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sexta-feira, 26 de março de 2010

Dia decisivo para o caso Isabella

















As decisões do Ministério Público sobre o caso Isabella já estão tomadas.
O promotor Francisco Cembranelli entrega na tarde desta terça-feira à Justiça a denúncia do caso Isabella. O inquérito que foi feito em um mês de investigações e que tem mais de mil páginas.

O promotor já tinha adiantado que ia confirmar o pedido de prisão preventiva feito pela polícia, mas até agora ainda não se sabe se esse pedido está na denúncia.

O promotor Francisco Cembranelli costuma chegar ao fórum depois das 11hs, mas nesta terça-feira ele chegou mais cedo, às 9h15.

Cembranelli disse que os últimos dias foram de muito trabalho, inclusive nesta madrugada. Ele só terminou o texto da denúncia às três horas da manhã. O promotor antecipou o expediente para ter tempo de imprimir o texto e fazer uma última leitura, uma última revisão no material.

O promotor disse que até 13hs deveria entregar a denúncia no cartório do Fórum.

A partir daí, a expectativa será sobre a decisão do juiz Maurício Fossen, que pode aceitar a denúncia e abrir um processo judicial ou rejeitar o pedido do Ministério Público.

O promotor irá oferecer a denúncia baseado no inquérito policial entregue à Justiça na última quarta-feira.

No relatório final, a delegada Renata Pontes concluiu pela culpa do casal após analisar provas materiais, os laudos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico Legal e o depoimento de mais de 60 testemunhas.

Renata escreveu que "Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá mantiveram a mentira de forma dissimulada, desprezando o bom senso de todos, para permanecerem impunes".

Amparada em informações da perícia, ela afirma que as agressões contra Isabela começaram já no carro da família.

Após chegar ao prédio, "todos subiram pelo elevador. Isabella foi carregada no colo por Alexandre Nardoni", afirma a delegada.

Já no apartamento 62, "o pescoço de Isabella foi apertado por tempo considerável e de maneira forte, a ponto de a menina sofrer asfixia". Renata Pontes diz que foi Anna Carolina Jatobá quem fez isso.

Segundo Renata Pontes, as marcas deixadas pela rede de proteção na camiseta de Alexandre e a pegada do chinelo que ele usava que ficou num lençol são provas robustas de que foi ele quem jogou Isabella pela janela.

Para a delegada, seria impossível uma terceira pessoa ter cometido o crime, como alega a defesa. Não haveria tempo suficiente para isso.

A delegada diz que se trata de "crime hediondo, um ato covarde, demonstrando a maldade e o desprezo à vida humana".

Renata Pontes pede a prisão preventiva de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni. Ela diz que a medida é necessária para garantir a ordem pública impedir a fuga dos indiciados e assegurar a aplicação da lei.

O promotor Francisco Cembranelli analisa, também nesta terça-feira, esse pedido de prisão preventiva.

Ação Policial

A defesa de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá aguarda o pronunciamento do Ministério Público para decidir qual será o próximo passo. Os advogados já disseram que, caso seja pedida a prisão preventiva, o casal vai se entregar à polícia. Como fez, aliás, durante as investigações. Desde que prestaram o depoimento à polícia, Alexandre e a mulher dele estão no apartamento da família Jatobá, em Guarulhos.

Desde o início das investigações, no dia 31 de março, a defesa questiona o trabalho da polícia, principalmente a demora na entrega dos laudos. Os advogados reclamam dos procedimentos adotados pelos delegados, ou seja, é uma batalha jurídica que ainda vai longe.

A polícia levou exatamente 30 dias para terminar a investigação. Mais de 60 testemunhas foram ouvidas, inclusive o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Desde o início, a versão sustentada por eles, de que uma terceira pessoa invadiu o apartamento e matou Isabella, não foi bem recebida pela polícia.

"Essa versão não me convenceu muito, não. Não me convenceu muito, não. Tanto é que eu preciso me aprofundar mais, eu preciso ver melhor o que aconteceu. Ela não sofreu uma queda acidental. Alguém rompeu a tela protetora da janela e jogou essa criança", disse o delegado Calixto Calil Filho, em entrevista exibida em 30 de março.

A partir dessas declarações, os advogados passaram a questionar o trabalho de investigação.

"É muito temerário você ficar emitindo juízo de valor sobre as pessoas ou mesmo sobre provas que sequer existem no âmbito do inquérito policial”, falou o advogado do casal Marco Polo Levorin, em entrevista exibida em 4 de abril.

A investigação passou a correr em segredo. E o trabalho da perícia também foi criticado pela a defesa.

“Enquanto os laudos não ficarem prontos nós não podemos afirmar com convicção não existe uma terceira pessoa. Muito pelo contrário, é perfeitamente possível ter havido uma terceira pessoa, uma quarta ou uma quinta pessoa que eventualmente pudesse ter ocasionado esse delito”, falou o advogado do casal Ricardo Martins, em entrevista exibida em 16 de abril.

O apartamento dos Nardoni só foi lacrado três dias depois do crime. E as roupas que a madrasta e a menina usavam na noite do crime só foram entregues para a perícia 16 dias depois.

"Uma camiseta verde de manga comprida; uma outra vermelha, de manga comprida também, daquele estilo cacharrel; e uma outra da Isabella, estilo batinha", contou Ricardo Martins, em entrevista exibida em 14 de abril.

O casal ficou preso durante oito dias. A defesa, mais uma vez, não concordou com ação da polícia. Mas o segundo interrogatório do casal é o que mais incomoda os advogados. Eles chegaram a anunciar que iam entrar com uma representação contra a polícia, o que não aconteceu. O promotor que acompanha o caso defende o inquérito.

“A investigação foi aberta, bastante transparente. Pessoas indicadas pela defesa foram ouvidas. Não houve nenhum desprezo pela versão trazida pelos no início suspeitos, hoje indiciados, e me parece que a qualidade da investigação está absolutamente evidente e esperarei que a defesa se manifeste formalmente para estabelecer uma posição” disse o promotor Francisco Cembranelli, em entrevista exibida em 21 de abril.

"Nós entendemos que a investigação não deve ficar centrada como está, na figura dos dois. E pior: esses desencontros, testemunhas sem rosto afirmando algo que é absolutamente contraditado por outras testemunhas. Quer dizer, tudo isso precisa devidamente ser esclarecido”, falou o advogado do casal Marco Polo Levorin, em entrevista exibida em 21 de abril.

Ouvidor da Polícia

A Secretaria de Segurança disse que, ao contrário do que afirmou o ouvidor da polícia Antonio Funari Filho, a perícia na cena do assassinato de menina Isabella foi feita na mesma noite do crime. Disse também que o local foi preservado.

Para a secretaria, o que pode ter prejudicado as investigações foi o fato da fralda encontrada com sangue ter sido lavada, assim como as marcas de sangue que estavam na sala do apartamento.





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