Categoria: Polícia
Por Camilla HaddadUma hora após receber um telefonema misterioso no celular e sair de casa às pressas, a estudante Thayna de Oliveira, de 16 anos, foi encontrada morta anteontem, no Campo Limpo, zona sul. A polícia acredita que o assassino pode ter sido um homem que a adolescente conheceu em um site de relacionamento na internet. O corpo da vítima tinha sinais de estrangulamento e hematomas.
A família de Thayna conta que ela era uma menina sossegada, caseira e só saía de casa para estudar e participar de cultos religiosos na igreja Assembleia de Deus. Às 17h de quarta-feira, uma mulher fazia caminhada pela Rua Antonio Canuti e viu um Kadett com Thayna e um homem. No banco de trás havia dois pedaços de corda. A mulher seguiu em frente por achar que se trava apenas de mais um casal namorando no carro.
Quando passou novamente pelo local viu o corpo da adolescente já na calçada. A menina estava com calça jeans e uma miniblusa rosa. Além da corda perto do corpo, também foi achada uma segunda corda amarrada no poste.
Um dos vizinhos da vítima, que pediu para não ser identificado, disse que conhece a família. Ele contou que Thayna tinha o costume de usar sites de relacionamento e bater papos pela internet. Na tarde do crime, a menina estava no computador quando recebeu no celular, segundo parentes, um telefonema com número restrito.
Em seguida, sem falar nada para os irmãos que estavam em casa, ela saiu usando chinelos e não voltou mais.
A mãe da jovem, a garçonete Marinete Martins de Oliveira, de 40 anos, esteve no 37º Distrito Policial (Campo Limpo) e disse em depoimento que a filha era de boa índole, obediente e jamais usou drogas. A mãe não soube dizer por que a filha saiu sozinha. De acordo com Marinete, os únicos amigos da jovem eram colegas da igreja do bairro. A mãe admitiu que a filha utilizava sites de relacionamento, mas não conhecia quem eram seus amigos virtuais.
O delegado Maurício Guimarães Soares, da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que o computador da menina e um celular foram apreendidos para auxiliar na investigação. “Nada está descartado, mas como existe o fato de que ela teria marcado um encontro pelos sites, vamos apurar”, afirmou.
Guimarães disse que encontros na net são perigosos e podem acabar em crime. O caso será acompanhado pela Equipe Especial de Investigação de Crimes contra Criança e Adolescente do DHPP. Ontem, quatro pessoas foram ouvidas pelos policiais.
A ONG SaferNet Brasil alerta que as pessoas podem fantasiar e mentir em salas de bate-papo para tentar ganhar confiança e prestígio de quem está do outro lado do computador. Além disso, jamais encontre amigos virtuais sem autorização da família.
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