05 de abril de 2011 • 16h21 • atualizado às 17h18
A avó do menino precisou ser amparada por familiares durante a reconstituição da morte
Foto: Eladio Machado/Terra
A avó do menino Miguel Cestari Ricci dos Santos, Letícia Quintas Ricci, 50 anos, teve um acesso de raiva na tarde desta terça-feira na porta do Colégio Adventista de Embu das Artes, na Grande São Paulo, onde o neto estudava e foi morto em setembro do ano passado, aos 9 anos. "Mercenários! Deviam ter chamado o Samu!", gritou diante da diretoria da escola, reunida no saguão da instituição com a presença de policiais e membros do Ministério Público. Desde as 11h, é realizada a reconstituição da morte.
A mulher foi amparada por parentes e levada para um carro, onde ficou descansando. Porém, com a saída dos pais do menino de 10 anos que teria efetuado o disparo de arma de fogo que matou Miguel, a avó e a mãe do menino, Roberta Ricci, investiram contra o carro da família, gritando "assassinos, irresponsáveis, mentirosos".
Pelo menos oito crianças participam da perícia, entre elas o colega que levou a arma para a sala de aula na ocasião. Ele será o último a ser ouvido pela polícia. Não há previsão para o final dos trabalhos.
Para o advogado criminalista Ademar Gomes, assistente de acusação no caso, não há mais dúvidas em relação ao que levou Miguel a morrer. "Foi um garoto de 10 anos que tirou a vida de outro de 9 por acidente ao levar a arma do pai para a escola", disse. Ele acredita que a família do menino de 10 anos deve ser punida com o pagamento de cestas básicas. Ainda de acordo com o advogado, corre na Justiça um pedido de perda do poder familiar (antes "pátrio poder") dos pais do garoto.
Segundo as investigações, a arma era da família do garoto que a levou para exibir para os colegas. Os pais podem responder por porte ilegal de armas, além de homicídio culposo (sem intenção de matar).
Escola não comenta investigação
No início da tarde desta terça-feira, a assessoria de imprensa da Escola Adventista de Embu das Artes divulgou nota em que afirma estar contribuindo "para a melhor assistência possível a pais e alunos, cooperando com as autoridades dentro dos parâmetros legais". "Por determinação judicial, o processo segue em sigilo. Portanto, o acesso ao local esteve restrito às autoridades e pessoas necessárias à investigação, não sendo permitido qualquer pronunciamento a respeito das ações em curso", diz a instituição.
"Todos os funcionários da escola solicitados estiveram à disposição das autoridades no local, dispondo-se mais uma vez colaborar para o esclarecimento dos fatos", diz o texto.
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