Foto: Agência Estado
Enterro de Celso Daniel teve a presença de Lula, Jose Dirceu, Marta
Jornal da Noite
pauta@band.com.br
Um dos acusados do assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel é recapturado nesta noite em São Paulo. Ao ser preso, na casa de parentes na zona sul de São Paulo, chegou a apresentar um documento falso. Mas, na delegacia, acabou confessando a participação no assassinato de Celso Daniel. Ele estava foragido desde agosto do ano passado.Elcid de Oliveira Brito, de 32 anos, conhecido como John, estava sendo monitorado pela polícia há pelo menos dois meses. A foto dele estava publicada no site da Secretaria de Segurança de São Paulo como um dos criminosos mais procurados do Estado. Elcid tinha uma carteira de habilitação falsa e também movimentava uma conta bancária com outro nome. Ao chegar à delegacia, o acusado agrediu jornalistas.
O ex-prefeito de Santo Andre, Celso Daniel foi sequestrado em janeiro de 2002 quando voltava de um jantar. Dois dias depois o corpo dele foi encontrado numa estrada, com sete tiros.
Preso suspeito de envolvimento na morte de Celso Daniel
Após investigação, policiais civis do 35º Distrito Policial (Jabaquara) prenderam, agora há pouco, no Jardim Miriam, Eucid Oliveira Brito, que estava foragido do presídio de Pacaembu desde 4 de agosto de 2010.
Ele cumpria pena por envolvimento na morte do ex-prefeito Celso Daniel.
O titular do 35º Distrito Policial (Jabaquara), Dr. Genésio Léo Junior, atenderá a imprensa, nesta quinta-feira (10), a partir de agora, na Delegacia, localizada na avenida Engenheiro George Corbisier, 322, Jabaquara.
Bruna Batista
Sequestrador do ex-prefeito Celso Daniel é recapturado em SP
Eucyd Oliveira Brito fugiu da Penitenciária de Pacaembu, no interior de SP.
'John', como era conhecido, foi preso em favela na Zona Sul da capital.
'John' era dos dos criminosos mais procurados
do estado. (Foto: Reprodução / Site da SSP-SP)
A Polícia Civil anunciou na noite desta quinta-feira (10) a prisão de
Eucyd Oliveira Brito, conhecido como “John”, fugitivo da Penitenciária
de Pacaembu, no interior de São Paulo, e condenado pelo sequestro de
Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André, no ABC paulista.do estado. (Foto: Reprodução / Site da SSP-SP)
John foi localizado numa favela no Jardim Míriam, na Zona Sul da capital. No momento da prisão mostrou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, segundo a polícia.
John era procurado desde 4 de agosto de 2010, após fugir da Penitenciária de Pacaembu, a 617 km de São Paulo. Ele foi condenado pelo sequestro do ex-prefeito Celso Daniel, em janeiro de 2002.
saiba mais
No portal de internet da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), ele
está entre os mais procurados do estado. John foi levado inicialmente
para o 35º DP (Jabaquara) e, após passar por exames de corpo de delito
no Instituto Médico-Legal (IML), seria transferido para o 26º DP
(Sacomã).Do site Brasil 247Depois de sete anos na cadeia, o juiz João Carlos da Rocha Mattos revela, em entrevista exclusiva ao 247, que foi preso porque teve em seu poder as fitas do caso Celso Daniel e diz que o prefeito de Santo André morreu porque o dinheiro extorquido das empresas de ônibus não ia só para o PT
Por Claudio Julio Tognolli
O governo Lula inaugurou uma Polícia Federal devotada a combater inimigos comerciais e políticos do PT – algo que ele, um delegado da PF por sete anos, não viu nem quando serviu sob a ditadura. A “Polícia Federal republicana”, frase do ex-ministro da Justiça de Lula, Márcio Thomaz Bastos, é uma falácia: a PF de Lula era a PF dos interesses de Lula. O desabafo é do ex-juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, 62 anos de idade. Rocha Mattos saiu da cadeia há menos de 20 dias. Cumpriu sete anos e cinco meses de prisão. Foi o único réu preso no caso do assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel – tudo porque, diz ele, tinha posse de fitas comprometedoras, cujo conteúdo a PF de Lula “editou e apagou”. Rocha Mattos mandou destruir tais fitas, como juiz, por serem ilegais. Mesmo assim, ele sustenta que a PF, quando o prendeu na Operação Anaconda, em outubro de 2003, invadiu sua casa perguntando se havia cópias das fitas.
Acusado por supostamente vender sentenças judiciais, Rocha Mattos falou com exclusividade ao Brasil 247, por duas horas, em seu escritório no centro de São Paulo. Não mede palavras sobre o que sofreu: conclui que sua vida mudou depois que o caso Celso Daniel caiu em suas mãos. “Basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa das fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente”. Ele se refere ao delegado Francisco Balthazar da Silva.
Rocha Mattos ainda se espanta com a “PF republicana” de Thomaz Bastos. “Por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal”.
O ex-magistrado confessa que sua maior curiosidade é saber como funcionava a engrenagem da PF de Lula. “A Daslu, por exemplo, é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa. São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa. Existia sob Lula uma política por detrás da PF. Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro”.
Rocha Mattos só tem contra ele uma condenação em definitivo, numa pendenga contra o juiz Fausto Martin de Sanctis. Nos outros oito casos pendentes, ainda cabem-lhe recursos. Ele sonha em reaver seus vencimentos de juiz federal e nessa luta seu advogado é o criminalista Nabor Bulhões. Confira seu depoimento:
247 – Como está a sua vida hoje?
Rocha Mattos - Estou com 62 anos, acordando super cedo. Sempre gostava de acordar cedo. Agora eu acordo cedo, venho para o escritório. Eu já trabalhava aqui quando estava no semi-aberto, só que eu trabalhava e tinha que voltar pra dormir em São Miguel e ultimamente no Belém, já que o presídio de São Miguel acabou. Venho pro escritório, trabalho, fico até tarde. Antigamente ficava até às cinco, tinha que chegar lá às sete, em São Miguel e depois no Belém. E eu acabo indo embora daqui agora mais tarde, nove horas, ou seja, o primeiro a chegar e o último a sair. E doutor Raimundo Oliveira da Costa, que é o dono do escritório é meu advogado há mais de um ano e tem conseguido grandes vitórias pra mim. Ele é uma pessoa que conheço há muitos anos e embora tenha ficado muito tempo sem ver e houve uma aproximação maior mais por carta quando estava lá em Tremembé e ele foi trabalhar lá na Paulista e quando ele saiu de lá acabei vindo com ele pra cá.
O senhor conhece a Justiça de uma maneira privilegiada porque foi delegado federal, procurador, juiz federal, preso…
- Até a prisão eu conheço agora! Eu sei o quanto é difícil ficar preso, o quanto é difícil a vida, porque não é só você ficar lá fechado o tempo todo, quando sai pro semi-aberto você sai pra trabalhar, existe essa possibilidade. Mas a gente não sabe das angústias que existem, principalmente no fechado, no regime semi-aberto. E nesse tempo toma bastante tombo. Na verdade, normalmente quem tira esse tempo de prisão é quem tem crime hediondo, que não é o meu caso, quem tem trânsito em julgado, homicídio, sequestro, então eu fiquei muito tempo preso. As penas chegaram a ser bem altas, elas foram caindo com recurso e tal. Ainda tenho uns processos em andamento e foi muito difícil, tive dificuldade até pra comunicar com advogado, mas eu sobrevivi.
O que você mais pensava quando estava preso, o que mais te ocupava a cabeça?
- Sempre pensava que eu ia acabar resolvendo algumas situações, ia sair, eu não esperava ficar tanto tempo preso, eu esperava ficar dois ou três anos no máximo, eu nunca imaginei que fosse ficar todo esse tempo. Naquela época o tribunal, quando eu estava livre de um processo, decretava outra coisa mais antiga.
E no que você se segurou?
- Ah, filhos, filhos e a filha menor que eu tenho, que tem seis anos e nasceu quando eu estava na Polícia Federal, foi gerada quando eu estava na Polícia Federal. É uma criança que é minha filha-neta e que renovou bastante a minha vida. E mesmo o Caio, que quando eu fui preso tinha 12 anos, era garoto ainda. As mais velhas já estão bem encaminhadas na vida.
Dentro desse sistema, o que você viu de pior?
- Olha, não tem uma cena assim que tenha marcado bastante, mas é a angústia dos presos em geral, porque eles ficam às vezes na esperança daquele benefício, e às vezes, muitas vezes aliás, eles são frustrados de justiça, de liberdade, e realmente demora muito pra ver as soluções dos incidentes.
Alguém te pedia muito conselho, sabendo que o senhor era juiz?
– Muito, muito.
Fale do que pesa contra o senhor.
- Tive mais de vinte acusações, inclusive algumas até repetidas, e isso foi até reconhecido pelos procuradores que trabalham na primeira instância. Existem acusações sobrepostas. A mesma conduta minha deu margem a um processo por prevaricação e a um processo por corrupção. O Ministério Público dizia ora que era corrupção, ora que era prevaricação, ora que era lavagem de dinheiro. Existem hoje em dia talvez umas sete ou oito acusações contra mim. Sei que é um absurdo, mas eu sei que sou eu que fui preso no caso de Santo André, do Celso Daniel. Eu estou agora em liberdade porque já cumpri uma parte da pena, mas eu ainda estou preso no caso da morte de Celso Daniel. Recebi uma pena de três anos e meio em regime semi-aberto. Fui acusado de ter desaparecido com as fitas do caso, quando não fui eu quem despareceu com as fitas do caso. Inclusive essas fitas eram prova ilícita e existe até acórdão do Supremo dizendo que se a prova é ilícita, ela não poderia ser usada como acusação de supressão de documento, ou seja, dela mesma. Foram localizadas segundas cópias dessas fitas meses depois da destruição delas. Embora por distribuição eletrônica, na Justiça, esse mandado de segurança contra mim caiu nas mãos da desembargadora Terezinha Cazerta, que estava à frente de alguns processos da Operação Anaconda, em alguns dos quais ela foi considerada, aliás, incompetente. Jamais houve na Justiça Federal de São Paulo uma rapidez e uma celeridade como essa que houve no meu caso.
Houve política na Operação Anaconda?
- Sustento ainda que a Operação Anaconda foi uma operação política contra mim. Sustento porque naquela época a Anaconda foi a segunda grande operação do governo Lula. Houve antes a Operação Diamante, em que foi atingido um ex-ministro do STJ, um juiz, e um juiz de um tribunal regional federal, junto de sua esposa. Mas ninguém foi preso. Comigo, foram muito duros: basta dizer que há ainda magistrados federais acusados de estupro, de homicídio, de corrupção, de lavagem de dinheiro. Nenhum deles foi preso ou perdeu a função, como eu perdi. Recebi muita pressão por causa da fitas do caso Celso Daniel. Recebi essas ameaças de pessoas que tinham sido seguranças do Lula em todas as suas campanhas, um deles um delegado federal que chegou a ser nomeado superintendente da PF em São Paulo depois que Lula ganhou sua primeira eleição para presidente. Mas as provas do caso Celso Daniel eram ilícitas e eu não me arrependo de nenhuma decisão que eu tenha dado. Eu acho que eu poderia ter sido apenas mais cortês com as pessoas do tribunal. Às vezes, quando eu me sentia muito pressionado, eu também reagia. Eu procurava sempre, para reagir a essas pressões, demonstrar que eu sabia de muitas coisas. Eu tenho até exemplo, mas não vou citar nomes: eu acusei um juiz de destruir dois carros do tribunal. Li outro dia, no Consultor Jurídico, que esse juiz agora está respondendo pela destruição desses carros.
O senhor foi acusado na Anaconda de venda de sentenças. Quais são essas sentenças, qual a materialidade da acusação?
- Na verdade eu tenho duas acusações sobre isso. Uma o processo está em andamento ainda. O processo está na 10ª Vara. O outro caso que eu fui condenado pelo tribunal é o caso do contrabandista alcunhado de Lobão. Esse Lobão era acusado de descaminho de cigarros e de outras mercadorias. Não fui eu que dei a liberdade provisória ao tal de Lobão, e ele nem era réu. Quem eram réus eram os supostos laranjas dele. Eu jamais soltei os caminhoneiros que estavam transportando essa carga desviada. Quando veio a denúncia contra os laranjas de Lobão, eu nem estava mais na Justiça. Com o parecer favorável do Ministério Público, a única coisa que eu fiz nesse processo, eu liberei, mediante fiel depósito, os veículos transportadores para os proprietários que eram os supostos laranjas, mas eu não sabia disso. E ninguém também recorreu disso. E veja você que eu fui acusado nesse caso de corrupção e até de liberar cigarros. Jamais foram liberados cigarros, nem por mim nem por outro juiz. Esses cigarros continuam apreendidos na Receita, eram fabricados no Paraguai e eu acabei respondendo por corrupção nesse caso. Esse caso não tem julgamento definitivo. Vai ser julgado um recurso especial e vão ser julgados dois habeas corpus. Mas fora esses dois casos, eu não tenho nenhuma outra acusação de corrupção.
Essas acusações, cronologicamente, foram feitas depois que o senhor esteve de posse das fitas do caso Celso Daniel?
- Sim, perfeitamente. O caso Anaconda começou errado. Ele começou em Alagoas, com um juiz de Primeira Instância e não pelo Tribunal Regional Federal de lá. Hoje em dia, o STJ não aceita mais isso, que um juiz de outra jurisdição faça gravações de outro. A escuta, agora, tem que ser determinada desde o início pelo tribunal. E contra os juízes de outras regiões, pelo Tribunal Regional da jurisdição específica. A Anaconda começou para investigar uma coisa e acabou investigando outra. Eu e os juízes Casem e Ali Mazloum fomos grampeados por um juiz de Alagoas por um ano e oito meses, e na verdade quando apareceram os nossos nomes esse juiz deveria informar isso imediatamente ao tribunal, e não ficar um ano e oito meses investigando em segredo.
Qual é o seu juízo de valor sobre a Polícia Federal Republicana, como era chamada por Marcio Thomaz Bastos?
– Eu fui delegado federal por sete anos, de 1976 até 1982, então eu peguei bastante do período militar. Na época dos militares, a Polícia Federal nunca teve um delegado que fosse diretor-geral, eram só coronéis e generais do Exército, então claro que a PF era ligadíssima ao regime militar. Mas, por incrível que pareça, a PF passou a ser muito mais dependente do PT a partir do governo Lula do que ela era dependente dos governos militares nos anos de chumbo. A Polícia Federal jamais foi uma polícia republicana. Ela é uma polícia do governo, ela é comandada pelo presidente da República e pelo ministro da Justiça. O grande chefe da Polícia Federal foi o ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, embora haja um executivo como diretor da Polícia Federal. Num HC meu de 2004 eu escrevi isso: a Polícia Federal é uma polícia do governo. A Polícia Federal é uma polícia petista, do governo do PT, como foi do PSDB na época do PSDB. Tanto que o caso da Roseane Sarney foi uma operação comandada contra ela pelo governo Fernando Henrique. Portanto a PF era tucana e passou a ser petista. O que eu acho bom é que no início desse governo Dilma a PF se desvinculou bastante da parte política. A Dilma está deixando a PF ser bastante profissional. Eu acho que a interferência na PF, no governo Dilma, é muito menor. No tempo de Lula e de Marcio Thomaz Bastos, a PF virou uma polícia do PT. Não era uma PF do governo, era uma PF do Partido dos Trabalhadores.
Por que a PF de Lula prendeu alguns empresários e não outros, que concorriam afinal no mesmo tipo de negócio?
- Por razões políticas, inclusive tem condenações como a da Daslu, que é uma condenação ridícula, chega a quase 100 anos, é uma condenação que nem os maiores criminosos receberam uma pena como essa. São raríssimos os casos com uma condenação igual a essa. Existia sob Lula uma política por detrás da PF. Há crimes financeiros cujos autores cometeram os mesmos ilícitos que outros e não tiveram tratamento tão duro. Os tribunais deixaram de ser duros também, como se pode ver o caso da Operação Castelo de Areia e como está se vendo no caso da Satiagraha. Ao contrário do que aconteceu na Anaconda, o STJ começou a abrandar mais, ele começou a passar a ser menos tolerante com essas gravações. Ele começou a considerar ilegais as gravações que se perduram por anos e não têm fundamentação.
O senhor acha que tudo teve um breque depois que o ministro Gilmar Mendes foi grampeado?
- Não foi só o ministro Gilmar que teria sido grampeado, outros também foram, existem suspeitas seríssimas disso. O próprio Judiciário foi amadurecendo. Num primeiro momento isso não foi visto no nosso caso. Veja você, no meu caso, que eu tinha até uma certa relação de inimizade com os irmãos Mazloum, cheguei a litigar com eles no caso Banespa, já processei os dois e fui processado por eles, e mesmo assim a Anaconda nos acusou juntos. Não há na Anaconda nenhuma ligação telefônica entre eu, o Casem e o Ali. Foram usadas contra mim provas em que a minha ex-mulher Norma, que estava fora de si por causa da separação, me ameaçava com coisas inexistentes. Essas gravações legalmente só poderiam ser usadas para a defesa, e não no ataque contra mim. A própria jurisprudência do Supremo é nesse sentido, Veja que no caso do Carlinhos Cachoeira naquele escândalo do Valdomiro Diniz, do PT, na Casa Civil, o procurador tinha as gravações do Carlinhos, mas queria que ele entregasse, porque pela lei só ele era parte legítima para entregar essas gravações. O Carlinhos foi vítima de extorsão daquele assessor do José Dirceu. O Carlinhos gravou tudo, mas ele nunca entregou para a polícia. Mas no meu caso, o mesmo tipo de gravação foi aceito como prova pelo Tribunal Regional da 3ª Região.
Algum dos seus casos já transitou em julgado?
- É um caso que a pena baixou de 4 para dois anos. Esse processo já estava instaurado antes da Anaconda e eu fui acusado nele de fazer uma denunciação caluniosa contra o juiz Fausto de Sanctis. Eu o acusei de abuso de autoridade, não de um crime grave, e acabei sendo condenado a 4 anos de prisão em regime fechado. Cumpri parte dessa pena, sendo que depois o STJ acatou o HC do meu advogado, abaixando essa pena para dois anos em regime aberto. O processo foi totalmente desfigurado.
O senhor diz que no caso do Celso Daniel houve ingerência da PF como polícia de estado e de partido…
- Foi a PF do Executivo. Aquilo foi terrível pra mim, embora eu tenha considerado a prova ilegítima. Indevidamente as fitas de Celso Daniel ficaram guardadas em local incerto e não sabido e isso gerou atrito com a desembargadora Terezinha Cazerta, autora do mandado de segurança contra mim. O MP se aproveitou disso para tentar, e conseguiram, me deixar na cadeia tantos anos. Quando o Elias Maluco matou Tim Lopes, ele foi condenado por homicídio e formação de quadrilha. Ele levou uma pena de um ano e oito meses: eu levei uma pena de 3 anos, a pena máxima, pela suposta quadrilha. Não há um caso como esse na Justiça.
Fale da fita do caso…
- A apuração do caso do Celso começou no governo FHC. A pedido do PT, a PF entrou no caso. Mas quando o Lula assumiu, a PF virou, obviamente. Daí, ela, a PF, adulterou as fitas, eu não sei quem fez isso lá. A PF apagou as fitas, tem trechos com conversas não transcritas, é uma história insepultável. O que eles fizeram foi abafar o caso, porque era muito desgastante, mais que o Mensalão. O que aconteceu foi que o dinheiro das companhias de ônibus, arrecadados para o PT, não estava chegando integralmente a Celso Daniel. Quando ele descobriu isso, a situação dele ficou muito difícil. Só existe uma pessoa condenada nesse caso: eu. Vão surgir mais co-réus. Eu sou o único punido no caso Celso Daniel. Agentes da PF manipularam as fitas de Celso Daniel. O juiz do caso então, de polícia judiciária, o Dr. Porto, admitiu que as gravações começaram a ser feitas para apurar suposto tráfico de drogas, ele sabia que era para investigar o PT, mas ele não tinha competência territorial para isso. E outra: era crime político, portanto deveria ser apurado pela PF. Esse caso veio parar na minha mão. Eu mandei apreender essas fitas, que nem sei se eram originais, mas já tinham sido adulteradas. Se a PF do FHC queria prejudicar o PT, sob o Lula ela virou e passou a ser uma polícia do governo do PT. O juiz Porto admitiu que autorizou gravações que eram para drogas, mas, no fundo, eram políticas. Por que não constava do processo que ele era contra integrantes do PT? O Dr. Porto parecia estar conivente com essa mentira de que era caso de drogas. Destruí as primeiras fitas. Mas tudo ali era adulterado, veio adulterado, sempre envolvendo Gilberto Carvalho, ex-secretário particular de Lula. A PF fez um filtro nas fitas para tirar o que talvez fosse mais grave.
247 – E o que seria?
- Não sei.
Executado a sangue frio
Seqüestrado, torturado e morto com sete tiros, o prefeito de Santo André, Celso Daniel, torna-se o maior símbolo da ousadia dos bandidos em São Paulo
Cesar Guerrero, Edwin Paladino e Tiago Ribeiro
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Epitácio Pessoa/AE |
Policiais civis, militares e federais, além do então secretário de Segurança, Marco Petreluzzi, e do comandante geral da PM, Rui Cesar Mello, observam o corpo: Celso Daniel colocou as mãos no rosto na tentativa de se proteger dos tiros |
Celso Daniel foi arrancado do interior de uma Pajero preta blindada às 23h30 de sexta-feira 18, quando voltava de um jantar, na badalada churrascaria Rubayat, com o amigo e empresário Sérgio Gomes da Silva. Perseguida por um santana e uma blazer, a Pajero não resistiu às colisões e aos disparos de armas de fogo. Com o câmbio automático quebrado, parou. O impacto das batidas fez as bolsas de ar estourarem e as portas se destravaram automaticamente. Os oito seqüestradores foram rápidos, pegaram Celso enquanto, desgovernado, o carro descia uma ladeira com Sérgio dentro.
Celso Lima |
Celso Daniel com a ex-mulher Miriam Belchior no Carnaval de 1989 |
Luciano Viciune |
Na campanha presidencial de 1989, ao lado de Lula |
Durante um ato ecumênico realizado na tarde de domingo 20, no Paço Municipal de Santo André, Lula era um dos mais abatidos. Com o rosto inchado, olhos vermelhos e o colarinho da camisa encharcado de lágrimas, o presidente de honra do PT não teve sequer condições de falar à multidão que se aglomerava diante do palanque. Limitou-se a escrever uma frase na bandeira branca que mais tarde seria entregue à família do prefeito assassinado: “A luta vai continuar, pelo Celso e pelo Brasil”, dizia a mensagem. Lula só conseguiu falar sobre a morte do amigo num discurso na segunda 21, pouco antes do enterro. “Era o maior planejador do Partido dos Trabalhadores nos últimos tempos”, disse. “Não tenho provas, mas estou convencido de que a morte de Celso não foi fruto do acaso. Possivelmente foi planejada e tem gente grossa por detrás disso.”
“Ele
tinha um censo de organização muito apurado e fazia questão de manter tudo na mais absoluta ordem’’ Gilberto Carvalho, secretário de Governo |
Valdevino Junior |
O prefeito em ação pelo time de veteranos do clube de Santo André |
Heitor Hui/AE |
No curso de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas |
O contato de Celso Daniel com a política começou em casa. Seu pai, Bruno José Daniel, já falecido, foi presidente da Câmara Municipal, e empresta o nome ao estádio de futebol da cidade. Mas Celso parecia não contar com os atributos do político tradicional. Introvertido, não sorria facilmente, nem era um orador destacado. Só decidiu entrar para a política depois da fundação do PT em 1980. Dois anos depois, tentou a prefeitura da cidade pela primeira vez.
“Celso
teria um papel importante e poderia até ser ministro da República no caso de uma vitória do partido nas próximas eleições. Mataram um pedaço do futuro’’ Deputado Aloizio Mercadante |
Tinha quatro irmãos, nenhum filho e raramente era visto em eventos sociais fora dos compromissos da prefeitura. Mantinha um relacionamento com Ivone Santana há três anos, e o máximo que fazia era ir a restaurantes com a namorada ou com o amigo, o empresário Sérgio Gomes da Silva, com quem estava na noite do seqüestro. Celso foi casado com Miriam Belchior, de quem se separou há 10 anos. Ela hoje ocupa a Secretaria de Inclusão Social de Santo André. “Eles tinham um bom relacionamento”, revela o secretário de governo Gilberto Carvalho, amigo de Celso.
“Ele levantou os braços para se proteger dos
disparos mas não teve chance’’
Deputado estadual Jamil Murad,
que acompanhou a necropsia
“Não tenho provas, mas estou convencido de que a
morte de Celso não foi fruto do acaso. Possivelmente
foi planejada e tem gente grossa por detrás disso’’
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente de honra do PT
Antônio Ledis |
Jantar com a namorada Ivone Santana, em 2001 |
Os dois se conheceram em 1978 quando ambos davam aulas na PUC de São Paulo. “Ele conservava até hoje o mesmo desejo de lecionar que tinha quando o conheci nos corredores da PUC”, diz Mercadante. No último ano, ele se dividiu entre a prefeitura e as aulas na Fundação Getúlio Vargas e na PUC-SP, onde era professor. Com a coordenação do programa de campanha de Lula, o prefeito tinha outros projetos para 2002. “Celso teria um papel importante e poderia até ser ministro da República no caso de uma vitória do partido nas próximas eleições”, revela Mercadante. “Mataram um pedaço do futuro.”
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Caso Celso Daniel
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Caso Celso Daniel" | |
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Foto do ex-prefeito Celso Daniel. |
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Local do crime | Itapecerica da Serra |
Data | 18 de janeiro de 2002 |
Tipo de crime | Homicídio duplamente qualificado |
Vítimas | Celso Daniel |
Réus | Marcos Bispo dos Santos |
Advogado de defesa | Adriano Marreiro |
Promotor | Francisco Cembranelli |
Local do Julgamento | Itapecerica da Serra |
Índice[esconder] |
[editar] Assassinato
Celso Daniel, aos cinquenta anos de idade, quando ocupava o cargo de prefeito de Santo André pela terceira vez, foi seqüestrado na noite de 18 de janeiro de 2002, quando saía de uma churrascaria localizada na região dos Jardins, em São Paulo.[1]Segundo as informações divulgadas pela imprensa, o prefeito estava dentro de um carro Mitsubishi Pajero blindado, na companhia do empresário Sérgio Gomes da Silva, conhecido também como o "Sombra". O carro teria sido perseguido por outros três veículos: um Santana, um Tempra e uma Blazer.
Na rua Antônio Bezerra, perto do número 393, no bairro do Sacomã, Zona Sul da Capital, os criminosos fecharam o carro do prefeito. Tiros foram disparados contra os pneus e vidros traseiro e dianteiro de seu carro. Gomes da Silva, que era o motorista, disse que na hora a trava e o câmbio da Pajero não funcionaram.
Os bandidos armados então abriram a porta do carro, arrancaram o prefeito de lá e o levaram embora. Sérgio Gomes da Silva ficou no local e nada aconteceu com ele.
Na manhã do dia 20 de janeiro de 2002, domingo, o corpo do prefeito Celso Daniel, com onze tiros, foi encontrado na Estrada das Cachoeiras, no Bairro do Carmo, na altura do quilômetro 328 da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), em Juquitiba.
[editar] Inquérito policial
A polícia de São Paulo concluiu o inquérito sobre a morte de Celso Daniel no dia 1 de abril de 2002.Segundo o relatório final da polícia, apresentado pelo delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), seis pessoas de uma quadrilha da favela Pantanal, da Zona Sul de São Paulo, cometeram o crime. Entre elas estava um menor de idade, que confessou ter sido o autor dos disparos que atingiram o prefeito. O inquérito policial concluiu que os criminosos seqüestraram Celso Daniel por engano, e que confundiram-no com uma outra pessoa, um comerciante cuja identidade não foi revelada, e que seria o verdadeiro alvo do seqüestro.
Os integrantes da quadrilha seriam: Rodolfo Rodrigo de Souza Oliveira (“Bozinho”), José Édson da Silva (“Édson”), Itamar Messias Silva dos Santos (“Itamar”), Marcos Roberto Bispo dos Santos (“Marquinhos”), e Elcyd Oliveira Brito (“John”). O líder da quadrilha seria Ivan Rodrigues da Silva, também conhecido como “Monstro”. O local do cativeiro foi escolhido por Édson, que alugou um sítio em Juquitiba para essa finalidade. Dois carros foram roubados para a realização do seqüestro: uma Chevrolet Blazer e um Volkswagen Santana. A quadrilha se reuniu no dia 17 de janeiro de 2002 e ficou definido que o seqüestro ocorreria no dia seguinte.
No dia 18 de Janeiro, à tarde, teve início a operação. Monstro e Marquinhos saíram no Santana e os outros criminosos foram na Blazer. Através de um telefone celular o Monstro coordenava toda a ação. Os meliantes na Blazer começaram a perseguir o comerciante que pretendiam deter, contudo perderam-no de vista. O líder do bando, Monstro, ordenou então que o grupo abortasse a ação e que atacasse o passageiro do primeiro carro importado que fosse encontrado no caminho. Os bandidos começaram a trafegar pelas ruas da região e Monstro escolheu como novo alvo a Pajero onde viajava o prefeito Celso Daniel e o empresário Sérgio Gomes. O bando começou a perseguir a Pajero do prefeito, e a Blazer a bater nele. Itamar e Bonzinho saíram da Blazer, atiraram na direção da Pajero e tiraram o prefeito Celso Daniel do carro, rendido à força. Ele foi levado até a favela Pantanal, na região de divisa entre Diadema e São Paulo. Na favela, os bandidos retiraram Celso Daniel da Blazer, colocaram-no no Santana e levaram-no até o cativeiro em Juquitiba.
No dia 19 de Janeiro, os criminosos souberam pelos jornais que tinham seqüestrado o prefeito de Santo André. Eles ficaram com medo e resolveram desistir. Monstro, ordenou a Edson que a vítima fosse “dispensada”. Segundo os outros integrantes da quadrilha, Monstro quis dizer com isso que Celso Daniel deveria ser libertado. Contudo, Edson entendeu que deveria matar o prefeito. Edson contratou um menor conhecido como "Lalo" para matar a vítima. Edson, Lalo e Celso Daniel foram até a estrada da Cachoeira, em Juquitiba e Edson deu a ordem para Lalo matar o prefeito. Dois dias depois, o corpo de Celso Daniel foi encontrado, com oito perfurações a bala.[2]
A família de Celso Daniel não ficou satisfeita com o resultado do primeiro inquérito policial que disse que o prefeito foi vítima de crime comum, assassinado por engano por uma quadrilha de seqüestradores. Para a família do prefeito o crime teve motivação política.
O empresário Sérgio Gomes da Silva, que era o motorista da Pajero onde viajava o prefeito Celso Daniel, disse que na hora quando foi fechado pelos bandidos, a trava e o câmbio do veículo não funcionaram, o que impossibilitou a fuga e permitiu aos bandidos abrirem a porta do carro e levarem o prefeito. Uma análise pericial foi feita na Pajero e a conclusão dos peritos é que o carro não tinha nenhum defeito elétrico ou mecânico que justificasse uma falha. Segundo os peritos, se houve falha na hora, ela foi humana.
Após a morte de Celso Daniel foram ainda assassinadas sete outras pessoas, todas em situações misteriosas (algumas pessoas alegam que foram quinze):
- Dionísio Aquino Severo - Seqüestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso. Uma facção rival à dele o matou três meses após o crime.
- Sergio - ‘Orelha’ - Escondeu Dionísio em casa após o seqüestro. Fuzilado em novembro de 2002.
- Otávio Mercier - Investigador da Polícia Civil. Telefonou para Dionisio na véspera da morte de Daniel. Morto a tiros em sua casa.
- Antonio Palácio de Oliveira - O garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do seqüestro. Em fevereiro de 2003.
- Paulo Henrique Brito - Testemunhou a morte do garçom. Levou um tiro, 20 dias depois.
- Iran Moraes Redua - O agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com 2 tiros em novembro de 2004.
- Carlos Delmonte Printes - Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel, foi encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.
A família pressionou as autoridades para que o caso da morte do prefeito fosse reaberto. Em 5 de Agosto de 2002 o Ministério Público de São Paulo solicitou a reabertura das investigações sobre o sequestro e assassinato do prefeito.
Em Agosto de 2010 a promotora Eliana Vendramini, responsável pela investigação e denúncia que apura o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, sofreu um estranho acidente automobilístico em uma via expressa de São Paulo. O veículo blindado e conduzido pela promotora, capotou três vezes após ser repetidamente atingido por outro automóvel, que fugiu sem prestar socorro.[3]
[editar] Hipótese de crime político
Muitos integrantes da família do prefeito morto acreditam na hipótese de crime político. Segundo o irmão de Celso Daniel, o oftalmologista João Francisco Daniel, a, o prefeito morreu porque detinha um dossiê sobre corrupção na prefeitura de Santo André. Tal hipótese é questionada por muitos, uma vez que João Francisco, filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), fazia oposição a seu irmão, com quem era rompido pessoal e politicamente.João alega que seu irmão Celso Daniel, quando era prefeito de Santo André, sabia e era conivente de um esquema de corrupção na prefeitura, que servia para desviar dinheiro para o Partido dos Trabalhadores (PT). O suposto esquema de corrupção envolvia integrantes do governo municipal e empresários do setor de transportes e contava ainda com a participação de José Dirceu. Empresários de ônibus da região do ABC Paulista, como a família Gabrilli, controladora da Viação São José/Expresso Guarará, confirmou que Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, coletava mensalmente uma propina das empresas, com valores que variavam entre R$ 40 mil a R$ 120 mil. Ainda de acordo com estas denúncias, as empresas que participavam do suposto esquema seriam beneficiadas em Santo André. Para se ter uma ideia das denúncias, a filha do dono da Viação São José/Expresso Guarará, Ângela Gabrilli, contou em depoimento ao Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público de Santo André, e à CPI da Câmara Municipal de Santo André, realizada logo após a morte de Celso Daniel, que a Viação Padroeira, que supostamente participava do apontado esquema, ganhou a concessão de uma linha, a B 47 R (Jardim Santo André/Terminal Santo André Oeste), prejudicando a Viação São José que mantinha uma linha com itinerário semelhante. A linha da Viação Padroeira acabou fazendo com que a São José extinguisse a linha mais antiga, a T 45 (Vila Suíça/Estação de Santo André) e entrasse em prejuízo. Até então, a Viação São José não participava do suposto esquema.
Os acusados negam as denúncias e vêm se defendendo nos fóruns apropriados.
Ainda segundo depoimento do irmão de Celso, João Francisco Daniel, algumas pessoas começaram a desviar para suas contas pessoais o dinheiro, que por sua vez já era desviado ilegalmente para o PT. Celso Daniel descobriu isso e preparou um dossiê, que teria desaparecido após seu assassinato.
O presidiário José Felício, conhecido como "Geleião", disse à polícia ter ouvido falar sobre o suposto dossiê de Celso Daniel e de uma suposta ameaça de morte. O empresário Sérgio Gomes da Silva (o "Sombra"), que dirigia o carro em que viajava o prefeito na noite do seqüestro, foi indiciado pelo Ministério Público de São Paulo, acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito. De acordo com o Ministério Público foi Sombra quem ordenou a morte do prefeito para que um suposto esquema de corrupção na prefeitura de Santo André não fosse descoberto. Sombra está preso e nega qualquer participação na morte do prefeito.
Os promotores Roberto Wider Filho e Amaro José Tomé, do Gaeco do Ministério Público de Santo André, pediram em 2005, a reabertura das investigações policiais. Por ordem do Secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, o caso foi encaminhado para a delegada Elisabete Sato, então titular do Distrito Policial de número 78, nos Jardins. Os promotores pediram que o caso não fosse encaminhado novamente ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil paulista, que já havia concluído pela tese de crime comum. Mesmo após a reabertura das investigações, o delegado-geral da época, Marco Antônio Desgualdo, declarou acreditar na tese de crime comum, o que é negado veementemente pelos promotores e pelos familiares de Celso Daniel.
Um segundo inquérito, conduzido novamente por Elizabete Sato, indicada pelo então secretário Saulo de Abreu, aberto no segundo semestre de 2005, novamente levou à tese de crime comum. O inquérito, com data de 26 de Setembro de 2006, é anterior ao primeiro turno das eleições presidenciais. Sua repercussão na mídia só se deu no final de novembro de 2006.
A delegada titular do 78° DP Elizabete Sato encaminhou à Justiça e ao Ministério Público relatório de cinco páginas sobre o caso. A conclusão da investigação foi que o crime não teve motivações políticas.
O caso foi reaberto em 2005, em meio ao turbilhão da CPMI dos Bingos (a "CPI do Fim do Mundo") que investigava tudo e qualquer coisa sem conseguir nada de fato. Elizabete foi escalada pela Secretaria da Segurança para apurar denúncias dos irmãos desafetos do prefeito, João Francisco e Bruno.
A delegada ouviu os sete pistoleiros presos sob acusação de terem sido os executores do prefeito. Novamente confessaram o crime. A novidade foi um dos acusados ter admitido a autoria dos sete disparos que vitimaram o prefeito. L. S. N., o Lalo, à época do crime com 15 anos, diz ter atirado 'por mando e coação' de José Edson da Silva, o Zé Edson, "este sim o principal executor do crime e indivíduo que exala violência e descomprometimento com a vida humana", segundo o relatório.
Sérgio Chefe e o ex-vereador Klinger Souza (PT), acusados de comandar uma quadrilha de distribuição de propinas na cidade, não foram reconvocados por não haver elementos novos a serem perguntados e para "não transformar a investigação em um acontecimento político".
Sete anos depois, a Justiça ainda não havia concluído as oitivas de testemunhas de defesa dos oito denunciados pelo homicídio. Quando essa fase for concluída, se a Justiça reconhecer que há indícios suficientes de serem os réus os autores, irá submeter o processo ao julgamento final no tribunal do júri. Caso contrário, o Poder Judiciário poderá arquivar o processo.[4]
Entre 1997 e 2002, o hoje chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, era o braço direito do então prefeito de Santo André Celso Daniel. O prefeito foi sequestrado no dia 18 de janeiro de 2002 depois de um jantar em São Paulo na companhia do ex-segurança Sérgio Gomes da Silva, o Sombra. Dois dias depois, foi encontrado morto em uma estrada em Juquitiba, com sinais de tortura e sete tiros. Daniel era um dos principais coordenadores da campanha presidencial de Lula até então.
O Ministério Público acusa sete pessoas pelo crime. Seis vão a júri popular a partir de novembro de 2010. Segundo os promotores, o crime foi encomendado por Sérgio Sombra. A Justiça já decretou que ele irá a júri popular. Para os investigadores, Daniel morreu porque não aceitou que a propina, direcionada apenas para o PT, fosse usada para enriquecer os envolvidos.[5]
Notas e referências
- ↑ a b "Júri popular condena 1º réu por morte de Celso Daniel a 18 anos de prisão". R7. Rede Record. . (página da notícia visitada em 18/11/2010)
- ↑ Folha Online, 1° de abril de 2002.Veja em detalhes como foi o sequestro do prefeito Celso Daniel, por Lívia Marra.
- ↑ Direto da Fonte, por Sonia Racy.
- ↑ Folha Online, 19 de janeiro de 2009. Caso Celso Daniel completa sete anos sem punições, por Lilian Christofoletti.
- ↑ "Assessor de Lula era braço direito de Celso Daniel". estadao.com.br. . (página da notícia visitada em 18/11/2010)
Celso Daniel
22/09/2011
às 19:06 \ Homem sem Visão
Miriam Belchior entra na disputa do primeiro turno animada com o falatório sobre a Copa e usando como trunfo o conjunto da obra
“A chefe acha que a largada foi perfeita, mas continua acreditando que seu grande trunfo é o conjunto da obra”, confidenciou um dos 687 assessores de Miriam Belchior na festa de lançamento da candidatura da ministra do Planejamento ao título de Homem sem Visão de Setembro. A viúva de Celso Daniel é considerada uma HSV vocacional desde janeiro de 2001, quando nem esperou o velório para enxergar um crime comum no assassinato do prefeito de Santo André. E aumentou extraordinariamente o cacife depois de ganhar um empregão na Casa Civil. Vizinha de sala de Erenice Guerra, Miriam nunca viu nada de errado no entra-e-sai dos quadrilheiros chefiados pela melhor amiga de Dilma Rousseff.
A ministra decidiu lançar-se na reta final do primeiro turno por ter considerado muito animadora a repercussão da entrevista coletiva em que discursou sobre a Copa do Mundo de 2014. “Ela achou coisa de craque dizer que o fundamental é secundário, que o irrelevante é prioritário e que as obras que interessam ao povo devem esperar pelas que interessam aos torcedores e aos empreiteiros”, revelou o mesmo assessor. A equipe de campanha também cumprimentou a candidata por ter confessado que, embora seu negócio seja planejamento, ignora quais são os planos para a Copa e o total da gastança.
Além de Miriam Belchior, participam do primeiro turno os campeões Rui Falcão, Márcio Thomaz Bastos, Paulo Passos, Olindo Menezes, Fernando Haddad, Pedro Novais e Sepúlveda Pertence. Oito feras na disputa, leitores-eleitores! A jaula está superlotada! Miriam promete encarar qualquer um para levar o troféu do mês! A enquete do segundo turno começa no dia 26, segunda-feira! Não deixe de votar sem remorso em quem ninguém merece! E que vença o pior!
21/09/2011
às 11:55 \ Direto ao Ponto
Miriam Belchior, que não sabe o que diz, virou ministra por não dizer o que sabe
Roseana
Moraes Garcia estava casada com Antonio da Costa Santos, o Toninho do
PT, quando ocupantes de um Vectra prata fuzilaram o prefeito de
Campinas, que voltava para casa na direção de um Palio. Desde que a
saraivada de tiros ecoou na noite de 10 de setembro de 2001, Roseana
luta para saber por que ficou viúva. No começo deste mês, voltou a
Brasília para reapresentar ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
e ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a mesma
reivindicação: ela pede que o crime seja investigado pela Polícia
Federal.
“Mostrei ao ministro e ao procurador que o juiz do caso mandou reabrir o inquérito e que três desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmaram a decisão dele”, disse a mulher decidida a desvendar o enigma que a aflige há exatamente 10 anos. “Se existe Justiça, algo vai ter de ser feito. A Polícia Civil de Campinas não tem estrutura para fazer a investigação de um crime de natureza política, que teve um mandante . Por isso, peço há dez anos a entrada da Polícia Federal no caso”.
Foi o que disse em 2004 ao então presidente Lula, que ignorou o apelo e não voltou a receber Roseana. Como o chefe supremo, todos os Altos Companheiros fazem o possível e mais um pouco para sepultar a execução do prefeito de Campinas na vala comum dos homicídios sem mandantes, ao lado da cova onde há quase 10 anos tentam enterrar o caso de Celso Daniel, assassinado quatro meses depois de Toninho do PT.
Em 18 de janeiro de 2002, a Pajero a bordo da qual o prefeito de Santo André voltava do jantar em São Paulo em companhia de Sérgio Gomes da Silva, vulgo Sombra, foi interceptada numa esquina de São Paulo por uma milícia homicida. Estranhamente, os atacantes só sequestraram o homem sentado no banco do passageiro. Dois dias depois, o corpo do sequestrado apareceu numa estrada de terra em Juquitiba, com numerosas perfurações a bala e marcas de tortura.
Separada havia poucos meses de Celso Daniel, com quem fora casada por 10 anos e continuava encontrando quase diariamente como secretária municipal, Miriam Belchior também conhecia intimamente o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro que envolvia figurões da prefeitura, empresários da cidade e dirigentes do PT. Mas o velório nem havia começado quando decidiu que ficara viúva por culpa de bandidos comuns. Foi o que recitou nos depoimentos à polícia, orientada por advogados do partido e pelo companheiro Gilberto Carvalho.
Em retribuição aos serviços prestados ao PT antes e, sobretudo, depois do fuzilamento do ex-marido, a viúva que nunca soube o que é luto ganhou do presidente Lula um empregão na Casa Civil ─ e, há quase nove meses, foi presenteada por Dilma Rousseff com o Ministério do Planejamento. Nesta segunda-feira, a desastrosa performance na primeira entrevista coletiva concedida em muitos anos provou que a chefe de governo encontrou a Dilma da Dilma: chama-se Miriam Belchior.
Logo no começo da conversa, um dos entrevistadores perguntou pelo orçamento da Copa do Mundo. “Eu desconheço qual é o valor que vai custar a Copa do Mundo no Brasil”, desconversou em dilmês rústico. “Não há nenhum estudo que diga isso”. Em linguagem inteligível: o Ministério do Planejamento não sabe quais são os planos para a festa no País do Futebol e ignora o tamanho da gastança que, como todas, será bancada pelos pagadores de impostos..
Outro jornalista lembrou a lentidão paquidérmica das obras que, como recita o governo desde 2007, deixarão as cidades incluídas no roteiro da Copa com cara de Primeiríssimo Mundo. O palavrório de Miriam conseguiu assombrar gente que já não se espanta com nada: “As obras de mobilidade urbana são legado, mas não são fundamentais”, ensinou. Fundamentais, portanto, são a reforma do Maracanã e o estádio do Corinthians.
Convidada a explicar o que devem fazer os torcedores para escapar dos congestionamentos a tempo de chegar às arquibancadas antes do apito inicial, a entrevistada rebateu de bate-pronto: “Posso decretar um feriado em São Paulo e garantir que não tenha trânsito”, exemplificou. Caso a ideia seja efetivada, o direito à gazeta coletiva terá de ser estendido a todas as sedes. Como os nativos não desperdiçam uma chance de feriadão, cada jogo provocará uma semana de folga. Tudo somado, milhões de brasileiros ficarão sem trabalhar durante um mês.
A entrevista transformou em certeza uma velha suspeita: Miriam Belchior, que não sabe o que diz, virou ministra por não dizer o que sabe.
“Mostrei ao ministro e ao procurador que o juiz do caso mandou reabrir o inquérito e que três desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmaram a decisão dele”, disse a mulher decidida a desvendar o enigma que a aflige há exatamente 10 anos. “Se existe Justiça, algo vai ter de ser feito. A Polícia Civil de Campinas não tem estrutura para fazer a investigação de um crime de natureza política, que teve um mandante . Por isso, peço há dez anos a entrada da Polícia Federal no caso”.
Foi o que disse em 2004 ao então presidente Lula, que ignorou o apelo e não voltou a receber Roseana. Como o chefe supremo, todos os Altos Companheiros fazem o possível e mais um pouco para sepultar a execução do prefeito de Campinas na vala comum dos homicídios sem mandantes, ao lado da cova onde há quase 10 anos tentam enterrar o caso de Celso Daniel, assassinado quatro meses depois de Toninho do PT.
Em 18 de janeiro de 2002, a Pajero a bordo da qual o prefeito de Santo André voltava do jantar em São Paulo em companhia de Sérgio Gomes da Silva, vulgo Sombra, foi interceptada numa esquina de São Paulo por uma milícia homicida. Estranhamente, os atacantes só sequestraram o homem sentado no banco do passageiro. Dois dias depois, o corpo do sequestrado apareceu numa estrada de terra em Juquitiba, com numerosas perfurações a bala e marcas de tortura.
Separada havia poucos meses de Celso Daniel, com quem fora casada por 10 anos e continuava encontrando quase diariamente como secretária municipal, Miriam Belchior também conhecia intimamente o esquema de arrecadação ilegal de dinheiro que envolvia figurões da prefeitura, empresários da cidade e dirigentes do PT. Mas o velório nem havia começado quando decidiu que ficara viúva por culpa de bandidos comuns. Foi o que recitou nos depoimentos à polícia, orientada por advogados do partido e pelo companheiro Gilberto Carvalho.
Em retribuição aos serviços prestados ao PT antes e, sobretudo, depois do fuzilamento do ex-marido, a viúva que nunca soube o que é luto ganhou do presidente Lula um empregão na Casa Civil ─ e, há quase nove meses, foi presenteada por Dilma Rousseff com o Ministério do Planejamento. Nesta segunda-feira, a desastrosa performance na primeira entrevista coletiva concedida em muitos anos provou que a chefe de governo encontrou a Dilma da Dilma: chama-se Miriam Belchior.
Logo no começo da conversa, um dos entrevistadores perguntou pelo orçamento da Copa do Mundo. “Eu desconheço qual é o valor que vai custar a Copa do Mundo no Brasil”, desconversou em dilmês rústico. “Não há nenhum estudo que diga isso”. Em linguagem inteligível: o Ministério do Planejamento não sabe quais são os planos para a festa no País do Futebol e ignora o tamanho da gastança que, como todas, será bancada pelos pagadores de impostos..
Outro jornalista lembrou a lentidão paquidérmica das obras que, como recita o governo desde 2007, deixarão as cidades incluídas no roteiro da Copa com cara de Primeiríssimo Mundo. O palavrório de Miriam conseguiu assombrar gente que já não se espanta com nada: “As obras de mobilidade urbana são legado, mas não são fundamentais”, ensinou. Fundamentais, portanto, são a reforma do Maracanã e o estádio do Corinthians.
Convidada a explicar o que devem fazer os torcedores para escapar dos congestionamentos a tempo de chegar às arquibancadas antes do apito inicial, a entrevistada rebateu de bate-pronto: “Posso decretar um feriado em São Paulo e garantir que não tenha trânsito”, exemplificou. Caso a ideia seja efetivada, o direito à gazeta coletiva terá de ser estendido a todas as sedes. Como os nativos não desperdiçam uma chance de feriadão, cada jogo provocará uma semana de folga. Tudo somado, milhões de brasileiros ficarão sem trabalhar durante um mês.
A entrevista transformou em certeza uma velha suspeita: Miriam Belchior, que não sabe o que diz, virou ministra por não dizer o que sabe.
14/09/2011
às 17:53 \ Feira Livre
‘Por que a PF não busca quem matou Toninho?’, um artigo de José Nêumanne
TEXTO PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA QUARTA-FEIRA
José Nêumanne
No sábado passado, enquanto o mundo inteiro se preparava para prantear as quase 3 mil vítimas do terrorismo fundamentalista em Nova York, outra efeméride fúnebre passou em brancas nuvens pelos céus deste nosso Brasil varonil. Os dez anos da execução do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, não foram lembrados com a indignação com que deveriam tê-lo sido, neste momento em que até a presidente Dilma Rousseff definiu como “positiva” (a seu assessor palaciano Gilberto Carvalho) a mobilização popular contra a corrupção, no Dia da Pátria. A omissão passou a ser mais uma evidência acumulada de que os antigos romanos tinham razões de sobra para constatar que sic transit gloria mundi (assim passa a glória mundana).
Afinal, a vítima não era um anônimo qualquer. O compositor e intérprete de sucessos musicais Chico César, seu amigo pessoal e testemunha de muitos dos comícios e outras manifestações de apreço dos campineiros, garante nunca ter visto amor tão genuíno como o que estes demonstravam explicitamente pelo líder, baleado na noite de 10 de setembro de 2001 quando manobrava à saída do estacionamento de um shopping center. A cidade que ele administrava não é propriamente um vilarejo insignificante, o que poderia justificar a lápide fria que foi posta não apenas sobre seu corpo, mas também sobre a obra de um dirigente político que denunciou, com coragem, o banditismo em suas mais diversas formas, entre as quais as da política e da governança pública. É possível até argumentar que seus assassinos se beneficiaram do fato de a execução ter ocorrido justamente na véspera dos atentados contra as torres do World Trade Center. Mas mesmo essa desculpa é pálida, para não dizer amarela, como definia minha avó Nanita, que pontificava do alto de sua vetusta sabedoria doméstica: “Desculpa de cego é feira ruim e saco furado”.
O certo é que só o acaso não justificaria ou, em última instância, perdoaria o silêncio de cemitérios que se impôs sobre o assassínio do líder que teria acrescido ao apelido familiar Toninho a expressão “do PT” para não ficar dúvida quanto ao partido a que pertencia o mártir na luta contra o crime. Nem para deixar que os dez anos de negaças e incúria das autoridades públicas os despejem no oblívio.
Toninho 13, assim conhecido por causa do número de suas postulações a cargos no Executivo municipal de sua cidade, não era decerto um militante apreciado e totalmente aprovado pelo comando do partido, como o era outra vítima de morte dada como acidental, nunca devidamente esclarecida, Celso Daniel. O campineiro chegou a ser demitido da Secretaria de Obras de Jacó Bittar, amigo do padim Lula e pai dos sócios do filho do profeta de Garanhuns, a exemplo do que também ocorreu com o ex-guerrilheiro Paulo de Tarso Venceslau, que não chegou a ser morto pelas denúncias que fez, mas sobreviveu a dois atentados na Rodovia do Trabalhador. E não escapou do expurgo partidário por insistir em não compactuar com a omissão cúmplice da direção partidária.
Quando Celso Daniel foi baleado, quatro meses depois de Toninho, tinha saído da prefeitura de Santo André para coordenar o programa presidencial na campanha, que terminaria vitoriosa, de Luiz Inácio Lula da Silva. Com sua morte, o posto foi ocupado por Antônio Palocci, abatido dos mais altos postos da Esplanada dos Ministérios não por balas de pistoleiros, mas por acusações de agressões à ética que iam desde a invasão do sigilo bancário de um pobre caseiro até a multiplicação do patrimônio pessoal sem renda que a justificasse. Só por aí já dá para imaginar o destino glorioso que poderia ter tido o moço do ABC, se não houvesse morrido.
De qualquer maneira, há semelhanças entre as vítimas. O amado e corajoso líder campineiro denunciara grupos poderosos de corruptos públicos e privados na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava o narcotráfico. E o preparado quadro de Santo André também protagonizava um escândalo em que o produto da propina, segundo dois irmãos dele, fora transportado em malas entregues ao mesmo Gilberto Carvalho que acabou de ouvir Dilma elogiar as manifestações contra o esbulho, tendo como destinatário o então presidente nacional petista, José Dirceu. Todos os personagens dos casos citados, é claro, negam envolvimento e este último tem negado muito mais, de vez que é acusado de chefiar um bando organizado que movimentava recursos públicos e privados na compra de apoio parlamentar.
A Polícia Civil, chefiada por adversários do PT no poder no Estado de São Paulo, logo incriminou o sequestrador Andinho, dado como o matador de Toninho. Da mesma forma, concluiu que um menor teria acertado a testa de Daniel a oito metros de distância no escuro da madrugada numa mata em Itapecerica da Serra. Em ambos os casos, o comando petista não discutiu a conclusão dos subordinados de tucanos e contestou familiares dos mortos, indignados com as óbvias falhas nas investigações.
Há pouco tempo, um júri popular começou a condenar alguns participantes da execução do prefeito sequestrado. A promessa feita por Lula, candidato no palanque, em Campinas, em 2002, de mandar a Polícia Federal (PF) investigar o assassinato do prefeito baleado na direção do carro nunca foi cumprida. Márcio Thomaz Bastos, indicado para assessorar juridicamente a família do morto, Tarso Genro, Luiz Paulo Barreto e José Eduardo Martins Cardoso, no comando da pasta à qual está subordinada a PF, não moveram uma palha para cumprir essa vã promessa de seu líder supremo.
O mínimo que se pode questionar neste décimo aniversário da execução de Toninho do PT é por que nunca ninguém das cúpulas petista e federal se interessou em saber se tem razão a polícia paulista, que acusa Andinho, ou o sequestrador, que sempre negou a autoria do crime.
José Nêumanne
No sábado passado, enquanto o mundo inteiro se preparava para prantear as quase 3 mil vítimas do terrorismo fundamentalista em Nova York, outra efeméride fúnebre passou em brancas nuvens pelos céus deste nosso Brasil varonil. Os dez anos da execução do então prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, não foram lembrados com a indignação com que deveriam tê-lo sido, neste momento em que até a presidente Dilma Rousseff definiu como “positiva” (a seu assessor palaciano Gilberto Carvalho) a mobilização popular contra a corrupção, no Dia da Pátria. A omissão passou a ser mais uma evidência acumulada de que os antigos romanos tinham razões de sobra para constatar que sic transit gloria mundi (assim passa a glória mundana).
Afinal, a vítima não era um anônimo qualquer. O compositor e intérprete de sucessos musicais Chico César, seu amigo pessoal e testemunha de muitos dos comícios e outras manifestações de apreço dos campineiros, garante nunca ter visto amor tão genuíno como o que estes demonstravam explicitamente pelo líder, baleado na noite de 10 de setembro de 2001 quando manobrava à saída do estacionamento de um shopping center. A cidade que ele administrava não é propriamente um vilarejo insignificante, o que poderia justificar a lápide fria que foi posta não apenas sobre seu corpo, mas também sobre a obra de um dirigente político que denunciou, com coragem, o banditismo em suas mais diversas formas, entre as quais as da política e da governança pública. É possível até argumentar que seus assassinos se beneficiaram do fato de a execução ter ocorrido justamente na véspera dos atentados contra as torres do World Trade Center. Mas mesmo essa desculpa é pálida, para não dizer amarela, como definia minha avó Nanita, que pontificava do alto de sua vetusta sabedoria doméstica: “Desculpa de cego é feira ruim e saco furado”.
O certo é que só o acaso não justificaria ou, em última instância, perdoaria o silêncio de cemitérios que se impôs sobre o assassínio do líder que teria acrescido ao apelido familiar Toninho a expressão “do PT” para não ficar dúvida quanto ao partido a que pertencia o mártir na luta contra o crime. Nem para deixar que os dez anos de negaças e incúria das autoridades públicas os despejem no oblívio.
Toninho 13, assim conhecido por causa do número de suas postulações a cargos no Executivo municipal de sua cidade, não era decerto um militante apreciado e totalmente aprovado pelo comando do partido, como o era outra vítima de morte dada como acidental, nunca devidamente esclarecida, Celso Daniel. O campineiro chegou a ser demitido da Secretaria de Obras de Jacó Bittar, amigo do padim Lula e pai dos sócios do filho do profeta de Garanhuns, a exemplo do que também ocorreu com o ex-guerrilheiro Paulo de Tarso Venceslau, que não chegou a ser morto pelas denúncias que fez, mas sobreviveu a dois atentados na Rodovia do Trabalhador. E não escapou do expurgo partidário por insistir em não compactuar com a omissão cúmplice da direção partidária.
Quando Celso Daniel foi baleado, quatro meses depois de Toninho, tinha saído da prefeitura de Santo André para coordenar o programa presidencial na campanha, que terminaria vitoriosa, de Luiz Inácio Lula da Silva. Com sua morte, o posto foi ocupado por Antônio Palocci, abatido dos mais altos postos da Esplanada dos Ministérios não por balas de pistoleiros, mas por acusações de agressões à ética que iam desde a invasão do sigilo bancário de um pobre caseiro até a multiplicação do patrimônio pessoal sem renda que a justificasse. Só por aí já dá para imaginar o destino glorioso que poderia ter tido o moço do ABC, se não houvesse morrido.
De qualquer maneira, há semelhanças entre as vítimas. O amado e corajoso líder campineiro denunciara grupos poderosos de corruptos públicos e privados na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigava o narcotráfico. E o preparado quadro de Santo André também protagonizava um escândalo em que o produto da propina, segundo dois irmãos dele, fora transportado em malas entregues ao mesmo Gilberto Carvalho que acabou de ouvir Dilma elogiar as manifestações contra o esbulho, tendo como destinatário o então presidente nacional petista, José Dirceu. Todos os personagens dos casos citados, é claro, negam envolvimento e este último tem negado muito mais, de vez que é acusado de chefiar um bando organizado que movimentava recursos públicos e privados na compra de apoio parlamentar.
A Polícia Civil, chefiada por adversários do PT no poder no Estado de São Paulo, logo incriminou o sequestrador Andinho, dado como o matador de Toninho. Da mesma forma, concluiu que um menor teria acertado a testa de Daniel a oito metros de distância no escuro da madrugada numa mata em Itapecerica da Serra. Em ambos os casos, o comando petista não discutiu a conclusão dos subordinados de tucanos e contestou familiares dos mortos, indignados com as óbvias falhas nas investigações.
Há pouco tempo, um júri popular começou a condenar alguns participantes da execução do prefeito sequestrado. A promessa feita por Lula, candidato no palanque, em Campinas, em 2002, de mandar a Polícia Federal (PF) investigar o assassinato do prefeito baleado na direção do carro nunca foi cumprida. Márcio Thomaz Bastos, indicado para assessorar juridicamente a família do morto, Tarso Genro, Luiz Paulo Barreto e José Eduardo Martins Cardoso, no comando da pasta à qual está subordinada a PF, não moveram uma palha para cumprir essa vã promessa de seu líder supremo.
O mínimo que se pode questionar neste décimo aniversário da execução de Toninho do PT é por que nunca ninguém das cúpulas petista e federal se interessou em saber se tem razão a polícia paulista, que acusa Andinho, ou o sequestrador, que sempre negou a autoria do crime.
11/09/2011
às 22:10 \ Sanatório Geral
Aí tem
“Delúbio é um homem pobre e probo”.
Trecho das alegações finais encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal pelos advogados de Delúbio Soares, confundindo os brasileiros com esse estranhíssimo “probo” infiltrado no palavrório: se os doutores quiseram mesmo colar no tesoureiro do mensalão o adjetivo que significa “honesto; honrado“, ou não sabem português ou são candidatos a humorista; se fizeram uma alusão ao imperador romano Marco Aurélio Probo, assassinado pelas próprias tropas sob o argumento de que só isso evitaria uma guerra civil, os defensores do quadrilheiro podem estar avisando em código que os Altos Companheiros planejam uma reprise do caso Celso Daniel.
20/04/2011
às 22:37 \ Sanatório Geral
Crime desvendado
“Quer que eu venha de bicicleta? Eu sou prefeito. Ando de carro oficial e com segurança. Ou você quer que eu seja morto como o Celso Daniel?
Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, sobre a farra dos carros oficiais no encontro de prefeitos com Lula em Osasco, fazendo de conta que o companheiro Celso Daniel foi assassinado não porque andava ameaçando contar tudo o que sabia, mas por andar de bicicleta.
14/12/2010
às 22:34 \ Direto ao Ponto
O canalha inventado por Chico Anysio reencarnou no PT: ‘Sou, mas quem não é?’
Tavares,
o canalha, foi um dos grandes tipos criados por Chico Anysio. Sempre de
pileque, copo de uísque na mão, topete de galã de antigamente, terno e
gravata amarfanhados que identificam boêmios de botequim, o personagem
passava o tempo tentando conciliar o noivado com a moça rica e feia com
assédios explícitos às empregadas da casa ou às amigas do alvo do golpe
do baú. O quadro terminava com o bordão popularíssimo no Brasil dos anos
70: “Sou, mas quem não é?”
Passados 30 anos, o canalha inventado por Chico Anysio reencarnou no PT: a cada canalhice consumada, a seita dos devotos de Lula alega ter feito o que todo mundo faz. Eles começaram a incorporar a criatura do humorista genial em 2005, quando o escândalo do mensalão revelou que o templo das vestais era só o esconderijo das messalinas. Aperfeiçoado ao longo do segundo mandato do chefe, o script se repete com ligeiros retoques a cada bandalheira descoberta pela imprensa. Enquanto atribui a denúncia da vez a “manobras políticas”, o partido que antes reivindicava o monopólio da ética agora prefere acusar o inimigo de ter incorrido no mesmo pecado. Todos são canalhas.
Contemplada pelo olhar deliberadamente estrábico do PT, a história recente do país não tem nada a ver com o mundo real. Informa, por exemplo, que a roubalheira do mensalão não foi o maior de todos os escândalos, mas uma confusão envolvendo recursos não contabilizados. Muito mais graves foram o mensalão mineiro, coisa do PSDB, e o mensalão do DEM, protagonizado em Brasília pela turma do ex-governador José Roberto Arruda.
Na campanha presidencial, a mesma alquimia amparou a tentativa de equiparar Erenice Guerra, que fez da Casa Civil o covil da quadrilha chefiada pela melhor amiga de Dilma Rousseff, a um certo Paulo Preto, que na hipótese mais sombria embolsou dinheiro doado por empresas privadas à campanha de José Serra. Também ampliada pela lupa da malandragem, a partilha de obras do metrô combinada por grandes empreiteiras nem precisou acontecer para ser apresentada como um crime bem mais hediondo que o estupro do sigilo fiscal de dirigentes do PSDB.
“Quanto mais mentiras contarem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, prometeu José Serra às vésperas do lançamento oficial da candidatura à Presidência. Cabe ao governador Alberto Goldman cumprir a promessa que Serra esqueceu no discurso. Com a determinação e a ênfase que faltaram ao candidato, Goldman precisa cobrar o pronto esclarecimento do assassinato de Walderi Braz Paschalin, prefeito de Jandira eleito pelo PSDB. Só a identificação dos criminosos e a aplicação do castigo que merecem podem evitar que o PT transforme Paschalin num Celso Daniel tucano e Jandira numa Santo André do PSDB.
Quem acha que os fins justificam os meios é capaz de vender a mãe (e entregar em domicílio), tratar o pai a bofetadas, roubar a poupança da avó, encontrar semelhanças entre Lula e Winston Churchill ou entre os dois crimes sem parentesco. Celso Daniel já fora escolhido para exercer na campanha de 2002 as funções que, repassadas a Antonio Palocci, pavimentaram o caminho que o levaria ao Ministério da Fazenda. Paschalin era só mais um entre centenas de prefeitos tucanos. Os cofres abarrotados da prefeitura de Santo André continham boladas suficientes para bancar campanhas do partido e a boa vida da companheirada. Não é o caso de Jandira.
Mas os companheiros já decidiram que houve na cidade um crime decorrente de motivações políticas que negam ter existido em Santo André. E agora desconfiam de que o prefeito tucano andou pagando a vereadores o que batizaram de “mensalinho”. É preciso ser muito canalha para agir dessa forma, dirão os leitores. Mas quem não é?, retrucarão os sócios do clube dos cafajestes. É hora de mostrar-lhes que milhões de brasileiros não são.
O PSDB só poderá hastear a bandeira da moralidade caso consiga livrar-se dos próprios esqueletos no armário. A oposição oficial não chegará a lugar nenhum se continuar algemada a um Eduardo Azeredo, ou se hipotecar a honra em solidariedade a delinquentes refugiados no ninho. O homicídio em Jandira pode se tornar o inadiável ponto de inflexão. Se algum tucano estiver atolado no episódio, que acerte as contas com a Justiça já expulso do partido.
O Brasil decente espera que os responsáveis pela elucidação do assassinato encerrem o quanto antes o espetáculo da desfaçatez ensaiado pelo PT. Para tanto, basta que o crime seja inteiramente desvendado e se aplique aos autores, seja qual for sua filiação partidária, a punição devida. Feito isso, que o caso exemplar seja estendido aos ainda pendentes, começando por Santo André. Não se pode permitir que o PT utilize cinicamente o prefeito morto em Jandira para escapar da maldição que o persegue há oito anos ─ e há de persegui-lo até que sejam eliminadas as sombras que encobrem a verdade sobre a execução de Celso Daniel.
Passados 30 anos, o canalha inventado por Chico Anysio reencarnou no PT: a cada canalhice consumada, a seita dos devotos de Lula alega ter feito o que todo mundo faz. Eles começaram a incorporar a criatura do humorista genial em 2005, quando o escândalo do mensalão revelou que o templo das vestais era só o esconderijo das messalinas. Aperfeiçoado ao longo do segundo mandato do chefe, o script se repete com ligeiros retoques a cada bandalheira descoberta pela imprensa. Enquanto atribui a denúncia da vez a “manobras políticas”, o partido que antes reivindicava o monopólio da ética agora prefere acusar o inimigo de ter incorrido no mesmo pecado. Todos são canalhas.
Contemplada pelo olhar deliberadamente estrábico do PT, a história recente do país não tem nada a ver com o mundo real. Informa, por exemplo, que a roubalheira do mensalão não foi o maior de todos os escândalos, mas uma confusão envolvendo recursos não contabilizados. Muito mais graves foram o mensalão mineiro, coisa do PSDB, e o mensalão do DEM, protagonizado em Brasília pela turma do ex-governador José Roberto Arruda.
Na campanha presidencial, a mesma alquimia amparou a tentativa de equiparar Erenice Guerra, que fez da Casa Civil o covil da quadrilha chefiada pela melhor amiga de Dilma Rousseff, a um certo Paulo Preto, que na hipótese mais sombria embolsou dinheiro doado por empresas privadas à campanha de José Serra. Também ampliada pela lupa da malandragem, a partilha de obras do metrô combinada por grandes empreiteiras nem precisou acontecer para ser apresentada como um crime bem mais hediondo que o estupro do sigilo fiscal de dirigentes do PSDB.
“Quanto mais mentiras contarem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, prometeu José Serra às vésperas do lançamento oficial da candidatura à Presidência. Cabe ao governador Alberto Goldman cumprir a promessa que Serra esqueceu no discurso. Com a determinação e a ênfase que faltaram ao candidato, Goldman precisa cobrar o pronto esclarecimento do assassinato de Walderi Braz Paschalin, prefeito de Jandira eleito pelo PSDB. Só a identificação dos criminosos e a aplicação do castigo que merecem podem evitar que o PT transforme Paschalin num Celso Daniel tucano e Jandira numa Santo André do PSDB.
Quem acha que os fins justificam os meios é capaz de vender a mãe (e entregar em domicílio), tratar o pai a bofetadas, roubar a poupança da avó, encontrar semelhanças entre Lula e Winston Churchill ou entre os dois crimes sem parentesco. Celso Daniel já fora escolhido para exercer na campanha de 2002 as funções que, repassadas a Antonio Palocci, pavimentaram o caminho que o levaria ao Ministério da Fazenda. Paschalin era só mais um entre centenas de prefeitos tucanos. Os cofres abarrotados da prefeitura de Santo André continham boladas suficientes para bancar campanhas do partido e a boa vida da companheirada. Não é o caso de Jandira.
Mas os companheiros já decidiram que houve na cidade um crime decorrente de motivações políticas que negam ter existido em Santo André. E agora desconfiam de que o prefeito tucano andou pagando a vereadores o que batizaram de “mensalinho”. É preciso ser muito canalha para agir dessa forma, dirão os leitores. Mas quem não é?, retrucarão os sócios do clube dos cafajestes. É hora de mostrar-lhes que milhões de brasileiros não são.
O PSDB só poderá hastear a bandeira da moralidade caso consiga livrar-se dos próprios esqueletos no armário. A oposição oficial não chegará a lugar nenhum se continuar algemada a um Eduardo Azeredo, ou se hipotecar a honra em solidariedade a delinquentes refugiados no ninho. O homicídio em Jandira pode se tornar o inadiável ponto de inflexão. Se algum tucano estiver atolado no episódio, que acerte as contas com a Justiça já expulso do partido.
O Brasil decente espera que os responsáveis pela elucidação do assassinato encerrem o quanto antes o espetáculo da desfaçatez ensaiado pelo PT. Para tanto, basta que o crime seja inteiramente desvendado e se aplique aos autores, seja qual for sua filiação partidária, a punição devida. Feito isso, que o caso exemplar seja estendido aos ainda pendentes, começando por Santo André. Não se pode permitir que o PT utilize cinicamente o prefeito morto em Jandira para escapar da maldição que o persegue há oito anos ─ e há de persegui-lo até que sejam eliminadas as sombras que encobrem a verdade sobre a execução de Celso Daniel.
08/12/2010
às 20:02 \ Direto ao Ponto
O menino que queria ser padre converteu-se ao PT e virou sacristão de missa negra
Poucas ramificações da nação dos ressentidos são tão detestáveis quanto a tribo dos ex-radicais convertidos ao polo oposto. Há o ex-stalinista que exige a forca para todos os comunistas, o ex-padre que sonha com a incineração de todas as igrejas, o ex-fumante que não admite menos que a prisão perpétua para todos os tabagistas, o ex-alcoólatra que discursa em praça pública contra a presença de licor em bombom ─ e há o ex-seminarista que faz questão de cometer todos os pecados, do pecadilho da futrica aos sete pecados capitais. É o caso de Gilberto Carvalho.
Nascido em Londrina em janeiro de 1951, casado pela segunda vez, pai de cinco filhos, o secretário de Lula e futuro secretário-geral da Presidência da República saiu ao encontro de Deus aos 12 anos, quando se internou no seminário da Ordem dos Palotinos. Achou que estava no caminho certo aos 13, ao rezar pela derrubada do governo João Goulart na Marcha da Família com Deus pela Liberdade e ver suas preces prontamente atendidas pelos generais de 1964. A procura incluiu dois anos de reclusão voluntária (trajando batina de noviço), uma temporada num seminário em Curitiba e estudos de teologia.
Terminou em 1978, quando conheceu Lula, deu por encontrado o seu senhor, abdicou dos valores cristãos, converteu-se à seita do PT e passou a colecionar motivos para ser reprovado no Dia do Juízo Final. Os mais recentes estão na entrevista publicada pelo Estadão deste 4 de dezembro, que começa com o elogio da vassalagem. “Ele é duro, muito duro”, disse com voz de coroinha culpado ao comentar o convívio com Lula. “Às vezes fico com pena dos ministros que recebem certos telefonemas dele. Fico com pena de mim mesmo. Acho que fui o cara que mais apanhou nestes oito anos aqui”.
Pelo tom animado, Gilberto Carvalho acha que o suplício purifica, sobretudo quando infligido pessoalmente pelo salvador da pátria. De Lula ele sempre aceita tudo, do pito de sinhozinho à bronca de botequim. Sempre cumpriu com dedicação de jesuíta e discrição de comparsa todas as missões que lhe foram confiadas. No fim da entrevista, por exemplo, atendeu a outra encomenda do chefe que não esquece as duas derrotas no primeiro turno: ressuscitar uma das várias infâmias forjadas para vingar-se do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A chance para a execução do serviço sujo apareceu quando a conversa estacionou no escândalo do mensalão. “Lula quer fazer, fora da Presidência, uma análise detalhada do que foi, de fato, aquele processo”, fantasiou. “Quando fala em farsa do mensalão é porque está convencido de que nunca foi dado dinheiro para alguém votar com o governo”, preparou-se para o golpe baixo a mão miúda de avarento: “Lula sempre disse: ‘Quem comprou voto foi Fernando Henrique na reeleição’”.
A resposta de FHC, publicada nesta quarta-feira pelo Estadão e reproduzida pela seção Feira Livre, desmonta a farsa mais uma vez. Mas o texto é sublinhado pela elegância que um Gilberto Carvalho não merece. Fernando Henrique dispensou-se de escancarar ao menos um dos muitos itens sombrios do alentado prontuário. Poderia ter lembrado, por exemplo, que o entrevistado se tornou, em janeiro de 2001, secretário de Governo do prefeito de Santo André, e estava no cargo quando Celso Daniel foi assassinado um ano depois.
Há pouco mais de um mês, a denúncia do Ministério Público aceita pela juíza Ana Lúcia Xavier Goldman acusou o ex-seminarista de ter integrado a quadrilha que, acampada na prefeitura, tungou dos cofres públicos pelo menos R$ 5,3 milhões. “Gilberto Carvalho concorreu de qualquer maneira para a prática dos atos de improbidade administrativa na medida em que transportava o dinheiro (propina) arrecadado em Santo André para o Partido dos Trabalhadores”, diz a denúncia, que o acusa de repassar o dinheiro a José Dirceu, então presidente do PT.
O secretário do presidente divide o banco dos réus com Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado de mandante do assassinato de Celso Daniel, o ex-secretário de Transportes Klinger Luiz de Oliveira Souza e o empresário Ronan Maria Pinto.”O valor arrecadado era encaminhado por Ronan ao requerido Sérgio e chegava, em parte, nas mãos de Gilberto Carvalho, que se incumbia de transportar os valores para o Partido dos Trabalhadores”, sustenta a denúncia. “A responsabilidade de Klinger e Gilberto Carvalho decorre da sua participação efetiva na quadrilha e na destinação final dos recursos.”
Somada às gravações das conversas em que os quadrilheiros procuram impedir o esclarecimento do assassinato de Celso Daniel, a denúncia confirma a real vocação de Gilberto Carvalho. O menino que queria ser padre, quem diria, virou sacristão de missa negra.
20/11/2010
às 4:21 \ Sanatório Geral
Secretário do Cinismo (2)
“Acusar o PT de não querer a verdade é uma covardia”.
Gilberto Carvalho, secretário do presidente da República, sobre o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, acusando de covarde quem acusa o PT de fazer o que faz de meia em meia hora.
19/11/2010
às 20:49 \ Sanatório Geral
Secretário do Cinismo
“Perdemos um companheiro. Celso Daniel seria sem dúvida um ministro no governo Lula”.
Gilberto Carvalho, carregador de malas do presidente da República, que há oito anos tenta impedir o esclarecimento do assassinato do companheiro que seria ministro.
19/11/2010
às 13:31 \ Sanatório Geral
O conselho do doutor
“Ninguém compareceria para ser preso, né?”
Adriano Marreiro, advogado de Marcos Bispo dos Santos, condenado a 18 anos de prisão por participação no assassinato de Celso Daniel, confessando que sugeriu ao cliente que continuasse foragido.Petistas na mira
Grupo clandestino assume assassinato de prefeito de Campinas, ameaça governantes e parlamentares do PT e cria, nos líderes do partido, o receio de novas mortes
Edwin Paladino
Ari Ferreira/AE/ Ag. Anhanguera/AE |
“Os nossos políticos são vítimas porque lutam contra o crime, a corrupção e o narcotráfico”, diz o deputado José Dirceu, presidente nacional do PT. Após as ameaças da Farb, três prefeitos do PT, nos municípios de Catanduva, Ribeirão Corrente e Embu das Artes, foram vítimas de violência entre os dias 12 e 28 de novembro (leia quadros à pág. 33). Num quarto caso, em Bebedouro, foi colocada uma cruz de um metro de altura diante da sede do PT, dias após o prefeito Davi Perez receber cartas da Farb. O remetente assinava Matusalém e elas foram postadas em Ribeirão Preto e Batatais. “Agora tenho um segurança em casa e ando com colete à prova de balas e dois PMs pela cidade”, conta Perez. “Há, sem dúvidas, uma escalada de violência contra administradores do PT”, diz o deputado Aloizio Mercadante, que, no dia 10 de dezembro, recebeu uma ameaça de morte através de uma mensagem eletrônica enviada pelo endereço farb@farb.com.
Fotos: Marcelo Liso | |||
“O crime comum está alimentando o crime político e o crime político está alimentando o crime comum’’ Antônio Palloci, prefeito de Ribeirão Preto | “Nem
o medo e nem a proteção pessoal evitam o crime organizado.
É o Governo Federal que tem de melhorar a segurança pública’’ Heloísa Helena, senadora por Alagoas |
Piti Reali |
Enterro de Celso Daniel: segundo prefeito morto em cinco meses |
No dia 6 de dezembro, o presidente da legenda, José Dirceu, entregou um relatório das ameaças ao ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, e pediu providências. E foi esta sucessão de eventos que levou os petistas a suspeitar de crime político no caso do prefeito de Santo André. No próprio domingo em que se descobriu o corpo de Celso Daniel, o prefeito de Guarulhos, Eloi Pietà, foi novamente ameaçado de morte. No total, mais de 40 líderes e governantes do PT foram ameaçados, incluindo os senadores José Eduardo Dutra, de Sergipe, e Heloísa Helena, de Alagoas.
“Os
nossos políticos são vítimas porque lutam
contra o crime, a corrupção e o narcotráfico’’ Deputado José Dirceu, presidente nacional do PT |
Marcelo Liso |
Mercadante, com José Genoino, no velório do prefeito de Santo André: “Há uma escalada de violência contra administradores do PT” |
Se tivessem esclarecido o crime de Campinas, é pouco provável
que o seqüestro do Celso Daniel terminasse com sua morte’’
Deputado Luiz Antônio, Fleury Filho, ex-governador de São Paulo
Encapuzados na fazenda
Fotos: Arquivo Pessoal |
Airton Montanher, 43, prefeito de Ribeirão Corrente
Tiros no portão
Félix Sahão, 50, prefeito de Catanduva
Bomba no terraço
Geraldo Cruz, 47, prefeito de Embu das Artes
Ameaçado nesta semana
Eloi Pietà, 57, prefeito de Guarulhos
12/10/2005 - 18h55
Polícia encontra corpo de legista do caso Celso Daniel
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A Polícia Civil encontrou na tarde desta quarta-feira o corpo do médico-legista Carlos Delmonte Printes, 55, em seu escritório na zona sul de São Paulo. O perito participou das investigações do caso Celso Daniel --prefeito petista assassinado em 2002-- e constatou na época que o político havia sido torturado.
Rede Globo |
Printes foi ao "Programa do Jô" no último dia 19 de setembro |
O prefeito de Santo André, Celso Daniel, foi assassinado em janeiro de 2002, e o inquérito final, hoje reaberto, concluiu na época a tese de crime comum (seqüestro seguido de assassinato) sem tortura.
Printes foi o primeiro a analisar o corpo e a sustentar que o político foi brutalmente torturado. Ele, que disse ter sido "censurado" durante três anos, afirmou que considerava inverossímil a tese de crime comum, idéia defendida até hoje por integrantes do PT, partido do qual Celso Daniel fazia parte.
Entretanto, há suspeitas de que a morte do prefeito de Santo André estaria relacionada a um suposto esquema de corrupção montado na cidade. A família do prefeito morto sempre defendeu a tese de crime político.
O legista tinha uma carreira de 21 anos e afirmava ter feito mais de 20 mil autópsias.
Retrospectiva do caso
O prefeito foi seqüestrado no dia 18 de janeiro de 2002 e encontrado dois dias depois, em uma estrada de terra com marcas de tiros e sinais de tortura. Cerca de seis meses após o crime, a Polícia Civil encerrou o inquérito e responsabilizou seis homens da favela Pantanal pelo assassinato, com a conclusão de que havia sido um crime comum.
Em agosto deste ano, a Polícia Civil reabriu as investigações devido às recentes denúncias apresentadas na CPI do Mensalão.
Após analisar o corpo de Daniel, Printes havia estabelecido uma ordem sobre o que teria ocorrido. Primeiro, disse o perito, o petista sofreu uma lesão próxima ao ouvido esquerdo. Horas depois, foi queimado nas costas, provavelmente com o cano do revólver, e atingido por estilhaços de balas de uma arma disparada perto do corpo. Depois, atiraram ao lado do rosto de Daniel. Por último, disparos no tórax e no abdome.
1. Folha.com - Poder - Polícia recaptura suspeito de matar Celso Daniel - 10/11/2011
... 10/11/2011 20h49 Polícia recaptura suspeito de matar Celso Daniel ANDRÉ CARAMANTE DE SÃO PAULO Considerado um dos criminosos mais procurados do Estado de São Paulo, Elcid ... de São Paulo. Brito é réu em processo sobre o sequestro e morte do prefeito de Santo André (ABC) Celso Daniel (PT) e também é considerado peça-chave no caso do prefeito. Ele ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...ito-de-matar-celso-daniel.shtml
2. Folha.com - Poder - STF confirma liberdade a acusados de matar Celso Daniel - 13/09/2011
... 13/09/2011 20h24 STF confirma liberdade a acusados de matar Celso Daniel DE SÃO PAULO A 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) confirmou a liberdade dada a três acusados de ... confirmou a liberdade dada a três acusados de participar do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. No entanto, a decisão só tem validade prática para um deles. Em ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...dos-de-matar-celso-daniel.shtml
3. Folha.com - Poder - Ex-prefeito de Santo André é acusado de desvio de recursos - 31/08/2011
... edita a Folha Ele administrou a cidade de 2002 a 2008, logo após o assassinato do então prefeito Celso Daniel, também do PT. A Promotoria afirma que a ONG Castanheira foi criada ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...ado-de-desvio-de-recursos.shtml
4. Folha.com - Poder - PMDB ameaça tirar cargos de petistas na Agricultura - 10/08/2011
... cúpula do PMDB Maurici é ex-prefeito de Franco da Rocha (Grande SP) e ex-secretário do prefeito Celso Daniel (morto em 2002) em Santo André. O Ministério da Agriculutra é alvo ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...e-petistas-na-agricultura.shtml
5. Folha.com - Cotidiano - Confira informações das linhas do Expresso Turístico, em SP - 29/05/2011
... aceito somente em dinheiro, diretamente nas bilheterias da estação da Luz ou na estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (linha 10-Turquesa), das 6h às 18h30, todos os dias. ...
http://www1.folha.uol.com.br/co...-expresso-turistico-em-sp.shtml
6. Folha.com - Cotidiano - Mulher morre após ser atingida por árvore centenária em SP - 15/04/2011
... atingida pelo galho de uma figueira centenária no começo da noite de quinta-feira (14) no Parque Celso Daniel, em Santo André (ABC Paulista). A árvore é tombada pelo patrimônio ...
http://www1.folha.uol.com.br/co...r-arvore-centenaria-em-sp.shtml
7. Folha.com - Cotidiano - Confira o funcionamento do transporte coletivo em SP no feriado municipal - 23/01/2011
... as estações Capuava e Mauá, os trens partirão da Estação da Luz com destino à Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (intervalos habituais) e à Estação Rio Grande da Serra ...
http://www1.folha.uol.com.br/co...m-sp-no-feriado-municipal.shtml
8. Folha.com - Cotidiano - Confira o funcionamento do transporte coletivo em SP no feriado municipal - 21/01/2011
... as estações Capuava e Mauá, os trens partirão da Estação da Luz com destino à Estação Prefeito Celso Daniel-Santo André (intervalos habituais) e à Estação Rio Grande da Serra ...
http://www1.folha.uol.com.br/co...m-sp-no-feriado-municipal.shtml
9. Folha.com - Cotidiano - Promotor afirma que policiais militares participaram de extermínio em SP - 17/01/2011
... responsável pelas condenações do casal Nardoni e de um dos assassinos do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, pretende voltar ao júri em 2011 para tentar condenar policiais ... na zona norte de São Paulo. Carlos Cecconello-30.dez.2010/Folhapress Promotor dos casos Nardoni e Celso Daniel, Francisco Cembranelli deve levar policiais militares a juri por mortes ...
http://www1.folha.uol.com.br/co...param-de-exterminio-em-sp.shtml
10. Folha.com - Poder - Para colunista, Dilma tentará dar marca gerencial a seu governo; leia bate-papo - 06/01/2011
... já perguntaram, mas pergunto. Será que virá à tona agora o que de fato ocorreu no assassinato do Celso Daniel? (05:29:17) cantanhêde: Gorila, há crimes que nunca têm uma ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...eu-governo-leia-bate-papo.shtml
11. Folha.com - Videocasts - Ministra do Planejamento chora na posse ao lembrar de ex-marido; veja imagens - 04/01/2011
... época em que trabalhou na prefeitura de Santo André e lembrou do ex-marido, o ex-prefeito da cidade Celso Daniel, assassinado em 2002, como "uma fonte de inspiração";. "O ... ;uma fonte de inspiração". ;O cargo que ocuparei hoje talvez tivesse sido ocupado por ele [Celso Daniel] no governo Lula";, disse a nova ministra, como mostra o vídeo abaixo. ...
http://www1.folha.uol.com.br/mu...de-ex-marido-veja-imagens.shtml
12. Folha.com - Mercado - Nova ministra do Planejamento defende mínimo de R$ 540 e confirma reajuste ao Bolsa Família - 03/01/2011
... época em que trabalhou na prefeitura de Santo André e lembrou também do ex-marido, o ex-prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, como "uma fonte de inspiração" e agradeceu ... guiando. Obrigado, meu sempre presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Segundo Belchior, se Celso Daniel estivesse vivo, "o cargo que ocupo hoje talvez tivesse sido ocupado por ele [no ...
http://www1.folha.uol.com.br/me...reajuste-ao-bolsa-familia.shtml
13. Folha.com - Poder - Veja os principais fatos ocorridos na política em 2010 - 27/12/2010
... ao PSDB e a condenação de Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, acusado pela morte de Celso Daniel, estão entre os fatos marcantes do noticiário político de 2010. ... uma declaração de alfabetização falsa para concorrer nas eleições. O primeiro condenado do caso Celso Daniel, Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, foi preso pela Polícia ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...ridos-na-politica-em-2010.shtml
14. Folha.com - Poder - Conheça os ministros já anunciados por Dilma - 20/12/2010
... 52 anos, foi secretária da prefeitura petista de Santo André e é viúva do ex-prefeito da cidade Celso Daniel. Levará para o Planejamento a gestão do PAC. Previdência Social ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...s-ja-anunciados-por-dilma.shtml
15. Folha.com - Poder - Primeiro condenado pela morte de Celso Daniel é preso no ABC - 01/12/2010
... 01/12/2010 14h32 Primeiro condenado pela morte de Celso Daniel é preso no ABC DE SÃO PAULO O primeiro condenado do caso Celso Daniel, Marcos Roberto Bispo dos Santos, o ... revelia e condenado a 18 anos de prisão pela participação no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em janeiro de 2002. Condenado no caso Celso Daniel recorre ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...lso-daniel-e-preso-no-abc.shtml
16. Folha.com - Videocasts - Imagens mostram linha de trem alagada após chuva em Santo André - 30/11/2010
... alagada após chuva em Santo André DE SÃO PAULO As imagens no vídeo abaixo, feitas na estação Prefeito Celso Daniel, em Santo André (Grande ABC), mostram o momento em que parte da ...
http://www1.folha.uol.com.br/mu...apos-chuva-em-santo-andre.shtml
17. Folha.com - Poder - Bergamo: Com sentimento de dever cumprido, promotor vai deixar caso Celso Daniel - 26/11/2010
... 26/11/2010 09h32 Bergamo: Com sentimento de dever cumprido, promotor vai deixar caso Celso Daniel DE SÃO PAULO O promotor Francisco Cembranelli não vai mais participar dos ... não vai mais participar dos julgamentos dos acusados de assassinar o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, informa a coluna de Mônica Bergamo , publicada na edição desta sexta- ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...-deixar-caso-celso-daniel.shtml
18. Folha.com - Poder - Ligada a José Dirceu, nova ministra do Planejamento já chefia PAC - 24/11/2010
... campanha de Lula à reeleição. Foi uma das coordenadoras do programa de governo. Belchior é ex-mulher de Celso Daniel, prefeito assassinado de Santo André, mas já não eram casados ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...lanejamento-ja-chefia-pac.shtml
19. Folha.com - Poder - Condenado no caso Celso Daniel recorre e pede anulação de júri - 19/11/2010
... 19/11/2010 20h27 Condenado no caso Celso Daniel recorre e pede anulação de júri FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO A defesa de Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, condenado ... Marquinhos, condenado ontem sob a acusação de ter participado do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), recorreu nesta sexta-feira contra a decisão da Justiça. ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...e-e-pede-anulacao-de-juri.shtml
20. Folha.com - Videocasts - Dirceu desqualifica denúncia do caso Celso Daniel; veja - 19/11/2010
... 19/11/2010 17h16 Dirceu desqualifica denúncia do caso Celso Daniel; veja DE SÃO PAULO O ex-ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula e deputado cassado José Dirceu ... deputado cassado José Dirceu desqualificou a denúncia do promotor Francisco Cembranelli sobre o caso Celso Daniel. "Os dois inquéritos concluíram por crime comum, então eu não ...
http://www1.folha.uol.com.br/mu...do-caso-celso-daniel-veja.shtml
21. Folha.com - Podcasts - Julgamento do caso Celso Daniel evidencia falhas da Justiça; ouça comentário - 18/11/2010
... 18/11/2010 21h25 Julgamento do caso Celso Daniel evidencia falhas da Justiça; ouça comentário DE SÃO PAULO Aconteceu nesta quinta-feira (18) o primeiro julgamento e condenação no ... feira (18) o primeiro julgamento e condenação no caso do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT) em janeiro de 2002. Marcos Roberto Bispo dos Santos, o ...
http://www1.folha.uol.com.br/mu...a-justica-ouca-comentario.shtml
22. Folha.com - Poder - Primeiro réu é condenado pelo assassinato de Celso Daniel - 18/11/2010
... 18/11/2010 17h24 Primeiro réu é condenado pelo assassinato de Celso Daniel FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos, foi o primeiro condenado ... Marquinhos, foi o primeiro condenado pela participação do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT). Após quase seis horas de debate entre defesa e acusação, ele ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...sassinato-de-celso-daniel.shtml
23. Folha.com - Poder - Advogado diz que réu do caso Celso Daniel foi torturado para confessar participação - 18/11/2010
... 18/11/2010 13h04 Advogado diz que réu do caso Celso Daniel foi torturado para confessar participação FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO O advogado Adriano Marreiro dos Santos, que ... torturado pela Polícia Civil para confessar o envolvimento no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT). A tortura aconteceu no DEIC (Delegacia Estadual de ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...ra-confessar-participacao.shtml
24. Folha.com - Poder - Promotor pede condenação de réu por participar da morte de Celso Daniel - 18/11/2010
... 18/11/2010 12h28 Promotor pede condenação de réu por participar da morte de Celso Daniel FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO Após 1h35 de exposição, o promotor Francisco ... Marquinhos, réu sob a acusação de participar do assassinato em 2002 do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT). Segundo o promotor, depoimentos de 21 testemunhas, entre eles ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...-da-morte-de-celso-daniel.shtml
25. Folha.com - Poder - Promotor nega interesse político contra PT na acusação do caso Celso Daniel - 18/11/2010
... 18/11/2010 11h25 Promotor nega interesse político contra PT na acusação do caso Celso Daniel FLÁVIO FERREIRA DE SÃO PAULO O promotor Francisco Cembranelli afirmou no primeiro ... promotor Francisco Cembranelli afirmou no primeiro júri do assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel, em 2002, que a acusação na causa não tem conotação política para ...
http://www1.folha.uol.com.br/po...acao-do-caso-celso-daniel.shtml
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