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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

#rio Sobe para 687 o número de mortos na região serrana do Rio


18 de janeiro de 2011 09h24 atualizado às 16h17


17.01 - Teresópolis/RJ:  pedras cobrem boa parte de Campo Grande. Foto: Reinaldo Marques/Terra

Localidades de Teresópolis ficaram destruídas após as fortes chuvas
Foto: Reinaldo Marques/Terra


Uma semana após as fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro, as autoridades ainda contabilizam mortos. Na manhã desta terça-feira, a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil informou que foram contabilizadas 687 vítimas. De acordo com o último levantamento, 325 mortes eram de Nova Friburgo, 280 de Teresópolis, 62 de Petrópolis e 20 de Sumidouro.


Os números da secretaria, entretanto, não contabilizam para São José do Vale do Rio Preto três mortes confirmadas pela Defesa Civil municipal. O balanço do Estado também não confirma uma morte em Bom Jardim, registrada pela Polícia Civil.

De acordo com a secretaria, 6,4 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas em Petrópolis, 5.190 em Nova Friburgo e 2.240 em Teresópolis.

Chuvas na região serrana
As fortes chuvas que atingiram os municípios da região serrana do Rio nos dias 11 e 12 de janeiro provocaram enchentes e inúmeros deslizamentos de terra. As cidades mais atingidas são Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), choveu cerca de 300 mm em 24 horas na região.



RJ: homem diz que amigo guardou corpo de filho em geladeira
18 de janeiro de 2011 16h20


16.01 - Nova Friburgo/RJ:  carros se amontoaram na rua Teresópolis. Foto: Claudia Marapodi/Especial para Terra

Carros se amontoaram na rua Teresópolis atingida pela enchente
Foto: Claudia Marapodi/Especial para Terra


Hermano Freitas
Direto de Teresópolis

O marceneiro Gevanildo Lopes da Cunha, 33 anos, de Santa Rita, em Teresópolis, disse nesta terça-feira ter ajudado um amigo a guardar o corpo do próprio filho, vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, dentro de uma geladeira - mesmo desligada com a falta de luz. Segundo ele, a decisão foi tomada para desacelerar a decomposição do corpo, enquanto as equipes de busca não conseguiam chegar para recolher. "Foi para o cachorro não comer. Depois, o helicóptero levou e ele foi enterrado", afirmou.

Além de prejudicar a ajuda, a enorme dificuldade de chegar à localidade de Santa Rita, acessível apenas por uma trilha que pode demorar 5 horas - dependendo do preparo de quem a percorre -, tem fomentado o surgimento de incontáveis boatos relacionados à catástrofe que matou mais de 670 pessoas. Um deles seria o de que uma família teria enterrado entes queridos num quintal. Outro é que, nos primeiros dias, com a carência de donativos, pessoas estariam abatendo seus animais de estimação (gatos e cachorros) para assar e comer.

O que é considerado fato por moradores da região é que há saques em todas as localidades atingidas pela enchente. As autoridades do município negam e tratam a possibilidade como boato, mas foi instalado na noite de segunda-feira um sistema de iluminação artificial provisório no Caleme.

O jardineiro Amauri de Souza Iate, 38 anos, pedia a presença permanente de forças policiais naquela região. "Tem que policiar a região do Holiday, da Fazenda Alpina, de Santa Rita e de Arriera", afirmou.

As trilhas que levam a Santa Rita são ocupadas por gente que não mede esforços em chegar. Ex-jogador de futebol júnior do clube Friburguense, da cidade vizinha de Nova Friburgo, Leonan de Pádua, 17 anos, disse encontrar na religião a motivação para ajudar uma comunidade carente isolada. Ele procurava de todas as maneiras atravessar um trecho de grande dificuldade pelo barro. Acabou desistindo.

"Queríamos saber qual a maior carência, agora sabemos que é vacinas em geral, principalmente tétano", disse. Ele era acompanhado pelo veterinário e também voluntário ligado a uma igreja, Nei Lopes, que pedia ajuda para carregar uma moto por sobre um desbarrancamento remanescente após uma semana da grande queda d'água. "Chego lá de qualquer jeito. Não pense que eu gosto de fazer trilha, não. Não é hobby, eu tenho horror de fazer trilha!", gritou. Instantes depois, voltou para o mesmo lugar com uma enfermeira na garupa da moto. "Olha a vacina chegando aí!", anunciava.

Redação Terra

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