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RIO - O senador Barack Obama fez na sexta-feira o mais importante pronunciamento sobre sua política para a América Latina, em Miami, e o Brasil foi mencionado como "exemplo a ser seguido no continente". Obama propôs uma nova "aliança para o desenvolvimento" no continente e inverteu o velho ditado que diz que "tudo que é bom para os EUA é bom para as Américas".
" Minha política para as Américas será orientada pelo princípio simples de que o que é bom para os povos das Américas é bom para os EUA "
- Minha política para as Américas será orientada pelo princípio simples de que o que é bom para os povos das Américas é bom para os EUA - disse ele, citando em seguida como exemplo as favelas do Rio: - Isto significa que a medida do sucesso não será apenas a dos acordos entre governos, mas também dar esperança às crianças das favelas do Rio, segurança aos policiais da Cidade do México e respostas aos apelos dos prisioneiros políticos de Havana.
Hillary nega contatos com Obama para negociar cargo de vice-presidenteNa sua proposta de nova "aliança para o desenvolvimento"para o continente, Obama diz que o Brasil tem o maior potencial de produção de energia renovável da América Latina e também alguns dos desafios para enfrentar a degradação do meio ambiente. Ele acrescentou, porém, que a liderança brasileira na produção de etanol e o desenvolvimento do país não foram alcançados sem prejuízos para o meio-ambiente:
- A Floresta Amazônica, uma região de importância fundamental e estratégica para o combate ao aquecimento global, já perdeu 20% de sua mata para dar lugar a fazendas de soja, e ambientalistas do mundo inteiro alertam que o cultivo da cana pode causar ainda mais desmatamento.
Para ele, a solução é formar uma nova parceria entre EUA e Brasil.
" Podemos aprender com o progresso feito por um país como o Brasil e fazer das Américas um modelo para o mundo "
- Farei um apelo ao povo americano para formar um time de engenheiros e cientistas para desenvolver soluções energéticas limpas em vários países. Este é o único papel importante que os EUA podem desempenhar. Podemos oferecer mais do que a tirania do petróleo. Podemos aprender com o progresso feito por um país como o Brasil e fazer das Américas um modelo para o mundo. Nós podemos oferecer liderança que sirva à prosperidade e à segurança comum para todo o continente.
Clique aqui para ver imagens dos candidatos em açãoO senador pretende engajar-se num esforço diplomático para promover a democracia e os valores americanos, imediatamente fornecer permissões de viagens e de remessas de dinheiro, mercadorias e de medicamentos para Cuba, criar uma parceria energética visando ao desenvolvimento sustentável, lançar um programa de combate à criminalidade e ao tráfico de drogas no continente e ter um assessor especial para a America Latina em seu Ministério.
"Hugo Chávez é demagogo"Obama chamou Hugo Chávez de "um demagogo" que faz uma "perigosa mistura de retórica antiamericana com governo autoritário", e acrescentou que o presidente da Venezuela "e seus aliados não são os únicos preenchendo o vazio" deixado pelos EUA na região. Ele citou a aproximação do Irã com a Venezuela e o lançamento de um "banco financiado com os lucros do petróleo".
(Tudo sobre as eleições nos blogs de Marília Martins e José Meirelles Passos )
O senador acrescentou que sua política para Cuba sera orientada por uma palavra, dita em espanhol: "libertad". E disse que se o regime cubano "libertar todos os presos políticos e der passos na direção da democracia", está disposto a normalizar relações diplomáticas e encontrar-se com Raúl Castro:
- John McCain diz que eu quero me encontrar com Raúl Castro como se eu estivesse em busca de um encontro social. Minha diplomacia será orientada por uma palavra, liberdad, e quero ter este encontro apenas se houver oportunidade de avançar nos interesses americanos e na causa da liberdade para o povo cubano.
Obama também prometeu apoiar a luta do governo colombiano contra as Farc:
- Apoiaremos decididamente o esforço do governo de livrar suas fronteiras do reino do terror. Vamos investigar apoios aos grupos paramilitares que venham de governos. E vamos expor aqueles que apóiam organizações paramilitares ao isolamento, à condenação internacional e, se necessário, a fortes sanções.
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