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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Porto Príncipe está em colapso, diz brasileiro no Haiti






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ANDRÉ MONTEIRO
da Folha Online

Um grupo de nove brasileiros conta que o terremoto em Porto Príncipe, no Haiti, ocorrido nesta terça-feira (12), foi "como uma onda, muito forte". O professor de antropologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Omar Ribeiro Thomaz, 44, que está com um grupo de sete alunos e uma fotógrafa no país, relatou à Folha Online, por meio de um com o que ocorreu no momento do tremor.

"Estávamos na frente da livraria francesa. Foi como uma onda, muito forte. Corremos para o meio da rua, enquanto a população também corria desesperada. Imediatamente começaram a clamar cânticos religiosos. Um posto de gasolina que estava a duas quadras explodiu em seguida, a livraria francesa veio abaixo. Logo começamos a ver pessoas queimadas, seminuas, correndo desesperadas. A população rapidamente começou a se ajudar, socorrer os feridos, dispor os corpos nas calçadas."

Segundo Thomaz, a situação em Porto Príncipe está "terrível, há pânico e angústia entre as pessoas". Ele afirma que o Palácio Nacional, a catedral, hospitais, escolas e faculdades vieram abaixo com o tremor. "Há muita gente na rua gritando, chorando, cantando. Mas não há ajuda. A cidade está colapsada, os carros não podem passar, pois as ruas estão cheias de entulho."

Após o tremor, Thomaz disse ter voltado a pé com seu grupo para a casa onde estão hospedados, que pertence à ONG brasileira Viva Rio. Ele afirma que a cidade toda está sem luz e sem comunicação, mas os brasileiros conseguem acesso à internet por terem um gerador.

"Fomos andando para casa, pois está tudo intransitável. Ao chegarmos, observamos que o supermercado onde fazemos compras veio completamente abaixo. A cidade estava em pleno funcionamento, foi no fim da tarde. Estamos num bairro não muito longe do centro, mas não sabemos exatamente o que está acontecendo por lá. É incrível: é mais fácil a comunicação com o Brasil do que com o centro da cidade."

O professor disse não ter falado com outros brasileiros após o tremor, mas que seu grupo esteve nesta terça com militares brasileiros da Minustah (sigla em francês para Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti) antes do terremoto. "Imagino que eles estejam atuando nas regiões centrais da cidade, onde há grande densidade populacional e o tremor foi terrível".

Ele afirma que a situação na ONG é tranquila e que faria uma reunião com sua equipe ainda esta noite. "Mas as pessoas estão nas ruas, e escutamos seus cânticos. As crenças religiosas estão profundamente enraizadas na população. E não há Estado, não há a quem recorrer. Temo por Porto Príncipe. As casas são muito frágeis, uma réplica do tremor poderia ser fatal."




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