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sábado, 27 de março de 2010

Cameron faz apelo a Lula contra usina

Em Manaus, James Cameron pede que Lula 'reconsidere' Belo Monte

Diretor reafirma que não fará continuação de 'Avatar' na Amazônia.
Sequência deve mostrar, além da floresta, também a vida no oceano.

Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em Manaus – o jornalista viajou a convite da Seminars

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James Cameron fala em fórum na capital do Amazonas. (Foto: Dennis Barbosa/Globo Amazônia)

O cineasta James Cameron, diretor de “Avatar”, pediu neste sábado (27) que o governo brasileiro volte a refletir sobre a construção da usina de Belo Monte, no Pará. “Imploro que o presidente Lula reconsidere esta obra”, disse, depois de apontar que a megausina, que deve ser licitada em breve, causará o desvio das águas do Rio Xingu e pode afetar 25 mil moradores locais.

A jornalistas ele explicou que amigos ambientalistas lhe falaram do projeto, e que pretende ir até a região para conhecer melhor os problemas que o empreendimento pode causar. O cineasta se disse entusiasta de formas alternativas de energia, como a eólica e a solar, embora considere a hidrelétrica também adequada para regiões de menor impacto, como o deserto.

Cameron participa do Fórum Internacional de Sustentabilidade, encontro de empresários para discutir temas relacionados ao meio ambiente, em Manaus.

Durante sua fala, ele admitiu que não é ambientalista ou economista para dar recomendações e, em outro momento, ressaltou saber que os brasileiros não simpatizam com a idea de que americanos, que são os maiores poluidores do planeta, lhes digam o que fazer para preservar a natureza. Embora canadense, Cameron reside há décadas nos EUA.



Ele afirmou também que o Brasil “deve ser celebrado por causa de seu uso de biocombustíveis”. O cineasta reforçou acreditar que a humanidade está levando a humanidade ao seu limite. “O que acontece quando a capacidade de suportar deste planeta for excedida?”, perguntou. Cameron criticou, em especial, a forma como se lida com a energia. “Não podemos trazer a alface da nossa salada de três mil milhas de distância”, afirmou.

Novo filme

“Avatar”, explicou, diferentemente de “Verdade Inconveniente”, o filme de Al Gore, não pretende munir o expectador com informações sobre as mudanças climáticas e o meio ambiente, mas criar indignação. “Foi criado para trazer uma resposta emocional, visceral”, disse. “Acredito que está na hora de acordarmos e prestarmos atenção no que está acontecendo”.

Mais uma vez, o diretor rejeitou a possibilidade de rodar uma continuação de “Avatar” na Amazônia brasileira, ou mesmo na Venezuela, como diziam rumores nos últimos dias. Ele ressaltou que o longa foi feito com computação gráfica e que “nem uma folha” que aparece durante a aventura é real.

O governador do Amazonas, Eduardo Braga, convidou o canadense a produzir um filme no estado, e Cameron não descartou. “Talvez um documentário”, disse.

Ainda sobre “Avatar 2”, o diretor adiantou que o novo longa deve mostrar, além da floresta, também a vida no oceano de Pandora, o planeta fictício onde a trama da primeira parte se desenvolve.



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