Lucas Marchesini Do Contas Abertas |
Nunca
antes na história desse país se gastou tanto com o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) nos nove primeiros meses do ano. Somando
os valores referentes a obras de 2011 e os restos a pagar, compromissos
assumidos em gestões anteriores, a quantia chega a quase R$ 18 bilhões
de reais, ou 44,6% da dotação inicial. Apesar do número aparentemente
ser positivo, vale ressaltar em sua grande maioria refere-se a avanços
físicos de anos passados. Cerca de 77,8%, ou R$ 14 bilhões, do dinheiro
gasto esse ano são de obras de outros exercícios.
A assessoria de imprensa
do Ministério do Planejamento explicou que o desempenho do chamado “PAC
orçamentário” (quando são computados somente recursos do Orçamento Geral
da União) é normal. “É tendência natural que no primeiro semestre tenha
mais restos a pagar (para se encerrar o que já havia começando) e o
segundo semestre seja para pagamentos das novas obras”, afirma. Além
disso, segundo a assessoria, o ano de 2011 representa o início de um
“novo ciclo de PAC, no qual há novas obras e que precisam passar por
diversas fases antes de iniciarem”. Outro destaque importante é que
desde o final de 2009, a carteira do PAC incluiu o programa Minha Casa,
Minha Vida (MCMV), o que aumentou o orçamento significativamente.
Na análise orçamentária,
quando se excluí o MCMV, o desempenho de janeiro a setembro de 2011 fica
atrás apenas do período correspondente no último ano do governo Lula.
São R$ 13,4 bilhões para Dilma contra R$ 14 bilhões para o
ex-presidente. O ano 2010 também é melhor quando são levados em conta
apenas o montante referente a investimentos do ano corrente. Incluindo o
MCMV, foram R$ 4,7 bilhões gastos nos nove primeiros meses de 2010,
contra R$ 3,9 bilhões em 2011.
A previsão do Ministério
do Planejamento é que em 2011 o desempenho do PAC, sem o MCMV, fique
dentro da média dos anos anteriores, 67% da dotação inicial. Como o
desempenho até o momento é de 48,7%, ou R$ 13,4 bilhões da dotação
inicial de R$ 27,6 bilhões, devem ser gastos outros R$ 5,1 bilhões para
que a meta seja cumprida.
Quando o programa de
moradias populares é acrescentado, os números relativos diminuem. A
média de gastos dos anos anteriores fica em 60,9 % da dotação inicial.
Até o fim de setembro de 2011, ela está em 44,6%. O Ministéiro do
Planejamento não informou a estimativa de desempenho com o MCMV para
2011.
O PAC começou em 2007,
quando R$ 3,5 bilhões foram pagos até agosto. Durante os cinco anos em
que vem sendo desenvolvido e executado, o PAC já desembolsou mais de R$
76 bilhões em ações que visam incrementar a produtividade em setores
estratégicos, impulsionando a modernização tecnológica e aquecendo a
economia do país. Para 2012, estão previstos R$ 42,5 bilhões, incluindo o
MCMV, a maior dotação inicial para o programa.
Veja os investimentos do PAC com o MCMV e com sem o programa
Outra peculiaridade
Juntos, os ministérios
das Cidades e o dos Transportes são responsáveis por 80,7 % de todo o
PAC. Contudo, influenciado pela inserção do MCMV, pela primeira vez
desde quando foi implantado o programa, o primeiro teve dotação superior
ao segundo.
O ministério de Mario
Negromonte (PP-BA) tem a maior dotação anual do PAC, que é de R$ 17
bilhões. O órgão já empenhou R$ 4,3 bilhões e desse montante, gastou R$
351,7 milhões que, somados aos R$ 5,9 bilhões de restos a pagar
desembolsados, é a segunda Pasta que mais investiu em 2011.
O Ministério dos
Transportes desembolsou R$ 8,5 bilhões em 2011, quase 50% de tudo que
foi gasto com o PAC nesse ano. Desse número, R$ 5,7 bilhões correspondem
de restos a pagar e R$ 2,8 de novos investimentos. O orçamento da pasta
para essa rubrica é de R$ 15,4 bilhões. (Veja tabela)
|
terça-feira, 18 de outubro de 2011
PAC tem investimento recorde nos nove primeiros meses do ano
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário