Brincadeira oficial – Há dias, o ucho.info publicou matéria sobre o degradante momento que passa a segurança pública no mais importante estado da federação, São Paulo, que assiste na imprensa a uma guerra que contrapõe os policiais civis e o secretário Antônio Ferreira Pinto.
Ao tentar fazer uma assepsia no Polícia Civil paulista, o secretário de Segurança Pública acabou nivelando por baixo todos os integrantes da corporação, que há mais de dezesseis anos lutam por melhores salários, condições adequadas de trabalho e plano de carreira, algo que o tucanato vem negando insistentemente. Enquanto isso, os bandidos têm agido a esmo na maior cidade brasileira. A mais nova modalidade de crime que tem assustado os paulistanos de bem é o “arrastão”, que nas últimas semanas alvejou alguns conhecidos restaurantes da cidade.
Como alertamos, não demoraria muito para alguma autoridade da área da Segurança Pública surgir na mídia para dar explicações pouco convincentes, a exemplo do que ocorreu por ocasião de outras práticas criminosas, como os assaltos em semáforos e cruzamentos e aos usuários de bancos e caixas eletrônicos, as chamadas “saidinhas de banco”.
O escalado pelo governo paulista para justificar os arrastões foi o coronel da PM Marcos Chaves, comandante do policiamento da capital. Na opinião do militar, essa modalidade de crime vem sendo sufocada por ações da polícia, mas ele ressaltou que os vidros escuros de alguns restaurantes beneficiam a ação dos bandidos. Ou seja, os restaurantes têm de se transformar em vitrines para que a polícia consiga contemplar os marginais, pois do contrário o status quo do crime prevalecerá.
Trata-se de mais uma explicação estapafúrdia, que em nada contribui para o fim da insegurança que campeia pela capital dos paulistas. Fora isso, o coronel Marcos Chaves disse que considera curta a sobrevida dessa prática criminosa, pois o resultado material e financeiro dos arrastões é de pequena monta. É preciso analisar de maneira mais ampla e profunda a realização dos arrastões em restaurantes antes de qualquer vaticinar qualquer diagnóstico.
Quando o Estado sufoca os criminosos em alguns de seus nichos, a tendência imediata é a mudança do modus operandi. Além disso, os crimes de pequenos resultados financeiros, diferentemente do que pensa o coronel Marcos Chaves, servem para que os criminosos de baixa patente façam frente aos pedágios cobrados pelas facções criminosas que agem a partir do sistema penitenciário. Traduzindo, está tudo dominado.
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