A advogada Paula Oliveira, está internada na Suíça com gripe suína

A advogada Paula Oliveira, 27 anos, protagonista em fevereiro último de rumoroso episódio na Suíça quando disse que abortara gêmeos depois de ter sido agredida por um grupo de neonazistas, foi internada com gripe suína na madrugada de hoje no Hospital Trimli, em Zurique.

Ela está impedida de voltar ao Brasil desde que a Justiça confiscou seu passaporte. Dois dias depois de ter denunciado a suposta agressão, Paula foi ouvida pela polícia no quarto de hospital onde se recuperava dos ferimentos. Admitiu então que se autoflagelara.

Mais tarde, em novo depoimento à polícia, Paula repetiu o que dissera de início: que fora atacada por três skinhead neonazistas ao sair da estação de trem da cidade de Dubendorf, a dois quilômetros de distância de Zurique. Ela morava ali em um apartamento de dois quartos.

Segundo ela, dois dos agressores a espancaram e imobilizaram. O terceiro sacou de um estilete e passou a retalhar várias partes do seu corpo. Em seguida foram embora. Paula voltou à estação, trancou-se no banheiro e por telefone pediu ajuda ao economista Marco Trepp, seu namorado suíço.

A polícia levou sete meses investigando o caso. Finalmente, a Promotoria Pública de Zurique denunciou Paula à Justiça. Acusou-a de ter mentido ao afirmar que estava grávida e que fora agredida. A Justiça considerou a denúncia "imperfeita" e cheia de falhas. Devolveu-a à Promotoria.

Paula era funcionária em Zurique do maior conglomerado da Dinamarca, A P Moeller/Maersk, líder mundial em transporte marítimo de contêineres. Acabou despedida. Mantém-se às custas do seguro desemprego. O namorado, autor das fotos que mostravam os ferimentos no corpo de Paula, rompeu com ela.

Jeny Ventura, mãe de Paula que mora no Recife, fez companhia à filha durante seis meses. Voltou ao Brasil porque o governo suíço não renovou mais seu visto de permanência no país. O advogado suíço Roger Mulller foi contratado pelo pai de Paula para lhe dar assistência.

Muller só poderá apresentar a defesa de Paula quando tiver acesso ao inquérito policial e à denúncia da Promotoria, que agora terá de ser refeita. Ele tentou, em vão, reaver o passaporte de Paula, que se mudou para um apartamento de quarto e sala em Zurique.

Paula começou, hoje, a ser medicada contra a gripe suína à base de Tamiflu. A primeira morte causada pela gripe na Suíça foi registrada anteontem. Ocorreu na cidade de Basiléia.

Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica





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