Josué Maranhão - 30/10/2009
REFÚGIO – A intelectualidade brasileira tem características interessantes. Há uma diversidade bem típica. Existem os verdadeiros intelectuais, que vivem tranquilamente a vida e não precisam aparecer, chamar a atenção, para que sejam respeitados. São poucos!
Há, no entanto, um submundo, dividido em: (a) os “intelectuais conterrâneos”, são aqueles que se sobressaem pela pose e que se imaginam superiores, confiando que os conhecimentos lhes são transmitidos por osmose. Desfilam carregando pelo menos um livro embaixo do braço. Também são conhecidos por “intelectuais do suvaco” e (b) os esquerdistas de fachada.
A categoria, que faz alarido para aparecer, prefere posar como esquerdistas. São aqueles que, normalmente, se reúnem em mesas de botecos, onde permanecem horas decidindo os destinos da humanidade, enquanto tomam cerveja quente e choca. Entre estes há aqueles que ganharam fama e substituem a cerveja por uísque, se embriagam e dizem tolices. Enaltecem as maravilhas que existem em Cuba, mas preferem passar as férias em apartamento de luxo que adquir
Foram os intelectuais integrados nas duas subdivisões, que lançaram um patético manifesto protestando contra a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, destinada a apurar as atividades criminosas do grupo alcunhado de Movimento dos Trabalhadores sem Terras, o famigerado MST.
Afora outras sandices, trilhando um esquerdismo superado e canhestro, dizem que a “perseguição” que pretendem impor poderá terminar jogando o MST e os seus integrantes na clandestinidade, ou na criminalidade. Ora, eles próprios sempre foram clandestinos, pelo menos para efeitos legais, tendo-se em vista que não são constituídos de forma regular, não possuem registros oficiais e somente o governo lulo-petista os identifica. Tanto que para tais marginais são carreados milhões de reais do dinheiro público, através de entidades constituídas apenas com a finalidade de servirem de intermediárias para a bandidagem. Estão na criminalidade, afora isso, desde quando passaram a invadir propriedades produtivas, saquear, destruir e roubar, sem falar na ilicitude que são as vendas de terrenos onde são assentados, como beneficiários da reforma agrária.
Os “intelectuais de suvaco” e os “esquerdistas de boteco” mostram, ademais, que ainda não estão sequer aculturados, quando dizem que as terras recentemente invadidas no interior do Estado de São Paulo estão sendo questionadas pelo INCRA e pela Justiça. Ora, em primeiro lugar, a Justiça não questiona nada e sim, quando provocada, julga, emite sentenças. Além disso, a Justiça já julgou o questionamento do INCRA e reconheceu a legitimidade da posse e do domínio em favor da empresa que ocupa e produz nas terras, não reconhecidas como de domínio público. Ademais, se ainda estivesse pendente a decisão, admitir-se que o MST seria a entidade apropriada para dirimir as dúvidas seria proclamar a absoluta falência dos poderes do Estado constituído.
A vocação para o engabelamento chega a ponto tal, que pretendem os “intelectuais conterrâneos” justificar ou minimizar os atos de vandalismo cometidos pelos bandoleiros do MST, dizendo que apenas foram arrancados poucos pés de laranja, quando na realidade foram dizimados dez mil pés, além de terem sido danificados e inutilizados, propositadamente, tratores e outros equipamentos agrícolas.
Na realidade, se os “esquerdistas de boteco” pretenderem um dia merecer respeito, deveriam se engajar em uma campanha contra a atitude do governo que, através de manobras, pretende impor o poder da maioria, para impedir que a CPI venha a apurar os crimes. É imperioso que sejam esclarecidos: (a) os atos criminosos cometidos pelos bandoleiros do MST e (b) os ilícitos praticados pelos dirigentes governamentais que carreiam para o bando criminoso milhões do dinheiro arrecadado com os impostos pagos por aqueles que atuam na legalidade e se sacrificam para se manter longe do crime e da clandestinidade.
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