Os baratinhos valem a pena?

SÃO PAULO - Veja como três aparelhos de menos de mil reais se saem na navegação.

Se o negócio é só navegar sem muita frescura, será que um GPS barato resolve? O INFOLAB foi à caça nas lojas e selecionou três produtos para testar abaixo dos mil reais, das marcas Mio, Multilaser e Foston. Nessa turma, cai o preço e também o tamanho dos visores. Todos têm tela pequena, de apenas 3,5 polegadas, obrigando o motorista a se inclinar no banco do carro para enxergar o aparelho pendurado no vidro. Em contrapartida, o tamanho reduzido torna o uso dos navegadores mais prático, e a bateria acaba durando bastante. Mas o problema mesmo é que a configuração de hardware desses equipamentos não tem condições de rodar com desenvoltura nem os programas mais antigos de navegação. A exceção é o C220, da Mio, que se saiu bem na prova das ruas e levou a Escolha Econômica INFO.

Básico de respeito

Por trás da aparência simples e despretensiosa do C220, da Mio, fica escondido um produto surpreendente. Ele usa o software Nav N Go, que permite a movimentação dos mapas com o dedo durante a navegação. Está indo para o trabalho, mas esqueceu que precisava passar no banco antes? É só tocar no local desejado e adicionar um ponto de passagem. Mesmo pequena, a tela não torna a visualização do mapa ruim, mas dificulta alguns comandos que têm botões de acionamento minúsculos. No quesito navegação, o pequenino manda muito bem. Demora um pouco para calcular a rota, como quase todos os aparelhos, e depois segue sem perder o sinal. Essa pequena lentidão só traz alguns problemas quando há várias curvas seguidas num espaço curto de tempo e o motorista erra o caminho. Aí o C220 fica perdido por cerca de dez segundos até conseguir recalcular o percurso. O suporte para o vidro do carro gruda com firmeza, mas é chato de montar e exige que o usuário puxe com força na hora de tirar o navegador. Nada prático para um produto com conceito de GPS de bolso.

C220
Fabricante	Mio
Cobertura	7,6
• Cidades navegáveis	157
Orientações	7,5
Velocidade	8,5
Facilidade de uso	8,0
Configuração	7,6
• Processador	Samsung 400 MHz
• Memória (MB)	256 + SD
• Bluetooth	Não
• Software	MioMap 3.3/Nav N Go
• Tela (polegadas)	3,5
• Duração da bateria (min)	219
Design	7,8
• L x A x P (cm)	10,5 x 8,2 x 2,0
• Peso (g)	152
Preço (R$)	999
Avaliação técnica¹	7,9
Custo/benefício	7,7
(1) Média ponderada considerando os seguintes itens e respectivos pesos: cobertura (10%), Orientações (35%), velocidade (25%), facilidade de uso (15%), configuração (10%) e design (5%)

Sinal de menos no multilaser

Nunca se sabe quando o GPS Explorer 2, da Multilaser, vai conseguir enxergar os satélites. Embora trace rotas confiáveis, sempre com boa precisão nos comandos de voz e nas instruções mostradas na tela, o aparelho deixa o usuário na mão a todo momento, pois não mantém a estabilidade do sinal. Durante os testes do INFOLAB, ele parou de atualizar o trajeto na Marginal Tietê e não voltou a funcionar até chegarmos ao bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, um percurso de 10 minutos. O hardware é muito fraco para rodar o programa Destinator 6, tornando lento até o processo de digitação de endereços. Em outra ocasião, de tanto errarmos o caminho para ver como o produto se portava no recálculo, o equipamento travou e precisou ser reiniciado. Quadradinho e pequeno, o GPS tem um design legal, todo emborrachado. É bom para levar no bolso ou mesmo deixar em algum porta-treco do carro sem escorregar. Afinal, o suporte para grudar o equipamento no vidro não é muito bom mesmo, com uma ventosa que não agüenta o peso da peça.

GPS Explorer 2
Fabricante	Multilaser
Cobertura	8,1
• Cidades navegáveis	235
Orientações	6,9
Velocidade	6,0
Facilidade de uso	6,0
Configuração	7,2
• Processador	Samsung 400 MHz
• Memória (MB)	512 (SD/MMC)
• Bluetooth	Não
• Software	Destinator 6
• Tela (polegadas)	3,5
• Duração da bateria (min)	315
Design	7,7
• L x A x P (cm)	10,4 x 8,7 x 1,9
• Peso (g)	168
Preço (R$)	899
Avaliação técnica¹	6,5
Custo/benefício	7,0
(1) Média ponderada considerando os seguintes itens e respectivos pesos: cobertura (10%), Orientações (35%), velocidade (25%), facilidade de uso (15%), configuração (10%) e design (5%) O GPS Explorer 2 perde 0,2 ponto na nota final pelo desempenho da Multilaser na Pesquisa INFO de Marcas 2008

Vale o quanto custa

É difícil dirigir sozinho usando o FS358, da Foston. A precisão do aparelho, tanto nas orientações sonoras como nas marcações de distância, é ruim. O maior problema é que o programa demora a perceber que uma curva já foi feita e, muitas vezes, dispara o comando de voz quando o motorista já iniciou a conversão. Isso sem contar a lerdeza para captar algum sinal dos satélites e a oscilação durante a navegação. Duas coisas salvam o produto: os menus estão dispostos numa interface bem simples de usar e os mapas, embora não mostrem claramente os nomes das ruas ao redor, são bonitinhos e permitem identificação fácil do trajeto. Assim, com uma pessoa no banco do passageiro olhando para o GPS e dando as instruções, dá para achar o caminho tranqüilamente. Isso, é claro, se as ruas do percurso estiverem cadastradas na base de dados. Nos testes do INFOLAB, o aparelho não conseguiu identificar algumas pequenas travessas no bairro do Jaguaré, zona oeste de São Paulo. Quando entramos nelas, a seta que indica a posição do carro ficou andando num espaço em branco do mapa.

FS358
Fabricante	Foston
Cobertura	7,6
• Cidades navegáveis	157
Orientações	6,0
Velocidade	6,2
Facilidade de uso	6,0
Configuração	6,7
• Processador	300 MHz
• Memória (MB)	1 024 (SD)
• Bluetooth	Não
• Software	Ndrive 2.3
• Tela (polegadas)	3,5
• Duração da bateria (min)	216
Design	7,0
• L x A x P (cm)	9,1 x 8,8 x 2,4
• Peso (g)	190
Preço (R$)	649
Avaliação técnica¹	6,3
Custo/benefício	7,2
(1) Média ponderada considerando os seguintes itens e respectivos pesos: cobertura (10%), Orientações (35%), velocidade (25%), facilidade de uso (15%), configuração (10%) e design (5%). O FS358 foi cedido para testes pela loja Softsys

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