseiro de Araripina, em Pernambuco, é o mais importante do país, respondendo por 95% da produção brasileira[57]; e o estado do Rio Grande do Norte produz 95% do sal marinho consumido no Brasil.[58][59]

O estado do Rio Grande do Norte produz 95% do sal marinho consumido no Brasil e exporta este produto para várias partes do mundo.[60]

O Complexo Industrial Portuário de Suape poderá triplicar o PIB de Pernambuco até 2030[61]. Abriga empresas como o Estaleiro Atlântico Sul (maior estaleiro do Hemisfério Sul) e central de logística da General Motors[62]. A Fiat lançou em Suape, no final de 2010, a pedra fundamental de sua nova fábrica, a terceira da marca na América Latina. A pedra fundamental da Refinaria Abreu e Lima foi lançada em 2005[63][64]. A Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape) iniciou a pré-operação da unidade de polímeros e fios de poliéster em 2010.[65] A matriz da multinacional pernambucana Baterias Moura está localizada na cidade de Belo Jardim. A Baterias Moura fornece baterias para a metade dos carros fabricados no Brasil. O conglomerado pernambucano Queiroz Galvão reúne mais de 50 empresas nos segmentos de Construção, Desenvolvimento Imobiliário, Alimentos, Participações e Concessões, Óleo e Gás, Siderurgia e Engenharia Ambiental. O grupo está presente em todos os estados brasileiros assim como em países da América Latina e da África, exportando seus produtos para Estados Unidos, Canadá e Europa, e empregando cerca de 30.000 trabalhadores[66]. O Grupo Industrial João Santos, fundado em Pernambuco, é o produtor do Cimento Nassau e um dos mais importantes conglomerados industriais do país. Controla 24 empresas e mais de 60 estabelecimentos comerciais, com atividades nos ramos de papel e celulose, açúcar, transportes, comunicação e cimento, gerando 10 mil empregos diretos em vários estados brasileiros.[67][68]

Sobral, no Sertão cearense, é um importante polo calçadista do país.[69]

No Ceará, o forte crescimento na produção de fios têxteis, tecidos e peças de vestuário em 2010 tornou o estado o 4º maior pólo têxtil do Brasil.[70] O Distrito Industrial de Maracanaú é o maior centro industrial do Ceará. Outro importante centro industrial no estado é o Complexo Industrial do Pecém, que se encontra em forte expansão. Na capital, Fortaleza, os segmentos mais fortes da indústria são a produção de calçados, produtos têxteis, couros, peles e alimentos, notadamente derivados do trigo, além da extração de minerais. No interior, Juazeiro do Norte se destaca como o 3º maior pólo calçadista do país.[71] A companhia de alimentos cearense M. Dias Branco é líder no ramo de massas alimentícias no Brasil, detendo 14% do mercado brasileiro de biscoitos e 20% do de massas[72].

O Polo Petroquímico de Camaçari, no estado da Bahia, é o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. Abriga, entre outras empresas, uma fábrica da Ford[73], a primeira montadora de automóveis da Região Nordeste. A empresa baiana Odebrecht, conglomerado fundado pelo empresário pernambucano Norberto Odebrecht, tem como sede na cidade de Salvador. É a maior empresa no ramo petroquímico e de construção da América Latina, com faturamento anual R$ 31,4 bilhões. É a maior exportadora de serviços do Brasil, e há mais de seis anos está entre as cinco maiores construtoras mundiais de hidrelétricas, usinas nucleares, aeroportos, instalações petrolíferas, plataformas petrolíferas tanto marinhas quanto terrestres e estações de tratamento de água. A Organização Odebrecht é formada pela Odebrecht S.A., que administra a Construtora Norberto Odebrecht S.A., Foz do Brasil (Saneamento Básico e tratamento de resíduos industriais), Braskem S.A. Petroquímica, Odebrecht Empreendimentos Imobiliários S.A. (controladora da Bairro Novo Empreendimentos Imobiliários Ltda.) e a Odebrecht Investimentos em Infraestrutura Ltda. A Odebrecht presta serviços de Engenharia e Construção na maioria dos países da América do Sul, na América Central, nos Estados Unidos, em Angola, em Portugal e no Oriente Médio.

[editar] Indústria petrolífera
Mossoró, segunda maior cidade do estado do Rio Grande do Norte e o maior produtor de petróleo em terra do Brasil.[74]

Por ter sido palco da descoberta da primeira jazida de petróleo (em Lobato, Salvador), a região Nordeste tem uma produção histórica de petróleo. O petróleo é explorado no litoral e na plataforma continental de vários estados da região e processado na Refinaria Landulfo Alves, em São Francisco do Conde, e no Polo Petroquímico de Camaçari, ambos no estado da Bahia. Recentemente foi lançada a pedra fundamental da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e descoberto petróleo em Sousa, no sertão paraibano.

Os principais produtores nordestinos de Petróleo são o Rio Grande do Norte (que em 1997 era o 2º maior produtor petrolífero do país), a Bahia e Sergipe, sendo que nos dois últimos as principais bacias estão no mar.

Destaque também para o gás natural que é abundante na região. Somente a bacia Alagoas/Sergipe vai durar por cerca de 120 anos.

[editar] Recursos energéticos

Em Recife, Pernambuco, está localizada a sede da Eletrobras Chesf, sociedade anônima de capital fechado que atua na geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão, explorando a bacia hidrográfica do rio São Francisco. Esta empresa produz, transmite e comercializa energia elétrica para a Região Nordeste, atendendo tradicionalmente a oito estados: Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Com a abertura permitida pelo novo modelo do setor elétrico brasileiro, a Eletrobras Chesf tem contratos de venda de energia em todos os submercados do Sistema Interligado Nacional (SIN). Suas usinas hidrelétricas são: a Usina Hidrelétrica de Belo Monte (participação de 49% [5.504 MW], aprovada, conclusão: 2019); a Usina Hidrelétrica de Jirau (participação de 20% [690 MW], em construção, conclusão: 2012); a Usina Hidrelétrica de Xingó; a Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga; a Usina Hidrelétrica Paulo Afonso I; a Usina Hidrelétrica Paulo Afonso II; a Usina Hidrelétrica Paulo Afonso III; a Usina Hidrelétrica Paulo Afonso IV; a Usina Hidrelétrica de Sobradinho; a Usina Hidrelétrica Apolônio Sales; e a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança.

Na Bahia, está sendo desenvolvido o Gasene, que é um gasoduto que liga o estado do Rio de Janeiro ao da Bahia. O gasoduto começou com dois contratos de fornecimento de gás assinados por meio da distribuidora local Companhia de Gás da Bahia à companhia suíça alimentícia Nestlé. Esse projeto do gasoduto Gasene, quando concluido, promete elevar o estado da Bahia a um alto nível de fornecimento de gás.[75]

[editar] Setor terciário

Recife, em Pernambuco, foi eleita por pesquisa encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com economia mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo.[76]

No Nordeste, o setor terciário é um dos que mais crescem nos últimos tempos, tendo destaque principalmente Bahia e Pernambuco. O setor cresce mais no ramo de distribuidoras de alto luxo como o Salvador Shopping, que recentemente foi eleito pelo Center Build Conference o de 2º melhor shopping do mundo, atingindo de 75 a 85 pontos. O shopping polonês Zlote Tarasy-Warsaw ficou com primeiro lugar, atingindo os 85 pontos exigidos. Outros shoppings de alto luxo estão sendo construídos no Nordeste: o Shopping Bela Vista Salvador na Bahia e o RioMaR Shopping em Pernambuco, sendo que esse último, localizado na Zona Sul do Recife, será o maior centro de compras do Norte-Nordeste.[77] O Grupo JCPM, conglomerado fundado pelo empresário sergipano João Carlos Paes Mendonça e sediado em Recife, é proprietário, entre outros centros comerciais no Nordeste, do Salvador Shopping e do Shopping Recife (dois dos maiores shoppings do país), além do Shopping Villa Lobos em São Paulo.

O Grupo Guararapes Confecções, conglomerado fundado em Pernambuco e sediado no Rio Grande do Norte, é a maior empresa do ramo de confecção de vestuário na América Latina. O grupo é proprietário da cadeia de lojas Riachuelo, do Shopping Midway Mall (um dos maiores centros de compras do país, localizado em Natal) e da Midway financeira.[78]

A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de construção fundada em Serra Talhada, no Sertão de Pernambuco, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste e a quinta maior do Brasil segundo o IBOPE.[79] O grupo atende mais de 12.000 clientes lojistas em todo o Norte-Nordeste, contando com três Centros de Distribuição, localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talhada, Recife e Maceió), além de sete lojas de varejo sendo: quatro em Serra Talhada, duas em Recife e uma em Maceió. Possui ainda uma frota própria de 130 caminhões, 120 Representantes Comerciais e um efetivo de mais de 1.000 colaboradores.[80]

Recife, em Pernambuco, foi eleita por pesquisa encomendada pela MasterCard Worldwide como uma das 65 cidades com economia mais desenvolvida dos mercados emergentes no mundo[81]. Apenas cinco capitais brasileiras entraram na lista: São Paulo, que foi a cidade brasileira mais bem colocada, na 12ª posição; Rio de Janeiro (36ª posição); Brasília (42ª); Recife (47ª); e por último Curitiba (49ª). Xangai e Pequim, na China, ocuparam as duas primeiras posições. Para compor o índice que elegeu as cidades com economia mais avançada nos mercados emergentes, foram considerados o ambiente econômico e comercial; crescimento e desenvolvimento econômico; ambiente de negócios; ambiente de serviços financeiros, conectividade comercial; conectividade de educação e TI; qualidade de vida urbana; e risco e segurança.

O setor terciário no Nordeste é bem vasto na área de transporte aquaviário e correio e telecomunicações.

[editar] Ciência e tecnologia

Instituto Internacional de Neurociências de Natal, maior centro de ciência fora do eixo Rio-São Paulo.[82]

O campo da ciência e tecnologia no Nordeste brasileiro está em pleno processo de crescimento e expansão, desde o final da década de 1990 e continuado na década de 2000. Cidades nordestinas estão recebendo reconhecimento nacional e internacional pelos seus polos, centros e institutos tecnológicos. Um exemplo é Recife, que abriga o Porto Digital, um polo de desenvolvimento de softwares criado em julho de 2000. Ele é reconhecido como o maior parque tecnológico do Brasil em faturamento e número de empresas.[83] Já no interior da Paraíba, Campina Grande ganha relevância como uma das nove cidades de destaque no mundo que apresentam um novo modelo de centro tecnológico, a única citada de toda a América Latina na edição de abril de 2001 da revista estadunidense Newsweek.[84] E em outro estudo, ela aparece ao lado da cidade de São Paulo, as únicas latino-americanas, na área inovação tecnológica mundial. Todo esse destaque tecnlógico de Campina Grande é resultado da formação de uma sólida base acadêmica, iniciada ainda na década de 1960, quando a atual Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), então Escola Politécnica, adquiriu um dos cinco primeiros computadores em universidades do país (primeiro do Norte-Nordeste), dando origem aos atuais cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de engenharia elétrica e computação.[85]

Outra iniciativa notória é o Instituto Internacional de Neurociências de Natal, inaugurado em 2006 na capital potiguar e idealizado pelo neurocientista Miguel Nicolelis (considerado um dos 20 mais importantes neurocientistas em atividade no mundo). Foi criado para descentralizar a pesquisa nacional, atualmente restrita às regiões Sudeste e Sul do Brasil.

Ratificando o processo de descentralização da pesquisa da ciência e da tecnologia, em Salvador, no dia 17 de julho de 2009, após um ano de construção e um investimento de 30 milhões de reais, foi inaugurado o primeiro centro de biotecnologia localizado nas regiões Norte e Nordeste: o Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do Hospital São Rafael (CBTC), o mais moderno e avançado centro de estudos de células-tronco da América Latina.[86][87][88] Além disso, em 2010 foi inaugurado o chamado "Campus do Cérebro" em Macaíba no estado do Rio Grande do Norte, que é um centro de pesquisa e desenvolvimento da neurociência e que conta com um projeto de inclusão social, bem como a parte científica. Outros projetos são a Cidade da Ciência e a Metrópole Digital,[89] também no Rio Grande do Norte.

[editar] Turismo

O litoral é o principal atrativo da região. Milhões de turistas desembarcam nos aeroportos nordestinos. Há alguns anos os estados vêm investindo intensamente na melhora da infraestrutura, criação de novos polos turísticos, e alguns no desenvolvimento do ecoturismo.

Segundo a pesquisa "Hábitos de Consumo do Turismo Brasileiro 2009", realizada pelo Vox Populi em novembro de 2009, a Bahia é o destino turístico preferido dos brasileiros[90], já que 21,4% dos turistas optaram pelo estado. Pernambuco, com 11,9%, e São Paulo, com 10,9%, estão, respectivamente, em segundo e terceiro lugares nas categorias pesquisadas.

Fernando de Noronha em Pernambuco, um dos maiores pólos turísticos do país.

Entre as praias mais procuradas do Nordeste estão: Arraial d'Ajuda e Morro de São Paulo, na Bahia; Atalaia e Pirambu, em Sergipe; Pajuçara e Maragogi, em Alagoas; Porto de Galinhas e Itamaracá, em Pernambuco; Cabedelo e Tambaba, na Paraíba; Genipabu e Pipa, no Rio Grande do Norte; Jericoacoara e Canoa Quebrada, no Ceará; Coqueiro e Pedra do Sal, no Piauí; e Curupu e Atins, no Maranhão.

Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, Paraíba, é uma das principais atrações do Nordeste.

O arquipélago de Fernando de Noronha está ganhando destaque nacional e mundial. Pelas ilhas é possível avistar os golfinhos saltadores. Outro lugar de destaque é o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, um complexo de dunas, rios, lagoas e manguezais. Na Bahia, encontram-se a Costa do Sauípe, maior complexo turístico do Brasil, e o Arquipélago dos Abrolhos, que possui excelente área para mergulho autônomo e livre além de atrações como a temporada das baleias jubarte, que se inicia no mês de julho. No Piauí, encontram-se os parques nacionais Sete Cidades, Serra das Confusões e da Serra da Capivara com formação rochosa e pinturas rupestres; além de seu litoral possuir o Delta do Parnaíba. Outros destaques são o maior cajueiro do mundo e o Forte dos Reis Magos, ambos no Rio Grande do Norte.

O ecoturismo ainda é pouco explorado no Nordeste, mas tem grande potencialidade. Ainda assim, dentre os dez principais destinos ecoturísticos brasileiros, aparecem quatro paisagens localizadas na região Nordeste do Brasil, onde é possível escolher entre ilhas (Arquipélago de Fernando de Noronha em Pernambuco), dunas (Lençóis Maranhenses no Maranhão), mata atlântica em alta altitude (Chapada Diamantina na Bahia) e arqueologia na caatinga (Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí).[91]

A Praça de São Francisco, em São Cristóvão, Sergipe, é o mais novo Patrimônio Cultural da Humanidade no Brasil, tombado pela UNESCO em 1 de Agosto de 2010.

A cultura da região é também um atrativo para o turista. Todos os estados tem folguedos e tradições diferentes. Olinda, em Pernambuco, com vestígios do Brasil Neerlandês; São Luís, no Maranhão, com os da França Equinocial; São Cristóvão, em Sergipe, e sua Praça de São Francisco, rodeada de imponentes edifícios históricos; Salvador, na Bahia, com os da sede político-administrativa do Brasil Colonial; e Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, também na Bahia, com as marcas históricas da chegada das esquadras do descobrimento do Brasil; são alguns dos principais atrativos histórico-culturais da região, sendo os quatro primeiros considerados patrimônios culturais da humanidade pela UNESCO.

O turismo religioso vem crescendo na região, destacando-se os municípios de Juazeiro do Norte e Canindé, ambos no Ceará; e Bom Jesus da Lapa na Bahia. Também merece destaque o município de Santa Cruz no Rio Grande do Norte, com a estátua do Alto de Santa Rita de Cássia, que é a maior estátua da América.[92] Outra cidade que tem se destacado é São José de Ribamar, no Maranhão, que no mês de setembro reúne grande quantidade de fiéis dos estados nordestinos e do Estado do Pará. Há inclusive uma grande estátua de São José, que pode ser acessada por visitantes, que possui uma vista para o mar.

[editar] Infraestrutura

[editar] Educação

A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco é a segunda melhor do Brasil, com aproveitamento de 81,3% no Exame de Ordem (2010.1). Outras três faculdades de direito nordestinas figuram entre as dez melhores do país.[93][94]

O Nordeste do Brasil possui um longo histórico na área de educação, desde os primeiros jesuítas que já no século XVI instalaram escolas nesta região.

As principais instalações educacionais estão concentradas nas capitais e nas cidades de médio porte.

A Universidade Federal da Bahia e a Universidade Federal de Pernambuco estão entre as 20 melhores universidades da América Latina segundo o Webometrics Ranking of World Universities 2011, à frente de universidades conceituadas como a Universidade da Costa Rica, a Universidade de Concepción, a Universidade Federal Fluminense e a PUC-RS.[95] Outras universidades nordestinas que aparecem no ranking das 100 melhores da América Latina são: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (24ª); a Universidade Federal do Ceará (39ª); a Universidade Federal da Paraíba (48ª); e a Universidade Federal de Campina Grande (63ª).[96]

A Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco é a segunda melhor do Brasil, com aproveitamento de 81,3% no Exame de Ordem (2010.1), superada apenas pelo curso de Direito da Universidade de Brasília.[97][98] Nela importantes nomes da história brasileira estudaram, destacando, dentre inúmeros outros expoentes, Barão do Rio Branco, Castro Alves, Clóvis Bevilaqua, Tobias Barreto, Joaquim Nabuco, Eusébio de Queirós, Teixeira de Freitas, Marquês de Paranaguá, Epitácio Pessoa, Assis Chateaubriand, José Lins do Rego e Pontes de Miranda. Outras três faculdades de Direito nordestinas figuram entre as dez melhores do país. São elas, por ordem de alunos aprovados: Universidade Federal da Paraíba (75,2%); Universidade Federal do Rio Grande do Norte (72,3%); e Universidade Federal do Ceará (69,4%). Ressalte-se que, no plano nacional, as quatro universidades nordestinas citadas superaram a respeitada Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e a PUC-SP.[99]

Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia. As atividades na UFBA se iniciaram com a fundação da Faculdade de Medicina da Bahia, a escola de medicina mais antiga do Brasil, fundada em 1808 sob o nome de Escola de Cirurgia da Bahia, logo após a chegada de Dom João VI ao país.[100]

O estado de Pernambuco se destaca no ensino tecnológico. O Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (CIn UFPE), responsável pelos cursos de Ciência da Computação, Sistemas de Informação e Engenharia da Computação, é grande fornecedor de mão de obra especializada em tecnologia para a Microsoft.[101][102] A UFPE foi uma cinco instituições de ensino selecionadas em todo o mundo para o programa mundial de pesquisas da Microsoft, o que permitiu o seu acesso ao código-fonte dos componentes do Visual Studio. As outras quatro universidades selecionadas foram a Yale University (Estados Unidos); a Monash University (Austrália); a University of Hull (Inglaterra); além da UNESP, sendo o Brasil o único país que teve duas universidades escolhidas.[103] A UFPE foi homenageada pela Microsoft pela participação dos alunos do Centro de Informática da instituição na Imagine Cup, evento promovido dela empresa que é considerada a "copa do mundo de computação". A homenagem aconteceu durante a apresentação pública dos projetos vencedores do Imagine Cup 2009, e vem se repetindo desde 2003, já que alunos pernambucanos vêm vencendo a competição desde então.[104] Alunos do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco participaram em 2011 da Competição Baja SAE BRASIL-PETROBRAS e garantiram vaga para a Baja SAE Kansas, nos Estados Unidos. Apenas a UFPE e duas universidades paulistas, USP e FEI, conquistaram o direito de representar o Brasil na edição internacional da competição.[105]

O Ceará é o estado com o maior índice de aprovações no ITA, considerado o vestibular mais difícil do país.[106] Todos os anos cerca de 30% dos calouros desta instituição de ensino superior são deste estado nordestino. O desempenho exemplar em ciências exatas alcançado pelos cearenses se deve ao trabalho realizado em um grupo de escolas da capital do estado, Fortaleza.[107] Outro destaque da Região Nordeste no ITA é o estado de Pernambuco, que teve 12 estudantes aprovados no Vestibular 2011, o que representa quase 10% das 130 vagas oferecidas por esta instituição. Pernambuco foi o 3º colocado em aprovações, superado apenas pelos estados do Ceará e de São Paulo.[108] O ITA, instituição fundada pelo cearense Casimiro Montenegro Filho no estado de São Paulo, foi o embrião da Embraer, e fornece mão de obra para esta que é a terceira maior fabricante mundial de aviões.

A Univasf é a primeira Universidade Federal implantada no sertão nordestino.[109] Está situada nos estados de Pernambuco, Bahia e Piauí, com sede na cidade de Petrolina em Pernambuco. Iniciou suas atividades acadêmicas em 2004.[110]

A Região Nordeste foi a segunda região do Brasil em número de escolas entre as entre as 20 melhores do ENEM 2009 ao lado da Região Centro-Oeste: foram 4 escolas de cada uma destas duas regiões.[111] A Região Sudeste liderou o ranking, com 12 escolas. Regiões Sul e Norte não figuraram na lista.[112] O destaque na Região Nordeste foi a cidade de Teresina, no estado do Piauí, com três das vinte melhores escolas do país: o Instituto Dom Barreto (2º lugar); o Instituto Antoine Lavoisier de Ensino (12º lugar); e o Educandário Santa Maria Goretti (19º lugar).[113][114] A quarta escola nordestina que entrou na lista das vinte melhores instituições de ensino do Brasil foi o Colégio Helyos, de Feira de Santana, Bahia, que ficou com a 9ª colocação.[115] Entre as instituições da rede pública, a melhor colocada da Região Nordeste foi o Colégio de Aplicação do CE da UFPE, localizado em Recife-PE, que obteve o 6º lugar entre as escolas públicas do país e a 40ª colocação na classificação geral.[116]

A Região Nordeste, reconhecida historicamente por ter o maior número de iletrados do país, logrou notáveis avanços nos seus indicadores educacionais durante a década de 2000: a sua taxa de analfabetismo caiu de 22,4% em 2004 para 18,7% em 2009 segundo informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[117]

[editar] Saúde

A Maternidade Escola Januário Cicco, obra da arquitetura neoclássica pertencente à UFRN[118], é a mais importante maternidade do Rio Grande do Norte.

Os principais pólos médicos da Região Nordeste são as cidades de Recife, Salvador e Fortaleza.

Recife, em Pernambuco, possui dezenas de grandes hospitais, entre eles o Hospital da Restauração, maior emergência pública e mais complexo serviço de urgência e trauma do Norte-Nordeste,[119] recebendo pacientes de todo o estado e de estados vizinhos. O Hospital da Restauração, referência nas áreas de trauma, neurocirurgia, neurologia, cirurgia geral, clínica médica e ortopedia, possui 482 leitos registrados no Ministério da Saúde (MS), mas, incluindo os extras, funciona com um total de 723 leitos para atender a demanda que lhe é submetida. Desde junho de 2010, a antiga Emergência Geral foi desmembrada em três emergências com entradas e espaços independentes: Emergência Pediátrica, Emergência Traumatológica e Emergência Clínica.[120] Os hospitais particulares do Recife, equipados com máquinas de última geração, fazem da capital pernambucana o segundo maior pólo médico e hospitalar do Brasil.[121]

Em Salvador, na Bahia, destacam-se o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) – o maior do estado – e o Hospital Geral do Estado (HGE).[122] O HGRS presta em média mil atendimentos ambulatoriais e 350 atendimentos emergenciais em dias úteis; é referência em cirurgias bucomaxilofacial e vasculares e clínica médica em neurocirurgia e nefrologia; e conta com quase 2.600 funcionários. O prédio do Roberto Santos abriga ainda o Centro de Informações Antiveneno, referência no tratamento de intoxicações na Bahia.[123] Outros hospitais que merecem destaque: o Hospital Santo Antônio (fundado por Irmã Dulce);[124] o Hospital Sarah Kubitschek; e o Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos.

Em Fortaleza estão concentrados os principais hospitais públicos do estado do Ceará. Dentre esses hospitais merecem destaque o Instituto Doutor José Frota, mais conhecido como IJF, que é o maior hospital de emergência do estado, administrado pela prefeitura; e o Hospital Geral de Fortaleza, que é o maior hospital público, administrado pelo governo do estado. O atendimento médico privado é bastante desenvolvido, com um total de 127 hospitais, destacando-se os hospitais São Mateus, Antônio Prudente, Unimed, Monte Klinikum e SARAH-Fortaleza.[125]

[editar] Transportes

Aeroporto Internacional do Recife, o segundo maior do Nordeste.

A malha viária da região tem 394.700 km de rodovias que, em parte, estão precárias. As principais vias de escoamento e transporte rodoviário são a BR-116 e a BR-101. Seu sistema ferroviário ainda é precário, porém está em curso desde 2006[126] a construção da Ferrovia Transnordestina, que liga o Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife, ao Porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, cruzando praticamente todo o território de Pernambuco e Ceará, e ligando esses dois estados ao estado do Piauí[127]. A Transnordestina permitirá o escoamento da produção agrícola do sudoeste do Piauí, do oeste da Bahia e do Vale do São Francisco e a produção do pólo gesseiro de Araripina[128] a um menor custo, o que tornará os preços mais competitivos.

Suas cidades mais importantes dispõem de adequada estrutura aeroportuária, sendo os aeroportos de Recife, Salvador e Fortaleza os maiores. Os principais aeroportos do Nordeste recebem milhões de turistas anualmente e mantêm vôos regulares para as principais cidades da Europa e Estados Unidos, sendo que o de Salvador - Deputado Luís Eduardo Magalhães - é o maior aeroporto de todo Norte, Nordeste e Sul brasileiro e o quinto mais movimentado do país. O Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre, no Recife, figura entre os cinco melhores aeroportos do mundo[129]. Em Natal está sendo construído o Aeroporto Internacional da Grande Natal, que, quando totalmente concluído, será o maior da América Latina.[130]

Atualmente, apenas Recife e Teresina dispõem de sistema de metrô. Os metrôs de Fortaleza e de Salvador já estão em construção e devem entrar em operação nos próximos anos. Há também projetos de metrô de superfície (VLT) em estudo para serem implantados em Natal e João Pessoa. O de Maceió já está em operação. Outros projetos fora das capitais são os VLT do Cariri em Juazeiro do Norte e o de Arapiraca.[131]

[editar] Cultura

O frevo, dança típica de Pernambuco. Na foto, bloco de rua bricando nas ladeiras de Olinda.

Tendo sido a primeira região efetivamente colonizada por portugueses, ainda no século XVI, que aí encontraram as populações nativas e foram acompanhados por africanos trazidos como escravos, a cultura nordestina é bastante particular e típica, apesar de extremamente variada. Sua base é luso-brasileira, com grandes influências africanas, em especial na costa de Pernambuco à Bahia e no Maranhão, e ameríndias, em especial no sertão semi-árido.

A riqueza cultural dessa região é visível para além de suas manifestações folclóricas e populares. A literatura nordestina tem dado contribuições para o cenário literário brasileiro, destacando-se nomes como Jorge Amado, José de Alencar, João Cabral de Melo Neto, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Graciliano Ramos e Manuel Bandeira, dentre muitos outros. O Maranhão é o estado nordestino que mais se destacou e ainda se destaca no campo da Literatura Nacional, tais com os escritores: Gonçalves Dias, Aluísio Azevedo, Arthur Azevedo, Coelho Neto, Sousândrade, Viriato Correia, Ferreira Gullar, José Louzeiro, José Sarney, Raimundo Correia, Josué Montello e muitos outros. O pernambucano Gilberto Freyre representa um marco na história do Brasil devido ao seu livro Casa-Grande & Senzala, que demonstra a importância dos escravos para a formação do país e que brancos e negros são absolutamente iguais. No Ceará, o movimento da Padaria Espiritual, no fim do século XIX, antecipou algumas das renovações trazidas com o modernismo, no anos 1920 do século seguinte.

São Luís, no Maranhão, foi eleita a Capital Americana da Cultura para o ano de 2012.[132][133]

Na literatura pode-se citar a literatura popular de cordel que remonta ao período colonial (a literatura de cordel veio com os portugueses e tem origem na Idade média europeia) e numerosas manifestações artísticas de cunho popular que se manifestam oralmente, tais como os cantadores de repentes e de embolada.

Na música erudita, destacaram-se como compositores Alberto Nepomuceno e Paurillo Barroso, assim como o cearense Liduíno Pitombeira na atualidade, e Eleazar de Carvalho como maestro. Ritmos e melodias nordestinas também inspiraram compositores como Heitor Villa-Lobos (cuja Bachiana brasileira nº 5, por exemplo, em sua segunda parte - Dança do Martelo - alude ao sertão do Cariri).

Na música popular, destacam-se ritmos tais como coco, xaxado, martelo agalopado, samba de roda, baião, xote, forró, Axé e frevo, dentre outros ritmos. O movimento armorial do Recife, inspirado por Ariano Suassuna, fez um trabalho erudito de valorização desta herança rítmica popular nordestina (um de seus expoentes mais conhecidos é o cantor Antônio Nóbrega).

O maracatu, parte da cultura e folclore nordestino, reflete a miscigenação étnico-cultural entre africanos, indígenas e portugueses no Nordeste.

Na dança, destacam-se o maracatu, praticado em diversas partes do Nordeste, o frevo (característico de Pernambuco) o bumba-meu-boi, o xaxado, diversas variantes do forró, o tambor-de-crioula (característico do Maranhão), etc. As músicas folclóricas quase sempre são acompanhadas de danças.

O artesanato é também uma parte relevante da produção cultural do Nordeste, sendo inclusive o ganha-pão de milhares de pessoas por toda a região. Devido à variedade regional de tradições de artesanato, é difícil caracterizá-los todos, mas destacam-se as redes tecidas e, às vezes, bordadas com muitos detalhes; os produtos feitos em argila, madeira (por exemplo, da carnaúba, árvore típica do sertão) e couro, com traços bastante particulares; além das rendas, que ganharam destaque no artesanato cearense. Outro destaque são as garrafas com imagens feitas manualmente em areia colorida, um artigo produzido para venda para turistas. No Maranhão, destacam-se artesanatos feitos da fibra do buriti (palmeira), assim como artesanatos e produtos do babaçu (palmeira nativa do Maranhão).

O Rio Grande do Norte é o maior produtor de camarão do país. Já o Ceará é o maior exportador do produto no Brasil.[134]

A culinária nordestina é variada, refletindo, quase sempre, as condições econômicas e produtivas das diversas paisagens geoeconômicas dessa região. Frutos do mar e peixes são bastante utilizados na culinária do litoral, enquanto, no sertão, predominam receitas que utilizam a carne e derivados do gado bovino, caprino e ovino. Ainda assim, há várias diferenças regionais, tanto na variedade de pratos quanto em sua forma de preparo (por exemplo, no Ceará, predomina o mugunzá - também chamado macunzá ou mucunzá - salgado, enquanto, em Pernambuco, predomina o doce). No Maranhão, destaca-se o Cuxá, Arroz de Cuxá, Bobó (comida feita de uma erva chamada vinagreira), o peixe pedra, e a deliciosa torta de camarão, bem ao estilo maranhense. Também no Maranhão se destaca o refrigerante Jesus ou Guaraná Jesus que é patrimônio maranhense, já o Bolo-de-rolo é patrimônio imaterial de Pernambuco. Algumas comidas típicas da região são: o baião-de-dois, a carne-de-sol, o queijo de coalho, o vatapá, o acarajé, a panelada e a buchada, a canjica, o feijão e arroz de coco, o feijão verde, cozido e o sururu, assim como vários doces feitos de mamão, abóbora, laranja, etc. Algumas frutas regionais - não necessariamente nativas da região - são a ciriguela, o cajá, o buriti, a cajarana, o umbu, a macaúba, as frutas maranhenses juçara, bacuri, cupuaçu, buriti, murici e a pitomba, além de outras também comuns em outras regiões.

[editar] Festividades

Espetáculo "Chuva de Bala" nos festejos juninos de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

E nas festividades, a região Nordeste dispõe de variados eventos que ocorrem ao longo do ano:

No Carnaval há destaques para as festas de Salvador, Recife-Olinda e Caicó, respectivamente, o primeiro, segundo e terceiro maiores carnavais da região.[135] Estes dois últimos são considerados os mais democráticos pois não é necessário a compra de abadás para a folia, além de outras no interior dos estados. As micaretas, que são os carnavais fora de época, destacam-se o "Carnatal" em Natal; o "Fortal" em Fortaleza; o "Pré-Caju" em Aracaju; e a "Micarande" em Campina Grande. Há também o "bumba-meu-boi" em Maceió e em São Luís do Maranhão.

Quando vai se aproximando o São João, as cidades de Caruaru, em Pernambuco, e a de Campina Grande na Paraíba disputam pelo título de "Capital do Forró". Destacam-se também pelo seu São João as cidades de Juazeiro do Norte no Ceará; Mossoró no Rio Grande do Norte; e Aracaju em Sergipe.

Há também festivais de música como o "Piauí Pop" em Teresina; o "Mada" em Natal; o "Abril Pro Rock" no Recife; o "Ceará Music" em Fortaleza; o "Fest Verão Paraíba" em João Pessoa; o "Maceió Fest" em Maceió; e o "Festival de Verão de Salvador" na capital baiana.

[editar] Personalidades

Paulo Freire José de Alencar Ruy Barbosa
Castro Alves Clóvis Beviláqua Rachel de Queiroz
Joaquim Nabuco Gilberto Freyre João Ubaldo Ribeiro
Celso Furtado Tobias Barreto Cristovam Buarque
Oscar Schmidt João Gilberto Adriana Lima

O Nordeste é o berço de personalidades nacionais e internacionais. Pessoas que se destacaram e se destacam em todas as áreas do conhecimento, tais como:

[editar] Esportes

Assim como no restante do país, a região Nordeste tem como principal esporte o futebol. Destacam-se os clubes Bahia e Vitória na Bahia, Sport, Santa Cruz e Náutico em Pernambuco, Ceará e Fortaleza no Ceará, América de Natal e ABC no Rio Grande do Norte, CSA e CRB em Alagoas, Treze, Campinense e Botafogo-PB na Paraíba, Sergipe e Confiança em Sergipe, Ríver-PI e Flamengo-PI no Piauí e Sampaio Corrêa e Moto Club no Maranhão.

A seleção brasileira de futebol costuma fazer partidas no Nordeste. O estádio Castelão, em Fortaleza, o estádio do Arruda, no Recife, o estádio Rei Pelé em Maceió e, recentemente, o estádio de Pituaçu, em Salvador, são os locais onde a seleção costuma jogar. O Estádio da Fonte Nova, em Salvador também recebia partidas, mas ele foi interditado em 2007 por causa de um acidente envolvendo vítimas fatais.[136]

Projeto do Castelão (Fortaleza) para a Copa do Mundo FIFA de 2014. Recife, Salvador, Fortaleza e Natal são as cidades-sede do evento localizadas na Região Nordeste.

Durante a Copa do Mundo FIFA de 2014, o Nordeste contará com quatro cidades-sede: Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Rede de transportes, hotelaria e hospitais devem sem construídos, ampliados ou reformados, além, da reforma e construção de novos estádios. Em Salvador, o Estádio da Fonte Nova, será completamente reformado, assim como o Estádio Castelão, em Fortaleza. Já no Recife, será construído um complexo com hospital, residências, shopping e a Arena Cidade da Copa, que ficará situada na cidade de São Lourenço da Mata, região metropolitana do Recife. Em Natal, o atual estádio Machadão será demolido e, em seu lugar, será erguida a Arena das Dunas. Os quatro estádios estarão no padrão FIFA.

Outras capitais nordestinas também se candidataram para sediar a Copa do Mundo de 2014: João Pessoa, Teresina e Maceió. Será a segunda vez que o Nordeste participa de uma copa do mundo: em 1950 o Recife realizou a partida entre Chile e Estados Unidos, sendo o palco do jogo naquela ocasião a Ilha do Retiro.

No automobilismo, a região Nordeste também recebe duas etapas anuais da Fórmula Truck, uma no Autódromo Internacional Ayrton Senna em Caruaru, e uma no Autódromo Internacional Virgílio Távora em Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza. Além disso, desde de 2009, uma etapa da Stock Car Brasil ocorre na região, mais especificamente no Circuito Ayrton Senna, nas ruas do Centro Administrativo da Bahia, em Salvador.[137]

Nos outros esportes, pode-se citar as seguintes competições esportivas regionais: Campeonato Nordestão Governador Miguel Arraes (enxadrismo), Desafio Costa do Sol (atletismo), Nordeste Sevens (rúgbi de sete), Supercopa do Nordeste de Basquete (basquetebol).

[editar] Problemas sociais

O Nordeste vem apresentando grande melhora nos últimos anos no que tange à qualidade de vida de sua população, porém tem ainda os mais baixos indicadores socioeconômicos do país, tais como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Os baixos indicadores são mais graves nas áreas rurais e no sertão nordestino, que sofre longos períodos sem chuva; no entanto, seus indicadores são melhores que os de países como África do Sul (maior economia do continente africano), Bolívia e Guiana. 18,7% dos nordestinos eram analfabetos em 2009 segundo informação divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)[138]; e, segundo o Ibope, 22% eram beneficiados pelo programa de transferência de renda Bolsa Família em 2010[139]. A taxa de natalidade do Nordeste era de 2,04 filhos por mulher em 2009, acima da média nacional (1,94 filho por mulher) e das taxas das regiões Sudeste (1,75 filho por mulher), Sul (1,92 filho por mulher) e Centro-Oeste (1,93 filho por mulher), e abaixo da taxa da Região Norte (2,51 filhos por mulher). Ressalte-se que a taxa de natalidade nordestina está abaixo da taxa de reposição populacional, que é de 2,1 filhos por mulher – duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva – e é semelhante às taxas de alguns países desenvolvidos, a exemplo dos Estados Unidos e da Islândia (ambos com taxa de 2,05 filhos por mulher).[140] Alguns municípios da Região Nordeste já desfrutam de um IDH elevado, a exemplo de Aracaju, Salvador, Recife, Fortaleza, Natal e Fernando de Noronha. Setenta por cento dos mil municípios de menor índice de desenvolvimento humano do país estão em áreas semiáridas ou sub-úmidas, mas não se pode afirmar uma relação direta entre a pobreza e o clima semiárido, dado que várias cidades bastante áridas possuem IDH maior que o de outras mais úmidas, e que estados mais chuvosos como Maranhão e Alagoas têm percentuais de extrema pobreza (26,3% e 20,5% da população, respectivamente) maiores que estados predominantemente semiáridos como Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba (13,0%, 16,1% e 16,3% da população, respectivamente). No Ceará, por exemplo, todos os municípios (184) estão em regiões semiáridas, subúmidas secas e arredores, mas menos de 30% deles estão na relação de baixo IDH. No Piauí, entretanto, onde 94% das cidades estão em áreas com índice de aridez elevado, 70% estão no grupo. A Bahia — que tem quase 300 cidades em regiões semi-áridas, sub-úmidas secas e arredores, o que corresponde a 70% do total — tem apenas 39% deles indicados na lista das mil de menor IDH. Já Alagoas — onde apenas 54 dos 102 municípios (53%) estão em áreas que sofrem os efeitos da desertificação — tem 77 cidades na relação de mais baixo desenvolvimento humano[141].

O sertão em período de seca no interior da Bahia.

Durante o Brasil Colônia - até meados do século XVII -, quando a produção de açúcar se destacava na pauta de exportações coloniais, a região possuía a área mais próspera do Brasil - a capitania de Pernambuco (juntamente com a capitania de São Vicente, foram as únicas capitanias de sucesso logo no início da exploração). Desde o fim da rentabilidade da exploração do açúcar na Zona da Mata (faixa outrora ocupada por mata atlântica, no litoral oeste nordestino), a região entrou em decadência econômica. Em meados do século XX passou a se recuperar num ritmo mais rápido que o Brasil em indicadores como IDH e PIB per capita. Entre 1991 e 2005, o IDH regional avançou 16,3%, o maior crescimento do Brasil (em comparação, o Centro-Oeste e Sudeste cresceram 10,9% e o Sul, 8,5%).[142] Ademais, a região Nordeste foi a que mais reduziu a mortalidade infantil desde 1991, passando de 70,9 por mil nascidos vivos para 31,5 por mil em 2005, e deverá ser a primeira região brasileira a atingir, em 2010, a meta para a mortalidade infantil estabelecida pelos Objetivos do Milênio.[143] Apesar da progressiva melhoria, ainda mantém de longe o maior nível de pobreza e o menor nível de renda do país.

Caicó, no estado do Rio Grande do Norte, possui o maior índice de desenvolvimento humano (IDH) do interior nordestino.[144]

A região ainda sofre com o trabalho infantil, principalmente no interior, e com a prostituição infantil nos núcleos urbanos. Outros graves problemas são, assim como no resto do Brasil, o aumento da criminalidade, o inchaço das periferias das maiores cidades, a corrupção e o baixo desenvolvimento econômico do interior. Grande parte do Nordeste também enfrenta graves problemas com a desigualdade, tanto social quanto racial (Alagoas possui a maior diferença de IDH entre brancos e negros[145]).

De acordo com uma pesquisa divulgada em 2006 e realizada pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco, Luiz Honorato da Silva Júnior, a baixa escolaridade é o principal fator para a pobreza no Nordeste. Também foram encontrados os seguintes resultados com relação à pobreza nessa região: Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte são os estados com menor número de pobres, e entre os estados com o maior número estão Piauí, Alagoas e Maranhão.[146]

O Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal, que mede o desenvolvimento humano, econômico e social dos estados e municípios, classificou os estados do Rio Grande do Norte, do Ceará e de Pernambuco como os três melhores do Norte-Nordeste em qualidade de vida.[147] Entre as capitais, Natal, Teresina, São Luís e Recife obtiveram os melhores índices.[148]

Aracaju, capital com melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste.[149]

Em uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas em 2005, Aracaju foi apontada como a capital com melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste, classificando-a como a 12ª melhor cidade do país para se viver, de acordo com o índice de satisfação de seus habitantes.[150] Contudo, tal fato foi questionado, visto que apenas 40% da capital sergipana possui saneamento básico.[151] O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada também fez uma pesquisa em 2005 e apontou Natal como a capital com o menor número de homicídios do país e a colocou no 14ª lugar entre as cidades mais seguras do país. No entanto, nos últimos anos a violência na capital potiguar aumentou significativamente.[152] Uma pesquisa do Ministério da Saúde em 2008 reafirmou Aracaju como melhor qualidade de vida do Norte-Nordeste e mostrou que Natal é a capital brasileira com menor número de fumantes.[149]

Maceió, capital mais violenta do país para os jovens.[153]

Numa pesquisa feita para elaborar o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que mede a probabilidade de um adolescente entre 12 e 18 anos ser assassinado, Maceió (6,03, nono pior IHA) e Recife (6,0, décimo pior IHA) são as únicas capitais estaduais brasileiras presentes entre as dez cidades com mais jovens assinados a cada mil[154]. Incluídas entre essas cidades com os dez piores resultados estão também Olinda (6,5, quarto pior IHA) e Jaboatão dos Guararapes (6,0, oitavo pior IHA), as duas estão localizadas na Região Metropolitana de Recife.[154] Entretanto, a região Nordeste não é a que concentra os mais altos IHA, e, sim, a Sudeste; e a líder do ranking de assassinatos de jovens é Foz do Iguaçu-PR, cidade localizada na Região Sul[154]. Já entre os melhores IHA, estão dois municípios nordestinos: Maranguape, no Ceará, e Codó, no Maranhão.[155]




LAST

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: