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sábado, 27 de março de 2010

Promotor Cembranelli profere palestra sobre Caso Isabella




23/08/2008

Mais de 500 pessoas prestigiaram a palestra do Promotor de Justiça da 2ª Promotoria do Tribunal do Júri do Ministério Público do Estado de São Paulo, Francisco Cembranelli, promovida pela Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP). O evento ocorreu no auditório Mondercil Paulo de Moraes, na sede do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

Cembranelli falou sobre a sua atuação no "Caso Isabella", homicídio de repercussão internacional que sensibilizou toda a sociedade. Seu primeiro contato com o fato foi por meio da imprensa, quando noticiava-se que uma menina teria caído ou sido jogada de um prédio."Primeiramente, pensei que tratava-se de uma queda e não de um crime de morte", afirmou. Por ter ocorrido na Zona Norte de São Paulo, o inquérito policial ficou sob a responsabilidade do 2º Tribunal e distribuído para Cembranelli, um dos oito promotores desse tribunal. Ele passou a ser o foco do assédio dos veículos de comunicação, angustiados por respostas que, segundo o Promotor, eram difíceis de serem dadas.

"Torci, de verdade, para que as suspeitas com relação ao pai e a madrasta não se confirmassem. Até porque sou pai! No entanto, as evidências iam para outro caminho", destacou. Segundo o Promotor, sua postura teve que ser equilibrada, pois estava diante de um crime sem testemunhas e a negativa dos acusados. Para Cembranelli, o primeiro contato com os jornalistas não foi fácil. Ao mesmo tempo em que tinha que formar a sua convicção, era preciso dar espaço para que a autoridade policial colhesse as informações.

Cembranelli criticou a posição do juiz que decretou que ele quebrou o sigilo no momento em que concedeu entrevistas. "Não havia sigilo! Já tínhamos 23 pessoas ouvidas, além disso os jornais já estavam acompanhando e noticiado tudo" . Houve grande pressão para que o caso tomasse um rumo, por outro lado, o promotor afirma que algumas pessoas levantaram a idéia de que somente uma linha de interpretação foi seguida. "Isso não procedia. Até mesmo denuncias anônimas eram investigadas", observou. Cembranelli elogiou o trabalho feito pelo 20 peritos de São Paulo, dizendo que se não fosse a prova pericial muita informação teria sido perdida.

Sobre a entrevista que a madrasta e o pai de Isabella concederam para o programa Fantástico, Cembranelli disse que acompanhou o interrogatório e que em nenhum minuto das 12 horas de depoimento eles choraram. Com relação a denúncia que originou a ação penal, Cembranelli acredita que tenha feito uma acusação limpa e transparente como a lei o autoriza. "Procurei preservar o Pietro, filho de 3 anos do casal. Jamais cogitei ouvi-lo e submetê-lo a constrangimentos. A plenitude de defesa foi garantida e só resta aos jurados e a sociedade escolher a verdade" .

Cembranelli informou que a data do julgamento dependerá da seqüência processual. Disse ainda que a defesa protelará ao máximo com recursos, fazendo com que a sociedade esqueça os detalhes do crime, como aconteceu em outros casos de repercussão. Após a palestra, o promotor respondeu perguntas da platéia mediadas pelo jornalista e Promotor de Justiça, Cláudio Britto. Estavam presentes o coordendador da Faculdade de Direito da FMP e Subprocurador de assuntos administrativos do MP/RS, Anízio Pires Gavião Filho, que representou a presidência da FMP, e o Promotor de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, David Medina da Silva.






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