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quinta-feira, 31 de março de 2011

A moral seletiva de Vaccarezza: “Bolsonaro é estúpido”, mas Delúbio é um bom companheiro

31/03/2011

às 18:32


Já apanhei bastante aqui dos eleitores de Jair Bolsonaro por dizer o que penso de suas declarações. Eu as analisei em si mesmas e no contexto político, destacando, inclusive, a quem elas acabam aproveitando. E também reprovei os que preferem o linchamento ao debate. Muito bem! Agora quero falar de um patriota como Candido Vaccarezza, líder do governo na Câmara (PT-SP).

Ele também resolveu jogar a sua pedra. Se todo mundo joga, né?, por que não Vaccarezza? Segundo diz, “Bolsonaro é um estúpido”. Ele quer levar a questão para a CCJ também para debater os limites da imunidade parlamentar. Ok.

Vaccarezza é aquele medalhão do PT que defendeu há poucos dias, com entusiasmo, a volta ao partido de Delúbio Soares. Argumentou: “Não é justo que Delúbio tenha pena definitiva”. Sobre os mensaleiros, considerou: “Todos eles já pagaram um preço maior do que seus pecados; nenhuma pena é eterna”.

Esse é Vaccarezza julgando os outros e Vaccarezza julgando os seus. Não, leitor! Não estou dizendo que Delúbio desculpe Bolsonaro. Nem mesmo existe relação direta entre um caso e outro, claro!

O que me interessa aqui é a moral seletiva do “progressista” Vaccarezza. Os da sua turma, não importa o crime, ele absolve antes mesmo que o tribunal — no caso, o STF — se pronuncie. Os que não são, antes que haja um processo, ele condena.

Nada disso torna Bolsonaro e Delúbio melhores ou piores do que são. Mas o conjunto diz muito do moralista Vaccarezza.

Por Reinaldo Azevedo





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