[Valid Atom 1.0]

domingo, 27 de abril de 2008

Caso Isabella, um interesse Público ou do público?

Imagem da capa da revista VEJA (somente para ilustração)
(Capa que , apesar do tema , achei lindissima, merecedora de premiação)


O caso Isabella Nardoni tomou conta do noticiário e da programação da televisão brasileira desde o acontecido do dia 29 de março, é inegável o espaço excessivo que a mídia vem dando para este caso, explorando de forma sensacionalista essa tragédia.



A mídia, obrigatoriamente, deve agir com responsabilidade e principalmente com ética na cobertura do fato que atinge emocionalmente todos os brasileiros.



Explorar com sensacionalismo para conseguir pontos extras nos índices de audiência não pode ser um escopo dos líderes de comunicação, pois o papel essencial da imprensa é o de fornecer para a sociedade o material jornalístico que contribua efetivamente para elevar o nível de informação, de consciência e de compreensão da nossa realidade, embasado sempre na verdade real.



Independentemente de culpa comprovada ou não dos suspeitos, a verdade é que os dois investigados pela morte da menina estão sendo execrados pelo público, na medida em que não estão sendo observados os princípios que norteiam a sociedade e o Direito.




Devem ser cautelosamente observadas as prerrogativas que a Constituição e o Código Penal garantem, bem como o princípio da intimidade, o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio da presunção de inocência.



As pessoas têm o pleno direito de expor suas opiniões sobre o fato, mas o que a mídia e a população vêm fazendo é uma afronta a estes princípios. O espetáculo que é apresentado diariamente na televisão gera milhares de discussões. Será que a competência para julgar e/ou punir os responsáveis pelo crime é de interesse público ou do público?



O que deveria ser de competência do Estado em resolver e oportunamente punir os responsáveis por este crime bárbaro, virou uma espécie de “espetáculo”, uma novela com capítulos diários preenchidos de detalhes irrelevantes e paralelos, mas dotados de suspense suficiente para manter o telespectador aprisionado no enredo da história, não se preocupando com o direito das pessoas envolvidas, como vizinhos, parentes etc.



O que a população e a mídia devem entender é que este caso não é um plebiscito e que não incumbe à opinião pública nenhum julgamento prévio. Devemos deixar para que a justiça seja feita por aqueles que têm conhecimento técnico, jurídico e obrigação para tanto.

Patrícia Ramachoti

Sphere: Related Content
26/10/2008 free counters

Nenhum comentário: