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sábado, 31 de outubro de 2009

Encontrado corpo de vítima do acidente da FAB


O Comando da Aeronáutica informou que as equipes de resgate entraram, na tarde de hoje (31), na aeronave C-98 Caravan da FAB, que está submersa no igarapé Jacurapá, no Amazonas, e encontraram o corpo de João de Abreu Filho, funcionário da Fundação nacional de Saúde (Funasa). Agora, as buscas continuam para localizar o suboficial Marcelo dos Santos Dias.

De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, a aeronave está dentro da água, a aproximadamente 6 metros de profundidade, a 6 metros da margem do rio e distante em torno de 370 metros do local onde foram resgatados nove sobreviventes ontem pela manhã.

No local, estão 15 militares da FAB, seis do Exército Brasileiro, dois da Marinha e dois bombeiros de Cruzeiro do Sul (AC), além de índios da tribo Marubo. A equipe continuará os trabalhos durante o período noturno.

Dois helicópteros H-60 Blackhawk da FAB e um HM-3 Cougar do Exército estão fazendo o transporte de militares e equipamentos de apoio até a clareira aberta próximo ao local. Uma aeronave C-105 Amazonas da FAB sobrevoa a área para apoiar os militares em terra na comunicação com as bases em Cruzeiro do Sul (AC) e Manaus (AM).

Dos nove sobreviventes resgatados, a FAB transportou os seis civis de Cruzeiro do Sul, no Acre, para Tabatinga, no Amazonas, onde chegaram às 13h23 (horário de Brasília). De lá, cinco deles seguiram para o município de Atalaia do Norte, onde residem, e um para Manaus. Os outros três passageiros encontrados - o piloto e dois mecânicos - retornaram para Manaus.

Os sobreviventes são: os militares tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, tenente José Ananias da Silva Pereira e sargento Edmar Simões Lourenço; e os civis Josiléia Vanessa de Almeida, Maria das Graças Rodrigues Nobre, Maria das Dores Silva Carvalho, Marina de Almeida Lima, Diana Rodrigues Soares e Marcelo Nápoles de Melo.

O monomotor Cessna C-98 Caravan, que fazia o trajeto entre as cidades de Cruzeiro do Sul (AC) e Tabatinga (AM), desapareceu na manhã de quinta-feira (29) e foi encontrado por índios na sexta-feira. A aeronave fez um pouso forçado no rio Ituí, no Estado do Amazonas, e foi encontrado dez milhas fora de sua rota.

O avião transportava técnicos da Funasa que faziam o trabalho de vacinação em aldeias indígenas do vale do Javari, no extremo oeste do Amazonas.

Buscas
A aeronave, submersa, foi localizada por mergulhadores da Aeronáutica e do Exército, que participam das buscas. "No momento, a recuperação do avião não é nossa prioridade. Já sabemos onde ele está, mas vamos nos concentrar em procurar as duas pessoas que ainda não foram localizadas", declarou Jorge Cruz de Souza e Mello.

Existe a possibilidade de os desaparecidos estarem dentro do avião, mas esta informação ainda não é confirmada, segundo o Comando da Aeronáutica.

As operações aéreas de busca foram retomadas hoje pela manhã. Uma clareira foi aberta no local e as equipes contam com botes e equipamentos de mergulho. Durante a madrugada deste sábado, quatro militares da FAB continuaram a operação por terra e no rio Ituí, com ajuda de equipes do Exército, da Marinha, do Corpo dos Bombeiros de Cruzeiro do Sul (AC) e de índios da tribo Marubo.

Investigações
A FAB deu início às investigações sobre as causas do acidente. Os pilotos da aeronave já foram ouvidos extraoficialmente, mas as causas da queda ainda não foram divulgadas. O major-brigadeiro Jorge Cruz de Souza e Mello não deu informações sobre os primeiros depoimentos. Ele disse que o resultado final das investigações pode demorar até um ano para ser concluído.

Mello disse que um oficial especializado em investigação de acidentes aéreos foi enviado a Cruzeiro do Sul para ouvir os tripulantes da aeronave localizados pelas equipes de resgate: o primeiro tenente Carlos Wagner Ottone Veiga, o segundo tenente José Ananias da Silva Pereira e o primeiro sargento Edmar Simões Lourenço.

O major-brigadeiro disse que os tripulantes terão de dar outro depoimento, este oficial, para uma comissão que será formada nos próximos dias e que irá investigar as causas do acidente.

Questionado sobre a possibilidade de uma pane mecânica, já que as condições climáticas na região e no momento do voo eram favoráveis, Mello foi cauteloso. "Seria leviano de minha parte dizer ou insinuar que o acidente aconteceu por pane mecânica. Ainda é prematuro, mas o caso será esmiuçado", explicou.

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