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domingo, 28 de março de 2010

Menina teria caído de quarto onde não dormia, diz polícia


31/03 - 17:28, atualizada às 19:20 31/03 - Redação com Agência Estado

SÃO PAULO - A menina Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, que morreu após uma queda do sexto andar de um prédio, caiu do quarto dos irmãos, segundo a polícia. De acordo com o boletim de ocorrência, o pai de Isabella, Alexandre Alves Nardoni, teria colocado a filha para dormir no quarto dela, mas quando voltou ela não estava mais lá.


Investigadores da Polícia Civil de São Paulo disseram ainda que encontraram sangue no quarto de onde a menina caiu. Isabella morreu após a queda do 6º andar de um prédio na zona norte de São Paulo no último sábado. Segundo a polícia, Isabella pode ter sido agredida antes da queda. A criança apresentava ferimentos na testa e na perna direita, ambos com sangramento.

Porém, segundo o boletim registrado no 9º Distrito Policial, havia gotas de sangue no corredor entre os dormitórios e no lençol do quarto dos irmãos. De acordo com os policiais, somente o laudo do Instituto Médico Legal (IML) poderá apontar a quantidade e a natureza dos ferimentos.

A polícia colhe, nesta segunda-feira, depoimento de vizinhos. Um deles é apontado como "desafeto" de Alexandre Alves Nardoni, pai da menina. Um empreiteiro, que morava no apartamento no andar de baixo, teria problemas com Alexandre há um mês por um conserto na antena de TV.

Avô não acredita em fatalidade

Jorge Arcanjo Oliveira, o avô materno de Isabela, afirmou não acreditar na hipótese de morte acidental da neta. "Não foi uma fatalidade", afirmou, em entrevista à Rádio CBN. Ele, porém, não soube dizer o que teria acontecido com a criança.

AE

Oliveira acompanhou o enterro do corpo de Isabella, que aconteceu por volta das 9h desta segunda-feira, 31, no cemitério Parque dos Pinheiros. "É um trauma muito grande que estamos passando", disse.

Isabella, de 5 anos, morreu após cair do sexto andar de um edifício localizado na Vila Isolina Mazzei, na zona norte da capital, na noite de sábado. Ela estava no apartamento do pai, o consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni. Segundo o avô, Nardoni sempre a tratou muito bem. "Ele era muito amoroso, muito bom pai", disse.

Questionado sobre uma possível suspeita de participação do pai na morte da filha, Oliveira foi enfático: "Não, isso não. Ele pode ter todos os defeitos, mas isso nunca faria", afirmou. Com relação a um engenheiro com quem Nardoni havia brigado há alguns dias e que a polícia pretende ouvir no inquérito, Oliveira preferiu não comentar.

Ele contou que a neta morava com os avós e a mãe e era uma ótima criança. "Ela era muito amorosa, não tinha defeito nenhum", emocionou-se ao dizer.

O caso

AE
Isabella era filha do consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni e da bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira que eram divorciados. A cada 15 dias, ela visitava o pai e a madrasta Anna Carolina Trotta Peixoto, estudante.

No sábado, morreu cair do edifício. A polícia descartou a hipótese de acidente e acredita que a garota tenha sido assassinada. Segundo o delegado titular do 9º Distrito Policial Carandiru, Calixto Calil Filho, há fortes indícios de que ela tenha sido jogada da janela do apartamento por alguém.

O delegado destacou o fato de a tela de proteção da janela do quarto ter sido cortada e de ninguém ter dado queixa de desaparecimento de pertences no local.

A polícia afirmou que vai aguardar os laudos dos exames periciais, que ficarão prontos em cerca de 30 dias, para esclarecer as circunstâncias da morte. O delegado afirmou que Nardoni e Anna Carolina não são suspeitos. "Eles são averiguados", frisou.

A reconstituição do caso, que estava prevista para esta segunda-feira, mas foi cancelada, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública. A nova data ainda não foi marcada.





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