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terça-feira, 18 de outubro de 2011

ASSISTA AO VIVO Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos no Congresso




Dilma acompanha à distância depoimento de Orlando Silva

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DO VALOR, EM BRASÍLIA
Apesar de estar em missão na África, a presidente Dilma Rousseff monitora à distância o desempenho do ministro do Esporte, Orlando Silva, na audiência realizada na tarde de hoje pela Câmara dos Deputados sobre as denúncias de irregularidades na pasta.
Os ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) estão em contato direto com a presidente, subsidiando-a com dados sobre o depoimento de Orlando Silva.
Orlando Silva foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos destinados pelo Ministério do Esporte a organizações não-governamentais. No entanto, pelo menos por enquanto a avaliação no Palácio do Planalto é que o ministro está conseguindo dar as explicações necessárias para manter-se no cargo.
O cenário poderá mudar, ponderam auxiliares da presidente Dilma, caso apareçam provas mais robustas contra o ministro.


Corrupção

Orlando Silva: "Quem tem provas do malfeito dele sou eu"

Envolvido em esquema de corrupção revelado por VEJA, ministro passa por teste importante na tentativa de se manter no cargo. Oposição ouve delator

Gabriel Castro
Orlando Silva é ouvido em sessão conjunta na Câmara Orlando Silva é ouvido em sessão conjunta na Câmara (Daniel Marenco/Folhapress)
Envolvido em denúncias de corrupção no Ministério do Esporte, reveladas por VEJA, o ministro Orlando Silva tenta se explicar diante de parlamentares nesta terça-feira. Ele participa de sessão conjunta de duas comissões da Câmara: a de Fiscalização Financeira e Controle e a de Turismo e Desporto. O depoimento começou pouco depois das 15 horas. Em sua fala inicial, o comunista negou qualquer envolvimento nas práticas relatadas por João Dias, policial militar filiado ao PC do B. "É uma narrativa falsa, fundada em mentiras e inverdades", afirmou Silva.
O ministro procurou desqualificar as denúncias apresentadas por Dias. "Até aqui, esse desqualificado falou e não provou. Quem tem provas do malfeito dele sou eu. Estão aqui, os autos do processo", disse, exibindo processo judicial contra o PM. Ele classificou a atitude do militante como "reação de um interesse ferido".
Silva, cujo partido se fiou nas denúncias do enrolado Durval Barbosa para pedir a renúncia do então governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, acha inadmissível que as afirmações de João Dias sejam consideradas. O ministro alega que, como responde a processo na Justiça por devios (justamente em convênios do Ministério do Esporte), o policial militar não tem condições de acusar ninguém.
O titular do Esporte se comparou a Galileu, perseguido pela Inquisição, e disse o simples fato de seu partido ser acusado de corrupção é um perigo para a democracia. "É uma ameaça grave à democracia, de quem tenta desqualificar um partido com a história que o PCdoB tem".
A previsão é de uma reunião demorada. O ministro deve ser questionado sobre as fraudes em contratos do ministério com Organizações Não-Governamentais (ONGs), fonte de desvios milionários. Mas, diante da perspectiva de que a base aliada atue para amenizar o clima na comissão, os oposicionistas também abriram outra frente: no Senado, representantes do PSDB, do DEM e do PPS recebem o delator do esquema, João Dias, ao mesmo tempo em que Orlando Silva fala na Casa vizinha.

Detalhes - Deputados e senadores esperam obter novos detalhes sobre os desmandos no Esporte, já que a base aliada, majoritária, não aceita que Dias seja convidado a depor em alguma comissão do Congresso. A oitiva acontece na liderança do PSDB no Senado, e deve esvaziar o depoimento do ministro do Esporte.
Nos próximo dias, Orlando Silva deve falar também aos integrantes da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado. Ciente de que corre sério risco de perder o cargo, o ministro tem sido ágil no contato com a imprensa e com os parlamentares, na tentativa de demonstrar segurança diante da situação.
Revelações - A crise no Ministério do Esporte teve início nesta semana, quando VEJA revelou as denúncias de João Dias. De acordo com ele, responsável por duas entidades que receberam dinheiro da pasta, o PCdoB usava os convênios para fazer caixa de campanha. Das verbas destinadas às ONGs, até 20% eram desviados.
O próprio ministro recebeu uma  caixa repleta de dinheiro, de acordo com uma das testemunhas do caso. Orlando Silva nega todas as acusações e diz que João Dias é um "bandido" que não tem qualquer credibilidade.

Os ladrões com ideologia são ainda piores do que os outros

O PMDB deveria reclamar de preconceito!
As evidências de malandragem no Ministério do Esporte são maiores e bem mais graves do que aqueles que determinaram a queda do Ministro do Turismo, Pedro Novais, e do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. E, no entanto, nota-se um cuidado muito maior do próprio governo ao tratar do caso. Por quê? Se formos levar em conta o volume de recursos, então, o esquema que havia no Turismo vira brincadeira de criança. Desde 2003, o programa Segundo Tempo liberou quase… R$ 800 milhões!!! O PCdoB pode não ter obtido sucesso em fazer a revolução socialista. Mas é inegável que o partido conseguiu um jeito de distribuir a renda ao menos entre os seus.
Insisto: por que Dilma foi quase fulminante nos outros casos e enrola tanto com o Ministério do Esporte? Como prova um dos posts abaixo, VEJA evidenciou o esquemão já em 2008. No fim de 2010, ainda no governo do Apedeuta, as coisas se agravaram. Mesmo assim, a então presidente eleita manteve Orlando Silva na pasta. Agora, como se nota, o próprio ministro é engolfado pelos fatos. No fim das contas, há aquela má consciência de sempre: a corrupção promovida por um partido de esquerda, ainda que apenas nominalmente de esquerda, seria diferente da de um outro, que não carrega esse pedigree.
Eis aí uma das evidências, que se dá no terreno moral, a explicar por que todos os regimes socialistas, sem exceção, se tornaram ditaduras violentas e corruptas. Os esquerdistas se dão, mesmo!, todos os direitos e transformam suas vilanias e malandragens em atos de resistência política. Afinal de contas, eles têm um nobre propósito, não é?, que a direita não teria: a igualdade entre os homens. Em nome desse valor abstrato, eles podem praticar todas as safadezas concretas.
E ai daquele que denunciar! Se o fizer, só pode estar interessado em prejudicar a nobre luta dos valentes em defesa do bem, do belo e da justiça social. Como se consideram monopolistas da virtude e da caridade, suas teses dispensam demonstração. Eles estão sempre certos porque são naturalmente bons, e seus adversários estão sempre errados porque naturalmente maus, de sorte que o mal praticado por um esquerdista é bem, e o bem exercido por um opositor seu, um mal.
Isso demonstra quão genial foi George Orwell — que era simpático, na origem, às teses socialistas — no livro 1984, publicado em 1949. Ali aparecem (na versão para o português) a “novilíngua” (as palavras querem dizer o contrário do seu sentido de dicionário) e o “duplipensar”: por esse método, alguém pode pensar uma coisa e, ao mesmo tempo, o seu contrário. É a essência moral das esquerdas. Trotstky, o mais inteligente da geração de revolucionários russos de 1917, escreveu em 1936 o livro “Moral e Revolução”, em que fala de duas morais, a que serve e a que não serve aos bolcheviques: “A Nossa Moral e a Deles”. Trata-se de um dos textos mais indecentes jamais escritos. Falo com mais cuidado sobre esse monumento ao amoralismo num longo post, abaixo deste.
É evidente que nem o PT nem essa turma do PCdoB que está agarrada às tetas do Ministério do Esporte querem revolução social, socialismo ou algo parecido. Isso hoje daria uma trabalheira danada, ainda que fosse viável, e haveria o risco de eles perderem seus privilégios. Não há o menor risco de o “comunismo”, na versão conhecida, voltar a ser influente no mundo. O mesmo, no entanto, não se diga sobre ditaduras. Isso é outra coisa. Evento recente em São Paulo (o do promotor que denunciou como “nazistas” moradores que se opõem à mudança de endereço de um albergue) demonstra que a idéia de um estado dominado por esses “monopolistas do bem”, que submeta o conjunto da sociedade às suas vontades (ainda que num regime de economia de mercado) é, sim, possível. Pior: dá para criar a mímica da democracia numa ditadura.
Fui um pouquinho longe para falar sobre a moral particular dos esquerdistas? Fui, sim! O que estou evidenciando é que aquela canalha que fica na rede defendendo larápios se acha superior aos defensores de larápios de outras legendas. Afinal, eles seriam herdeiros da velha moral revolucionária, compreendem?
No fundo, como lembrou Padre Vieira no “Sermão do Bom Ladrão”, citando São Basílio Magno, esses ladrões são piores do que os outros. Aqueles, ao menos, roubam correndo algum risco; estes roubam sem temor nem perigo.
Por Reinaldo Azevedo










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