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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

FBI pode ajudar a investigar lixo hospitalar, diz secretário de Defesa


19/10/2011 12h55 - Atualizado em 19/10/2011 13h10

Agência ambiental norte-americana também pode contribuir com o caso.
Wilson Damázio contactou adido do FBI em Brasilia e cônsul dos EUA.

Do G1 PE
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Wilson Damázio, secretário de Defesa Social de Pernambuco (Foto: Reprodução/TV Globo)Wilson Damázio, secretário de Defesa Social de
Pernambuco (Foto: Reprodução/TV Globo)
O secretário de Defesa Social de Pernambuco, Wilson Damázio, afirmou nesta quarta-feira (19) que o FBI – Federal Bureau Investigation, a Polícia Federal dos Estados Unidos – poderá ajudar na apuração das denúncias de importação de lixo hospitalar em Pernambuco. Damázio afirma que já conversou com a cônsul dos Estados Unidos no Nordeste, Usha Pitts, e com o adido do FBI em Brasilia.

“O governo americano está disposto a colaborar no que for possível, através do próprio FBI e também da agência ambiental norte-americana, uma espécie de Ibama que eles têm lá”, relata. Segundo o secretário, diligências já estão sendo feitas pelos adidos daquele país. “Há possibilidade inclusive de vir para o Recife um representante do FBI para acompanhar essas investigações e nos ajudar no que for possível”, afirma.

Investigação
Mais de 60 amostras de material suspeito foram coletadas até agora. A investigação tem interesse especial, segundo Damázio, no material bruto encontrado em contêineres de Suape. “A prioridade é detectar que manchas são aquelas. Se é sangue, algum tipo de excremento, algo que venha a prejudicar a saúde de quem manuseia”, questiona. O secretário diz que testemunhas já foram ouvidas e que o inquérito está bastante avançado.

No Brasil, a Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar as responsabilidades pelo desembarque de contêineres com lixo hospitalar vindos dos Estados Unidos, que apontam para a prática de crimes de contrabando, ambiental e uso de documento falso. A investigação pretende rastrear a compra do material e saber se o produto foi distribuído em outras partes do Brasil.

Depois de assistir às reportagens sobre o caso do lixo hospitalar comercializado em Pernambuco, um motorista da Paraíba notou a semelhança com os lençóis de casa. Élio Lucena da Nóbrega diz que comprou o material  de um vendedor de João Pessoa, e só agora percebeu que há uma frase carimbada em inglês: “Governo dos Estados Unidos”.

Lençóis que vieram de hospitais dos Estados Unidos estavam sendo vendidos em Timbaúba, na Zona da Mata pernambucana, e também em João Pessoa, na Paraíba. De acordo com o gerente da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, o uso de partes das peças em confecções – como bolsos de calças jeans, por exemplo – não oferece riscos porque os nove estágios de tratamento por que passam os tecidos garantem a eliminação de qualquer micro-organismo. O mesmo não se aplica a peças inteiras, como lençóis, onde os procedimentos não são padronizados. Quem comprou essas peças deve entrar em contato com a Vigilância Sanitária pelo telefone 0800-282-5919.

Em PE, mais uma loja é interditada por suspeita de vender lixo hospitalar

Polícia encontrou tecidos com caracteres em idioma estrangeiro.
Ex-dono seria o mesmo que importou tecido retido em Suape, diz delegado.

Katherine Coutinho e Luna Markman Do G1 PE
Loja que vendia tecidos suspeitos de serem lixo hospitalar em Santa Cruz do Capibaribe (Foto: Katherine Coutinho/G1)Material apreendido pela polícia será encaminhado
para perícia (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Uma loja no centro de Santa Cruz do Capibaribe, Agreste pernambucano, foi interditada pela Polícia Civil, no início da noite desta quarta-feira (19). No local, agentes encontraram tecidos com caracteres em idioma estrangeiro, bem parecidos aos que estavam em outro depósito fechado na cidade, para onde iriam as cargas de lixo hospitalar apreendidas no Porto de Suape, no dia 11 de outubro.
De acordo com a polícia, o empresário suspeito de importar o material norte-americano retido em Suape é ex-proprietário do estabelecimento. “Após denúncias, constatamos que havia material suspeito na loja, que será encaminhado para perícia. Segundo o atual gerente do estabelecimento, o empresário suspeito de importar lixo hospitalar dos Estados Unidos é o antigo proprietário”, disse o delegado Magno Neves, titular da Delegacia de Santa Cruz do Capibaribe.
Loja interditada em Santa Cruz do Capibaribe, por suspeita de vender material originado em lixo hospitalar (Foto: Katherine Coutinho / G1)Polícia interditou a loja nesta sexta, com mandadojudicial  (Foto: Katherine Coutinho / G1)
A polícia chegou à loja com uma ordem judicial, o que permitiu fazer a interdição.
Em Caruaru
Mais cedo, em Caruaru, também no Agreste pernambucano, a reportagem do G1 encontrou outra loja que vendia, nesta quarta-feira (19), tecidos com inscrições em inglês, parecidos com os encontrados nos contêineres na última semana, no Porto de Suape. Segundo o dono da empresa, Jorge Torres, esses panos servem para fazer fronhas, lençóis e forros. Nos tecidos, é possível ler as inscrições "serviço de saúde" em inglês, como nos encontrados em um hotel em Timbaúba.
Torres contou que comprava esses itens do mesmo fornecedor, em Santa Cruz do Capibaribe, há cerca de seis meses e não tinha reparado nas palavras estampadas no tecido. "A gente compra lote fechado. Eu nunca imaginei que pudesse ter algo a ver", explica o comerciante, que não sabia ser proibida a venda no Brasil. "Eu compro por R$ 8,00 e revendo por uns R$10,00", acrescenta. O dono da loja disse que ainda não sabe o que fará com o material encontrado.
Uma compradora, que não quis se identificar, afirmou já ter visto retalhos com essas incrições no comércio. "Faz tempo, eu via muito, mas eu não comprava esse tipo de tecido", afirma a mulher, que comprava pano para fazer fronhas.

Empresário pernambucano importador de lixo hospitalar dos Estados Unidos durante 8 anos exportou para a Angola

O empresário titular da empresa Na Intimidade Ltda, e dono das lojas “Império do Forro de Bolso”, criou o “Triangulo do Lixo Hospitalar” em Pernambuco.
Nas cidades de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru, no Agreste Pernambucano, o empresário Altair Teixeira de Moura estabeleceu as suas unidades de confecção.
A especialidade desse empresário pernambucano é o forro de bolso para calças jeans, calças de ternos, e para bermudas de crianças e adultos. Como o tecido de forro de bolso não aparece, e certamente como insumo é o mais barato na linha de produção de peças do vestuário, a importação de “tecidos de algodão com defeito” – lixo hospitalar – era o mais lucrativo para o empresário.
Desde o ano de 2009, que a empresa Na Intimidade Ltda importa “tecidos de algodão com defeito” dos Estados Unidos.
As autoridades rastrearam as importações da Na Intimidade Ltda e somente em 2011 apontam que essa empresa importou 22 containeres contendo “tecidos de algodão com defeito”.
Dois desses containeres importados pela Na Intimidade Ltda foram apreendidos na semana passada pela Receita Federal no porto de Suape, e somam 46,6 toneladas de lixo hospitalar.
Agentes de fiscalização da Anvisa e Ibama e a delegada que conduz as investigações, localizaram entre a última sexta-feira (14/10) e essa segunda-feira (17/10) o total de 38 toneladas de lixo hospitalar dentro das unidades da empresa Na Intimidade Ltda, instaladas nos municípios pernambucanos de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru.
Alguns milhares de kilos de lixo hospitalar estavam prontos para entrarem na mesa de corte e serem magicamente transformados em forro de bolso, os quais seriam colocados no mercado brasileiro e nas unidades “Império do Forro de Bolso”, incluindo a loja virtual que a empresa mantinha na internet. Outros milhares de kilos de forro de bolsos já estavam prontos e aguardavam em um depósito os seus destinos.
A importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos já soma 84,6 toneladas (46,6 apreendidas no porto de Suape e mais 38 nas unidades da empresa).
Entre as estratégias de venda do forro de bolso, o empresário utilizou um site na internet para alavancar seu negócio. A empresa Na Intimidade Ltda mantinha uma loja virtual denominada Império do Forro de Bolso no endereço da internet www.forrodebolso.com.br.
No site, Moura dizia que “vendemos forro de bolso para calça e bermudas, jeans, brim, social sob suas medidas, também temos forro com medidas padrão. Despachamos para todo o Brasil e podemos exportar também. Tecido 50% algodão e 50% poliester, branquiado já pré-lavado. Otimize sua produção comprando o forro do bolso de suas confecções já cortadas sob suas medidas. Preços especiais para EXPORTAÇÃO.”
“Informações para contato – Telefone 55 81 37412950 – Celular – 55 81 91043403  -Endereço – Av. Prefeito Braz de lira nº 534 – Malaquias – Estado – Pernambuco – Cidade – Santa Cruz do Capibaribe – País – Brasil – FALE CONOSCO: POR EMAIL: contato@forrodebolso.com.br POR TELEFONE: 81-3741.2950 ou 81-91043403 falar com Sr. Altair Moura MSN: altair@sccnet.com.br SKYPE: MOURAALTAIR”
O empresário pernambucano é experiente na importação de tecidos. Entre 2001 e 2011 sempre esteve a frente de duas empresas de confecções que importavam tecidos Estados Unidos.
E sabe-se agora que Altair Moura também domina o comércio da exportação. Por meio de sua primeira empresa (deixou a sociedade em 2009) exportou seus produtos para a Angola entre os anos de 2002 e 2009.
Dados na internet mostram os negócios das exportações desse empresário pernambucano que importou lixo hospitalar dos Estados Unidos.
Moura chegou a declarar numa determinada época, que “a cada três meses, um contêiner embarca com um volume de 100 mil e 200 mil peças produzidas no interior pernambucano”.
Tudo começou a partir de uma feira da África do Sul, em 2000. “Fui convidado para expor os meus produtos. No final do evento, descobri que as pessoas de lá não eram meu público, mas que poderia me dar muito bem em Angola”, relembra Altair Moura.
O mais incrível são os princípios declarados pelo empresário que importou lixo hospitalar, e publicados no site da loja virtual que mantinha na internet.
MISSÃO
CONSTRUINDO NOSSO FUTURO:
Desenvolver e comercializar produtos inovadores, de alto valor percebido, com qualidade e rentabilidade classe mundial e criação de valor para funcionários, fornecedores e clientes, atuando com responsabilidade social e ambiental.
PRINCÍPIOS QUE NOS GUIAM:
Ética: Integridade, honestidade, transparência e atitude positiva na aplicação das políticas internas e no cumprimento das leis.
Informações revelam que somente a empresa Na Intimidade Ltda, desde 2009 até a presente data, teria importado 60 (sessenta) containeres de “tecidos de algodão com defeito”. Se confirmarem as informações de importação é preciso saber o destino dos forros de bolso dados pelo empresário pernambucano. Seriam 1.398 toneladas de lixo hospitalar importadas dos Estados Unidos (para conhecimento do leitor a cidade de Porto Alegre produz algo perto de 1.500 toneladas de lixo por dia).
Com o lixo hospitalar vindo dos Estados Unidos, o empresário poderia confeccionar 1.398.000 kilos de forro de bolso. Se considerarmos o preço de R$ 14,00 por kilo de forro de bolso anunciado no site da loja virtual Império, o faturamento da Na Intimidade Ltda, de titularidade do empresário pernambucano, poderia chegar ao milionário valor de R$ 19.527.000,00 com a importação lixo hospitalar dos Estados Unidos nos últimos 3 anos.
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