Depois de 'Ti-Ti-Ti', audiência volta a ser desafio para o horário das sete

Remake assinado por Maria Adelaide Amaral reverteu desempenho fraco da anterior e chegou a marcar 36 pontos no Ibope

Murilo Benício e Alexandre Borges, os estilistas Victor Valentim e Jacques Léclair (ou Ariclenes) de 'Ti-Ti-Ti' (TV Globo/Divulgação)

Enquete: Qual o segredo do sucesso de Ti-Ti-Ti?

Quando subirem os créditos do último capítulo de Ti-Ti-Ti na noite desta sexta-feira, terá terminado uma novela de sucesso na Globo – coisa rara nos últimos tempos. E estará começando um novo desafio para a emissora: o de alcançar números de audiência próximos ao do remake assinado por Maria Adelaide Amaral. Há anos, o canal não colhia números tão bons no horário. Da safra mais recente, os maiores hits foram Da Cor do Pecado Capital (2004), com média de cerca de 40 pontos, e Cobras & Lagartos (2006), que orbitou em torno dos 37.

Tendo por texto principal a novela de Cassiano Gabus Mendes exibida de 1985 a 86, e tomando emprestados personagens de outras novelas do autor, a Ti-Ti-Ti de Maria Adelaide chega ao fim com audiência média superior a 30 pontos. Além de picos de 35 e, nesta última semana, 36 pontos no Ibope na Grande São Paulo.

O resultado deixa esta segunda Ti-Ti-Ti, com folga, à frente de suas antecessoras no horário. Tempos Modernos (2009/2010), a atração anterior, pairou rasante nos 24 pontos. Antes dela, Três Irmãs (2008/2009) registrou média de 25 pontos. Morde e Assopra, a sucessora de Ti-Ti-Ti, corre o risco de ir pelo mesmo caminho ao repisar o tema, muitas vezes mal sucedido, do homem versus máquina. Na trama, a atriz Flávia Alessandra será um robô.

O bom desempenho do remake, em tempos de pulverização da audiência diante do acirramento da concorrência na televisão e do crescimento de outras mídias como a internet, pode ser explicado por pelo menos quatro fatores, entre eles o bom uso das redes sociais – a novela fez da web uma aliada. Vote aqui para dizer qual, na sua opinião, é o fator mais importante.

Entre os outros três, o primeiro é a qualidade do texto de Maria Adelaide Amaral, capaz de reler um hit televisivo dando a ele seu toque pessoal. O segundo é o seu humor leve e escrachado, atrativo para todas as idades. O terceiro é a presença de elementos clássicos do gênero folhetinesco, que, passe o tempo que passar, seguem tendo adesão junto ao público.

Aqui se poderia também falar do elenco, mas, quando se leva em conta os nomes de peso que compõem os créditos de Insensato Coração, a novela das nove da Globo, é fácil perceber que esse ingrediente, sozinho, não garante um bom resultado. Nem de crítica nem de Ibope.

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