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quarta-feira, 6 de abril de 2011

CONFISSÕES INDISCRETAS DE UMA PROMOTORA EM APUROS


ENTREVISTA :: DEBORAH GUERNER
Autor(es): Lilian Tahan
Correio Braziliense - 05/04/2011

Acusada de ser cúmplice de Leornardo Bandarra em crimes de extorsão, corrupção e formação de quadrilha, a promotora Deborah Guerner sai em defesa do ex-procurador-geral de Justiça do DF. Para se defender, alega “doença da cabeça”. Mas não hesita em expor supostas relações pessoais embaraçosas envolvendo políticos e integrantes do Ministério Público no caso.

Acusada, com o ex-procurador geral de Justiça do MP Leonardo Bandarra, dos crimes de extorsão, corrupção e formação de quadrilha, a promotora fala pela primeira vez. Para se defender, alega estar doente e envolve políticos e integrantes do Ministério Público do DF



Desde que vieram a público as denúncias de envolvimento de Deborah Guerner com a Caixa de Pandora, a promotora de Justiça se manteve calada. Acusada de ser comparsa do ex-procurador-geral de Justiça do DF Leonardo Bandarra em supostos crimes de extorsão, corrupção e formação de quadrilha, a conduta de Deborah, e de seu colega, será julgada amanhã pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Na ocasião, ela deve se defender pessoalmente pela primeira vez perante os conselheiros.

Na última sexta-feira, o Correio fez um pedido de entrevista diretamente a Deborah Guerner. A promotora aceitou falar, contanto que fosse por e-mail. A reportagem enviou as perguntas para o endereço eletrônico fornecido pela entrevistada. Era madrugada de sábado quando Deborah retornou para dizer que ainda não havia recebido a mensagem. Usou a ligação para fazer um alerta: “Tomem cuidado comigo, vocês não me conhecem…” No fim da tarde do sábado, encaminhou as respostas, elaboradas com 22 horas de tempo para reflexão.

Como adianta nesta entrevista, Deborah atribuirá atitudes suspeitas mantidas em companhia de Bandarra a seu problema de saúde — em vídeos divulgados no ano passado, os dois aparecem em conversas reservadas na casa da promotora. Ela alega no processo patologia mental. Ao Correio, disse que sussurrava ao ouvido do ex-procurador-geral de Justiça detalhes de sua enfermidade: “Para ninguém ouvir, falava, às vezes, no ouvido. Procurava convencê-lo que era sim vergonhoso aposentar por invalidez na minha idade”. Outra tática que a promotora usará em sua defesa é expor relações entre pessoas, algumas delas que tiveram papel fundamental no início das investigações da Caixa de Pandora.

Na versão de Deborah, a doença mental é justificativa não só para a relação próxima com Bandarra, com quem trocava telefonemas de madrugada, mas também explica um pouco da sua personalidade. A promotora de Justiça acusada de corrupção alega que uma das características de sua enfermidade é “gastar, gastar”. Apesar dos indícios de envolvimento com a Caixa de Pandora, entre eles um vídeo em que seu marido, Jorge Guerner, demonstra como faria, supostamente, para despistar policiais, Deborah nega qualquer envolvimento com a rede de corrupção no DF.

Questionada, no entanto, se considera verdadeiros os relatos narrados por Durval Barbosa, ela a princípio foi lacônica: “Sim”. Mas um dia após entregar as respostas, reformou a primeira versão, dessa vez por telefone: “Eu disse que sim, mas só que eu estava querendo dizer que sim com relação àquela fita em que ele (Durval Barbosa) estava entregando dinheiro (ao ex-governador José Roberto Arruda). Se não fica parecendo que é no nosso caso, no meu e no do Bandarra. Portanto, não acho nada”.








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