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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

LULA NÃO GOSTA DE AZEDUME, SÓ DE DOÇURA


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009 | 5:05

Lula recebeu ontem de uma publicação um prêmio chamado “Brasileiro do Ano”. Cada um sabe o que faz bem para si mesmo, não é? Chamo a atenção de vocês para o discurso da autoridade. Isto, sim, tem interesse público. Segundo o presidente, ele sentiria vontade de “se suicidar” se levasse em conta as manchetes. Só isso? Não! Afirmou que a “imprensa faz mal ao país” por causa de seu azedume na cobertura da crise internacional.

Quem quiser descasar o fala do fato de que ele promove uma certa Conferência de Comunicação (Confecom) que o faça. Um dos meus papéis é agrupar coisas conexas. Lula e seu Leporello, Franklin Martins, já tentaram criar uma imprensa que “faz bem ao país”. No máximo, conseguiram contratar Tereza Cruvinel — e eu achei que isso já foi um bem enorme ao Brasil, se é que vocês me entendem.

O PT tentou ainda emplacar o Conselho Federal de Jornalismo. Deu errado também. Aí o Planalto optou por “dar um gás” na chamada “mídia regional”, tornando-a mais dependente do capilé federal. Uma das propostas da Confecom é justamente ampliar a verba oficial de publicidade (incluindo estatais) para certo tipo de “emprensa” — incluindo radiodifusão. Aquele rapaz de Brasília que usa cueca como cofre é um glorioso exemplo de empresário do “jornalismo regional” destes tempos.

A coisa está longe do gosto da turma. A tentação bolivariana inclui, é óbvio, maior controle sobre a mídia, embora o ministro Helio Costa (Comunicações) negue. Pode negar. Costa não manda nada.

Lula não gosta de jornalismo aze(ve)do. Gosta de jornalismo docinho. Do tipo que não dá chutes nem cotoveladas. Por seu gosto, toda a imprensa estaria engajada no Movimento de Emancipação do Petismo - MEP.









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