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quinta-feira, 4 de março de 2010

Medo de tsunami leva moradores para parte alta de Constitución


04 de março de 2010


Prédio caiu durante o tremor, em Concepción  Foto: AP

Prédio caiu durante o tremor, em Concepción
Foto: AP


A altura se transformou em sinônimo de vida para os que escaparam do tsunami que arrasou parte da costa chilena e, cinco dias depois que as ondas gigantes devoraram suas casas, eles seguiam dormindo nos morros.

Nas dezenas de colinas ao redor da cidade de Constitución, um balneário e centro industrial onde se estima que o terremoto e os tsunamis que golpearam o centro e o sul do Chile no sábado tenham deixado 350 mortos, centenas de barracas e dois grandes albergues dão refúgio à população.

Antes dos três tsunamis destruírem a cidade, os morros eram o lugar onde os mais pobres erguiam seus humildes casebres de madeira. Agora são o refúgio mais cobiçado. "A casa foi derrubada, vivíamos com meu pai e meu filho. Estamos há dois dias no albergue. Deram-nos comida e água, mas seguimos com a roupa do corpo", disse Yasna Pereira, 21 anos, enquanto cuidava do filho de 3 anos.

Os habitantes também improvisaram refúgios com barracas e cobertores nas ruas da parte alta do povoado. Abaixo, na costa, a cidade reduzida a escombros lhes faz lembrar de como estiveram próximos da morte.

Os homens são os únicos que começaram a descer dos morros. Muitos deles em busca de trabalho. A empresa Celulosa Arauco y Constitución (CELCO) está contratando nativos para limpar a fábrica de celulose que tem na cidade, com cerca de 50 mil habitantes.

Muitos transitam pelas ruas de Constitución com máscaras. Os resíduos da fábrica de celulose, os pescados e mariscos mortos, a falta de higiene dos últimos dias e banheiros lotados sem possibilidade de limpeza fazem com que o odor seja muito forte.

Para os mais velhos, como José Manuel González, 87 anos, e que não tem uma perna, a colina é a única opção. "Estávamos em casa e tudo caiu; não sobrou nada. Tiraram-nos da cama e nos levaram ao morro", disse González em sua cadeira de rodas. Ao seu lado, outro senhor tomava uma sopa.

Ambos estão hospedados no asilo "Cerro Alto", um dos grandes albergues que acolhe 300 pessoas. No local, os sobreviventes recebem água e comida, enquanto começam a chegar voluntários para assistir crianças e idosos.

Tragédia no Chile
Centenas de pessoas morreram após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter registrado na madrugada de sábado (27) no Chile. A contagem de corpos passa de 800, e o número de afetados chega a 2 milhões, segundo o governo. A presidente Michelle Bachelet declarou "estado de catástrofe" no país.

O tremor teve epicentro no mar, a 59,4 km de profundidade, na região de Maule, no centro do país e a 300 km ao sul da capital, Santiago. Por isso, foi enviado um alerta de tsunami ao chile, Peru e Equador. Segundo fontes oficiais, o terremoto aconteceu às 3h26 pelo horário local (mesmo horário em Brasília). O número de vítimas mortais e de feridos pode aumentar.

Efeitos do estrago
Os danos materiais do terremoto ainda estão sendo avaliados. O muro de uma prisão veio abaixo com o abalo sísmico, o que causou a fuga de mais de 200 detentos na cidade de Chillán, a 401 quilômetros de Santiago. O aeroporto internacional de Santiago chegou a ser fechado devido a alguns danos em suas instalações, e várias pontes ficaram danificadas. A luz e o serviço de telecomunicações estão cortadas na região metropolitana e em Valparaíso foram registrados danos internos em edifícios. Os bombeiros correm as ruas de Santiago com megafones dando instruções à população.

Em alguns lugares, falta água potável. Pelo menos três hospitais na capital desabaram e na cidade de Concepción, cerca de 400 km ao sul de Santiago, o edifício do governo local desmoronou e pacientes estavam sendo transferidos dos hospitais, segundo rádios chilenas.

Mais forte que no Haiti
O movimento sísmico, muito mais poderoso que o mortífero terremoto que devastou o Haiti em janeiro, também causou pânico no popular balneário de Viña del Mar. De manhã, policiais e bombeiros percorriam as ruas em distintas cidades do país para verificar a magnitude dos danos e socorrer vítimas.

O terremoto ocorreu poucos dias antes de completar 25 anos do sismo que causou centenas de vítimas e destruiu várias localidades no litoral central do Chile, em 3 de março de 1985.

Com informações da Reuters, EFE e 20 minutos.es







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