Forros
de bolsos feitos com lençóis descartados por hospitais americanos e
importados pela empresa Na Intimidade Ltda, de Santa Cruz do Capibaribe
(PE), podem estar presentes em confecções de outros Estados, como São
Paulo. "Acredito que a empresa tenha clientes no Brasil inteiro, mas
isto será afirmado no decorrer das investigações", afirmou hoje (18), o
superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Marlon Jefferson.Ele adiantou que será feito um pedido de cooperação internacional
às autoridades americanas, por meio do Ministério da Justiça, para
descobrir os responsáveis pela exportação de lixo hospitalar. O
inquérito deve se estender por até 90 dias. Jefferson fez as afirmações
no Palácio do Campo das Princesas, após reunião com o governador Eduardo
Campos (PSB), autoridades sanitárias, policiais, empresários do polo
têxtil do agreste e Receita Federal.
No encontro, que avaliou o que está sendo feito em relação ao caso e se uma campanha em favor do polo têxtil será iniciada, Campos responsabilizou os Estados Unidos pelo incidente, por permitir a saída de uma "mercadoria que não devia ter saído". Ele afirmou que escreverá à presidente Dilma Rousseff para que ela peça às autoridades americanas que apurem "esse delito que começou nos Estados Unidos". Ele defende que os dirigentes dos hospitais que tiveram seu material de descarte exportado sejam responsabilizados.
Para o governador, o Estado fez a sua parte, pois a Receita Federal identificou e barrou, na semana passada, no Porto de Suape, a entrada de lixo hospitalar disfarçado como "tecido de algodão com defeito". Preocupado com a retração do consumo no polo têxtil - que engloba 14 municípios -, Campos pediu para que não se confunda "um procedimento marginal, criminoso, isolado e absolutamente pontual e contingente" com a atuação de mais de 22 mil empresas que empregam 150 mil pessoas. Vestido uma camiseta com a inscrição "Eu uso produto do polo têxtil. Confecção é coisa séria. Não é lixo. É desenvolvimento para Pernambuco", ele lidera uma campanha de comunicação nacional em favor do polo. Ele assegurou que todo material importado identificado como tecido passará por fiscalização.
Contaminação. Com base na avaliação de infectologistas, Campos frisou que somente os trabalhadores da empresa que manusearam os tecidos correram risco de contaminação. "O risco para quem usa é zero" reiterou o gerente da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito. Segundo ele, a lavagem torna inativa qualquer infecção que pudesse ser transmitida por sangue ou outra secreção humana.
Três unidades da Império do Forro de Bolso (nome fantasia da Na Intimidade) foram interditados pela Apevisa: uma loja em Santa Cruz do Capibaribe e dois galpões, um em Toritama e outro em Caruaru. A Apevisa recolheu cerca de 40 quilos do material e entregou ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. Empregados da Na Intimidade em Santa Cruz revelaram ao Jornal do Commercio que em alguns dos lençóis foram vistos tufos de cabelo, curativos e esparadrapos. E a triagem do material era realizada sem luvas ou outro tipo de proteção.
Em Toritama, a notícia já afeta o comércio. "Mesmo quem não tem nada a ver com jeans está sofrendo", disse o diretor comercial da Rota do Mar, especializada em roupas esportivas, Adilson Silva. "Não usamos forros, mas nossas vendas caíram. Não tenho ainda como dizer qual foi porcentual da queda, porque números não estão fechados." Segundo ele, boa parte do produto da Império do Forro de Bolso era vendida para empresas locais. "O bolso chega lavado, do tamanho encomendado. Só pela análise do produto, não tem como saber se era feito de lençol". (Colaborou Lígia Formenti).
No encontro, que avaliou o que está sendo feito em relação ao caso e se uma campanha em favor do polo têxtil será iniciada, Campos responsabilizou os Estados Unidos pelo incidente, por permitir a saída de uma "mercadoria que não devia ter saído". Ele afirmou que escreverá à presidente Dilma Rousseff para que ela peça às autoridades americanas que apurem "esse delito que começou nos Estados Unidos". Ele defende que os dirigentes dos hospitais que tiveram seu material de descarte exportado sejam responsabilizados.
Para o governador, o Estado fez a sua parte, pois a Receita Federal identificou e barrou, na semana passada, no Porto de Suape, a entrada de lixo hospitalar disfarçado como "tecido de algodão com defeito". Preocupado com a retração do consumo no polo têxtil - que engloba 14 municípios -, Campos pediu para que não se confunda "um procedimento marginal, criminoso, isolado e absolutamente pontual e contingente" com a atuação de mais de 22 mil empresas que empregam 150 mil pessoas. Vestido uma camiseta com a inscrição "Eu uso produto do polo têxtil. Confecção é coisa séria. Não é lixo. É desenvolvimento para Pernambuco", ele lidera uma campanha de comunicação nacional em favor do polo. Ele assegurou que todo material importado identificado como tecido passará por fiscalização.
Contaminação. Com base na avaliação de infectologistas, Campos frisou que somente os trabalhadores da empresa que manusearam os tecidos correram risco de contaminação. "O risco para quem usa é zero" reiterou o gerente da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito. Segundo ele, a lavagem torna inativa qualquer infecção que pudesse ser transmitida por sangue ou outra secreção humana.
Três unidades da Império do Forro de Bolso (nome fantasia da Na Intimidade) foram interditados pela Apevisa: uma loja em Santa Cruz do Capibaribe e dois galpões, um em Toritama e outro em Caruaru. A Apevisa recolheu cerca de 40 quilos do material e entregou ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. Empregados da Na Intimidade em Santa Cruz revelaram ao Jornal do Commercio que em alguns dos lençóis foram vistos tufos de cabelo, curativos e esparadrapos. E a triagem do material era realizada sem luvas ou outro tipo de proteção.
Em Toritama, a notícia já afeta o comércio. "Mesmo quem não tem nada a ver com jeans está sofrendo", disse o diretor comercial da Rota do Mar, especializada em roupas esportivas, Adilson Silva. "Não usamos forros, mas nossas vendas caíram. Não tenho ainda como dizer qual foi porcentual da queda, porque números não estão fechados." Segundo ele, boa parte do produto da Império do Forro de Bolso era vendida para empresas locais. "O bolso chega lavado, do tamanho encomendado. Só pela análise do produto, não tem como saber se era feito de lençol". (Colaborou Lígia Formenti).
NA INTIMIDADE LTDA
AV PREFEITO BRAZ DE LIRA 534-MALAQUIAS Rod. PE 90 nº 1.390 – Toritama- Pernambuco, SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE 55190-000, PEAlto Capibaribe
t: 81-37313325 f: 81-37313325
Polícia arromba galpão com 15 t de lixo hospitalar americano em Caruaru
Dono de empresas em polo têxtil no agreste pernambucano declarava carga com lençóis sujos de hospitais americanos como 'tecidos de algodão com defeito', de acordo com o Ministério do Desenvolvimento
Quarta, 17 de Outubro de 2011, 21h30
Bira Nunes/JC Imagem
Agentes da Vigilância Sanitária de Pernambuco fiscalizam galpão de tecidos em Toritama
Empresário pernambucano importador de lixo hospitalar dos Estados Unidos durante 8 anos exportou para a Angola
Nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, no Agreste Pernambucano, o empresário Altair Teixeira de Moura estabeleceu as suas unidades de confecção.
A especialidade desse empresário pernambucano é o forro de bolso para calças jeans, calças de ternos, e para bermudas de crianças e adultos. Como o tecido de forro de bolso não aparece, e certamente como insumo é o mais barato na linha de produção de peças do vestuário, a importação de “tecidos de algodão com defeito” – lixo hospitalar – era o mais lucrativo para o empresário.
Desde o ano de 2009, que a empresa Na Intimidade Ltda importa “tecidos de algodão com defeito” dos Estados Unidos.
As autoridades rastrearam as importações da Na Intimidade Ltda e somente em 2011 apontam que essa empresa importou 22 containeres contendo “tecidos de algodão com defeito”.
Dois desses containeres importados pela Na Intimidade Ltda foram apreendidos na semana passada pela Receita Federal no porto de Suape, e somam 46,6 toneladas de lixo hospitalar.
Agentes de fiscalização da Anvisa e Ibama e a delegada que conduz as investigações, localizaram entre a última sexta-feira (14/10) e essa segunda-feira (17/10) o total de 38 toneladas de lixo hospitalar dentro das unidades da empresa Na Intimidade Ltda, instaladas nos municípios pernambucanos de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru.
Alguns milhares de kilos de lixo hospitalar estavam prontos para entrarem na mesa de corte e serem magicamente transformados em forro de bolso, os quais seriam colocados no mercado brasileiro e nas unidades “Império do Forro de Bolso”, incluindo a loja virtual que a empresa mantinha na internet. Outros milhares de kilos de forro de bolsos já estavam prontos e aguardavam em um depósito os seus destinos.
A importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos já soma 84,6 toneladas (46,6 apreendidas no porto de Suape e mais 38 nas unidades da empresa).
Entre as estratégias de venda do forro de bolso, o empresário utilizou um site na internet para alavancar seu negócio. A empresa Na Intimidade Ltda mantinha uma loja virtual denominada Império do Forro de Bolso no endereço da internet www.forrodebolso.com.br.
No site, Moura dizia que “vendemos forro de bolso para calça e bermudas, jeans, brim, social sob suas medidas, também temos forro com medidas padrão. Despachamos para todo o Brasil e podemos exportar também. Tecido 50% algodão e 50% poliester, branquiado já pré-lavado. Otimize sua produção comprando o forro do bolso de suas confecções já cortadas sob suas medidas. Preços especiais para EXPORTAÇÃO.”
“Informações para contato – Telefone 55 81 37412950 – Celular – 55 81 91043403 -Endereço – Av. Prefeito Braz de lira nº 534 – Malaquias – Estado – Pernambuco – Cidade – Santa Cruz do Capibaribe – País – Brasil – FALE CONOSCO: POR EMAIL: contato@forrodebolso.com.br POR TELEFONE: 81-3741.2950 ou 81-91043403 falar com Sr. Altair Moura MSN: altair@sccnet.com.br SKYPE: MOURAALTAIR”
O empresário pernambucano é experiente na importação de tecidos. Entre 2001 e 2011 sempre esteve a frente de duas empresas de confecções que importavam tecidos Estados Unidos.
E sabe-se agora que Altair Moura também domina o comércio da exportação. Por meio de sua primeira empresa (deixou a sociedade em 2009) exportou seus produtos para a Angola entre os anos de 2002 e 2009.
Dados na internet mostram os negócios das exportações desse empresário pernambucano que importou lixo hospitalar dos Estados Unidos.
Moura chegou a declarar numa determinada época, que “a cada três meses, um contêiner embarca com um volume de 100 mil e 200 mil peças produzidas no interior pernambucano”.
Tudo começou a partir de uma feira da África do Sul, em 2000. “Fui convidado para expor os meus produtos. No final do evento, descobri que as pessoas de lá não eram meu público, mas que poderia me dar muito bem em Angola”, relembra Altair Moura.
O mais incrível são os princípios declarados pelo empresário que importou lixo hospitalar, e publicados no site da loja virtual que mantinha na internet.
MISSÃO
CONSTRUINDO NOSSO FUTURO:
Desenvolver e comercializar produtos inovadores, de alto valor percebido, com qualidade e rentabilidade classe mundial e criação de valor para funcionários, fornecedores e clientes, atuando com responsabilidade social e ambiental.
PRINCÍPIOS QUE NOS GUIAM:
Ética: Integridade, honestidade, transparência e atitude positiva na aplicação das políticas internas e no cumprimento das leis.
Informações revelam que somente a empresa Na Intimidade Ltda, desde 2009 até a presente data, teria importado 60 (sessenta) containeres de “tecidos de algodão com defeito”. Se confirmarem as informações de importação é preciso saber o destino dos forros de bolso dados pelo empresário pernambucano. Seriam 1.398 toneladas de lixo hospitalar importadas dos Estados Unidos (para conhecimento do leitor a cidade de Porto Alegre produz algo perto de 1.500 toneladas de lixo por dia).
Com o lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos, o empresário poderia confeccionar 1.398.000 kilos de forro de bolso. Se considerarmos o preço de R$ 14,00 por kilo de forro de bolso anunciado no site da loja virtual Império, o faturamento da Na Intimidade Ltda, de titularidade do empresário pernambucano, poderia chegar ao milionário valor de R$ 19.527.000,00 com a importação lixo hospitalar dos Estados Unidos nos últimos 3 anos.
Dono de empresa importadora de lixo se apresenta à PF
Empresário afirma não ser importador da carga dos contêineres contendo lixo hospitalar
19 de outubro de 2011 | 21h 30
SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE - O dono da empresa Na Intimidade, de Santa
Cruz do Capibaribe, no agreste pernambucano, Altair Teixeira de Moura,
afirma não ser importador da carga contida em dois contêineres
apreendidos, semana passada, pela Receita Federal, no Porto de Suape,
contendo 46 toneladas de lençóis sujos, cateteres, seringas e luvas
usadas, despachados nos Estados Unidos. Seu advogado, Gilberto Lima, informou que ele se apresentou anteontem (18) à Polícia Federal e fez uma representação para que seja apurada a responsabilidade pela carga ilícita. "Esta carga deverá ser devolvida ao exportador norte-americano pelos meios legais e a Polícia Federal será acionada para investigar irregularidades do exportador", afirmou Lima. "O exportador mandou uma mercadoria divergente".
Segundo ele, seu cliente importa tecidos com defeito de tecelagem desde 2009 da empresa norte-americana Texport inc que, diz ele, fornece venda de resto de fábrica para o mundo inteiro. "As peças são mais baratas, de segunda linha, mas não se trata de lixo". As cargas importadas são descritas como "tecido de algodão com defeito".
Altair Teixeira de Moura acompanhou autoridades sanitárias e da Policia Federal ontem (19) em inspeções nas três unidades da Império do Forro de Bolso (nome fantasia da empresa Na Intimidade): em Santa Cruz do Capibaribe, onde fica a sede, a 205 quilômetros do Recife, e em Toritama e Caruaru, onde se localizam dois galpões.
Todos estão interditados pela vigilância sanitária. A Polícia Federal e a polícia civil instauraram inquérito para investigar o caso e o Ministério Público do Trabalho abriu investigação para apurar denúncia de trabalho infantil e falta de uso de equipamento de segurança pelos funcionários da empresa.
Anteontem (18), por telefone, Altair falou rapidamente com O Estado. Disse ser inocente e que estava à espera do seu advogado para organizar uma entrevista coletiva para esclarecer os fatos. Depois desligou o celular. Ontem (19) ele informou não ter cumprido a promessa porque se apresentou à PF como principal interessado na apuração da verdade. Em seguida passou o telefone para o advogado.
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) recolheu lençóis manchados - supostamente de sangue e secreções humanas, com logomarca de mais de 10 hospitais e centros médicos norte-americanos - nos galpões e na loja do Império do Forro de Bolso que foram entregues ao Instituto de Criminalística (IC) para análise. De acordo com o advogado, o empresário está confiante de que não se trata de secreção humana nem sangue.
Ele garantiu, ainda, que a empresa não importou a carga de 14 contêineres que são aguardados no Porto de Suape, despachados - como todos os outros - do Porto de Charleston, na Carolina do Sul (EUA). "Meu cliente nada tem a ver com essa importação".
O advogado disse não acreditar que o governador Eduardo Campos tenha chamado o responsável pela importação criminosa de "bandido", em entrevista no Palácio do Campo das Princesas, em defesa da imagem do pólo têxtil pernambucano, que engloba 13 municípios no agreste e tem Santa Cruz do Capibaribe como carro chefe. "Não creio que ele tenha se antecipado às investigações, que ainda estão em andamento", afirmou o advogado.
(daqui a pouco segue mais material)
uer que a Polícia Federal importadora de lixo hospitalar dos Estados Unidos, Altair Teixeira de Moura,
apontadoa como responsável pela importação de lixo hospitalar disfarçado de "tecidos de algodão com defeito".
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