AO VIVO
Ministro do Esporte, Orlando Silva, presta esclarecimentos no Congresso
Silva é acusado de participação em esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira. Imagens: TV CâmaraPublicidade
MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA
O policial militar do Distrito Federal João Dias Ferreira fez mais
ameaças nesta terça-feira (18) contra o ministro Orlando Silva
(Esporte). Repetiu que tem provas da participação do ministro em
irregularidades na pasta e diz que em pouco tempo "todos saberão quem é
quem".
DE BRASÍLIA
Ferreira, que participou de reunião hoje com lideranças da oposição no Congresso Nacional, afirmou que em breve novos documentos serão mostrados para comprovar os desvios. Segundo ele, há "mais de 300 caixas pretas" que comprovariam as irregularidades.
O encontro com lideranças do PSDB, DEM e PPS aconteceu no mesmo momento em que Orlando Silva presta depoimento à Câmara e ao ministro, ele respondeu: "Eu sou pai de família, cidadão brasileiro, com endereço e CPF. Não sou bandido, não sou criminoso como o sr. [Orlando Silva] alega. Em pouco tempo saberão quem é quem".
Ferreira alegou que apesar das tentativas de Silva de dar explicações rápidas às acusações, o assunto não deve se esgotar logo. "As coisas não se encerram hoje. Ainda tem muita água para rolar, muitos acontecimentos virão", disse.
Acusou o ministro de montar uma força-tarefa para o defender e que por isso tem que divulgar as provas contra Silva aos poucos. "É natural que eu tenha dificuldade se comparado com o ministro. Ele colocou os líderes e funcionários à disposição, mas os documentos com as provas vão surgir."
O policial militar disse que esteve hoje com deputados e senadores para pedir proteção, já que está sofrendo ameaças de morte. O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), disse que o partido encaminhou ao Ministério da Justiça um pedido de "garantia de vida" para o policial militar.
Ferreira adiou na manhã desta terça depoimento em que falaria sobre as denúncias na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília. Conforme a assessoria da PF, o policial alegou problemas de saúde e o depoimento será remarcado, provavelmente para quinta-feira
Temer adota tom evasivo em relação a Orlando Silva
Publicidade
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira (18) que é
preciso "esperar os acontecimentos" em relação às denúncias envolvendo o
ministro Orlando Silva (Esporte). Temer, que está no exercício da
Presidência durante a viagem de Dilma Rousseff à África, evitou fazer
uma defesa mais firme do ministro.
DE BRASÍLIA
Perguntado por uma jornalista se Silva, acusado por um policial militar de ter recebido propina dentro do ministério, estava sendo convincente em suas explicações até o momento, Temer não respondeu diretamente.
"Pelas palavras que eu ouvi até hoje, ele está convicto do que diz. Vamos esperar os acontecimentos", disse Michel Temer, na tarde desta terça-feira (18), no Palácio do Planalto.
O vice disse que o governo está aguardando os esclarecimentos do ministro.
"A ideia do governo é ouvir os esclarecimentos que ele tem a dar. Eu creio que ele dará esclarecimentos suficientes. Vamos ver quais são as alegações e as fundamentações que ele vai apresentar", afirmou.
Terça, 18 de outubro de 2011, 19h47 Atualizada às 19h56
Acusador de Orlando Silva diz à oposição que entregou gravação a revista
Ana Cláudia Barros
O policial militar João Dias Ferreira confirmou nesta
terça-feira (18), durante o encontro com lideranças da oposição, a
existência da gravação de uma reunião da qual participou com executivos
do Ministério do Esporte, quando era investigado por suspeita de
participar de desvios de recursos destinado a um programa da pasta. Em
2010, Dias foi preso junto com outros quatro na Operação Shaolin,
deflagrada pela Polícia Federal. O militar revelou aos líderes da oposição que teria realizado dois encontros no ministério. No primeiro deles, com a presença do ministro Orlando Silva. Na ocasião, ficou, segundo o policial, acertado o que seria feito para "limpar a barra dele". A finalidade do segundo encontro, que não contou com a participação do ministro, seria discutir formas de operacionalizar o que havia sido acertado. E foi justamente esta reunião que Dias diz ter registrado. Terra Magazine apurou que, durante o encontro com os oposicionistas, ele afirmou que a gravação foi encaminhada à revista Veja, que, no último fim de semana, denunciou o esquema de corrupção no ministério.
Em 2010, João Dias Ferreira foi preso em Brasília, acusado de desviar recursos do Programa Segundo Tempo, considerado carro-chefe do Ministério do Esporte. Por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação Brasiliense de Kung Fu, ele firmou dois convênios com o Ministério do Esporte, em 2005 e 2006.
O caso
Em reportagem da revista Veja desta semana, o policial João Dias disse que o ministro Orlando Silva integra um esquema de desvio de dinheiro do programa Segundo Tempo, em que há distribuição de recursos a organizações não governamentais (ONGs) com o objetivo de motivar jovens à prática de atividades esportivas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário