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sexta-feira, 18 de março de 2011

‘Ti ti ti’: Último capítulo alia chanchada com romance


Cena do último capítulo de "Ti ti ti" / Foto: TV Globo / Divulgação
Leonardo Ferreira

Existem remakes e remakes. “Ti ti ti” foi o remake. Maria Adelaide não se contentou e reescrever as já incríveis histórias de Cassiano Gabus Mendes, e reinventou a roda. Modernizou a história, fez uma homenagem às telenovelas e criou até uma nova protagonista: Jaqueline, vivida pela ladra de cena Claudia Raia.

O último capítulo manteve o mesmo espírito, chegando ao equilíbrio perfeito, entre cenas de chanchada e fortes histórias de amor. De um lado, a novela botou Marília Pêra dançando “Ilariê” acompanhada de outras estrelas da TV, numa sequência que já nasceu antológica. Do outro, a expectativa sobre o final feliz de Marcela (Isis Valverde) e Edgar (Caio Castro), e, por que não?, de Thales (Armando Babaioff) e Julinho (André Arteche) - casal gay que nem precisou de beijo para representar um avanço contra o preconceito.

“Ti ti ti” serve de lição para outros autores de novela. Mocinha não precisa ser chata e ganha sim a torcida do público. Bastam uma atriz carismática e um texto convincente. Foi assim com Marcela. Talvez seja essa a grande lição da novela que chegou ao fim.

Alexandre Borges e Murilo Benício brilharam do início ao fim, descontando o exagero do primeiro nas últimas semanas da trama. Apesar disso, daqui a alguns anos, os costureiros Jacques Leclair e Victor Valentim ainda seram lembrados como personagens imortalizados por Reginaldo Faria e Luis Gustavo, intérpretes da primeira versão, de 1985. Alexandre e Murilo não têm culpa. O fato é que Jaqueline (essa sim será lembrada) foi içada ao posto de protagonista na primeira semana da novela. Foi ela quem escorregou para a História.

O único defeito de “Ti ti ti” foi a quantidade exagerada de personagens. O que não foi um problema no último capítulo, já que muitas tramas foram se resolvendo ao longo da semana. Mas Rebeca (Christiane Torloni), por exemplo, ficou esquecida. Uma atriz como Torloni não merecia, e a personagem não precisava ter existido. Maria Adelaide tinha provado com “Anjo mau”, também de Cassiano, que entende de remake. Com “Ti ti ti”, ela criou sua obra-prima na categoria.







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