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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Governo interino de Honduras acusa Brasil de intervencionismo




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da Folha Online

O governo interino de Honduras qualificou nesta quarta-feira de "intervencionismo inédito" o recente pedido do Brasil aos Estados Unidos para adiar as eleições marcadas para o próximo domingo no país centro-americano.


"Lamentamos profundamente as declarações do senhor Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, em sua intenção de propor perante o Departamento de Estado dos EUA a postergação do exercício do sufrágio em nosso país", expressou em comunicado a Chancelaria hondurenha.

"Ditas expressões refletem um intervencionismo inédito de parte de um governo nos assuntos internos de nossa nação", acrescentou.

O pedido do Brasil para adiar as eleições em Honduras até que seja restituído o deposto presidente, Manuel Zelaya, foi colocado no último dia 17 e rejeitado pelos EUA, segundo versões do jornal Estado de S. Paulo recolhidas hoje por meios de comunicação hondurenhos.

Zelaya permanece desde o dia 21 de setembro na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, após voltar clandestinamente a Honduras, de onde tinha sido expulso pelos militares em 28 de junho.

A Chancelaria afirmou, além disso, que Honduras "se encaminha com passo seguro à realização de eleições gerais", às que o Tribunal Supremo Eleitoral convidou a governos e organismos para que enviem observadores.

Zelaya

O presidente deposto Manuel Zelaya criticou o que chamou de "crime contra a democracia" dos Estados Unidos ao decidirem apoiar o resultado do pleito, mesmo sem sua restituição ao poder.

Em entrevista por telefone à agência Efe da Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, Zelaya disse ainda que os EUA podem ser punidos por violar a Carta Democrática Interamericana.

"Quando o Departamento de Estado [dos EUA] disse que a prioridade já não era minha restituição, mas as eleições, cometeu um crime contra a democracia", disse. "EUA e Panamá podem ser punidos pela OEA [Organização dos Estados Americanos] nos próximos dias, podem ser punidos também pelas Nações Unidas nos próximos dias".

Essas punições, explicou, viriam "por violar a Carta Democrática Interamericana, por desacatar as resoluções da OEA, das Nações Unidas, o espírito do plano Arias e o espírito do Acordo Tegucigalpa-San José" sobre sua restituição.

Tumultos

Autoridades temem que haja episódios de violência para atrapalhar o processo eleitoral.

Em 12 de novembro, homens armados lançaram granadas contra um edifício onde urnas estavam armazenadas.

O presidente do Tribunal Eleitoral, Saul Escobar, informou que, por razões financeiras, haverá câmeras em apenas 15 dos 5.360 postos eleitorais do país.

Segundo ele, cerca de 200 observadores eleitorais também devem participar do pleito.

Com Associated Press e Efe

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