8 de dezembro de 2009
A chuva que paralisou a cidade de São Paulo nesta terça-feira começou a diminuir durante a tarde e o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da prefeitura retirou a capital do estado de atenção após 10 horas. Os pontos de alagamento, que chegaram a 105 no período mais crítico, caíram para 10 às 18h20 - três deles permanecem intransitáveis. No começo da tarde, a trégua da chuva permitiu que o nível da água do rio Tietê baixasse e retornasse ao leito.
Os pontos que permanecem intransitáveis são: avenida Mofarrej, nos dois sentidos; Marginal Pinheiros, altura do número 1329, sentido Castelo Branco, e avenida Raimundo Pereira de Magalhães, em ambos os sentidos.
Depois de doze horas de uma chuva incessante, o saldo foi caótico: pelo menos seis mortos em deslizamentos de terra na região metropolitana, rios e córregos que transbordaram, trânsito infernal em quase todas as grandes avenidas e um sistema de transporte público incapaz de funcionar nas condições necessárias. Os congestionamentos atingiram 96 quilômetros. O temporal despejou sobre São Paulo o equivalente às chuvas previstas para todo o mês de dezembro
Entre os mortos estão quatro crianças, vitimadas após o deslizamento de um barranco no bairro conhecido como 120, em Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, segundo os bombeiros. A média de precipitação hoje, desde 0h até as 7h, foi de 54,8 mm, e nas ultimas 12 horas, de 64,4 mm. Já choveu neste mês de dezembro 122,1 mm, o que equivale a 60,75% da precipitação média para o mês.
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) informou que foi normalizada às 16h40 a circulação de trens na Linha 7 - Rubi (Luz - Francisco Morato). A interrupção entre as estações Caieiras e Jundiaí ocorreu às 6h05 devido às chuvas, que provocaram o alagamento na via férrea. A circulação na Linha 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú), foi normalizada às 9h45.
Confira no mapa abaixo os principais pontos de alagamento e congestionamento na cidade de São Paulo nesta terça-feira, com informações do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura.
Visualizar Chuvas em São Paulo em um mapa maior
Marginais - Depois de mais de seis horas, as Marginais do Tietê e do Pinheiros saíram do estado de alerta no começo da tarde, assim como o bairro do Itaim Paulista, na zona Leste. Por causa do transbordamento do Rio Tietê, ambos os sentidos da Marginal do Tietê possuem pontos de bloqueios junto às pontes Aricanduva, Vila Maria, Bandeiras e Freguesia do Ó.
Aeroportos - A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informa que, até as 18h, havia 40 voos atrasados e 13 cancelados no Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Em Guarulhos, na Grande São Paulo, o Aeroporto Internacional de Cumbica registrava nove cancelamentos e 71 voos atrasados, de um total de 187 programados para o horário.
Trens - A CPTM acionou a operação Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente a Situações de Emergência (Paese), com 80 ônibus da Empresa Metropolitana de Trens Urbanos (EMTU), para realizar o transporte dos usuários entre as estações Francisco Morato e Perus.
(Com Agência Estado)
Chuvas superam em 220% limite suportável
8 de dezembro de 2009
Por André Pontes
A chuva que castiga a cidade de São Paulo desde a noite desta segunda-feira já atingiu um volume 220% superior ao que a capital pode suportar em um único dia. De acordo com Flávio dos Santos Rodrigues, engenheiro do Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE), da Prefeitura, o limite suportável é de 20 milímetros, mas a média registrada até às 9h desta terça-feira foi de 64 milímetros.
Pior: na região da divisa de São Paulo com o ABC, por exemplo, o volume de águas atingiu 105,2 milímetros. "Não há região no mundo que suporte esse volume", diz Rodrigues.
De acordo com o engenheiro, as tradicionais pancadas de chuvas de verão que causam estragos e provocam trânsito não costumam passar de 30 milímetros. "Isso já é o suficiente para causar problemas ao paulistano", afirma.
Outro número dá dimensão do impacto das chuvas no início desta semana. Esperava-se para o mês de dezembro uma precipitação total de 201 milímetros. Porém, em apenas oito horas, entre esta segunda e terça-feira, a cidade recebeu 31% do volume previsto.
Previsão é de mais chuva forte no fim de semana
8 de dezembro de 2009
Por Luiz De França
A cidade de São Paulo deverá voltar a ter dias complicados na próxima sexta-feira e no sábado, quando está prevista uma média total de 70 milímetros de chuva. A tendência também é de chuva de baixa intensidade para quarta e quinta. Se comprovada a previsão, a capital paulista ultrapassará a média para dezembro, de 200 milímetros, faltando quase três semanas para acabar o mês. Somado o que choveu desde o início do mês a cidade já registra 180 milímetros. De acordo com Celso Oliveira, metereologista da Somar Metereologia, esse tipo de evento é recorrente e se deve ao fenômeno conhecido como zona de convergência do atlântico sul.
"No verão é comum uma frente fria estacionar na altura da costa de algum estado da região sudeste e sugar a umidade da Amazônia em direção dela, causando chuva", explica. "Quando a frente fria passa rápida, a chuva também é rápida, podendo ser forte, como aconteceu na quinta-feira da semana passada e que paralisou a cidade", continua. "Mas quando ela estaciona, é chuva o dia inteiro." Segundo Oliveira, as zonas de convergência costumam migrar de região dependendo da época do ano.
Em outubro, uma frente fria estacionada na costa do Espírito Santo causou inundações recordes no estado. Em novembro, foi a vez do Rio Grande do Sul. Em dezembro está sendo a vez de São Paulo. Em janeiro, deverá ficar na costa da Bahia, causando fortes chuvas no estado. Até o final de verão, que começa no próximo dia 21 às 15h47 (horário de Brasília), as características da estação deverão ser mantidas, mas com possibilidades de pancadas de chuva à tarde em alguns dias.
Apesar de conseguir prever com certa antecedência a ocorrência de chuva, a metereologia ainda é incapaz de afirmar com segurança quanto vai chover. "Nós nos baseamos em simulações feitas por um software que simula tudo na atmosfera, como chuva, pressão, vento, temperatura, umidade. Essa simulação nos dá um indicativo de acumulado", diz. "Mas o sistema tem erros, porque não consegue prever extremos, como ventos, que podem mudar tudo." Para quem for ficar na cidade para as festas de fim de ano, Oliveira adianta que a previsão é de fortes chuvas na semana entre o Natal e o Ano Novo.
Caos em São Paulo
8 de dezembro de 2009
A chuva que castigou a maior cidade do país desde a noite desta segunda-feira atingiu um volume 220% superior ao que a capital pode suportar. O Centro de Gerenciamento de Emergências chegou a registrar 98 pontos de alagamento em toda a cidade. Confira imagens do caos na capital nesta terça-feiraSphere: Related Content