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domingo, 25 de maio de 2008

Adeus, Guga... e obrigado

Maior tenista brasileiro da história se despede em Paris de forma emocionante

Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM

Gustavo Kuerten perde por 3 a 0 para Paul-Henri Mathieu, mas joga bem e é aplaudido de pé em Roland Garros

Guga cai diante de Mathieu em despedida nas simples em Roland Garros


Tricampeão em Paris, brasileiro se emociona com homenagens após o jogo

André Amaral Enviado especial do GLOBOESPORTE.COM em Paris


Gustavo Kuerten queria uma despedida de gala, e conseguiu. Em sua última partida de simples profissional, o brasileiro utilizou um uniforme azul e amarelo idêntico ao de 1997, quando conquistou o primeiro de seus três títulos em Roland Garros. Diante do tenista que marcou a história do Grand Slam, brasileiros e franceses se uniram nas homenagens a Guga, que lembrou em alguns momentos o atleta que surpreendeu o mundo ao ser campeão pela primeira vez em Paris. No entanto, apesar da torcida, as dores no quadril falaram mais alto e o inevitável aconteceu: número 19 do mundo, francês Paul-Henri Mathieu não teve dificuldades para derrotar o brasileiro por 3 a 0, parciais de 6/3, 6/4 e 6/2.

Agência/AFP

Guga recebe um 'pedaço' da quadra central de Roland Garros em sua despedida das simples

Brasileiro jogará nas duplas em Paris

O jogo deste domingo não foi o último de Guga como profissional: o brasileiro foi convidado pela organização para competir nas duplas. Ele fará dupla com o francês Sebastien Grosjean e a estréia será contra Nicolas Mahut e Julien Benneteau. A data do jogo, porém, ainda não foi definida.

Os brasileiros compareceram em peso à quadra central, que teve praticamente todos os 14.884 lugares tomados pela torcida. Muitos fãs usavam o mesmo uniforme de Guga, mas até camisas do Avaí, time de coração do catarinense, podiam ser vistas nas arquibancadas.


'Sou o sujeito mais feliz do mundo por estar aqui. Vocês são minha paixão e minha vida. Obrigado'

Com dores, brasileiro pede atendimento médico

Ampliar Foto Agência/AFP Agência/AFP

Torcida mostra seu carinho por Kuerten

Muito aplaudido pelo público, Guga executou saques perfeitos e boas paralelas no primeiro set. No entanto, o brasileiro teve seu serviço quebrado no quarto game por Mathieu, que administrou os games seguintes até fechar a parcial por 6/3. Na volta, o brasileiro mas não conseguiu evitar uma nova derrota. Visivelmente abatido pelas dores no quadril, Guga quebrou o saque do francês no oitavo game, mas teve que pedir atendimento médico no game seguinte e sofreu para chegar ao fim da parcial, vencida por Mathieu por 6/4.

Diante da derrota iminente, Guga não perdeu o bom humor. Interagindo com o público o tempo todo, o brasileiro parecia querer guardar na memória as lembranças e o carinho dos fãs na quadra que o consagrou. Sorridente, fez caras e bocas a cada ponto perdido, reclamou de bolas erradas.

Guga é homenageado em sua despedida

Aos gritos de "Guga, você é o melhor", o brasileiro comemorava intensamente cada ponto conquistado. Com o jogo em 5 a 2, e Mathieu sacando para fechar, Kuerten ouviu a torcida fazer uma barulheira ensurdecedora. Em agradecimento, levou o público ao delírio e mostrou por que é um dos mais queridos: fez questão de abraçar o adversário e, brincando, apertou seu pescoço com a raquete. Antes do último game, quando a torcida brasileira puxou uma 'ola', ficou ao lado de Mathieu e chamou o francês para participar. O brasileiro ainda conseguiu salvar um match-point, mas não evitou a derrota por 6 a 2.

Ao final do jogo, Guga cobriu a cabeça com uma toalha e ficou sentado por mais de um minuto enquanto era aplaudido pela torcida. Quando levantou para receber a homenagem da Federação Francesa de Tênis, o telão mostrava imagens de suas conquistas em Roland Garros. Depois, arriscou algumas palavras em francês:

- Sou o sujeito mais feliz do mundo por estar aqui. Vocês são minha paixão e minha vida. Obrigado.

Após tantas glórias em Roland Garros, o brasileiro recebeu um troféu com um 'pedaço' da quadra central. Derrotado pelas dores, Gustavo Kuerten saiu de quadra como um verdadeiro ídolo: aplaudido de pé pela torcida.

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