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domingo, 12 de julho de 2009

“Gosto de garotas brasileiras”




O ator Daniel Radcliffe, estrela de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", diz que, se uma namorada colocasse Britney Spears no som, ele sairia correndo
luís antônio giron
Divulgação
O ADEUS AO MAGO
O ator Daniel Radcliffe prepara-se para novos projetos, depois de mais de dez anos

O ator inglês Daniel Radcliffe, de 19 anos, não parece aquela figura vitoriana dos filmes de Harry Potter. Com menos de 1,70 metro de altura, tem os trejeitos de um adolescente irrequieto. O penteado é rebelde, não usa óculos, veste camiseta da banda punk Sex Pistols e olha para os lados, como se estivesse sendo vigiado. Foi assim que ele falou com ÉPOCA em Londres.

ÉPOCA – Como você se sente com o próximo adeus a Harry Potter?
Daniel Radcliffe –
Vai ser bem estranho quando terminarmos os sete filmes. Porque, nos últimos tempos, quando fiz outros trabalhos, como (o filme) December boys, (a peça) Equus ou (o filme para a televisão) My boy Jack, eu sabia que haveria um filme de Harry Potter para voltar. Havia uma segurança nessa expectativa. Ao mesmo tempo, abandonar Harry será uma libertação. Atualmente, recebo roteiros fantásticos, mas tenho de dizer: “Infelizmente, estou ocupado até 2030!” (risos). Mas é fantástico estar na série. São meus melhores amigos, o pessoal da equipe e os atores. Será mais triste deixar de vê-los todos os dias que deixar o papel de Harry.

ÉPOCA – É o primeiro filme de Harry lançado quando todos já sabem o final da série. Isso diminui o interesse pelo longa?
Radcliffe –
Não, porque todo mundo sabia o que acontecia no quinto livro quando o quinto filme foi lançado. Mesmo conhecendo o sétimo livro, as pessoas certamente vão sentir curiosidade para ver o sétimo filme.

ÉPOCA – E o fato de o sétimo livro ter sido dividido em duas produções?
Radcliffe –
Sim, vamos filmar os dois de uma vez. Fiquei contente com a divisão. Fomos obrigados a cortar muita coisa antes. Isso não seria possível no sétimo filme.

ÉPOCA – Você vai ganhar dobrado?
Radcliffe –
(Risos.) Em teoria, sim! Acho que sim (risos). Gosto do jeito como você pensa!

ÉPOCA – Você trabalha por dinheiro?
Radcliffe –
De jeito nenhum. Dinheiro é uma coisa pela qual sou muito, muito grato. Não me preocupo com ele. Mas certamente isso ocorre porque o tenho. Essa é a verdade. Não quero ser um ator que faz coisas por grana. Ou melhor, uma das coisas pelas quais adoro George Clooney é que ele fez filmes ótimos e comerciais, como a série Onze homens e um segredo, e tira dinheiro daí e faz Syriana ou Boa noite e boa sorte, filmes que não vão render muito dinheiro, mas são ótimos. É isso que respeito.

ÉPOCA – Qual trabalho dá mais prazer: cinema, teatro ou televisão?
Radcliffe –
No palco, você tem aquela plateia na sua frente, o que é muito empolgante. Na televisão, o bacana é a rapidez. Quando faço Harry Potter, o processo é lento. Levamos 11 ou 12 meses numa produção. Se conseguimos uma cena inteira em um dia, é um dia muito bom. Em My boy Jack, fazíamos seis ou sete cenas por dia. Isso exigia muito mais em termos de aprendizado. A diferença é que a televisão é uma corrida de 100 metros rasos, enquanto o cinema é uma maratona. Porque o desafio, em Harry Potter, é manter os níveis de energia altos e manter a resistência por 12 meses. Se eu tivesse de escolher um dos três, diria que amo o teatro e reconheço que ele me dá mais prazer.

ÉPOCA – Como foi aparecer nu na Broadway, na peça Equus, de Peter Schaffer?
Radcliffe –
Uma situação interessante. Mesmo quando fiz em Londres, os americanos ficaram perturbados. Ora, estava a milhas de distância... O problema é que eu era menor de idade. Agora sou maior. Não vejo por que haveria problemas, mas sempre tem gente que reclama. Um dos problemas do mundo são as pessoas que querem forçar suas opiniões para as outras. Isso realmente me irrita. Claro que existem regras boas, como “não mate”. Mas, quando falam “não fique pelado no palco”, eu pessoalmente discordo.



ÉPOCA – Você já disse muitas vezes que gosta de punk e rock pesado. Você curte os musicais da Broadway?
Radcliffe –
As influências musicais em minha vida são muito esquisitas. Quando tinha 2 anos, conheci T.Rex, David Bowie, Sex Pistols, Buzzcocks e The Damned. Depois, com 6 ou 7, cresci ouvindo os musicais de Bob Fosse (Cabaret, All that jazz, Chicago) com meus pais. Esses são meus estilos favoritos: musicais antigos e canções de guitarra pesada. Por isso, foi especial estar na Broadway, onde todos esses musicais estrearam.

ÉPOCA – No palco, as pessoas confundem você com Harry Potter?
Radcliffe –
Elas me veem como Peter Pan, que deve ficar jovem para sempre, um garoto de 12 anos. Isso não vai acontecer mais. Quero uma carreira. Não vou deixar que os outros me impeçam de adquirir um trabalho sólido nisso. Não vou permitir que a imagem que as pessoas têm de mim destrua minha carreira no futuro.

ÉPOCA – De que tipo de garotas você gosta?
Radcliffe –
De garotas brasileiras (risos)! Nunca estive no Brasil nem na América do Sul. Procuro uma garota que seja muito mais talentosa que eu. Que seja mais esperta que eu, que me desafie e esteja mais vezes certa sobre as coisas que eu. Não sei por quê, mas acho que, se entrasse num relacionamento em que estivesse sempre certo, eu me encheria facilmente. Preciso de alguém que realmente me desafie. E tenha gosto musical (risos)! Sim, porque acho que, se a gente estivesse numa situação romântica, jantar à luz de velas, e ela colocasse Britney Spears no som, eu sairia correndo!

ÉPOCA – E se ela colocasse Sex Pistols?
Radcliffe –
Isso aí. Seria muito mais romântico (risos).












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