12 de novembro de 2009 • 18h14 • atualizado às 18h33
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta quinta-feira que um sistema energético 100% seguro teria um custo de investimento muito mais alto do que o atual. Dilma estimou que, atualmente, o governo trabalha com a probabilidade de 95% de segurança.
"Nós trabalhamos com uma probabilidade. (...) Na área de geração trabalhamos com a probabilidade de em 95% dos casos nós segurarmos o problema. O nivel de investimento (por um sistema mais seguro) é elevadíssimo", disse.
Segundo Dilma, a falta de energia registrada em 18 Estados na terça-feira foi fruto de um blecaute, e não de um apagão como o que ocorreu no governo Fernando Henrique Cardoso em 2001. Segundo ela, o que houve no governo passado foi "barbeiragem" da administração. Questionada pela promessa recentemente feita por ela de que não haveria mais apagão no Brasil, a ministra afirmou que prometeu o fim dos racionamentos de energia, mas ponderou que nenhum país está livre dos blecautes.
"Não se pode confundir as duas coisas. Uma coisa é blecaute, que ninguém pode prometer que não haverá. O que eu prometi é que não terá mais racionamento, racionamento é barbeiragem, é quando você não se prepara para saber que daqui a cinco anos pode haver falta de geração de energia", disse a ministra.
Apesar de criticar a administração do setor energético do governo anterior, Dilma disse que politizar o apagão "não é republicano". "Não vou entrar nesse tipo de polêmica, esse tipo de polêmica nao me interessa, não se pode politizar isso."
Sobre as causas do apagão, Dilma disse que o governo considera o assunto encerrado. Segundo ela, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ficará responsável por apurar as causas e punir possíveis responsáveis pelas falhas.
Falta de Luz
Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.
Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.
Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane (cerca de 40% da energia do Brasil), o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.
Trânsito em SP pela Rádio SulAmérica
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