O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse nesta quinta-feira (31), em discurso no Plenário, não acreditar que a presidente Dilma Rousseff tenha feito qualquer afirmação ao presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, sobre a existência de "problema de maioria" no Congresso Nacional, por parte de seu governo.
Julgando necessário ouvir esclarecimentos da própria presidente sobre o assunto, Humberto Costa afastou a possibilidade de Dilma ter-se referido, em sua conversa com o presidente de Portugal, à existência de "qualquer tipo de acordo" que tenha sido obrigada a fazer para aprovar no Congresso matérias de interesse do governo.
Humberto Costa disse que podia "falar sem medo", em nome de todos os partidos que compõem o bloco de apoio ao governo - PT, PSB, PDT, PCdoB, PRB e PR -, que não há, no Congresso Nacional a prática de estabelecer qualquer tipo de condição para aprovar matérias de interesse do governo.
Para o senador, a presidente Dilma pode ter feito observações o sistema de governo presidencialista adotado no Brasil. Ele assinalou que, no sistema brasileiro ocorre, por vezes, como no caso do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que o presidente não consegue construir uma maioria no Congresso, tornando assim difícil a governabilidade.
- E, nessas condições, não resta ao governante, no Brasil, senão estabelecer coalizões políticas, incorporar, muitas vezes, partidos que estiveram até em palanques adversários na disputa eleitoral; há necessidade de se fazer essa incorporação como uma forma de construção da maioria para a governança - explicou.
Na avaliação de Humberto Costa, o ideal para uma democracia moderna é que o governo construa uma maioria já no processo eleitoral.
Em apartes, os senadores Casildo Maldaner (PMDB-SC) e Eduardo Suplicy (PT-SP) manifestaram seu apoio ao pronunciamento de Humberto Costa.
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