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sábado, 2 de janeiro de 2010

Canções de amor e mágoa










3/1/2010

Minissérie lembra a história de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins que viveram o amor, o sucesso musical e uma separação escandalosa

Ao explicar o que há de realidade e o que há de ficção na minissérie "Dalva e Herivelto, uma canção de amor", que estreia amanhã na Globo, depois de "Viver a vida", a autora Maria Adelaide Amaral dá o exemplo de uma liberdade poética que tomou ao descrever um episódio passado na Venezuela. Imediatamente, é corrigida pela filha do biografado, Yaçanã Martins. "Ah, isso também aconteceu? Chega uma hora que a gente não sabe mais o que é verdade e o que não é ", diverte-se a autora, que partiu de biografias, entrevistas e material jornalístico para rememorar a trajetória de um dos casais mais célebres (e expostos) da história da música brasileira.

Novelão real
A confusão serve para mostrar o quanto a história da união - artística e amorosa - entre o compositor Herivelto Martins e a cantora Dalva de Oliveira se aproxima do exagero ficcional. Em cinco capítulos, a minissérie dirigida por Dennis Carvalho vai esmiuçar uma relação que juntou aclamação popular, companheirismo, deslealdade, brigas homéricas e ofensas públicas.

"Foi uma linda história de amor, mas também um grande drama, um novelão", resume Maria Adelaide, famosa por outros trabalhos como "A muralha", "Os Maias" e "JK".

Originalmente, a proposta era homenagear a cantora Isaurinha Garcia. Mas Mariozinho Rocha convenceu de que as vidas de Dalva e Herivelto dariam mais pano pra manga.

Não só pelos episódios privados. Vivido por Adriana Esteves e Fábio Assunção, o casal de protagonistas também serve de fio condutor para um painel da era do rádio, que nas décadas de 1940 e 50 atraía multidões no Brasil com a mesma força da TV de hoje.

A história começa em 1972, no leito de morte da cantora. Em sonho, Dalva imagina uma visita do ex-marido, que havia rompido relações com ela e encontrado um novo amor, a aeromoça Lurdes Torelly (Maria Fernanda Cândido).

A partir desse encontro imaginário, a trama percorre a parceria da dupla, desde o início, em 1936, quando ele se conheceram no Teatro Pátria, passando pela formação do Trio de Ouro com Nilo Chagas (Maurício Xavier).

Amor entre ídolos
Paralelamente à ascensão profissional, outra história se desenrola: a do amor entre dois ídolos da música. Logo no lançamento do disco de estreia do trio, a cantora se descobriu grávida do primeiro filho com Herivelto, Pery (Gabriel Moura - adolescente- e Thiago Fragoso, adulto).

Sedutor, Herivelto vivia em noitadas com outras mulheres. Enquanto isso, Dalva sofria com ciúme e mergulhava no álcool. O rompimento veio em 1949, depois de uma turnê desastrosa do grupo pela Venezuela ao lado de Dercy Gonçalves (Fafy Siqueira).

"Ela foi uma grande artista, que morreu de amor. Teve um vida dura, foi trocada, sofreu muito. Eu entendo suas dores e tenho grande admiração por ela", diz Adriana Esteves.

Para criar seu Herivelto, Fábio Assunção fez aulas de violão de sete cordas, oficina de atuação e saiu da dieta para se aproximar do visual mais roliço do compositor. Nos trechos musicais, cantou para valer.

"Como ele era mais uma personalidade musical de que propriamente um cantor, não me acanhei de usar minha própria voz" afirma o ator, que tocou guitarra e piano numa banda na adolescência.


GUSTAVO LEITÃO



Diário Virtual

Edição de 03 de Janeiro de 2010



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