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sexta-feira, 26 de março de 2010

Quanto vale a cobertura de uma tragédia

Por: Andréia Takano


18/04/2008 | 17:19

O desfecho das investigações sobre a morte da pequena Isabella, que foi jogada do sexto andar do apartamento do pai, no último dia 29, está muito próximo e, portanto, todo o país tem suas atenções voltadas para esse assunto.

A cobertura jornalística do caso tem mobilizado toda a imprensa, que faz plantão diante das casas dos familiares do pai e madrasta da menina, bem como diante das delegacias e demais lugares por onde passam os envolvidos na investigação.

Na manhã desta sexta-feira (18), Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella, chegaram ao 9º DP (no bairro paulistano de Carandiru), para prestar o segundo depoimento à polícia.

A corrida de toda a imprensa (emissoras de tevê, rádio e jornais) representou um evento a parte. No ímpeto de cobrir o evento com requinte de detalhes, os profissionais se acotovelaram e iniciaram uma corrida desenfreada!

Para alcançar seus objetivos e conseguir boas imagens, parece que vale tudo. Para se ter uma idéia, equipes de reportagens dos principais canais de televisão como Globo, Band, SBT, Gazeta, Record e RedeTV!, além de jornais, sites e rádios, tomaram a rua em frente à delegacia.

Para as televisões, onde uma imagem diz mais que mil palavras ou suposições, as produções até conseguiram reservar lugares cativos em casas e prédios da região. Mas, tudo isso tem um preço.

OFuxico levantou alguns valores, e passa aqui a lista de custos que envolvem a cobertura do caso.

Alguns imóveis localizados bem em frente à DP, com direito a uma sacada com vista direta para a porta e corredores da delegacia, tiveram sua rotina alterada de maneira inadministrável.

Em busca de novas imagens, jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas disputam cada centímetro quadrado de espaço, para fazerem suas reportagens ao vivo.

Conversando com profissionais envolvidos na cobertura diária do caso, OFuxico apurou que a proprietária de um desses imóveis chegou a faturar um bom dinheiro, 'alugando' sua varanda para as equipes.

Diante da delegacia, a informação é que foi cobrada uma taxa que varia de R$ 300 a R$ 600 por um dia de cobertura (no caso, o dia de hoje, quando pai e madastra da garota compareceram ao lugar para depor).

O telhado do local também pôde ser alugado, para os fotógrafos. Uma exclusiva foi negociada a R$ 700. Os pagamentos foram feitos à vista, e negociados com até uma semana de antecedência.

O GOE (Grupo de Operações Especiais), a fim de evitar grandes tumultos e proteger a integridade física dos jornalistas, até separou um local para a imprensa ficar localizada, com direito a banheiros químicos e uma tenda.

A reportagem de OFuxico conversou com alguns profissionais acostumados a participar de grandes coberturas para tevê.

A fonte consultada revelou que, em casos de grande repercussão como esse, todas as produções se articulam para conseguir o melhor ângulo e o melhor local para suas transmissões.

Vale salientar, que o número de jornalistas deslocados para um tipo de cobertura, também é bem expressivo.

Pessoas escaladas para a cobertura
OFuxico
entrou em contato com os canais de tevê, para saber o número de profissionais que estão envolvidos na cobertura do caso Nardoni e, até o fechamento desta matéria, a Record confirmou um número de 100 pessoas, entre equipe técnica e jornalistas.

Já o SBT possui sete equipes técnicas e quatro jornalistas, somente nesse caso.

A Globo possui 15 equipes de jornalismo, duas motolinks, três unidades móveis de jornalismo e um GloboCop.

A Rede TV! tem 9 equipes de reportagens, cada uma com 3 profissionais e mais 2 grupos técnicos de links.

A Band escalou cerca de 100 profissionais para a cobertura.





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