Jogo de cena – Responsável pela Secretaria-Geral da Presidência da República, o ministro Gilberto Carvalho concedia entrevista aos jornalistas que cobrem o cotidiano do Palácio do Planalto, na terça-feira (29), quando soube da morte do ex-vice-presidente José Alencar. Aparentemente emocionado, Gilberto Carvalho fez uma pequena pausa antes de retomar a sua fala.
Quem se deixou levar pelo interregno emotivo de Gilberto Carvalho certamente não conhece os capítulos recentes da história política nacional. Ex-secretário municipal na gestão do companheiro Celso Daniel, em Santo André, Gilberto Carvalho foi flagrado pela polícia em conversa telefônica em que afirmou à então namorada do prefeito assassinado, Miriam Belchior (atual ministra do Planejamento), que na ocasião ela vinha desempenhando bem o papel de viúva. A sordidez que marcou os momentos que se seguiram ao covarde assassinato de Celso Daniel mostra o perfil de Gilberto Carvalho.
De igual maneira, o religioso Gilberto Carvalho não esboçou nenhum sinal de consternação diante da morte do então prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT. Da mesma forma, Carvalho não se comoveu com os apelos de Roseana Garcia, viúva de Toninho do PT, que durante anos a fio tentou sem sucesso algum falar com o inatingível e intocável Luiz Inácio da Silva.
A intenção de Roseana Garcia era pedir a Lula para que a Polícia Federal entrasse no caso, pois as investigações chegaram a uma conclusão pouco convincente. De que Toninho do PT foi assassinado pelo sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, o que não confere com as informações de bastidores. Na verdade, o então prefeito de Campinas pagou com a vida a tentiva não concluída de promover alterações nos contratos de coleta de lixo da cidade, entre tantas mudanças.
Em outras palavras, embarcar na emoção de Gilberto Carvalho é passar recibo de inocência.
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