Ao retornar à pasta, depois de disputar e perder eleição, Wadson ganhou 'ajuda de custo'
25 de outubro de 2011 | 22h 40
Leandro Colon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
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Fabio Motta/AE - 08.01.2008
Wadson, assim como Orlando, foi presidente da UNE é homem de confiança do ministro
Além dos R$ 33,5 mil extras, ele ainda levou R$ 6,1 mil como “colaborador eventual” do ministério entre fevereiro e março deste ano, quando estava desempregado após a derrota nas urnas.
Ex-presidente da UNE e homem de confiança do ministro Orlando Silva, Wadson era secretário executivo na gestão passada, o segundo cargo mais importante. Chegou ao governo em 2007 e foi exonerado no dia 30 de março de 2010 para ser candidato. Ao voltar em março de 2011, assumiu a Secretaria de Esporte Educacional, responsável pelo programa Segundo Tempo, foco de irregularidades.
O nome do secretário aparece na assinatura de convênios sob suspeita, tendo autorizado até a liberação de recursos para uma entidade de Juiz de Fora, seu reduto eleitoral, onde é pré-candidato a prefeito para a disputa de 2012. Em abril, ele foi à cidade distribuir kits do Segundo Tempo.
Wadson nunca concluiu um curso superior. Largou a faculdade de medicina para se dedicar à militância no PC do B.
Procurado pelo Estado, o Ministério do Esporte disse que se amparou na legislação do servidor público para justificar o repasse dos R$ 33,5 mil para uma pessoa que apenas deixou o cargo de olho na disputa eleitoral e retornou após perder nas urnas.
“O valor referido foi pago como ajuda de custo referente a deslocamento e mudança, recebida no momento da nomeação para o cargo de secretário nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte, conforme prevê a legislação”, disse o ministério. Em relação aos R$ 6,1 mil pagos antes da nova nomeação, a pasta informou: “O valor refere-se a diárias decorrentes de vindas ao ministério, a convite deste, como colaborador eventual, para tratar de temas do interesse desta pasta”.
Questionada pelo Estado, a Controladoria-Geral da União deu a seguinte resposta: “A legislação não impede a questão colocada, pois fala apenas no período mínimo de três meses. Apenas se ficar caracterizado que o órgão adota a prática de forma sistemática com a mesma pessoa, fica passível de responsabilização”.
O Estado mostrou na semana passada que Wadson assinou e renovou um convênio de R$ 911 mil do Segundo Tempo que nunca saiu do papel com uma ONG de fachada. Após o Estado revelar a prorrogação do contrato, o Ministério do Esporte anunciou sua rescisão.
Planalto dá sinais de que pode abandonar Orlando; PCdoB resiste
Presidente do partido foi alertado por secretário-geral da Presidência; governo queria mudança em cúpula da pasta
25 de outubro de 2011 | 22h 40
Vera Rosa e Tânia Monteiro / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
O inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF)
para investigar denúncias de fraudes e desvios de recursos em convênios
no Ministério do Esporte agravou a situação do titular da pasta, Orlando
Silva. Em conversas reservadas com dirigentes do PC do B, o ministro
disse que se sentia “fritado” pelo PT e seu sentimento era o de estar
sendo abandonado pelo Planalto.
“O quadro é de observância justa e preocupada”, resumiu Carvalho. Ele pediu ao PC do B que não abra fogo contra o PT, sob a alegação de que isso pode piorar as coisas. O governo esperava que Orlando fizesse mudanças rápidas na cúpula do ministério, na tentativa de dar uma resposta às denúncias de irregularidades. Auxiliares de Dilma agora têm dúvidas se ainda é possível reverter o quadro negativo com essa atitude.
Rabelo disse que o PC do B mantém o apoio ao titular do Esporte e não aceitará outro nome para ocupar a pasta. “Não podemos admitir um tribunal de exceção”, insistiu ele.
O PC do B também rejeita a hipótese de escambo político, na qual trocaria um ministério por outro. Na avaliação dos comunistas, entregar o cargo antes da reforma ministerial, prevista para janeiro, seria atestado de culpa.
Surpresa. A saída de Orlando, porém, é cada vez mais uma questão de tempo. O governo ficou surpreso com a rapidez com a qual o STF abriu inquérito para investigar denúncias de envolvimento do ministro em esquemas de corrupção no Esporte. Nos bastidores havia até mesmo suspeitas de que o procedimento era mais um capítulo do enfrentamento do Judiciário com o Executivo.Desde agosto, o Judiciário trava uma batalha com o governo porque a previsão de reajuste da categoria ficou de fora do Orçamento da União.
Na prática, porém, a investigação levou a crise para o Planalto. Na sexta-feira, quando deu um voto de confiança a Orlando, Dilma foi taxativa. “Vamos esperar os próximos acontecimentos”, disse ela. A presidente não gostaria de comprar uma briga com o PC do B agora, principalmente porque o partido continua ameaçando “detonar” o suposto esquema de fraude que teria sido montado por Agnelo Queiroz (PT), antecessor de Orlando no ministério e hoje governador do Distrito Federal. À época, Agnelo era do PC do B.
Ao participar ontem de audiência da comissão da Câmara que trata da Lei Geral da Copa, Orlando passou boa parte do tempo explicando denúncias. A tropa de choque governista que o acompanhou nos depoimentos da semana passada, na Câmara e no Senado, estava ontem bastante reduzida, em mais um sinal de sua fragilidade política.
Site de ministério reúne elogios de governistas a Orlando Silva
DE BRASÍLIA
Na tentativa de escapar da crise que está mergulhado, a assessoria de
Orlando Silva (Esporte) reclamou da oposição e reuniu no site oficial da
pasta elogios de governistas durante discussão sobre a Copa de 2014.
Na audiência para tratar da Lei Geral da Copa, o ministro se esquivou de responder aos deputados sobre as denúncias de desvios na pasta.
Com o timbre do ministério, a nota no site do ministério afirmou que um dos deputados "conclamou seus pares a não perderem tempo" com as notícias publicadas pela imprensa sobre a crise envolvendo Orlando Silva. "Não podemos assimilar as notícias e nos pautar pelos jornais". A frase foi atribuída ao deputado Simão Sessim (PP-RJ).
Simão Sessim é o cabeça de batata da direita da foto
A assessoria também criticou a oposição. "O ministro participou do quarto encontro da comissão especial que trata das garantias governamentais para a realização da Copa. Deputados da oposição, porém, insistiam em falar das denúncias, no lugar da Lei Geral da Copa", diz a nota publicada pela pasta.
Orlando é suspeito de participação num esquema de desvio de recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar jovens a praticar esportes. A acusação foi feita à revista "Veja" pelo policial militar João Dias Ferreira.
O soldado e seu motorista disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
Segundo o ministro, que tem desqualificado o policial militar em entrevistas e nas oportunidades que falou do assunto, as acusações podem ser uma reação ao pedido que fez para que o TCU (Tribunal de Contas da União) investigue os convênios do ministério com a ONG que pertence ao autor das denúncias.
Quantas pessoas seriam salvas , se a corrupção fosse punida severamente no Brasil, se o dinheiro publico não servisse para encher os bolsos de corruptos safados, vulgo politicos , haveria mais dinheiro para inumeros direitos do cidadão , como o direito de usar essa maquina :
Máquina destrói câncer de pulmão sem cortes
Categoria: Saúde
MARIANA LENHAROEliminar tumores de pulmão sem nenhum corte ou dor para o paciente já virou realidade no Instituto de Câncer do Estado de São Paulo (Icesp). A tecnologia, inédita no Sistema Único de Saúde (SUS), foi testada com sucesso ao longo deste ano em sete pessoas e, agora, é aplicada em indivíduos com contraindicação para a cirurgia tradicional, considerada um procedimento delicado, de recuperação dolorosa.
No procedimento novo, cuja denominação técnica é radioterapia estereotáxica extra-crânio (SDRT, na sigla em inglês), feixes finos e precisos de radiação elevada provocam a necrose das células tumorais. Três sessões de pouco mais de uma hora, aplicadas com intervalo de dois dias, são suficientes para destruir o câncer de pulmão, o tipo de neoplasia que mais mata no Brasil e no mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
As sessões de radiocirurgia não provocam dor e o paciente pode sair direto para suas atividades cotidianas. Por enquanto, a técnica só é indicada para pacientes que não têm condições de passar por uma cirurgia tradicional, de acordo com o protocolo adotado internacionalmente para esse tipo de tratamento. Além disso, o tumor deve ter até 5 centímetros de diâmetro e estar afastado de regiões vitais, como o coração.
Enquanto a radioterapia convencional fraciona a radiação e oferece um tempo para o tecido saudável se recuperar, a nova técnica extermina o tecido atingido. “É como se fosse um tiro de bazuca no tumor”, diz o médico Rafael Gadia, radioterapeuta do Icesp. Daí a importância de que o tiro seja certeiro, o que só é possível graças às novas tecnologias. Uma desvantagem apontada pelo profissional é a impossibilidade de fazer uma análise detalhada sobre o tumor, já que suas células são completamente destruídas.
Nova aplicação
O princípio da radiocirurgia já era usado há mais tempo para tumores no crânio. O problema é que, em outras partes do organismo, ao contrário do que ocorre no crânio, eles tendem a se deslocar com o movimento natural do corpo, como o da respiração. E qualquer imprecisão na técnica pode destruir tecidos saudáveis e órgãos importantes próximos ao tumor.
Os médicos conseguiram aplicar a técnica no pulmão, mesmo com o movimento constante do ar entrando e saindo, graças ao recurso de radioterapia guiada por imagem (IGRT, na sigla em inglês). A física chefe do Icesp, Gisela Menegussi, explica que o primeiro passo do procedimento é a criação de um “paciente virtual” no computador, por meio de um software especializado.
A imagem desenvolvida é baseada em exames de imagem precisos: tomografia e PET-CT. A partir daí, a equipe multidisciplinar faz um estudo para cada paciente com o objetivo de encontrar as melhores rotas para a entrada dos feixes de radiação, que não devem passar por órgãos importantes.
O software calcula, para cada rota simulada, o quanto de radiação que cada órgão envolvido receberá. “A gente sabe que cada órgão pode receber uma quantidade máxima de radiação. Trabalhamos dentro desses limites.”
A técnica também pode ser aplicada em casos de oligometástase no pulmão – quando o paciente apresenta um número limitado de recorrências isoladas do tumor. Atualmente, estuda-se a aplicação, com finalidade curativa, da técnica contra o câncer de próstata e, com fim paliativo, para outros tipos de metástase.
O risco a ser considerado é a proximidade do tumor com outros órgãos vitais, que podem receber radiação. Por causa da pouca experiência com a técnica, ainda não se sabe como esses órgãos evoluirão em longo prazo.
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