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quinta-feira, 16 de junho de 2011

#politica Quase tudo como antes

O aumento da presença feminina no - centro do Poder Executivo, fisicamente localizado no Palácio do Planalto, em Brasília, é fato consumado. O trio Luiz Inácio Lula da Silva (presidente), José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci (Fazenda), que reinou no início do governo de Lula, agora se chama Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, com a diferença de que esta não é a "tzarina" da Economia, mas da Articulação Institucional.

A diferença, obviamente, não se restringe à questão de gênero, à troca do masculino pelo feminino. Certamente, a mudança será marcada pela diferença de estilo no comando do governo federal, já bastante acentuada quando a ex-guerrilheira e ministra forte de Lula foi eleita para sentar-se na principal cadeira da República. Ênfase esta elevada ao cubo com a alteração no primeiríssimo escalão promovida na semana passada.

Características e preferências dos universos masculino e feminino à parte, o fato é que, a julgar pelo noticiário de ontem, algumas coisas deverão permanecer inalteradas no pedaço da Praça dos Três Poderes reservado ao Executivo. Pelo que se sabe, ao tomar as rédeas da articulação política a si, a presidente Dilma estaria disposta a abrir a mais recente temporada do "toma-lá-dá-cá" tão peculiar da política brasileira, que até há pouco tempo foi privilégio dos homens.

Ao reagir ao rótulo de "técnica" e pouco habilidosa para lidar com sutilezas de deputados, senadores e caciques dos partidos, aliados e de oposição, a presidente estaria lançando mão do mesmo arsenal de todos os seus antecessores: nomeações para ocupar cargos na máquina pública, em todos os escalões; liberação de verbas federais alocadas em obras e outras iniciativas de interesse dos redutos eleitorais dos congressistas e dos partidos.

É com a troca de favores que Dilma, Gleise e Ideli deverão partir para a linha de frente neste conturbado início de mandato para aprovar projetos de lei e emendas constitucionais de interesse do governo e do País, como as regras de licitação de obras para a Copa de 2014.

Talvez esta seja a única saída para as três, mas é uma pena que fique parecendo que, apesar das mudanças, tudo continua quase como antes no Palácio do Planalto.

www.dci.com.br



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