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quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Só 12% enxergam a política como ‘benéfica’ ao povo



A AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) levou à rede uma pesquisa reveladora sobre o que vai na cabeça do eleitor brasileiro.

A sondagem é nacional. Foi feita pelo Vox Populi. Pressionando aqui você chega ao relatório que expõe todos os achados.

Vão abaixo algumas das conclusões que salta das estatísticas:

1. Utilidade da política: Escassos 12% dos eleitores vêem o povo como principal beneficiário da atividade política. Para 85%, só os políticos se beneficiam da política.

2. Promessa de político: um naco expressivo do eleitorado (82%) afirma que candidato não cumpre os compromissos assumidos na época da eleição.

3. Voto facultativo: 30% dos entrevistados disseram que, se o voto não fosse obrigatório, não se dariam ao trabalho de comparecer às urnas.

A maioria (51%) disse que exerceria o direito ao voto mesmo se não houvesse a obrigatoriedade legal.

4. Corrupção: 60% dos entrevistados disseram que denunciariam casos de corrupção eleitoral caso tivessem conhecimento da malfeitoria –44% “com certeza”; 16% “provavelmente denunciariam”;

A quem encaminhariam a denúncia? 50% procurariam a Justiça Eleitoral; 18% se reportariam ao Ministério Público; e 18% iriam à polícia;

5. Compra de votos: 72% dos eleitores sabem que existe no Brasil uma lei que define como crime a compra de votos.

A maioria (69%), porém, declarou que não conhece um mísero caso de compra de votos.

6. Eleições sujas: 52% dos entrevistados afirmam que não acreditam que os resultados das eleições resultam de um processo “limpo”, isento de “fraudes”.

Apenas 30% acham que as eleições são “limpas”.

Curioso, muito curioso, curiosíssimo o quadro esboçado na pesquisa. O eleitor não se sente um beneficiário da política, considera os candidatos desonestos...

...E enxerga sobre o processo eleitoral uma espessa camada de sujeita. A despeito disso, os picaretas continuam chegando ao postos executivos e às casas legislativas.

Reconheça-se que as regras eleitorais, elaboradas pelos próprios políticos, são urdidas de modo a facilitar a fraude.

Admita-se que o Judiciário, por lento e ineficaz, além de convidar à ilicitude, perpetua a impunidade.

Mas é preciso acomodar na roda também um outro elemento nefasto: é contraditório que o eleitor, com o grau de consciência revelado ba pesquisa, continue dando o seu voto a tantos picaretas!

Escrito por Josias de Souza

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