Berlim, 11 Fev (Lusa) - O realizador Manoel de Oliveira esteve terça-feira na Berlinale para receber a Berlinale Kamera, por ocasião da estreia mundial do seu mais recente filme "Singularidades de Uma rapariga Loura", adaptação de um conto homónimo de Eça de Queiroz.
O Cinema Paris, no centro da capital alemã, teve lotação esgotada para ver a paixão do guarda-livros Macário por uma misteriosa mulher loura, e o público aplaudiu longamente a mestria de Oliveira, mas as referências na imprensa alemã de hoje são escassas.
O Tagesspiegel, matutino de Berlim, é a excepção à regra, observando que no novo trabalho de Manoel de Oliveira "o que conta são os ambientes, mas não se fica a saber se o final do filme" - em que Macário acaba por descobrir que a sua amada Luísa é cleptomaníaca, rejeitando-a -"é banal, irónico, de crítica social ou misterioso".
O próprio Oliveira, em diálogo com o público, limitou-se a garantir que foi fiel ao conto de Eça, não mudou nada, apenas o passou ao cinema numa época diferente em que já há computadores e se paga com euros, porque reproduzir as tipóias, as vestes e os ambientes da Lisboa do Século XIX "seria muito dispendioso".
FA.
Lusa
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